domingo, 31 de agosto de 2014

Cuidado com as baterias botão

Cuidado com as baterias botãoAfonso Capelas Jr. -/06/2014 

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Parece alarmismo demais, mas não é. A Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon-MJ) acaba de aderir a uma campanha global pela conscientização sobre o uso de pilhas e baterias. Ela foi lançada na segunda quinzena de junho por órgãos de proteção à saúde e segurança do consumidor em diversos países que integram a Rede Consumo Seguro e Saúde das Américas e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O perigo é real. Nos centros de controle de envenenamento dos Estados Unidos todos os anos são registrados cerca de 3 500 casos de crianças que ingerem acidentalmente baterias de lítio – aquelas pequeninas do tipo botão.
Em uma casa elas estão em toda a parte porque são largamente usadas em diversos aparelhos eletrônicos com os quais as crianças têm contato diário: controles remotos, relógios, calculadoras, tocadores de MP3 e até tênis e roupas infantis que têm luzes pisca-pisca. Inclusive brinquedos. Uma criança morreu recentemente na Austrália, país onde são relatados quatro casos de ingestão acidental por semana.
Engolir essas baterias causa lesões gravíssimas e permanentes, de acordo com os especialistas. O índice registrado de casos de letalidade é considerado alto50% das crianças que ingeriram essas baterias morreram. Aqui no Brasil já foram aconteceram vários casos semelhantes. Por isso, juntam-se à campanha o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e a organização não governamental Criança Segura.
“Muitos pais desconhecem o risco que essas baterias representam para as crianças. Ao mesmo tempo fazemos um alerta à classe médica, em função da dificuldade no diagnóstico em caso de acidente”, disse o assessor da diretoria de Avaliação da Conformidade do Inmetro, Paulo Coscarelli. “Os sintomas apresentados pela criança, como febre e dor de estômago podem ser facilmente associados a resfriados, viroses ou alergias e não ao fato dela ter ingerido ou introduzido uma bateria na narina”, complementou.
De acordo a ONG Criança Segura, as pequenas baterias podem se alojar na garganta da criança e desencadear uma corrente elétrica causada pela saliva. A reação química provoca queimaduras no esôfago em menos de duas horas. As queimaduras podem se agravar, mesmo depois da remoção da bateria.
ONG Criança Segura sugere estas medidas de segurança, caso um acidente com baterias botão aconteça:
- Deixe equipamentos com baterias botão fora de alcance quando o compartimento da bateria não for seguro e trave as baterias frouxas;
- Se a criança engolir a bateria botão, imediatamente procure atendimento médico de emergência. Não a deixe comer ou beber e não estimule o vômito;
- Os sintomas podem ser similares aos de outras doenças, como tosse, ‘babação’ e desconforto. Como as crianças conseguem respirar normalmente, o diagnóstico pode ser difícil;
Relate o caso no Sistema Inmetro de Monitoramento de Acidentes de Consumo (www.inmetro.gov.br/acidenteconsumo), o que poderá fundamentar uma possível regulamentação do uso de baterias.
Imagem – Creative Commons

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