Liana John - 09/10/2014 às 13:01
Um indiano, um ganês e uma argentina serão homenageados com o Prêmio Midori de Biodiversidade 2014, em reconhecimento a suas contribuições para a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais, em nível local e global, e por promover a conscientização sobre a importância da biodiversidade. O anúncio foi feito nesta quarta feira, 8/10, e os prêmios serão entregues na próxima semana (15), na 12ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP 12 da Biodiversidade), em Pyeongchang, na Coreia.
O indiano é Kamal Bawa, presidente do Truste Ashoka para Pesquisas em Ecologia e Meio Ambiente (ATREE, na sigla em inglês) e professor da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. O ganês é Alfred Oteng-Yeboah, coordenador do Comitê Nacional de Biodiversidade de Gana, e a argentina é Bibiana Vilá, chefe do Conselho de Pesquisa Nacional (Conicet) e diretora do Vicunhas, Camelídeos e Ambiente (Vicam).
O prêmio é atribuído a cada dois anos, coincidindo com as COPs da Biodiversidade. Esta é a terceira edição, promovida pela Fundação Ambiental AEON, do Japão, em parceria com o secretariado da Convenção. Em 2010 e 2012 venceram conservacionistas do Canadá, Chile, Costa Rica, Estados Unidos, Indonésia e Vietnã. Além da festa e de placas comemorativas, cada um dos premiados recebe US$ 100 mil para investir em seus projetos.
Em comum, os três homenageados deste ano têm a habilidade de unir setores aparentemente inconciliáveis, criando pontes que levam ao diálogo e diálogos que levam à conservação. Bawa juntou a proteção à diversidade da vida silvestre com o mundo rural, na Índia, e descobriu novas maneiras de conciliar a biodiversidade com apaisagem agrícola, reduzindo os efeitos perversos da fragmentação florestal.
Oteng-Yebolah representou Gana e a África em muitos encontros internacionais, advogando sempre o estreitamento de laços entre ciência e política. Sua participação fez diferença em vários grupos de experts em florestas, oceanos, áreas protegidas e capacitação.
E Bibiana liderou iniciativas que integram a ciência moderna sobre conservação dos camelídeos andinos com os conhecimentos tradicionais de comunidades indígenas, conseguindo chegar a modelos de uso sustentável da lã das vicunhas que geram renda e mantêm as populações selvagens dos animais.
A mensagem do Prêmio Midori é clara: acordos e conciliações são possíveis entre conservacionistas e agricultores, entre cientistas e políticos, entre projetos ambientais e demandas sociais. Com criatividade e originalidade, com consciência e perspectiva, com eficácia e influência, os exemplos desses campeões pode se multiplicar pelo mundo afora e levar o mundo a um futuro menos desastroso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo sua participação e opinião !