sábado, 4 de maio de 2013

Em nota oficial, Maranata nega ameaças e afirma processar acusadores da igreja


Em nota oficial, Maranata nega ameaças e afirma processar acusadores da igreja

VINÍCIUS VALFRÉ
Rádio CBN Vitória (93,5 FM)
A Igreja Cristã Maranata divulgou uma nota, na tarde desta terça-feira (12), negando ter coagido ou ameaçado testemunhas para que mudassem depoimentos ou entendimentos nas investigações sobre crimes supostamente praticados pela cúpula da instituição. A igreja disse estar sendo alvo de perseguições e retaliações, em uma "verdadeira cruzada religiosa e moral".

A Maranata chegou a anunciar uma coletiva de imprensa para para que um representante da igreja desse sua versão sobre os fatos trazidos à tona pelo Ministério Público Estadual (MPES). No entanto, a entrevista foi cancelada e a instituição enviou a nota sobre os episódios desta terça. No texto, a igreja negou as acusações e disse que está processando judicialmente os acusadores.
"A Igreja está processando judicialmente os que hoje são acusadores, sempre às claras e de acordo com a lei. A Igreja reafirma sua convicção de que as acusações de hoje foram pautadas no desejo de retaliação e perseguição, numa verdadeira cruzada religiosa e moral", diz trecho da nota.
Em outro ponto do texto, a igreja citou evento realizado no último domingo (10), em comemoração aos seus 45 anos. A reunião das cerca de 150 mil pessoas na Praça do Papa, para a igreja, representou seu "compromisso com a paz e com a pregação isenta do evangelho".
A nota não informou quem assumirá o comando da Maranata após a prisão preventiva do atual presidente, o pastor Elson Pedro dos Reis. Além dele, Amadeu Loureiro e Carlos Itama Coelho, pastores membros da diretoria da igreja também foram detidos de maneira preventiva, juntamente com o ex-presidente Gidelti Gueiros. Ele estava afastado do cargo por determinação judicial.
Contra a direção da Igreja Maranata pesam acusações de desvio de dinheiro do dízimo para fins particulares de pastores. Eles são suspeitos de praticarem crimes de estelionato, evasão de divisas, falsidade ideológica e tráfico de influência.
Promotor processado
A única advogada da igreja que deu declarações nesta terça-feira (12) não falou nada sobre as supostas coações. Bárbara Valentim Goulart destacou somente que a Igreja Maranata representou contra um dos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) por entender que ele desrespeitou princípios legais.

Segundo ela, o promotor pediu quebra de sigilos fiscal e bancário dos investigados após denúncias anônimas, o que é ilegal. Além disso, a advogada argumenta que procedimentos investigatórios contra diretores da igreja foram escondidos da defesa, às vésperas da operação, em novembro, para apreender documentos nas sedes da Maranata.

"Tentamos mandados judiciais e medidas de segurança para ter acesso a procedimentos de investigação. Por diversas vezes, o Ministério Público, por intermédio do seu promotor, afirmou que não havia ninguém sendo investigado. Dez dias depois eclode uma operação em que consta na condição de investigados todas as pessoas envolvidas com a gestão da Igreja Cristã Maranata", criticou.
Embora as prisões tenham sido feitas nesta terça, a representação sobre a qual a advogada se referiu foi protocolada no dia 4 de fevereiro.
Leia a nota oficial na íntegra:
Em respeito à sociedade, bem como a todos os seus milhares de membros no Brasil e no exterior, a Igreja Cristã Maranata vem a público esclarecer os fatos divulgados na manhã desta terça-feira e que culminaram com a detenção de alguns de seus pastores.

É sabido que a Igreja Cristã Maranata, como uma instituição de fé, tem se respaldado no respeito aos órgãos públicos e à imprensa em geral, sem, contudo, deixar de tomar as medidas cabíveis e legais no sentido de proteger a sua idoneidade, que foi construída ao longo dos últimos 45 anos, de forma proba e séria. À sociedade, esclarecemos que a Igreja Cristã Maranata jamais coagiu testemunhas ou ameaçou autoridades. Pelo contrário, a Igreja está processando judicialmente os que hoje são acusadores, sempre às claras e de acordo com a lei. A Igreja reafirma sua convicção de que as acusações de hoje foram pautadas no desejo de retaliação e perseguição, numa verdadeira cruzada religiosa e moral.

As acusações feitas hoje à Igreja nada têm a ver com as denúncias iniciais, todas já esclarecidas pela Igreja junto à sociedade e à Justiça. É inconcebível, e chega a ser maledicente, tentar vincular à Igreja quaisquer atos de violência, pois é por demais conhecido o compromisso com a paz e a pregação isenta do evangelho, conforme foi verificado no evento do último domingo, que, de forma pacífica e ordeira, glorificou o Senhor Deus pelos 45 anos da Igreja, reunindo cerca de 150 mil pessoas na Enseada do Suá, sem qualquer referência, mesmo que subjetiva, aos quesitos que são objeto da investigação.

Por fim, a Igreja tem plena confiança de que a Justiça bem informada será mais uma vez sábia e isenta para decidir em prol da causa de um grande povo, que honra a nacionalidade brasileira com extensão no exterior, agindo sempre no irrestrito cumprimento da lei.

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