Estudantes mostram em Brasília soluções criativas
para reciclagem do lixo
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Brasília Karine Melo – Repórter da Agência
Brasil
Mais de 700 estudantes de todo o Brasil participam
do Torneio de Robótica Antonio Cruz/ Agência Brasil
Imagine poder
recarregar uma pilha alcalina comum 20 vezes. Ou quem sabe ter nas embalagens
dos produtos um selo que identifique em qual cor de lata de lixo reciclável
aquele material deve ser descartado. Já pensou em depositar latinhas ou
caixinhas de suco em um coletor e ganhar pontos que podem ser trocados por
ingressos no cinema ou por sanduíches em lanchonetes? As soluções estão sendo
apresentadas até este domingo (20), em Taguatinga, cidade a 20km de Brasília,
no Torneio de Robótica First Lego League, promovido pelo Serviço Social da
Indústria (Sesi).
Equipe de São Caetano do Sul desenvolveram equipamentos para recarregar
pilhasAntonio Cruz/ Agência Brasil
Pilhas
A preocupação com o
dado da Associação Brasileira de Indústria Eletro Eletrônica (Abinee), de que
anualmente são utilizadas no Brasil cerca de 800 milhões de pilhas, e que só 1%
delas são recicladas, fez com que a equipe Thunderstruck, de São
Caetano do Sul (SP), desenvolvesse dois equipamentos capazes de recarregar
pilhas. Os inventores dizem que o tempo de carregamento é de cerca de 1h30
minutos. O tutorial para a construção dos
carregadores está disponível na internet para qualquer um que
queira desenvolvê-lo em casa. O custo de produção da versão mais tecnológica é
de R$ 70. Já a mais simples, porém mais difícil de montar, custa cerca de R$ 7.
Selo
A ideia de colocar
nas embalagens de produtos de supermercados selos com cores da respectiva lata
de lixo reciclável onde o material deve ser descartado veio da equipe Canaã
Robots, da Escola Sesi Canaã, de Goiânia (GO). A equipe percebeu que as
pessoas tinham dúvidas na hora de descartar corretamente as embalagens. O mesmo
selo também traz um QR Code, que, quando lido, por meio de um aplicativo de
celular desenvolvido pela equipe, traz informações sobre aquele produto.
“Nossa intenção é
que esse selo passe a ser obrigatório nas embalagens por força de uma lei. A
partir da nossa ideia, convencemos a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia
Legislativa do Estado de Goiás a apresentar uma proposta com essa finalidade, e
ela está tramitando”, disse, orgulhosa, à Agência Brasil, a aluna
Giovana Correia, de 14 anos.
Equipe de Goiânia sugere colocar selos nos produtos de supermercados com
cores da respectiva lata de descarteAntonio Cruz/ Agência Brasil
Caixinhas e
Latinhas
Da equipe Teslavince,
de Manaus (AM), veio uma solução para incentivar a reciclagem de materiais. O
grupo criou um coletor e um aplicativo que pontua o descarte de produtos.
Originalmente criado para receber latinhas, o coletor já foi adaptado para o
torneio, em Brasília, para receber caixinhas, já que sucos nesse tipo de
embalagem fazem parte dos kits de lanche que são distribuídos pelos
organizadores aos participantes. “Nossa ideia é adaptar o coletor para receber
lixo eletrônico também”, ressaltou o grupo. Nesse caso a troca de material por
pontos ainda não está sendo realizada na prática, mas já existem empresas
interessadas na ideia.
Orgulho
Um dos grandes
entusiastas do torneio é Armando Clemente ou “Tiuzão”, como gosta de ser
chamado e é conhecido entre os competidores. Voluntário, gerente de uma empresa
multinacional parceira do torneio, ele é juiz geral do evento. “Aqui os
participantes aprendem que além de utilizar eles também podem produzir
tecnologias. Nosso país tem muito potencial para tecnologia, precisamos
inspirar e incentivar a galera”, destacou.
“ Estou no torneio
desde 2004 e hoje me orgulho de ver que a gente tem vetores como Lucas
Trambaiolli, da Universidade Federal do ABC, que trabalha com Neurociência e
começou, em 2003 ,pequenininho e Vinuicius Milani, que está na General Motors,
tralhando nos projetos das linhas montagem dos carros”, lembrou Tiuzão.
Da equipe Teslavince, de Manaus (AM), veio a
criação de coletor e aplicativo que pontua o descarte de produtos Antonio Cruz/
Agência Brasil
A última fase da
competição, que é nacional tem 77 equipes finalistas, com aproximadamente 750
estudantes. A disputa neste sábado (19) e domingo (20), das 8h às 18h, na
unidade do Sesi Taguatinga, no Distrito Federal, e é aberta ao público.
Do torneio sairão
15 projetos vencedores vão participar de torneios internacionais na Austrália,
Espanha e Filipinas.
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-03/mini-inventores-desenvolvem-solucoes-criativas-para-reciclagem-do-lixo
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