segunda-feira, 12 de março de 2012

DILMA: INEXPERIÊNCIA NO RAMO E CRISE NA BASE ALIADA!
                
(Coluna Dora Kramer - Estado de SP, 09) 1. Não se resume a uma “rebelião na base” destinada a pressionar a presidente ceder nisso ou naquilo, embora seja esse um dos ingredientes. A conturbação tem causa mais profunda. Decorre de uma situação de desequilíbrio político, institucional e comportamental. O Executivo se agigantou, o Legislativo se apequenou, disso já há suficientes registros.
                
2. O elemento novo é o estilo ríspido da presidente. Com sua maneira centralizadora, irritadiça, autossuficiente e impositiva de atuar, Dilma Rousseff acabou por deixar que os defeitos conhecidos da relação Planalto-Parlamento se exacerbassem ao ponto da exaustão. A soberba do poder de longa duração acentuou-se ao ponto da perda de referência sobre as reais circunstâncias do “outro”. No caso, os partidos integrantes da coalizão governamental. Todos eles, inclusive o PT.
                
3. A desigualdade esteve presente nos governos dos dois antecessores de Dilma. Mas Lula e Fernando Henrique – cada qual a seu modo – conseguiam manter a harmonia possível por meio do exercício da política, da composição, da interlocução, da cessão de prestígio. Até para fazer prevalecer suas vontades.
                
4. Por temperamento, inexperiência no ramo, falta de vocação ou tudo isso junto, Dilma diminui os parceiros. Infantiliza a relação e nisso é ajudada pelos conselheiros que à menor contrariedade saem a relatar o quanto ela ficou “irritada” e “furiosa” com essa ou aquela pessoa, esse ou aquele fato. Hoje ela está bem nas pesquisas, forte. Amanhã pode não estar e aí verá como o real valor de afirmação de poder não é a força. É o jeito.


FONTE: BLOG DO CESAR MAIA

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