José Eduardo Mendonça -11/2014
Demanda do mundo em desenvolvimento vai exigir soluções
Nos próximos anos, um imenso contingente populacional do mundo em desenvolvimento irá adotar as dietas hoje comuns nas nações ricas. Com isso, vai ocorrer uma explosão na demanda de carne, peixe, frango e de açúcar. E diminuirá o consumo de frutas, vegetais e legumes, fonte de alimentação dos países mais pobres há muito tempo.
Isto vai trazer diversos problemas, diz estudo publicado na quarta-feira na Nature.Florestas serão derrubadas para a produção de carne. Crescerão as despesas com combustíveis para tratores, caminhões, barcos pesqueiros, refrigeradores, produção de fertilizantes e fábricas de processamento de alimentos.
Se nada mudar, afirma o trabalho, teremos um planeta mais doente. Com a mudança de dieta e o consumo mais alto de açúcar e comidas processadas, aumentarão não apenas as taxas de diabete tipo 2, como câncer e males cardíacos. E a atmosfera irá absorver uma quantidade substancialmente maior de gases de efeito estufa.
Os ecologistas David Tilman e Michael Clark, da Universidade de Minnesota, prevêm que, em 2050, a crescente afluência e a demanda por uma alimentação no estilo ocidental terá aumentado o volume daqueles gases em 4.1 gigatoneladas. O setor de alimentos emite hoje 2.27 gigatoneladas.
Estes estudiosos fazem parte da corrente que defende a alimentação sem carne vermelha, e defendem as alternativas vegetariana, mediterrânea (que inclui castanhas, grãos integrais e laticínios) e vegetariana com o consumo de peixes e frutos do mar (os últimos, como se sabe, indutores do colesterol alto). Segundo eles, a adoção destes tipos de alimentação reduziria as emissões e traria melhor saúde.
Os pesquisadores examinaram tendências alimentares dos cem países com maior população de 1961 a 2009. Elas, afirma o estudo, mudam com aumentos de renda e urbanização. “Aqueles que vivem em cidades comem menos frutas e compram comida processada e alimentos baratos sem calorias”, diz Tilman. Este quadro é particularmente visível hoje em países como México, China e Tunísia, informa o
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Foto: publicenergy/Creative Commons
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