ÉPOCA mostrou que empresa despeja a "água negra" no mar. Diretor da companhia disse as práticas da Petrobras estão de acordo com padrões internacionais de qualidade
O O O Odiretor da Área Corporativa e de Serviços da Petrobras, José Eduardo Dutra, negou que a companhia tenha falhado nos procedimentos para lidar com a água de produção - mistura de água do mar com óleo, graxa e inúmeras substâncias tóxicas, incluindo metais pesados -, subproduto da extração de petróleo. Um inquérito da Divisão de Crimes Ambientais da Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro concluiu que a empresa não respeita a legislação sobre o tratamento e o descarte da "água de produção", também chamada de "água negra", como mostrou reportagem da revista ÉPOCA.
Dutra destacou ainda que as práticas da Petrobras com relação à água de produção está de acordo com os padrões internacionais, pois "a legislação brasileira em relação a isso é tão rigorosa quanto a dos países europeus"."Temos plena convicção de que cumprimos tudo aquilo que está na legislação. A PF chegou a essa conclusão, mas se isso virar um processo, vamos nos defender", afirmou Dutra, após participar de cerimônia de lançamento dos editais para a seleção de projetos do Programa Petrobras Ambiental (PPA) e do Programa Petrobras Desenvolvimento & Cidadania (PPDC), na sede da Petrobras, no Rio.
A água negra
Segundo a reportagem, a empresa deveria tratar a “água negra” – um subproduto da produção de petróleo extremamente poluente. No entanto, só 29 das 110 plataformas tratam essa água tóxica. Agentes da Polícia Federal descobriram que a água negra está sendo despejada diretamente em rios e no mar.
A reportagem mostra como o óleo, misturado a dezenas de poluentes, era lançado ao rio durante a vistoria dos fiscais e vazava dos dutos da estação de tratamento de detritos. Segundo os investigadores, a estação de tratamento “parecia um filme de terror”. As substâncias coletadas pelos fiscais mostraram-se altamente tóxicas, com níveis de óleo, graxas e fenóis “muito acima” dos limites legais.
Segundo a PF, o dano ambiental causado pela negligência da Petrobras é consideravelmente menor do que o recente vazamento de petróleo da Chevron. Ainda assim, os agentes federais indiciaram dois gerentes da Petrobras por crime ambiental. Se condenados, eles podem pegar até cinco anos de prisão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo sua participação e opinião !