sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Lixão é fonte de coleta de metais preciosos na Guatemala

Em busca de metais preciosos, centenas de homens se arriscam pelos caminhos íngremes do alto das ameaçantes rochas que dividem o centro histórico da capital guatemalteca para cavar na margem do rio, formado pelas águas residuais do lixo da cidade. Na ausência de um emprego formal e seguro, estes homens ganham a vida extraindo todo tipo de metal valioso do maior lixão da América Central. Ao longo dos mais de 15 km do curso deste rio, os "caçadores de ouro", como eles mesmos se chamam, buscam objetos descartados pela população em uma jornada de mais de dez horas de trabalho.
O material recolhido é vendido para as empresas de reciclagem. "Este é um trabalho maldito, mas digno e honrado", disse Juan Carlos Rosales, 38 anos, casado e pai de duas meninas, que com a pele curtida pelo sol e as mãos cheias de calos, retira com uma pá das águas do rio um punhado de areia negra. Com paciência e olhos de especialista, começa a retirar pedaços de ferro, cobre, prata, latas e moedas, que vai classificando em sacos e caixas, de acordo com sua origem para levar até os compradores, que as pesam e pagam segundo tarifas pré-estabelecidas.
"Por 100 libras de ferro-velho nos pagam 75 quetzais (US$ 9,30); por 1 libra de cobre, 15 quetzais (US$ 2,00), e quando temos sorte e encontramos peças de ouro, tiramos até 153 quetzais (US$ 19,00) por cada grama", conta ele. Aos 19 anos, o sobrinho de Juan Carlos, Giovanni, mostra seis anéis de ouro - quatro deles em péssimo estado - como resultado de três dias consecutivos de esforço. "Aqui sempre se encontra ouro, e bastante", disse.
Os tesouros encontrados surgem das toneladas de lixo depositadas diariamente no aterro sanitário da capital, que os milhares de catadores têm a sorte de receber os primeiros caminhões que chegam ao local. "As máquinas da prefeitura processam o lixo e a processam até que chegue aqui (no rio). Por seu próprio peso afundam na água e se confundem com a areia. Por isso é que temos que entrar no rio e retirar a areia", acrescentou David Flores, um tipógrafo de 42 anos, em meio ao córrego, de onde extrai areia da margem.
Em seu antigo emprego, este homem solteiro com três filhos ganhava US$ 131,00 por 15 dias, "mas isso só quando havia trabalho", o equivalente ao que consegue em uma semana na extração de metais, ofício no qual, segundo Flores, "há trabalho todos os dias".

*Fonte:http://noticias.terra.com.br

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