Aquíferos são alternativa para seca, mas ainda falta gestão
Publicado por Portal O Tempo
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A estiagem que atinge a região Sudeste do país esse ano fez com que estudos fossem desenvolvidos sobre novas formas de abastecimento. Aumentar a exploração dos aquíferos – formações geológicas que retêm água no subsolo – é uma das mais interessantes. Os especialistas, porém, dizem que ainda falta muito conhecimento sobre as reservas brasileiras. “O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) começou a fazer o monitoramento dos níveis de água dos aquíferos há quatro anos”, explica Maria Antonieta Mourão, coordenadora da Rede Integrada de Monitoramento de Água Subterrânea (Rimas) do CPRM.
Em Minas Gerais, atualmente, apenas 50 poços artesianos têm seus níveis monitorados. Os aquíferos são menos suceptíveis à falta de chuva, mas foi percebido que a estiagem já começou a diminuir seus níveis no Estado. “Em alguns poços do Triângulo Mineiro, o nível da água era de 9,3 metros. Em 2014, esse nível já está em 10,7 metros. Ou seja, é necessário buscar a água a um nível cada vez mais baixo do solo”, complementa Antonieta.
O diretor de hidrologia e gestão territorial do CPRM, Thales de Queiroz Sampaio, também diz que é necessário cautela. “No caso de São Paulo, que tem uma grande área de abrangência do aquífero Guarani, é possível ajudar nessa seca atual e em uma parte de Minas Gerais também. Mas temos que ter cuidado para fazer isso com responsabilidade. Todos os aquíferos têm um grau de informação ainda insuficiente para a gestão”, afirma.
Os aquíferos fazem parte do ciclo da água e, por isso, apresentam um volume variável. “O ideal é utilizar 30% da carga renovável”, afirma Maria Antonieta.
Segundo o Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam), a maioria dos poços em Minas serve para abastecimento público. É o Igam que faz a outorga aos interessados em utilizar a água dos aquíferos. Em 2014, até outubro, 1.935 outorgas foram liberadas.
Esses números, porém, não representam a necessidade do Estado para o consultor em hidrogeologia Antônio Carlos Bertachini. Ele afirma que falta estrutura para fazer a outorga. “O Igam mantém apenas um geólogo. Isso faz com que a gestão da água no Estado quase não exista. E muita gente acaba optando por abrir poços clandestinos”, diz. Segundo a Agência Nacional de Águas (Ana), 85% dos poços artesianos no Brasil são clandestinos. Porém, como os grandes usuários são empresas, inclusive de abastecimento, cerca de 80% do volume da água está regularizado, segundo levantamento da agência.
Volume
Reserva. O Brasil tem 12% de toda a água potável do mundo e as águas subterrâneas são cerca de 100 vezes mais abundantes do que as superficiais, segundo informações da Abas.
Saiba mais
Importância. O aquífero Guarani é um dos mais conhecidos e utilizados do país. Além do Brasil, ele abrange mais três países do Cone Sul.
Extensão. Ele ocupa 1,2 milhão de km². Desse território, 70% estão no Brasil; 21% na Argentina; 4,5% no Paraguai e 4,5% no Uruguai.
Profundidade. O aquífero Guarani tem uma profundidade máxima estimada de 1. 500 metros.
Qualidade. Segundo o consultor em águas subterrâneas Ivanir Borella Mariano, a qualidade da água do Guarani é excelente até o Paraná. “Depois do Paraná, ele é salinizado, não é água potável”, afirma.
Idade. O Aquífero Guarani é formado por sedimentos arenosos, depositados por processos eólicos durante o período Triássico (cerca de 220 milhões de anos).
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domingo, 7 de dezembro de 2014
Aquíferos são alternativa para seca
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