quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Campanha mostra efeito de agrotóxicos em abelhas

Campanha mostra efeito de agrotóxicos em abelhas



Reduzir o uso de pesticidas tóxicos, que causam o desaparecimento de abelhas em larga escala, é um dos objetivos da campanha coordenada pelo professor Lionel Segui Gonçalves, do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.
Já aposentado da FFCLRP, Gonçalves preside o Centro Tecnológico de Apicultura e Meliponicultura do Rio Grande do Norte (CETAPIS), onde criou e coordena o movimento “Bee or not to be?” - que busca assinaturas online para uma petição em prol da proteção das abelhas.
A iniciativa, que já conta com mais de três mil assinaturas, baseia-se em estudos que apontam associação entre redução das populações de abelhas e uso de agrotóxicos. Segundo o especialista, este desaparecimento traz como principal consequência a falta de alimentos. “Aproximadamente 70% dos alimentos que consumimos dependem da polinização das abelhas. Elas também polinizam as áreas verdes. Assim, se elas acabarem, podemos sucumbir por falta de oxigênio”.
O problema, já considerado mundial, atinge quatro estados brasileiros (Piauí, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo). Entre as alternativas para proteção de abelhas está a substituição de agrotóxicos e pesticidas pelo controle biológico. “É preciso também aumentar as áreas verdes, proteger o meio ambiente, cultivando plantas de interesse das abelhas para que elas possam proliferar”, defende.
Os primeiros relatos de desaparecimento de abelhas em larga escala surgiram em 1995, nos EUA. Mas, somente em 2007 o problema foi discutido oficialmente. Um levantamento do Departamento de Agricultura divulgou a morte de um terço das abelhas durante o inverno de 2012/2013 e apontou que, nos últimos seis anos, o número de colônias de abelhas caiu 30,5%.
Estudos concluíram que as abelhas apresentam Colony Collapse Disorder (CCD), também conhecida como Síndrome do Desaparecimento de Abelhas. O mal afeta o sistema nervoso desses insetos, com prejuízo da memória e senso de direção. Ao saírem em busca de néctar e pólen, elas se perdem e não conseguem retornar para as colmeias. A síndrome pode ser identificada quando o número de integrantes das colmeias é reduzido ou até mesmo extinto. Nesses casos, as abelhas perdidas deixam mel, crias e até mesmo a rainha.
A conscientização do tema é levado do “Bee or not to be?” para escolas por meio de palestras, cartazes, folders e diversos materiais ilustrativos. Para assinar a petição, o internauta deve disponibilizar o nome e o e-mail.

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