quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Maior espécie de arraia do mundo aparece no entorno do Porto de Paranaguá

Maior espécie de arraia do mundo aparece no entorno do Porto de Paranaguá

Pesquisadora busca apoio para estudar o comportamento do animal, já que litoral paranaense é o único lugar no mundo onde está confirmada a ocorrência sazonal da arraia manta

POR KARIN SALOMÃO

Planeta_Bicho_raia_manta2 (Foto: Andrielli Medeiros)
Uma arraia manta dá um salto por cima da água. A maior espécie do mundo, que chega a medir até 7 metros, é avistada saltando em uma baía paranaense, na área de influência do Porto de Paranaguá. Elas dão saltos simples ou duplos e caem de costas na água. (Veja vídeo aqui)
Curiosa com essa aparição, uma pesquisadora catarinense, formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), começou a registrar a ocorrência dessas raias mantas – já são 320 saltos confirmados, que podem ser de indivíduos diferentes ou não. O curioso é que os animais só aparecem em alguns meses do ano, no verão.
Normalmente, a ocorrência das raias mantas é comum em áreas oceânicas, em ilhas ou recifes de coral. A ocorrência delas em estuário (áreas abrigadas onde a água do mar se mistura com a água dos rios) se restringe a registros esparsos na costa dos Estados Unidos e agora na Baia de Paranaguá.
Porém, “aqui é o único lugar no mundo onde elas aparecem sazonalmente”, diz Andrielli Medeiros. Segundo a pesquisadora, o número exato de raias mantas que circulam por aqui ainda é difícil de saber. Ela está levantando diversas hipóteses para explicar sua presença sazonal. Alimentação, reprodução e parto, temperatura da água serão estudados em sua pesquisa de doutorado.
Com o Projeto Raia Manta, agora ela estuda os detalhes da curiosa presença desses animais. “Essas raias aparecem lá há muito tempo. Os pais dos pescadores já as conheciam”, diz a pesquisadora. Ainda que a espécie esteja ameaçada de extinção, essa colônia se manteve graças aos pescadores, que não se alimentam das raias. A baía também é rodeada de áreas de preservação ambiental e não há nem indústrias nem lavouras na região.
No entanto, elas correm alguns riscos. A proximidade com o porto é um deles, por exemplo. A poluição é bastante prejudicial, já que as raias se alimentam filtrando a água e podem sufocar com algum lixo. Além disso, outro problema surge quando as raias voltam ao mar aberto. A pesca industrial pode acabar capturando diferentes animais, como golfinhos, tartarugas e as raias.
Atualmente, Andrielle busca financiamentos, junto com a educadora ambiental Juliana de Ventura Pinna, para entender a migração das raias e comprar uma câmera de qualidade para documentá-las. Outro plano é buscar financiamento em editais de turismo, já que a observação dos saltos das raias são um excelente atrativo para o ecoturismo.
Planeta_Bicho_raia_manta3 (Foto: Andrielli Medeiros)

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