domingo, 19 de outubro de 2014


Técnicos discutem uso de poços

De acordo com o físico José Goldemberg, aquecimento global tem influência na maior crise hídrica dos últimos 80 anos. Perfuração é permanente
 
São Paulo - Em meio à maior seca dos últimos 80 anos que atinge a cidade de São Paulo, o interior do estado e o sul de Minas Gerais, alguns condomínios, shoppings e estabelecimentos comerciais passaram a utilizar, como alternativa para o abastecimento, a perfuração de poços artesianos.

Diante da atual crise hídrica, o físico e presidente do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), José Goldemberg, em entrevista ao DCI, explica que o aumento da seca tem relação com asMudanças Climáticas. "Os fenômenos climáticos são variáveis e causam secas prolongadas. Ao que tudo indica, o mundo está aquecendo. Nós estamos sendo vítimas do Aquecimento Global. A terra fica mais quente." A principal causa do aquecimento diz respeito aos combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural, que representam, segundo Goldemberg, 80% do consumo mundial de energia, responsável pela emissão de gases poluentes.

O presidente da Associação de Síndicos e Subsíndicos de São Paulo (Asscoesp), José Carlos Ferreira, reconhece a importância da iniciativa dos poços artesianos, mas admite que os condomínios enfrentam dificuldades econômicas para viabilizar o projeto de implantação que exige um estudo técnico do local e análises sistemáticas da qualidade da água. Segundo Ferreira, "a perfuração dos poços é uma situação emergencial e precisa de cautela". Goldemberg, no entanto, entende que a medida é permanente e precisa de uma decisão da Cetesb. "A perfuração dos poços artesianos só funciona para quem consome muita água", afirmou.

O diretor executivo da Manager Administração de Condomínios, Marcelo Mahtuk, destacou que a simples adoção do poço não significa que isso atenderá toda a demanda do condomínio. "O investimento para perfuração de um poço é um risco e a qualidade da água obtida também. Temos boas experiências com uma representatividade baixa no orçamento até custos elevados que inviabilizaram sua utilização."

Ontem, o nível do Cantareira chegou a 4,5%. De acordo com relatório divulgado pela Agência Nacional de Águas (ANA), a Sabesp afirmou que o volume disponível no momento supre o abastecimento até 15 de novembro diante das condições hidrológicas atuais.

FONTE DCI

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