sexta-feira, 6 de março de 2015

Vida nova no mangue


Vida nova no mangue

PUBLICADO . EM BIODIVERSIDADE

6673Meta é o replantio de oito hectares na Área de Preservação Ambiental - Fotos: Divulgação ONG Guardiões do MarDepois de muitos anos sofrendo com a degradação e o desmatamento, parte do manguezal de um dos principais santuários ecológicos do Rio de Janeiro, a Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim pode começar a respirar. Graças ao trabalho que vem sendo realizado pela ONG Guardiões do Mar, por meio do projeto Uçá, que tem como meta fazer o plantio de espécies típicas do mangue e recuperar o equivalente a cerca de quatro hectares devastados.
A expectativa dos especialistas é que, em poucos meses, boa parte do manguezal já estará coberta e reflorestada. Na próxima semana, biólogos e engenheiros florestais começam a acompanhar o crescimento dessas mudas, que irão devolver a essa parte do manguezal o papel de oxigenar aquele habitat.
O projeto Uçá, criado pela ONG Guardiões do Mar, conta com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental. Além de estudar o real impacto da poluição nos manguezais, o Uçá prevê o replantio de oito hectares na Área de Preservação Ambiental.
O estudo, realizado pelos especialistas da Guardiões do Mar, inclui avaliar também o impacto da poluição causada pelo homem para uma espécie que sobrevive nos manguezais e que é fonte de renda de muitos catadores: o Ucides cordatus, ou caranguejo Uçá, cada vez mais escasso na Baía de Guanabara.
Iniciado em julho do ano passado, o projeto Uçá realiza pesquisas de campo na Baía de Guanabara, avaliando as condições de sobrevivência do caranguejo e promovendo um levantamento da costa marinha dessas regiões. Os biólogos e engenheiros florestais estão fazendo a identificação da fauna e em que condições se encontra.
6673bOs pesquisadores abriram duas frentes até o momento. As saídas de campo para realizar o estudo científico sobre a situação do caranguejo, incluindo os filhotes e larvas, e capina de vegetação exótica.
Para o replantio, foram coletados sementes das três principais espécies vegetais de manguezal: Rhizophora manglee, Laguncularia racemosa e Avicenia schauerianna, os chamados mangue preto, vermelho e branco, respectivamente. Nos próximos meses, os especialistas vão acompanhar o diâmetro do caule, altura da muda, desde a base até a última folha e avaliar de que forma as mudas estão se adaptando ao ambiente. As novas espécies foram plantadas com um espaçamento de cerca de 2x2 metros.
Na foto, biólogo faz mapeamento da área.
“A maioria das pessoas não têm a menor ideia da importância dos manguezais para o ecossistema. Acham bonito falar de mangue, mas não entendem a real importância. Estamos estudando e recuperando áreas degradadas e, além de passarmos a mensagem de educação ambiental para jovens e crianças que passam a ser multiplicadores, estamos realizando parcerias com escolas, secretarias de Meio Ambiente e Educação. Essas parcerias são fundamentais para ampliarmos esse leque e fortalecer a consciência ambiental”, explica Pedro Belga, presidente da ONG Guardiões do Mar.
Parceria com a APA de Guapimirim para reflorestamento
Para reflorestar a APA de Guapimirim, a ONG também firmou um convênio de cooperação técnica com o Instituto de Biodiversidade Chico Mendes, para ajudar no reflorestamento da Baía de Guanabara, na região da APA. A parceria inclui também a Estação Ecológica da Guanabara.

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