Interpol lança lista com procurados por crimes ambientais
Redação -
- 11/2014
Divulgação
A Interpol (polícia internacional) divulgou nesta segunda-feira a primeira lista de sua história de fugitivos acusados de cometer crimes ambientais. O objetivo das autoridades é obter informações que possam levar ao paradeiro dos nove foragidos mais procurados pela Justiça internacional. Segundo Stefano Carvelli, chefe da unidade de investigação da Interpol, os crimes cometidos pelos suspeitos são apenas a ponta de um esquema que mobiliza entre 70 a 213 bilhões de dólares anuais.
Um relatório publicado pela Interpol no início deste ano apontou que muitos dos crimes ambientais possuem ligações com organizações terroristas, como o grupo somali Al Shabab. A agência salienta que os fugitivos são perigosos e não devem ser interpelados pessoalmente.
A lista de foragidos da Interpol é um dos frutos de uma investigação sobre 139 suspeitos procurados em 36 países. A Operação Infra-Terra, esforço de 23 investigadores, elevou o perfil da unidade de crimes ambientais da agência e poderá fornecer pistas sobre outras atividades ilícitas de jurisdição internacional, já que as rotas usadas para crimes ambientais, como o tráfico de marfim, também costumar servir para outros delitos, como o tráfico internacional de armas. Futuramente, a Interpol pretende criar subdivisões geográficas para monitorar com maior precisão os crimes contra a natureza.
Entre os criminosos procurados pela Interpol está o holandês Nicolaas Antonius Cornelis Maria Duindam, procurado pela Justiça brasileira por tráfico de espécies nativas do país. Também há crimes relacionados a pesca e desmatamento ilegal e tráfico de marfim.
Confira os nove acusados de cometer crimes ambientais mais procurados pela Interpol:
Procurado pela Justiça italiana, Adriano Giacobone já recebeu sentenças de prisão por descarregar resíduos tóxicos de forma ilegal e contaminar lençóis freáticos, na década de 1980. Ele também recebeu uma condenação por acumularlixo em lugares inapropriados, em 1991. Além disso, pesam contra o italiano acusações de sequestro, posse de arma, recebimento de bens roubados, agressão, roubo, violência contra policiais, entre outros crimes fiscais.
Natural do Paquistão, Ahmed Kamran organizou uma operação criminosa inspirada no conto bíblico da Arca de Noé. O contrabandista supervisionou o embarque de mais de 100 animais selvagens, incluindo girafas e impalas, em um avião militar que partiu do Aeroporto Internacional de Kilimanjaro, na Tanzânia, e desembarcou no Catar, em 2010.
O mexicano era capitão de uma embarcação e responsável por organizar atividades de pesca ilegal nas águas de um parque nacional da Costa Rica, em 2008. Ele ordenou a pesca de atum em águas protegidas na Área de Conservação da Ilha de Coco Marine. As autoridades suspeitam que ele possa estar escondido no México, Colômbia ou Panamá.
Ben Simasiku é natural de Zâmbia e está sendo procurado por tráfico de marfim. Ele já chegou a ser preso junto de outros três suspeitos ao ser flagrado com dezessete presas de elefante. O caso foi movido pelas autoridades de Botswana e um alerta foi emitido para o Congo, Namíbia, África do Sul, Zâmbia e Zimbábue.
As autoridades não têm certeza quanto à nacionalidade do criminoso, mas emitiram uma ordem de busca internacional por seu envolvimento na caça ilegal de rinocerontes em reservas ambientais da Suazilândia. Shiba teria matado os animais e arrancado seus chifres para vendê-los no mercado negro. Ele também atende pelo nome de Mawillies Bhekimusa e provavelmente anda armado.
O criminoso nascido no Quênia foi flagrado em posse de 314 peças de marfim que pesavam mais de duas toneladas. Ele é apontado como o chefe de um grupo especializado em traficar marfim. Ali costuma viajar para a Tanzânia e atende pelos nomes de Feisal, Omar e Shahbal.
O holandês Duindam é procurado pela Justiça brasileira por ser membro de uma organização criminosa que trafica espécies nativas do país. A Interpol acredita que ele costuma viajar para seu país natal com frequência.
O criminoso, que possui cidadanias russa e alemã, chefia um grupo criminoso chamado BPP, responsável pela pesca ilegal de caranguejos entre 2006 e 2007. Acredita-se que sua organização tenha lucrado mais de 450 milhões de dólares. Pesam contra Darminov as acusações de formação de quadrilha e violação dos mares e das leis econômicas da Rússia.
Natural da Indonésia, Sudiman Sunoto é proprietário de madeireiras que recebiam toras de forma ilegal. Em novembro de 2006, o Departamento de Investigação Criminal do país descobriu 2.647 toras suspeitas nas empresas de Sunoto. Ele não apresentou nenhuma documentação que comprovasse a legalidade daquela atividade e está foragido desde então.
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