17/02/2012 - Autor: Victor
Bicca Neto*
O Brasil mais uma vez conquistou o título de Campeão
Mundial de reciclagem de latas de alumínio. Cerca de 97% das latas foram
recicladas. Mais uma vez, o grande responsável por esse feito foram os chamados
“catadores”, que compõem esse grande modelo informal da reciclagem no
Brasil.
O grande desafio que temos é transformar esse modelo informal em
formal, garantindo a base da chamada economia verde: redução da pobreza,
sustentabilidade ambiental e crescimento econômico.
O primeiro passo foi
dado no ano passado, quando o Congresso Nacional aprovou a Política Nacional de
Resíduos Sólidos. Agora, a próxima etapa será a aprovação dos chamados acordos
setoriais, que terão o desafio de estabelecer os sistemas de logística reversa
de diversos produtos definidos na referida Política. Dos cinco acordos setoriais
que estão em discussão, o mais complexo é o das embalagens, que envolve o
compromisso da destinação adequada de todas as embalagens de alimentos, bebidas,
cosméticos, material de limpeza e higiene, dentre outros produtos.
Nesse
sentido, o Compromisso Empresarial para a Reciclagem – CEMPRE tomou a liderança
e apresentou uma proposta de acordo setorial, no qual o objeto do acordo será a
fração seca do lixo urbano e cujo fluxo de logística reversa das diversas
embalagens será feito através da coleta seletiva urbana. Para a implementação do
acordo setorial das embalagens, o setor empresarial constituiu a Coalizão
Empresarial da Cadeia de Valor das Embalagens Pós-Consumo, que contempla de
forma inédita 16 grandes associações nacionais, representando os produtores,
usuários e comerciantes de embalagens.
A meta proposta pela Coalizão é
apoiar a implantação da coleta seletiva urbana no País, que hoje encontra-se
implantada em menos de 10% dos municípios do Brasil, e aumentar em 70% a
reciclagem da fração seca nos próximos 25 anos.
Trata-se de um grande
desafio, visto que demandará a formalização de todas as cooperativas de
catadores, o fim dos lixões e o aperfeiçoamento da estrutura de catadores hoje
existente. Além disso, será necessário triplicar o número de cooperativas, para
a incorporação dos catadores hoje trabalhando nos lixões, e aumentar
significativamente os chamados pontos de entrega voluntária – PEVs.
Até
o final do ano, será lançado o edital de convocação do acordo setorial de
embalagens, que definirá os parâmetros da discussão do acordo e as metas a serem
alcançadas. Enquanto a discussão do acordo setorial, propriamente dita, ocorrerá
no primeiro semestre de 2012 .
Assim, se tudo correr bem e tivermos um
acordo, teremos dado mais um passo em prol da consolidação do modelo de
cooperativas de reciclagem.
O Brasil, então, terá, durante a discussão
da Rio+20, promovido a maior discussão mundial sobre modelos de economia verde e
terá dado um exemplo de como, a partir de seus problemas sociais e de resíduos
sólidos, transformar vidas, incrementar a economia e promover a proteção
ambiental.
Fonte: Mercado Ético
* Victor Bicca Neto é Presidente do Compromisso Empresarial para a Reciclagem – CEMPRE
* Victor Bicca Neto é Presidente do Compromisso Empresarial para a Reciclagem – CEMPRE
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