sábado, 3 de novembro de 2012

Dois lixões serão fechados em Barra Mansa e Itaguaí


Licenças foram concedidas pelo Instituto Estadual do Ambiente no último dia 29


RIO - Mais dois lixões no estado terão as atividades encerradas. De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), as licenças, concedidas no último dia 29, preveem intervenções para a cobertura do lixo já existente, drenagem dos gases e do chorume, monitoramento geotécnico e a vigilância dos lixões de Barra Mansa e Itaguaí. Segundo a presidente do Inea, Marilene Ramos, são 148 toneladas diárias de resíduos sólidos urbanos que passam a ter destinação adequada.

Com a desativação dos lixões de Barra Mansa e Itaguaí, sobe para 57 o número de lixões fechados no estado. Com isso, até o fim deste ano 95% do total de resíduos sólidos do estado terão destinação adequada em aterros sanitários controlados ou centrais de tratamento de resíduos.
O encerramento do vazadouro de lixo no bairro Cotiara, em Barra Mansa, segundo o Inea, foi possível graças à inauguração da Central de Tratamento de Resíduos (CTR) do município, que aconteceu no primeiro semestre desse ano. Em Itaguaí, o vazadouro do bairro Vila Ibirapitanga deixou de receber resíduos porque o município passou a destinar o lixo para a CTR de Seropédica, que passará a receber as 84 toneladas diárias de resíduos sólidos urbanos produzidos diariamente pelo município.
De acordo com o Inea, do total de lixões inativos, 14 já foram remediados, ou seja, tiveram tratamento ambiental adequado. Outros cinco estão em processo de remediação e 38 ainda não foram remediados. Em todo o estado, restam 37 vazadouros ativos, todos em municípios de pequeno e médio portes, sete deles estão em processo de remediação.
A previsão do Inea é de que, até o fim do ano, 70 municípios do estado estejam destinando seu lixo para aterros sanitários ou CTRs.
No dia 25 de setembro deste ano, o último lixão situado às margens da Baía de Guanabara, o vazadouro de lixo de Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio, também teve suas atividades encerradas em operação realizada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), com apoio de policiais do Comando de Polícia Ambiental (CPAm) e da Prefeitura de Guapimirim. Na ocasião, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e a presidente do Inea, Marilene Ramos, que acompanharam a ação, disseram que com o fechamento desse lixão e os de Itaoca, em São Gonçalo; de Babi, em Belford Roxo; e de Gramacho, em Duque de Caxias, a Baía de Guanabara deixaria de receber “um Maracanã” de chorume por semana.
Já o Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, fechado no fim de junho passado, foi alvo de várias polêmicas durante 36 anos. Em operação entre 1976 e junho deste ano, o Aterro de Gramacho recebia, até abril de 2011, quando teve início seu fechamento gradativo, aproximadamente 9.500 mil toneladas de lixo domiciliar por dia, sendo 75% provenientes do Rio e 25% dos municípios de Duque de Caxias, São João de Meriti, Nilópolis, Queimados e Mesquita.
Suas instalações ficavam num terreno argiloso cercado de vegetação de mangue, numa área de 1,3 milhão de metros quadrados (maior que o Parque do Flamengo, na Zona Sul do Rio), às margens da Baía de Guanabara. O encerramento das atividades implicou o fim do trabalho de 1.800 catadores de materiais recicláveis, que atuavam em condições sub-humanas.
Em 2005, a Câmara dos Vereadores de Caxias aprovou a criação de uma taxa de compensação ambiental, que previa a cobrança de um pedágio de até R$ 50 por caminhão que entrasse no aterro. A cobrança irritou a Comlurb, proprietária do local, que decidiu entrar na Justiça. Em resposta, a prefeitura de Caxias barrou 28 caminhões da empresa de limpeza urbana do Rio na entrada do lixão. Liminares garantiram a reabertura do aterro e a suspensão da cobrança.
Em 2010, o documentário “Lixo extraordinário”, do artista plástico Vik Muniz, mostrou a trajetória dos detritos recolhidos em Gramacho e transformados em arte. Protagonista do filme, o catador Tião Santos virou celebridade e ganhou o prêmio Faz Diferença na categoria Revista O GLOBO. Este ano, o aterro inspirou um dos núcleos principais da última novela das 21h da TV Globo “Avenida Brasil”.

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