Bandeira
tarifária verde não significa que podemos desperdiçar energia elétrica
Abril de
2016 equipe eCycle
O benefício financeiro que a bandeira verde
traz é pequeno na conta de luz no final do mês – são as taxas extras que
deixarão de incidir
Imagem: Pixabay / CC0
Em abril, a bandeira tarifária que ajusta o
preço das contas de energia elétrica de acordo com os custos de sua produção
passa da cor amarela para a verde, segundo a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel). Isso significa que os consumidores deixarão de pagar a taxa
extra de R$ 1,50, em média, a cada 100 quilowatts-hora (kWh) de energia
consumidos.
De acordo com a Aneel, a mudança é
consequência da recuperação dos reservatórios hidrelétricos e novas usinas que
foram adicionadas ao sistema, o que permitiu diminuir o uso das termelétricas –
que geram energia mais cara, poluente, e que voltaram a ser ligadas nos últimos
dois anos com a crise hídrica e o aumento do consumo em todo país. Mas, na
prática, o benefício financeiro que a bandeira verde traz é pequeno na conta de
luz no final do mês – são as taxas extras que deixarão de incidir.
Nesse momento, o Instituto Akatu,
alerta que a mudança para bandeira tarifária verde não deve ser entendida como
um “sinal verde” para o desperdício. “Se o consumidor achar que a energia está
mais barata, pode voltar a tomar banhos mais longos, esquecer luzes acesas ou
ligar mais vezes o ar condicionado, sem necessidade. É importante lembrar que
esse descuido pode trazer, além de um aumento na conta de luz, um grande
impacto negativo para o meio ambiente e a sociedade”, afirma Helio Mattar,
diretor presidente do Instituto Akatu.
Fontes
alternativas
Não existe geração de energia sem impactos:
mesmo que a produção de energia elétrica no Brasil volte a crescer nas
hidrelétricas, há impactos negativos ao represar a água, pois inundam áreas em
que antes existiam cidades, florestas ou mesmo agropecuária. “A construção e
manutenção das hidrelétricas para produção de energia também contribui para o
aumento da concentração de gases de efeito estufa e o aquecimento global.
Precisamos combater o desperdício de energia, consumindo somente o necessário,
ao mesmo tempo em que promovemos a transição para fontes alternativas como a
energia eólica e a solar, para atender a demanda por energia garantindo o
bem-estar de toda a sociedade”, ressalta Mattar.
Para o Instituto Akatu, os hábitos de consumo
consciente de energia devem ser adotados de maneira permanente. “Ter mais
abundância ou ser mais barato não significa que um recurso como água e energia
estarão disponíveis para sempre. Devemos economizar todos os dias para que não
só hoje mas também nas futuras gerações haja um acesso aos recursos dentro dos
limites do nosso planeta. No caso da energia elétrica, bandeira verde não
significa sinal verde para o desperdício. Devemos pensar sempre em sinal
vermelho para o desperdício!”, defende Helio Mattar.
Fonte: Instituto Akatu
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