RIO — O governador Wilson Witzel afirmou ao GLOBO que não cogita instituir no estado um lockdown (quando há um isolamento obrigatório, inclusive por meio do bloqueio de divisas). Nesta quinta-feira (30), o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, defendeu regras mais rígidas para o isolamento social e chegou a citar o lockdown como alternativa para tentar conter os casos de coronavírus. O secretário afirmou que o país "tem tido uma dificuldade muito grande no sentido de fazer valer realmente o isolamento social".
Procurado pela reportagem, Witzel ressaltou que prorrogou o decreto que estabelece as atuais regras de quarentena para o dia 11 de maio. Mas disse descartar o isolamento obrigatório ou estabelecer regras mais rígidas para a quarentena.
— Não cogito lockdown — afirmou.
Em entrevista ao Bom Dia Rio, o secretário Edmar Santos disse estimar que, no estado, há 140 mil pessoas infectadas que não sabem que estão com Covid-19. Ele afirmou ainda que a falta de leitos e de profissionais de saúde pode levar a um "caos" na rede hospitalar nos meses de maio e junho.
Em um vídeo, Witzel afirmou nesta quinta-feira que, na semana que vem, o estado deverá concluir os 400 leitos do hospital de campanha do Maracanã, bem como as unidades de Nova Iguaçu e Duque de Caxias.
— Muito importante que as pessoas entendam que, apesar de todos esses hospitais estarem prontos, nós vamos ter que manter as restrições. É uma doença que tem o contágio muito rápido, e a curva ainda está crescendo, inclusive a curva de óbitos, com mais de 60 pessoas morrendo por dia. Hoje me reuni com o ministro da Saúde (Nelson Teich) e pedi que tenhamos só um discurso: o de ficar em casa. E que nós precisamos do governo federal para atender as pessoas na assistência social. Também é importante que o Ministério da Saúde envie os recursos necessários de responsabilidade da União, para que possamos fazer frente à pandemia — disse Witzel.