Poluição plástica nos mares: problemas para a fauna e para o ser humano
Medidas estão sendo tomadas, mas impacto ambiental continua grande
Pesquisadores da The University of Western Australia e da CSIRO Wealth from Oceans Flagship fizeram um estudo, ao fim de 2013, em que puderam apurar que a cada quilômetro quadrado de água da superfície do mar australiano está contaminado por cerca de quatro mil pequenos fragmentos de plástico. Essa pesquisa permitiu o primeiro mapeamento de plásticos flutuantes marinhos no litoral australiano. O professor Charitha Pattiaratchi afirmou que, em hotspots ("pontos quentes" - regiões de grande biodiversidade), plásticos foram encontrados no mar perto de áreas densamente povoadas, em regiões em que as correntes oceânicas convergem. Mas esse problema está muito mais próximo do que podemos imaginar.
No litoral brasileiro, a maior parte de lixo marinho é plástico. Fatores como o descarte incorreto dos banhistas, de embarcações e falta de coleta seletiva em determinadas regiões faz com que esse resíduo sólido entre em contato no ambiente marinho e acarrete diversos tipos de problemas para o ecossistema.
No litoral brasileiro, a maior parte de lixo marinho é plástico. Fatores como o descarte incorreto dos banhistas, de embarcações e falta de coleta seletiva em determinadas regiões faz com que esse resíduo sólido entre em contato no ambiente marinho e acarrete diversos tipos de problemas para o ecossistema.
No país, o aumento de consumo de peixe aumentou 196% entre 2002 e 2010, conforme último levantamento feito pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Isso tem gerado preocupações, uma vez que existe o problema com relação à toxicidade do plástico em animais marinhos. Pesquisas realizadas no Brasil comprovaram que alguns peixes apresentam alto índice de toxinas pesadas em seu organismo e isto está diretamente ligado à poluição de rios e oceanos.
O professor Alexander Turra do Laboratório de Manejo, Ecologia e Conservação Marinha do Instituto Oceanográfico, criado no ano de 2012, quer coletar e monitorar o lixo marinho com o objetivo de compreender a fonte do resíduo, identificar características como: tipos, materiais, porcentagem, número e peso. O projeto monitora seis praias do litoral de São Paulo e está em expansão para abranger um maior número de praias.
Consequências e envolvimentos
Problemas como formação de ilhas de plásticos nos oceanos, asfixia, ingestão e envenenamento em animais marinhos, são resultantes do lixo humano nos mares. Estudos realizados no atum destinado ao consumo humano detectaram microplásticos em seu estômago, o que significa que também estamos expostos a esse problema. “Há cada vez mais evidências de que animais marinhos, que vão desde o plâncton às baleias, ingerem grandes quantidades de plásticos carregados de poluentes, que possa então ser incorporado na cadeia alimentar”, explica Doutor Reisser, PHD do UWA Oceans Institute.
Os plásticos têm altos índices de absorção de poluentes e substâncias tóxicas e podem sofrer alteração com a exposição aos raios ultra violetas e a água salgada, juntando-se ao plâncton. Logo, um peixe ou qualquer tipo de animal marinho que se alimente desses materiais corre o risco de contaminação.
Há investimentos em tecnologias que podem ajudar nesse controle do lixo humano, como o desenvolvimento do "robô aquático" que navega pelos oceanos coletando plásticos e do "filtro auto-sustentável marinho", que filtra o resíduo de diversos tamanhos. E também há o processamento do plástico encontrado no oceano para utilizar na produção de embalagens como a "garrafa feita de plástico do oceano". Essas iniciativas junto com outras podem contribuir na redução desse material nos oceanos, mas ainda são muito iniciais.
Se você tem dúvidas de onde descartar aquele material que você não utiliza mais, clique aqui para ver locais onde você possa descartar corretamente e evite contribuir para aumentar a poluição marinha.
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