Pelo menos 80% dos supermercados do estado não vão mais fornecer as sacolinhas a seus clientes
Iniciativa de tirar as sacolas dos caixas é fruto de acordo entre
Apas e governo do Estado
São Paulo - Na quarta-feira, pelo menos 80% dos supermercados do Estado de
São Paulo deixarão de fornecer sacolas plásticas para seus clientes. Caixas de papelão e sacolas
retornáveis são as opções mais comuns oferecidas pelas redes. Quem quiser,
também poderá adquirir sacolas biodegradáveis por cerca de R$ 0,20.
A iniciativa de tirar as sacolas dos caixas é fruto de um acordo entre a
Associação Paulista dos Supermercados (Apas) e o governo do Estado de São Paulo.
Preferiu-se este caminho à adoção de uma lei. "Optamos pelo diálogo com o
setor", afirma o secretário do Meio Ambiente, Bruno Covas. "O acordo é
voluntário por parte das redes." Ele recorda que algumas cidades, como Jundiaí,
chegaram a aprovar legislações para proibir as sacolas, mas foram julgadas
inconstitucionais. No caso de Jundiaí, a prefeitura assinou depois um acordo com
os supermercados locais e obteve o resultado que não alcançara com a lei.
Para ambientalistas e gestores públicos, a medida tem um importante valor
simbólico. Apesar de as sacolas só representarem uma pequena parcela do volume
total de lixo descartado, têm o mérito de trazer para o cotidiano das pessoas a
preocupação com a sustentabilidade, aponta Fernanda Daltro, gerente de consumo
sustentável do Ministério do Meio Ambiente. "As pessoas aprenderão a separar o
lixo seco do úmido, que é o que realmente precisa da sacola plástica para não
fazer sujeira."
Outro lado
"Essa lei foi aprovada por interesse econômico (dos supermercados) e não
ambiental ou social", critica Miguel Bahiense, presidente da Plastivida,
entidade que representa institucionalmente o setor dos plásticos. Ele estima em
R$ 500 milhões a economia das redes com a restrição. "Vão repassar essa economia
para os clientes? Duvido."
Ligia Korkes, gerente de Sustentabilidade do Grupo Pão de Açúcar - dono da
rede homônima e do Extra -, afirma que o dinheiro obtido com a economia das
sacolas plásticas e com a venda das sacolas retornáveis será revertido para
ações de sustentabilidade do grupo.
*Fonte: http://exame.abril.com.br/economia/meio-ambiente-e-energia/sustentabilidade/noticias/sp-deixa-de-fornecer-sacolas-de-plastico-a-partir-de-4af-2
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