Cetesb autoriza captação em rio altamente poluído para garantir água em SP
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Antes, o local apresentava nível máximo de poluição, o que tornava o uso humano impossível. Em situações normais, a opção é por rios com indicadores menores de poluição mas, como o nível desses mananciais está bem abaixo do usual, a captação do Jundiaí deve ser uma alternativa para garantir o abastecimento da região. A reclassificação, no entanto, ainda precisa passar por aval da Secretaria de Recursos Hídricos e a Câmara Técnica de Recursos Hídricos.
O laudo que autoriza a captação, feito pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), indica que houve melhora na quantidade de coliformes na água. De acordo com relatório da entidade, a água não foi qualificada com IQA (Índice de Qualidade da Água) ruim em nenhuma das seis medições feitas no trecho durante o ano passado.
Além disso, uma série de metais altamente tóxicos, entre eles alumínio, arsênio, bário e cádmio, antes presentes no local, não foram mais encontrados na área, apesar de estarem presentes em outros trechos do mesmo rio.
A prefeitura de Indaiatuba, cidade de 200 mil habitantes na região de Campinas, já iniciou processo para retirar água do rio Jundiaí.O próximo passo é determinar quanta água será captada do manancial. Atualmente, a cidade retira água dos rios Capivari-Mirim e Piraí, além de outros ribeirões e córregos de pequeno porte. A água do Jundiaí irá complementar o abastecimento.
De acordo com a prefeitura, investimentos em despoluição realizados ao longo da bacia nos últimos 20 anos melhoraram a qualidade da água, principalmente no trecho entre Itupeva e Jundiaí. O projeto de despoluir o rio Jundiaí começou na década de 80, quando as cidades no entorno do curso do rio passaram a tratar o esgoto que era despejado na água. "Estamos enfrentando a pior estiagem dos últimos 90 anos, e o uso do Jundiaí é de extrema importância para Indaiatuba", disse o prefeito da cidade, Reinaldo Nogueira.
Já Nilson Gaspar, superintendente do Saee (Serviço Abastecimento de Água e Esgoto), diz que, além do relatório da Cetesb que atesta a qualidade da água do rio, foram realizados ensaios de tratabilidade com base na Portaria 2914/2011, do Ministério da Saúde, que demonstraram que após tratamento, a água do rio Jundiaí pode ser utilizada para abastecimento público. "É importante ressaltar que o Saae possui um laboratório credenciado pela ISO 17025, do Inmetro, e distribui água potável à população com qualidade e dentro dos padrões exigidos pela legislação".
O professor Wilson Jardim, autor de um estudo que mediu o impacto de substâncias químicas presentes nos mananciais da região de Campinas, acredita que, com a melhoria na qualidade da água, aliada a um tratamento eficiente, a água pode ser consumida sem problemas pela população. "Se há ausência de metais pesados e a qualidade melhorou, essa é uma opção válida", diz.
Repercussão
Entre a população, a ideia de consumir a água do Jundiaí não tem grandes adeptos. A comerciante Josefa Aparecida Salles, 42, disse que o local ainda é muito poluído. "Não gosto nem de comer o peixe, imagina beber a água. Acho que vai ser preciso muito produto químico para tratá-la", avalia.
Já o estudante Artur Figueira Santos, 21, acredita que, mesmo poluído, o rio pode ajudar no abastecimento. "Eles não iam permitir a retirada de água para abastecimento se houvesse riscos. Em tempos de seca, com os rios cada vez mais secos, pode ser necessário usar essa água, e vai ajudar", disse.
Fonte: Portal UOL
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sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Cetesb autoriza captação em rio altamente poluído para garantir água em SP
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