Grandes condomínios reclamam de coleta seletiva e têm de desperdiçar material com o lixo comum
10 de fevereiro de 2012 | 22h 51
Fabiano Nunes - Jornal da Tarde
SÃO PAULO - Os condomínios da cidade de São Paulo têm acumulado lixo
reciclável por falta de coleta seletiva. A demanda está cada vez maior, mas a
estrutura da Prefeitura, com 21 centrais de triagem, não consegue atender ao
processamento diário de todo o material produzido na capital. Os síndicos jogam
o lixo que poderia ser reciclado com os detritos comuns.
O problema tem ocorrido com frequência no Edifício Saint Moritz, na Avenida
Moema, na zona sul de São Paulo. Há quatro anos, o prédio aderiu à coleta
seletiva. Neste ano, no entanto, teve de despejar o material reciclado com o
lixo comum por atraso na coleta.
A Ecourbis, empresa responsável pela coleta de lixo na zona sul e parte da
leste da cidade, tem se recusado a levar o material, dizem os responsáveis pelo
condomínio. "Eles (funcionários da Ecourbis) alegaram que não tinham para onde
levar, porque as centrais de triagem estavam lotadas. Como o contêiner de
reciclado estava transbordando, tivemos de despejá-lo no lixo comum", contou a
fisioterapeuta Patrícia Botto, de 35 anos, subsíndica do prédio. A coleta
seletiva no edifício é feita uma vez por semana.
Longe do ideal. De 2009 para 2011, o volume médio de
resíduos coletados diariamente na cidade de São Paulo teve um aumento de 12,5%.
Passou de 16 mil toneladas por dia para 18 mil. A quantidade de itens enviados
para a reciclagem, porém, continua por volta de 1% do total. Passou de 120
toneladas (0,71%) por dia em 2009, para 214 (1,13%) em 2011.
"O ideal é que a cidade estivesse reciclando cerca de 25% do total do lixo
produzido", disse a arquiteta e urbanista Nina Orlow, da Rede Nossa São Paulo.
De acordo com Nina, a cidade precisa fazer um estudo gravimétrico (separação
e pesagem) do lixo coletado diariamente, o que traduz o porcentual de cada
componente recolhido.
"O que afinal temos no nosso lixo da varrição? Quanto há nele de plástico,
papel, que poderia ser reaproveitado? Enquanto a cidade não fizer essa análise,
fica impossível traçar planos e metas para a reciclagem", disse a especialista,
ao analisar o atual sistema de coleta e reciclagem.
Iniciativa pontual. O Edifício Copan, no centro da capital,
que tem cerca de 5 mil moradores, chega a produzir 75 toneladas de lixo por mês.
Desse total, consegue enviar para a reciclagem 15 t.
O prédio também tem encontrado dificuldades na hora da coleta do material
reaproveitável. "As cooperativas nem sempre funcionam. Como sou grande gerador
de lixo, fiz uma parceria com uma ONG para a coleta, mas tem semanas que eles
não recolhem o material reciclável e ele fica se acumulando na garagem", disse o
síndico do condomínio, Affonso Celso Prazeres de Oliveira, de 73 anos.
Só de pilha de recicláveis ele tem cerca de uma tonelada que ainda não teve
destinação adequada. "Nessa semana não vieram coletar o lixo, a gente quer
ajudar, mas tem horas que dá vontade de descartar o lixo para reciclagem com o
lixo comum", disse Oliveira.
Sem sucesso. A síndica do Edifício Rio Sena, na Rua Henrique
Schaumann, em Pinheiros, zona oeste da capital, tenta há um ano instituir a
coleta seletiva no seu prédio. Em vão. Chegamos a fazer a coleta seletiva por
quatro anos, mas a empresa que coletava parou de fazer o serviço. Mantivemos a
filosofia da coleta seletiva, pois temos os contêineres, mas o lixo reciclável é
despejado com o lixo comum, pois a Loga (empresa responsável pela coleta) não
incluiu nossa rua no itinerário da coleta seletiva", disse.
A Loga informou que o serviço não ocorre porque a via não está cadastrada
para coleta seletiva.
*Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,predios-perdem-lixo-reciclavel-por-falta-de-coleta-em-sao-paulo,834199,0.htm
*Em Campos, já temos lei para condomínios residenciais e comerciais que tenham a partir de 50 unidades.A SEGREGAÇÃO para coleta seletiva é obrigatória.A coleta e a destinação pode ser município,catador,cooperativa ou associação diversas.
*Em Campos, já temos lei para condomínios residenciais e comerciais que tenham a partir de 50 unidades.A SEGREGAÇÃO para coleta seletiva é obrigatória.A coleta e a destinação pode ser município,catador,cooperativa ou associação diversas.
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