sexta-feira, 29 de maio de 2015

Quase 40 espécies de plantas ameaçadas de extinção no RJ

Quase 40 espécies de plantas ameaçadas de extinção no RJ

Publicado em 02/2015


SEA / Divulgação
Clique na foto para ampliá-la
Mais de 30 profissionais atuam em todo o Estado no Inventário Florestal do Rio de Janeiro

Keylla Thederich

Pelo menos 37 espécies de plantas, entre árvores, arbustos e cactos, catalogadas no Estado do Rio de Janeiro, estão ameaçadas de extinção. Nas regiões Norte e Noroeste, sete espécies de árvores estão ameaçadas em cinco municípios. Esse é o resultado parcial do Inventário Florestal do Rio de Janeiro divulgado no início do mês pela Superintendência de Biodiversidade e Florestas da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA).

Na região, as sete espécies ameaçadas foram registradas nos municípios de Laje do Muriaé, Cambuci, Itaperuna, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra. Entre elas estão cedro (Melanoxylon brauna), ipê amarelo da mata (Lecythis lurida), jequitibá (Cariniana ianeirensis), jequitibá-rosa (Cariniana legalis) e ingá-da-praia (Inga maritima). Os outros registros aconteceram na Região dos Lagos.

De acordo com a SEA, as amostras dos vegetais foram encaminhadas ao Jardim Botânico, onde serão analisadas e discutidas maneiras mais adequadas para a preservação. "As amostras serão avaliadas por especialistas e conforme a situação de cada uma será decidido sobre a necessidade de criar ou ampliar áreas protegidas para as espécies ou se elas serão incluídas em listas de reflorestamento", informou o coordenador do Inventário Florestal, Telmo Borges.

Relatório para definir as ações

Ainda segundo Borges, as análises fornecerão dados sobre uso da terra, composição e estrutura florestal em diversos solos, fertilidade dos terrenos, características e níveis de degradação das florestas. O projeto inclui informações sobre mudanças na cobertura florestal, condições de saúde das matas, uso de produtos, serviços da população local nas florestas, estoques de madeira, biomassa e carbono dos terrenos.

Iniciado em 2013, o inventário fez seis mil coletas botânicas nas regiões Norte e Noroeste Fluminense, dos Lagos e em parte da Região Serrana Fluminense. Foram investidos R$ 3 milhões, recursos de compensação ambiental da iniciativa privada. O inventário tem por objetivo produzir informações atualizadas sobre a Mata Atlântica no Rio de Janeiro e dos ecossistemas associados, como, por exemplo, restingas e manguezais, além de consolidar uma ferramenta de monitoramento da cobertura florestal do Estado. A meta é analisar 282 pontos espalhados por todo o Rio de Janeiro.

Mais de 30 profissionais, entre engenheiros florestais, biólogos, botânicos e técnicos, participam do projeto. Eles elaboram etapas de levantamento em campo, relatório socioambiental, criação de sistema de informações florestais, mapeamento da cobertura florestal, análise da paisagem e divulgação dos resultados ao público.

Aspectos socioambientais também são abordados, a partir de entrevistas com moradores do entorno destas áreas. Os temas tratados são o uso de produtos e serviços da floresta, percepção ambiental e mudanças climáticas, entre outros.

A expectativa é de que, até o fim do ano, o projeto conclua o estudo florestal em todo o Estado e divulgue um relatório com os resultados do trabalho, que ajudará na formulação de políticas públicas de uso sustentável e conservação florestal. Os dados do inventário serão atualizados a cada cinco anos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo sua participação e opinião !