quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Prumo assumirá estaleiro da OSX no Açu em acordo da recuperação judicial

A grande área prevista para uso do estaleiro (Unidade de Construção Naval - UCN) da OSX no Açu sempre foi questionada. Na ocasião a área de 3,2 milhões de m² cedida pela LLX à OSX já era considerada absurda, mesmo diante de tudo que se projetava.

Me recordo quando numa das audiências públicas na Alerj para debater o Porto do Açu, no final de 2013, no auge da crise, quando o fundo americano EIG tinha acabado de assumir o controle da LLX, um dos membros do conselho de administração da LLX disse que aquela área era maior do que a área somada de todos os estaleiros brasileiros naquela época. (Veja aqui)

Pois bem, agora, com a divulgação dos acordos sobre a recuperação judicial da OSX, oficialmente passa a se saber que a Prumo tem interesse em explorar comercialmente o estaleiro (UCN) da OSX.

A informação do a cordo para exploração da área no Porto do Açu está previsto no plano de recuperação judicial da empresa foi confirmada pelo site Brasil Energia. O contrato foi previsto no plano de recuperação judicial da companhia, aprovado no dia 17/12.

A revista afirmou ainda que:

1 - A OSX contratará a Prumo para gerenciar a exploração comercial do estaleiro da empresa, no Porto do Açu.. O acordo será fechado com a Porto do Açu, subsidiária da Prumo, que terá exclusividade para prospectar novos investidores para a área.

2 - O arrendamento da área de 3,2 milhões de m² será usado para que a OSX volte a pagar o aluguel mensal original do contrato com a Porto do Açu, além de ajudar no pagamento de demais credores. As dívidas com a Porto do Açu são abrangem ainda o rateio dos investimentos em infraestrutura realizados para a construção do terminal 2.

3 - O plano de recuperação judicial ainda está sujeito à aprovação da Caixa Econômica Federal, o que deve ocorrer em 31 de janeiro de 2015. A OSX vai disponibilizar todos os seus ativos para o cumprimento dos compromissos e tem como meta pagar integralmente 65% dos credores até 24 meses após a homologação do plano.

É ainda importante lembrar que o Fundo EIG que hoje já controla cerca de 60%  (subiu de 52,9% para 59,6%) das ações da Prumo Logística Global S.A. (ex-LLX) tem também participação no consórcio Sete Brasil que concentra as atividades de contratação de construção naval de embarcações para operar atividades offshore de exploração de petróleo no litoral brasileiro.

A Prumo tem avançado no controle das ações comprando participação que antes era do Fundo de Previdência dos professores da província de Ontário no Canadá (OTPP). 

Os investidores minoritários que hoje detém 19,3% começaram a especular que o maior percentual de controle da Prumo poderia ter por trás informações sobre melhorias e contratos futuros que ainda não são conhecidos. (Veja abaixo a atual participação acionária na empresa Prumo Logística Global S.A.)



Isto explicaria porque as ações da Prumo estariam ainda tão desvalorizadas, mesmo após os embarques de minério de ferro e do início de atividades das empresas de apoio offshore junto ao terminal 2 do Porto do Açu.

É certo que a Prumo vislumbra outras possibilidades de negócios com essa área retomada da OSX e que foi fruto da desapropriação de terrenos e áreas rurais, já que a OSX há muito deixou de honrar com o pagamento de aluguéis. As alternativas vinculadas às atividades de apoio offshore são muitas. 

Além disso, as instalações inconclusas da Unidade de Construção Naval (UCN) da OSX junto ao terminal 2 do Porto do Açu podem vir a ser bases de construção naval de projetos atualmente desenvolvidos nos estaleiros das empresas que estão sendo investigadas na Operação Lava a Jato.

Continuamos, mesmo de longe, acompanhando o desenrolar das negociações sobre o Porto do Açu e das consequências delas para toda a região. O blog abre espaço para maiores informações.

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