quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Mônica Nador: paulistana nota dez

Mônica Nador: paulistana nota dez

A artista, que se define como especialista em reciclagem estética de favelas, criou a ONG Jardim Miram Arte Clube, em que capacita moradores da periferia da Zona Sul de São Paulo para revitalizar o bairro por meio da pintura

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Ricky Hiraoka  Veja SP - 

Lucas Lima

Na última década, várias ruas do Jardim Miriam, na periferia da Zona Sul, ganharam novas cores que alegram a vida dos seus residentes e chamam a atenção de quem passa por ali. Ao longo desse tempo, cerca de 500 residências tiveram a fachada, as paredes ou os muros decorados com uma técnica especial em que desenhos em cartolina são transpostos para o acetato (uma espécie de plástico flexível), colados com verniz e aplicados na superfície, para depois então receberem a pintura


As imagens incluem figuras abstratas, plantas, bichos, instrumentos musicais e até carros. Quase metade dos imóveis, antes de passar por essa intervenção, precisou ser reformada, com aplicação de reboco. 



Os artistas responsáveis pelo trabalho? Os próprios moradores, aglutinados em torno do Jardim Miriam Arte Clube (Jamac). Ele foi criado em 2003 pela pintora Mônica Nador. Antes de chegar ao bairro, a artista já exibia no currículo trabalhos de reciclagem estética de favelas em São Paulo e no México. 



A fim de acelerar a ação na Zona Sul e se integrar à sua rotina, Mônica mudou-se para o lugar em 2004 e vive por lá até hoje. Quase uma década depois, o Jamac virou uma espécie de ateliê multiuso, onde jovens e adultos sem formação artística acadêmica aprendem na prática a produzir imagens. “Sempre digo a eles: essa técnica vale tanto para a pintura em um pano de prato quanto para a parede de um museu”, conta a pintora. Atualmente, cerca de vinte garotos do Jardim Miriam trabalham na ONG, cuidando do dia a dia.



Com a ajuda de uma linha de financiamento da Secretaria Municipal de Cultura, Mônica começou a realizar por ali várias atividades. Entre outras coisas, a programação cultural inclui hoje sessões do Café Filosófico, com palestras de artistas, e o curso Cinema Digital, que desde 2008 forma fotógrafos e cineastas. “O trabalho já tirou moradores da depressão e mostra que todos podem ser artistas”, completa Mônica
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