Nova fase de estudo analisa impactos de mudanças climáticas em tartarugas marinhas
11/2014 - Mais quarenta e oito termômetros serão instalados. Leia mais. ↓
Tamar Rio de Janeiro
Um ano após instalar aparelhos para medir temperatura da areia nas praias de cinco estados brasileiros, RN, SE, BA, ES e RJ, a pesquisadora Mariana Fuentes, da James Cook University/Austrália, está voltando aos locais onde esteve com as equipes do Tamar. O objetivo é finalizar esta etapa de coleta de dados para viabilizar análises e seguir para uma segunda fase do estudo. Na etapa seguinte, 48 termômetros pequenos medirão a temperatura dos ninhos de tartarugas-cabeçudas, inicialmente na região da Praia do Forte, área prioritária de reprodução para a conservação da espécie. Os pesquisadores vão observar a relação entre a temperatura do ar, da areia e do mar, a distância da vegetação, a temperatura dos ninhos, o desenvolvimento dos ovos e o sexo dos filhotes gerados.
A elevação da temperatura no mar, por exemplo, dificilmente é percebida pelas pessoas, mas interfere em todo o ecossistema marinho e terrestre, conta Mariana. A pesquisa deverá permitir identificar as regiões mais quentes e as mais frias na costa brasileira. Como o sexo dos filhotes de tartarugas marinhas é definido pela temperatura da areia onde está o ninho, as mudanças para mais ou para menos poderão afetar as populações dessas espécies no futuro. Com esse estudo poderemos também saber quanto tempo essa ameaça levará ou se já está afetando as tartarugas, explica.
Para analisar os impactos das mudanças climáticas sobre as populações de duas espécies de tartarugas marinhas, cabeçuda (Caretta caretta) e de-pente (Eretmochelys imbricata) os pesquisadores instalaram em 2013 sessenta aparelhos para medir temperatura nas praias em cinco estados onde o Tamar tem bases de pesquisa e conservação. O estudo, com duração de 3 anos,vai gerar dados que serão comparados com informações de mais de 20 anos de pesquisa sistematizada sobre tartarugas marinhas no Brasil. Os resultados das análises vão ajudar a criar estratégias de conservação para enfrentar os eventos climáticos que possam vir a afetar as tartarugas.
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