terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Quase 5 toneladas de celulares irão para o lixo neste ano, diz pesquisa


Angela Martins
Do Diário do Grande ABC

Pesquisa da Fundação Santo André revela que 4.770 toneladas de celulares, incluindo baterias e carregadores, serão descartadas nos aterros sanitários do País neste ano. Em 2013, o montante chegará a 7.500 toneladas. Os números foram obtidos com base em levantamento de vendas em 2010 e projeções de empresas especializadas sobre a vida útil dos aparelhos. O problema é que a maioria vai para o lixo comum e pode causar contaminações.

De acordo com a engenheira ambiental Nathália de Carvalho Aiolfi, que realizou o estudo, em 2010 foram vendidos 48 milhões de aparelhos, com peso médio de 100 gramas no País. "A vida útil é de dois a três anos e hoje existe muita dificuldade no descarte deste material. Grande parte vai para o lixo comum", afirma. No Estado de São Paulo são registrados 136 celulares a cada 100 habitantes. Em outubro de 2011 foram vendidos 57 mil aparelhos, aumento de 11,2% em relação ao mesmo período de 2010.

Segundo a pesquisadora, apesar do crescimento da venda de celulares no Brasil, e do rápido descarte de aparelhos, não há soluções adequadas para o descarte. "Há um projeto de lei que obriga a padronização de carregadores por parte dos fabricantes. Isso permitiria o reaproveitamento da peça."

No ano passado foi estabelecida pela Comunidade Europeia norma que padroniza os carregadores de celulares a partir deste ano. "Essa foi uma importante medida que em breve poderá ser copiada pelo Brasil. Porém, um dos principais problemas é o descarte da bateria no lixo comum. Elas contêm metais pesados como lídio e cádmio e, quando vazam, poluem os lençóis freáticos", destaca o professor Enio Borba Carli, coordenador da pesquisa.
O estudo conclui que não existem políticas públicas nem empresas especializadas na reciclagem de celulares que permitam garantir a ausência de impacto ambiental gerados pelos componentes tóxicos presentes na bateria e em outras peças dos celulares.

Cooperativas passam por treinamento

Em junho deste ano, as cooperativas Vila Popular, Cooperlimpa, Cooperpires, Coopercata, Associação Refazendo e Chico Mendes, todas da região, passaram a recolher celulares para enviá-los para reciclagem. A decisão foi tomada depois que seus integrantes participaram do curso do Projeto Eco-Eletro, que ensina o manuseio correto dos resíduos eletrônicos e o benefício financeiro da sua comercialização.
O projeto, realizado pelo Instituto GEA - Ética e Meio Ambiente, tem por objetivo ensinar aos trabalhadores como manipular com segurança e fazer a triagem dos detritos eletrônicos, a fim de gerar maior renda para as cooperativas de catadores. "Durante o curso aprendemos a fazer a triagem desses produtos e aproveitar cada peça que pode ser reciclada", afirma a presidente da Associação Refazendo, Francisca Maria Lima Araújo, de São Bernardo.
No entanto, o número de aparelhos recolhidos é pequeno. De acordo com Francisca, por mês a cooperativa recolhe apenas, em média, quatro quilos de componentes de celulares. "Acredito que a maioria das pessoas descarta o material no lixo comum mesmo, o que não é correto."
Na Cooperlimpa, localizada em Diadema, o recolhimento de celulares também é muito tímido. "É tão pouco que nem contabilizamos quantas peças chegam até nós. Vendemos cada aparelho por cerca de R$ 1 para empresas especializadas na reciclagem desse tipo de material", diz o presidente da cooperativa, José Lacerda Borges.

*Em Campos dos Goytacazes, você pode descartar de modo adequado este tipo de resíduo, em todas as lojas oficiais das operadoras de celulares:TIM/OI/CLARO E VIVO.

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