domingo, 14 de julho de 2013

Produção de energia na América Latina pode ter carbono zerado



Produção de energia na América Latina pode ter carbono zeradoJosé Eduardo Mendonça - 02/05/2013 às 10:55 Planeta sustentável 

Seriam necessários U$ 66 bilhões por ano em investimentos até 2050
As emissões de carbono da América Latina e Caribe são pequenas, e parecem estar decrescendo. Mas serão necessários esforços para reduzí-las mais ainda, visando as metas de estabilização globais do clima.
O chamado orçamento de carbono da América Latina (ou seja, a quantidade que um país, ou região, pode emitir) tem como fortes contribuintes o uso da terra, energia e tranporte. Por esta razão, acredita Rajendra Pachauri, chefe do Painel Intergovernamental Sobre a Mudança do Clima (IPCC), da ONU, o mais apropriado é o foco na redução destes setores – isto contribuiria com benefícios para a segurança alimentar, saúde, bem-estar e desenvolvimento tecnológico.
Agora, diz um estudo sobre a estabilização do clima na região, a eliminação da pegada de carbono do setor de energia da região precisaria de um investimento anual de U$ 66 bilhões até 2050, e os gastos com energia renovável totalizariam metade desta quantia.
Este estudo foi apresentado inicialmente na conferência Rio+20, no ano passado, e é um esforço conjunto do Banco Inter-Americano de Desenvolvimento, a Comissão Econômica da América Latina e Caribe e o World Wide Fund.
Começando com a premissa de que a geografia, a distribuição da população, a infraestrutura e a dependência de recursos naturais (agricultura,  biodiversidade e disponibilidade de água) tornam a região particularmente vulnerável à mudança do clima, o trabalho projeta o que chama de cálculo “conservador” de U$ 100 bilhões anuais de danos econômicos até 2050, atribuíveis a ela. O perfil de emissões na área é basicamente o oposto daquele do resto do globo, com a maioria das emissões vindas do uso da terra e transportes, e 25% a 30% da geração de energia.
O caminho para a estabilidade, definido como a emissão de 2 toneladas de CO2 per capita em 2050, reside principalmente em ajustes agressivos do uso da terra, a eletrificação disseminada do setor de transportes, mas também em repensar o uso de energia, com metas ambiciosas de redução da demanda (40%), o alcance de 60% a 80% de energia renovável no mix energético e a geração de 75% a 100% da energia de fontes renováveis. Os números podem parecer exagerados, mas o estudo calcula que o cenário de “negócios como de costume” iria requerer mais U$ 464 bilhões em gastos anuais até 2050 para bancar a demanda de energia projetada para a região.
“Deter e reverter o atual caminho de carbonização da matriz energética regional até 2050 implicaria em uma grande transição para a rápida geração de energia renovável na área,” dizem os autores do estudo, de acordo com o Renewable Energy World. “A implicação é que por menos de U$ 100 bilhões por ano em 2050 (ou U$ 2 trilhões, cumulativamente) em recursos financeiros adicionais, a região pode reduzir suas emissões, em um nível consistente com a meta desejável de aquecimento global abaixo dos 2Cº até o final do século.”

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