segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Reinvente seu móvel antigo

A tendência de restaurar móveis antigos e atualizá-los na decoração ganha força com intervenções de apelo contemporâneo, garantindo vida longa à mobília. Das cores marcantes da laca à renovação do estofado com tecidos ecológicos, veja ideias fáceis de pôr em prática
Cláudia Nogueira, Celine Bianco, Lara Muniz, Sandro Brasil e Zizi Carderari
Casa Sustentável - 2011

Marco Antonio

















MUDANÇA DE TOM
Na hora de repensar o visual de um móvel, um dos grandes hits é a pintura laqueada. Vestida de cor exuberante, a peça - principalmente a de época, concebida nos tons sóbrios da madeira - remoça e impõe um ritmo descontraído ao ambiente. Tudo a um custo razoável, já que o processo de laqueamento é simples. "Após lixar o móvel para retirar o verniz ou a cera originais, aplica-se primer, base branca que deixa a superfície lisa e preparada para receber a tinta automotiva", explica Rodrigo Pessoa, designer da Osvaldo Antiguidades, loja que também customiza peças de MDF colorindo-as de tons como verde-cítrico, amarelo e roxo, entre outros. "É o móvel básico, mas com apelo exclusivo." O acabamento pode ser fosco ou brilhante. Antes de executar o trabalho, porém, é necessário verificar a estabilidade da peça. Do contrário, a laca trinca. Ao lado, um exemplo desse tipo de intervenção: a mesinha azul-celeste renovada pela Ritorna Móveis Antigos faz bela composição com o papel de parede que remete à azulejaria portuguesa. Sofá criado por Pedro Franco (A Lot Of).

Evelyn Muller

















VALE A PENA REFORMAR
Não é preciso abrir mão de um sofá que faz parte da história da família só porque as espumas estão cansadas e o tecido, sujo. Braços bambos e almofadas que escorregam também têm solução na reforma, uma aposta com muitas vantagens. Isso porque antigamente eram usadas madeiras nobres na estrutura do estofado, coisa rara hoje em dia. "Armações leves - de pínus, MDF ou aglomerado - costumam ser coladas ou grampeadas, o que inviabiliza uma intervenção futura", explica a designer Valéria Perez, da Tapeçaria Cunha Gago, empresa com experiência de 40 anos na recuperação de móveis. "Já estruturas pesadas, indício de que a base pode ser de cedrinho ou mogno, costumam valer o investimento", complementa. A análise das espumas, percintas e molas pede um olhar profissional. Por isso, consulte um bom estofador, com referências de restauros anteriores. A maioria dos tapeceiros faz o orçamento via internet: basta enviar as fotos da peça por e-mail. Se necessário, agenda-se uma visita para o exame minucioso. A mão de obra não é barata e, dependendo do tecido escolhido, o preço pode equiparar-se ao de um estofado novo. Mas, quando o material resiste, dá até para alterar o desenho do sofá, baixando a altura ou redimensionando o número de almofadas, garantia de mais dez ou 15 anos de uso.




















Marco Antonio


ALÉM DO RESTAURO
A sensação de dar uma segunda chance a uma poltrona que estava esquecida no canto da sala é de contentamento. Quando o processo cuida para que a nova versão da mobília privilegie materiais ecológicos, o ciclo se completa. Essa dobradinha marca o trabalho desenvolvido pelas sócias Thalita Hamaoui e Camila Bologna, proprietárias da Moyou, autoras da peça ao lado. A cada tesouro vintage que as designers encontram pelo caminho, segue uma repaginação moderna marcada por estampas exclusivas impressas em tecidos que agridem menos o planeta, graças à parceria com fornecedores preocupados com uma produção mais limpa. "Usamos os tecidos da linha Ecosimple [Eurofios], feitos com 80% de sobras de algodão e 20% de pet reciclado", explica Thalita. Os desenhos são estampados digitalmente pela RValentim, de São Paulo, e pela Pano Digital, do Rio de Janeiro - empresas que utilizam corantes à base de água. As sócias estendem o conceito de reciclagem completa a cúpulas de abajur e almofadas. "Com a tecnologia digital, é possível produzir poucos metros de tecido com um único desenho. Assim, nos sentimos livres para personalizar sem desperdícios", explica Thalita.

ONDE ENCONTRAR PEÇAS CUSTOMIZADAS
Belo Horizonte - Ad Vintage
Focada no design dos anos 50, 60 e 70, a proposta é revitalizar o móvel preservando sua estética. "Fazemos uma assepsia completa: lixamos, polimos com cera de carnaúba, reestofamos e revestimos com tecido semelhante ao original", detalha João Caixeta, sócio da loja, aberta em 2009.
• Tel. (31) 2511-9050; www.advintage.com.br


Curitiba - Desmobilia
O reaproveitamento de materiais e a liberdade criativa orientam a empresa, aberta há 12 anos. Tanto nas peças vintage à venda quanto nos projetos de restauro sob encomenda, o forte é a qualidade do acabamento. "Costumamos inventar ferramentas específicas para o trabalho", diz o empresário Luiz César de Oliveira.
• Tel. (41) 3322-9890; www.desmobilia.com.br


Rio de Janeiro - Infinitta
Há dois anos no mercado, destaca-se pelo toque autoral. Isabela Miranda surpreende o cliente com as possibilidades de renovação que apresenta para cada móvel. As propostas incluem laca, texturas diferentes, substituições - o pé de uma mesa vai parar em outra - e estampas exclusivas.
• Tel. (21) 9985-8581; www.infinitta.com.br


São Paulo - Estúdio Glória
Muita cor e mistura de tecidos caracterizam a loja. Estabelecida em dois endereços (na Granja Viana há três anos e na Vila Madalena desde abril de 2011), aceita encomendas de restauro. "Só não trabalhamos com peças de design. Gostamos de criar sobre a mobília comum de época", explica André Lima, sócio-proprietário.
• Tel. (11) 3097-9970; www.estudiogloria.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo sua participação e opinião !