Solução definitiva para mobilidade em BH exige R$ 5,3 bilhões
Vagner Campos/ A2 Fotografia
Cidades menores que BH, como Santos, conseguiram implantar sistemas de transporte sobre trilhos
A comparação do valor previsto para investimento na Linha 3 do metrô de Belo Horizonte com o que foi gasto para construção do mesmo tipo de transporte em São Paulo mostra uma grande disparidade nos custos.
Enquanto na capital paulista a média de gastos por quilômetro foi de R$ 368 milhões, a expectativa de gastos para Belo Horizonte é de R$ 580 milhões por quilômetro. Com 4,5 quilômetros de linhas subterrâneas, o trecho que liga a Lagoinha e a Savassi tem previsão de custo de R$ 2,5 bilhões.
A proposta é construir túneis com 15 metros de diâmetro, em dois níveis, e quatro estações. O percurso vai obedecer ao traçado de ruas e avenidas.
Muitas são as variantes que podem alterar a tabela de custos. “Isso depende das particularidades do solo, do que foi encontrado nos estudos preliminares e da tecnologia a ser usada. O fato de o trem ser ou não completamente automatizado também pesa”, explica Peter Ludwig Alouche, que foi consultor na obra do metrô de São Paulo.
Apesar de mais cara e mais demorada, a opção pelo metrô tem vantagens em comparação ao transporte de trilhos não subterrâneo, como o monotrilho e o VLT.
“Os métodos construtivos subterrâneos são os mais apropriados para áreas densamente ocupadas, proporcionando soluções de menor impacto na superfície quando levados em conta o valor das desapropriações, o remanejamento de interferências, as interrupções do tráfego e a preservação de patrimônios históricos”, afirma Alouche.
INTERFERÊNCIA
Apesar de ser mais vantajosa se comparada ao BRT, a opção pelo transporte de trilhos na superfície ou suspenso tem impactos semelhantes. Diferentemente do que acontece quando a escolha é pelo metrô.
“Implantações de monotrilho e VLT ocasionam grande interferência na paisagem urbana e são indicadas para regiões de baixa ocupação. É comum ser necessário enorme investimento em desapropriação e na reformulação urbanística ao longo e nas imediações da linha”, lembra o especialista.
Projeto para Confins poderia ser ampliado
A sugestão de implantação de um monotrilho foi levada à BHTrans. A empresa informou não haver, atualmente, projeto voltado para esse fim. Entretanto, não descarta que a demanda seja atendida dentro de um outro projeto, do governo do Estado, já em andamento.
Nada impede que empresas que estão apresentando propostas para construção de um transporte sobre trilhos para ligar a rodoviária de Belo Horizonte ao Aeroporto de Confins contemplem uma rota que passe pelas avenidas Pedro II e Carlos Luz.
A BHTrans ainda informou que monitora permanentemente as vias da capital e vem implementando ações de melhoria do transporte coletivo e na fluidez do tráfego.
Na avenida Pedro II, por exemplo, foram implantadas faixas exclusivas para ônibus, tornando-os mais atraentes aos usuários. A próxima via da cidade a ganhar pistas exclusivas para ônibus será a avenida Amazonas, que liga o Centro à região Oeste.
PONTO A PONTO
- Foi aberto, pelo governo do Estado, um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para escolher o melhor estudo preliminar que aponte uma solução de transporte sobre trilhos – entre a rodoviária de Belo Horizonte o Aeroporto de Confins.
nn Até o momento, 24 empresas estão inscritas no processo. O prazo de entrega dos estudos termina no dia 16 de novembro.
- O projeto para as obras da Linha 3 do metrô ainda precisa ser analisado pela Caixa Econômica Federal, antes que os recursos sejam liberados pela União.
- O projeto foi entregue em maio deste ano, mas ainda não foi avaliado porque faltavam informações complementares sobre orçamento e cronograma.
nn Sem a pendência resolvida, o dinheiro não pode ser liberado.
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