No calor, os animais precisam de atenção redobrada
FERNANDA FRAGATA
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Nesta época do ano, os termômetros não param de subir, as crianças entram em férias, muitas pessoas diminuem o ritmo de trabalho, e a vontade de sair com a família toda pra passear é grande. Os parques ficam cheios. Os cães não ficam de fora da farra do verão. Mas cuidado. Eles precisam de atenção especial para que a saúde não fique em risco.
A pelagem densa, a proximidade do corpo com o asfalto quente e a dificuldade em regular a própria temperatura são alguns dos fatores que prejudicam a adaptação dos cães ao calor excessivo. Eles não suam pela pele para controlar a temperatura do corpo como nós. Tentam regular a temperatura através da respiração. Por isso ficam mais ofegantes no calor. Com a expectativa de dias cada vez mais quentes, é bom redobrar a atenção. Crianças, cães e gatos podem ter hipertermia, a popular insolação. Por isso, é bom evitar passeios nas horas mais quentes do dia, entre às 10h e às 16h. Deve-se evitar também andar com eles de carro, com as janelas fechadas e sem ar condicionado. Os gatos são ainda mais suscetíveis a problemas quando passeiam em dias de calor. Normalmente, o estresse de sair de casa já os deixa ofegantes. Com o calor, podem ter um quadro de hipertermia também. Sombra e água fresca são requisitos indispensáveis para o bem estar de nossos amigos de quatro patas.
É importante cuidado para não confundir os sintomas com um quadro respiratório. Quando os animais ficam ofegantes e com dificuldade de respirar, muitos donos os tratam como se fosse apenas falta de ar. O ideal é considerar o histórico. O dia está ou estava muito quente, ele passeou sob o sol ou o local em que está ou estava é muito abafado, então, as chances de que a temperatura deles esteja alta é grande.
Animais com hipertermia apresentam temperaturas acima de 40°C (o normal varia entre 37,5° a 39,3°C), ficam muito ofegantes, o coração dispara, a mucosa da boca e a língua ficam ressecadas, a saliva pode ficar espessa, eles deitam e relutam em sair do local. Alguns chegam a desmaiar ou a ter convulsões. No caso de animais com histórico de convulsões, cuide de esfriá-lo. Se tiver convulsão por causa de hipertemia, não adianta só dar remédio. É importante baixar a temperatura do animal, com urgência.
A indicação é dar um banho frio rápido e enrolar o animal numa toalha molhada fria. Ter um termômetro é muito útil nessas horas. Mas evite o termômetro anal, que normalmente é de vidro. O risco é o animal se mexer, quebrar o aparelho e se machucar. Deixe esse modelo para o veterinário usar. No calor, sempre que possível dê água gelada para os animais. Isso ajuda a evitar que a temperatura suba muito.
O risco de hipertemia é maior em animais obesos, que podem ter a síndrome mesmo em temperaturas mais amenas. As raças de cães mais predispostas são weimaraner, beagle, schnauzer, cocker e dachshund. Raças que têm focinho curto (braquicefálicas), como pug, lhasa-apso, shih-tzu, boxer e buldogue, têm maior dificuldade em perder calor pelo ato de ofegar e também correm mais riscos de ter hipertermia. Entre os gatos, o persa e o maine-coon costumam ter maior incidência.
Nunca deixe um animal sozinho dentro do carro, nem por alguns minutinhos. O final desse episódio costuma ser trágico. Ao sair de casa leve sempre uma garrafinha de água para refrescá-lo, respeite os limites de seu animal, fique atento a toda alteração de comportamento e em caso de mal estar, procure o veterinário.
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