Enquanto na Holanda o índice de reaproveitamento de sobras na construção civil chega a 80% (o melhor do mundo), no Brasil o objetivo é alcançar pelo menos 5%, segundo informações da revista Téchne, especializada em engenharia civil.
Para alcançar esse número, o poder público e entidades empresariais buscam regulamentar e estimular o processamento do entulho e a reutilização do material, no intuito de implantar uma cadeia produtiva para o reaproveitamento dos resíduos, inclusive com o desenvolvimento de métodos de controle tecnológico.
De acordo com as experiências e estudos já feitos, praticamente todo o resíduo de construção pode ser processado, desde que respeitadas às recomendações para o processo de separação e processamento.
A revista Téchne listou como cada material deve ser tratado no canteiro de obra para que seja possível o reaproveitamento. Conheça essas medidas.
- Plásticos
Origem: fiação, tubulações, diversos.
Reciclagem e cuidados: os materiais são encaminhados para indústrias especializadas nesses compostos que, após processar o material, podem recolocá-lo no mercado, inclusive em outras utilizações, como embalagens.
- Materiais cimentícios
Origem: argamassas, concretos, blocos para alvenaria.
Reciclagem e cuidados: os materiais são britados e reaproveitados como agregado. Deve-se tomar cuidado para não deixar gesso no entulho, pois compromete o desempenho do material reciclado. Quando finalmente dividido, pode ser empregado como material pozolânico. Eventualmente, pode ser misturado com material cerâmico, desde que mantida a homogeneidade. Nesse caso, o desempenho é inferior àquele verificado com o emprego exclusivo de material cimentício.
- Madeiras
Origem: fôrmas, escoramentos, sobras da carpintaria ou marcenaria.
Reciclagem e cuidados: as sobras são encaminhadas para indústrias de processamento de madeiras. A reciclagem é dificultada se o material estiver pintado, pois a tinta pode ser tóxica. Em geral, ela é empregada para a produção de chapas de madeira aglomerada ou, em casos mais raros, usada na alimentação de fornos.
- Materiais cerâmicos
Origem: blocos, telhas, pisos, pastilhas de revestimentos.
Reciclagem e cuidados: os materiais são britados e reaproveitados como agregado não estrutural. Quando finamente dividido, é recomendado como aditivo pozolânico. Eventualmente, pode ser misturado com material cimentício, desde que mantida a homogeneidade. Nesse caso, o desempenho pode melhorar.
- Metais
Origem: tubulações, esquadrias, fôrmas, ferramentas.
Reciclagem e cuidados: são encaminhados como sucata para depósitos de ferro-velho ou siderúrgicas. Atualmente, 95% do aço dos vergalhões produzidos no Brasil vêm de reaproveitamento de sucata, oriunda sobretudo de navios antigos.
- Outros
Origem: gesso, tecidos, papéis.
Reciclagem e cuidados: podem ser processados nas indústrias especializadas em cada tipo de material. No caso do gesso, deve-se tomar cuidado para não misturar com resíduos cimentícios, pois a mistura expande em contato com a água e prejudica o desempenho do material. No caso de revestimento de gesso em paredes de alvenaria, a proporção de gesso é inferior ao limite de comprometimento. O maior cuidado deve ser tomado com paredes e forros de gesso acartonado.
Extraído de EcoDesenvolvimento.
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