segunda-feira, 15 de julho de 2013

Igreja de Itaipu corta 334 árvores para missa campal

Vice-prefeito de Niterói diz que ação foi lamentável e nega ter dado autorização

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Grande área que fica dentro do terreno da Paróquia São Sebastião de Itaipu está sendo desmatada
Foto: O Globo / Hudson Pontes
Grande área que fica dentro do terreno da Paróquia São Sebastião de Itaipu está sendo desmatada O Globo / Hudson Pontes
A remoção de 334 árvores da Mata Atlântica causou constrangimento na prefeitura de Niterói e reações indignadas de ambientalistas. Uma denúncia levou fiscais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) a flagrarem, na última segunda-feira, o desmatamento de um terreno da Paróquia de São Sebastião de Itaipu, na Região Oceânica de Niterói. Ao órgão ambiental, a igreja justificou que precisava limpar a área para celebrar uma missa campal durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). A paróquia se prepara para receber 800 peregrinos.
O vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, disse ontem que o episódio é “lamentável” e negou que a prefeitura tenha dado autorização para o corte num terreno às margens do Parque Estadual da Serra da Tiririca, uma unidade de conservação estadual:
— Um evento destinado à juventude deveria ter caráter educativo e, portanto, compromisso com o meio ambiente e com o futuro. É óbvio que a supressão contraria a legislação.
Ainda ontem, o secretário de Meio Ambiente de Niterói, Daniel Marques, reforçou que não havia autorizado qualquer desmatamento:
— Multamos (os responsáveis), bem como obrigamos que eles façam medidas compensatórias. Agimos.
O GLOBO não conseguiu contato com o padre Casimiro nem com o advogado que representa a paróquia, Rafael Bueno Curi. Eles apresentaram à chefia do Parque da Tiririca, após a inspeção do Inea ao terreno, um termo de compromisso ambiental firmado entre a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Niterói e a paróquia. No documento, a igreja se compromete a replantar a área e recuperar toda a restinga da Praia de Itaipu.
O diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Inea, André Ilha, afirmou que o órgão ambiental “jamais daria autorização” para o corte.
— É uma área de amortecimento do Parque da Tiririca. A gente não autorizaria de jeito nenhum. É um fragmento de Mata Atlântica. Vamos autuá-los. Precisamos saber se houve ou não autorização.
Esta não é a primeira polêmica envolvendo meio ambiente e a JMJ. A pedido da Arquidiocese, a Fundação Parques e Jardins chegou a autorizar, no último dia 5, a retirada de 11 coqueiros na Praia do Leme, junto a um dos palcos montados para a Jornada. O prefeito Eduardo Paes acabou vetando a supressão.



 http://oglobo.globo.com/rio/igreja-de-itaipu-corta-334-arvores-para-missa-campal-9022009#ixzz2Z0TfCv4W 

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