ICMBIO PROMOVE SOLTURA DE MAIS UM PEIXE-BOI MARINHO EM ALAGOAS
Em 20 anos, este foi o 37º animal da espécie devolvido à natureza
Gustavo Frasão
gustavo.caldas@icmbio.gov.br
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Brasília (31/07/2014) — O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio) realizou na manhã da última segunda-feira (28) a soltura de mais um peixe-boi marinho no estuário do Rio Tatuamunha (AL), interior da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais. Este é o 37º animal da espécie devolvido à natureza em 20 anos.
A médica veterinária e coordenadora-substituta do CMA, Fernanda Niemeyer, destacou que trata-se de um número bastante expressivo, já que a população de peixe-boi marinho está ameaçada de extinção no Brasil. "Existem entre 500 e mil indivíduos, somente isso. Poder devolvê-los ao habitat natural, é uma tarefa gratificante", disse.
Desta vez, o peixe-boi marinho foi uma fêmea de 2,78m e idade aproximada de cinco anos. O animal foi encontrado encalhado, ainda com resquícios de cordão umbilical, em março de 2010 no Pontal do Maceió, município de Fortim (CE). "A Joana, assim como todos os outros 36 peixes-bois marinhos que resgatamos, chegou aqui ainda recém-nascida. Eles ficam encalhados e se não forem ajudados acabam morrendo", explicou Fernanda.
Após o resgate, Joana foi transportada para Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos, em Itamaracá, PE, onde permaneceu até o dia 28 de abril deste ano, quando foi levada para um recinto de readaptação em Porto de Pedras. "Após 3 meses, ela aprendeu a lidar com as marés, variação de salinidade, ambiente do manguezal, conviveu com mais 6 peixes-bois e com outras espécies de manguezal. Agora, está apta à vida livre", comemorou a veterinária.
20 ANOS DE MANEJO PARA A CONSERVAÇÃO DOS PEIXES-BOIS NO BRASIL
O Programa de Manejo para a Conservação de Peixes-boi no Brasil teve início em 1994 com a reintrodução de dois animais em Paripueira/AL. Desde então, o Projeto Peixe-boi trabalha para reintroduzir novos animais. Os objetivos são recolonizar áreas ocupadas no passado, reconectar populações isoladas entre os estados de Alagoas e Pernambuco e aumentar a variabilidade genética destas populações, protegendo-as da extinção.
O CMA conta com a parceria do Instituto Mamíferos Aquáticos (IMA) e o apoio de diversas instituições para realização de pesquisas, manejo, monitoramento, desenvolvimento comunitário e educação ambiental nas áreas de ocorrência da espécie. A próxima soltura está prevista para a segunda semana de agosto.
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