Membro da Comissão do Meio Ambiente da Câmara Municipal de Uberaba, vereador José Severino está preocupado com a situação da Pedreira de Léa. O aterro que deveria ser utilizado apenas para destinação de resíduos da construção civil, conforme a legislação, hoje funciona como aterro sanitário, recebendo, inclusive, materiais contaminados oriundos de indústrias. Contaminação que pode, inclusive, acometer o córrego das Lajes, que auxilia no abastecimento de água em Uberaba.
Segundo o parlamentar, os empresários precisam conscientizar-se de que não se pode despejar resíduos diversos no local. Quem acaba minimizando os danos ao meio ambiente são os catadores que, na tentativa de encontrar uma forma de sobreviver, separam os recicláveis em meio ao lixo. "As caçambas despejam, junto com os resíduos da construção civil, animais mortos, restos de árvores e plantas, sacolas plásticas, materiais contaminantes. O Ministério Público faz sua parte autorizando que entulhos da construção civil, como blocos de cimentos, restos de pisos e tijolos, dentre outros, sejam deixados no local. Mas os empresários também precisam fazer sua parte e estar atentos ao lixo que estão despejando", explicou o vereador.
Mas, para José Severino, mais do que reciclar parte do lixo, o ideal é reaproveitar até mesmo os resíduos da construção civil. O que antes não tinha mais utilidade, ao passar por uma máquina trituradora pode se transformar em areia, britas e pedras que podem ser usadas na construção civil em geral. Ação que gera economia, além de poupar o meio ambiente. "Nossa intenção é reciclar os resíduos da construção civil em nosso município e utilizá-los na pavimentação dos 454 mil hectares de estradas rurais. Para isso, já existem fundos do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, na ordem de dois milhões de dólares, para que o próprio município financie a aquisição do triturador. O lixo é um desafio para todos os países do mundo", diz.
O triturador já está sendo utilizado em algumas cidades, como, por exemplo, em Rio Preto, Belo Horizonte, São Carlos e Osasco. Nesta última, inclusive, o vereador acompanhou de perto o processo que é feito na Usina de Reciclagem de Entulho de Osasco e que tem capacidade para reciclar 25 toneladas de resíduos sólidos da construção civil por hora. Sete ruas do município foram feitas com o material, precisando apenas da capa asfáltica como complemento. Dessa forma é feita uma economia de 40 a 60% na obra, pois este material requer apenas 1% de cimento.
Lei das caçambas - Durante a fiscalização à Pedreira de Léa, José Severino percebeu que nem todos os caminhões tinham suas caçambas cobertas com lona ou similar conforme obriga a legislação. A ação, segundo o vereador, evita que resíduos caiam nas vias durante o percurso. "Foi votada uma lei em dezembro de 2009, que determinou que as caçambas devem ser cobertas por tampas metálicas. A mesma lei foi modificada em abril do ano passado, dispondo que elas devem ser cobertas por lonas ao invés das tampas de metal. Mas o que pude perceber é que, de uma forma ou de outra, a lei não está sendo obedecida por todos. Das centenas de caminhões que passam por aqui, poucos respeitam a legislação". Segundo o vereador, é preciso intensificar a fiscalização e fazer com que a lei seja cumprida. "O Poder Público, por si só, não consegue cuidar do meio ambiente. É preciso que a população também se envolva".
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