domingo, 3 de novembro de 2013

Nutritivos até o talo

Nutritivos até o talo

As partes dos alimentos que geralmente desprezamos - casca, talo, sementes e folhas - chegam a ser mais nutritivas do que a polpa. Aprenda a tirar proveito delas

-  A  A  +Thaís Manarini


Tomás Arthuzzi


O que você faz com a casca da batata depois que a salada ou o purê ficam prontos? Se a resposta for "Jogo no lixo", olha que tristeza: ali são detectadas 100 vezes mais substâncias benéficas do que no interior do tubérculo. E isso não é exclusividade da batata, não. "Algumas pesquisas já revelam que talos, folhas, sementes e cascas de vários alimentos são muito mais nutritivos do que sua polpa", conta a nutricionista Karime Cader Ribeiro Queiroz, coordenadora técnica do Banco Rio de Alimentos, programa social do Sesc Rio de Janeiro.


O problema é que a falta de aproveitamento integral de frutas e outros vegetais costuma ser hábito na cozinha dos brasileiros. Segundo a FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, estamos entre os dez países que mais desperdiçam comida no mundo. "Existem indícios de que temos um dos lixos mais nutritivos do planeta", observa Karime. Por esse motivo, faz muito sentido o lançamento, em território nacional, do livro Cozinhando sem Desperdício (Editora Alaúde), assinado por uma expert em gastronomia e meio ambiente, a italiana Lisa Casali. Nele, a autora apresenta 130 receitas com as partes que normalmente são recusadas pelos cozinheiros. Tudo para provar que de lixo elas não têm nada, rendendo pratos sustentáveis e saborosos

Mas, antes de começar a usá-las, adiantamos que é preciso caprichar na higienização, já que certas áreas tendem a ser mais expostas a agrotóxicos, caso dos talos e das cascas. "Retire os pesticidas usando uma escovinha e água para lavar bem os vegetais", recomenda Lisa. "Depois, coloque os alimentos em recipientes de vidro ou louça e deixe-os de molho em uma solução à base de hipoclorito de sódio, seguindo as instruções da embalagem", completa a nutricionista Adriana Peloggia, do Centro Universitário São Camilo, na capital paulista. Feito isso, basta ter criatividade para vencer o tabu e encher a mesa de nutrientes. A seguir, destacamos quais, exatamente, são as substâncias bem-vindas à saúde presentes nos principais talos, cascas, sementes e folhas. E já damos uma receita fácil para incentivar o início de uma nova era, mais sustentável, na sua cozinha.

SEMENTES Apesar de pequeninas, elas concentram elementos de peso. As sementes do maracujá, por exemplo, reúnem ômegas 3 e 6. "Ambos são essenciais para as funções cerebrais e a transmissão de impulsos nervosos", diz a engenheira agrônoma Giuseppina Lima, da Unesp - Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. As da abóbora não ficam atrás: "Elas têm gorduras boas, muitas fibras e são ricas em vitaminas e minerais", enumera a nutricionista Daisa Pinhal, do Oba Hortifruti, de São Paulo. Daí sua importância para o coração, o intestino, os olhos... 
PUDIM DE SEMENTES DE ABÓBORABata no liquidificador, por cerca de 3 minutos, os ingredientes: 1 copo de 200 ml de sementes de abóbora torradas e moídas, 2 copos de 200 ml de leite em pó, 2 copos de 200 ml de açúcar, 2 copos de 200 ml de água, 1 colher de sopa de amido de milho e 3 ovos. Em seguida, asse a mistura em uma fôrma de pudim em banho-maria.

TALOSSegundo Tânia Ferreira, professora da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás, eles são cheios de fibras, vitaminas e minerais. Logo, vale a pena aproveitar os talos de alcachofra, brócolis, espinafre e afins para fazer quiches, pães e bolos. "Para tornar aquela parte fibrosa mais macia, muitos desses talos devem ser submetidos a um tratamento térmico, como cozimento no vapor", avisa a nutricionista. No caso dos que serão ingeridos crus em sucos, o liquidificador dá conta do recado.
PURÊ DE MANDIOCA COM TALOSBata 1 quilo de mandioca cozida no liquidificador até formar um creme. Faça um purê, levando esse creme ao fogo com 2 colheres de sopa de margarina. Acrescente sal a gosto e reserve. À parte, prepare um refogado com alho, cebola picada, folhas e talos de espinafre, beterraba, couve-flor e nabo. Em um refratário, coloque metade do purê de mandioca e, por cima, o refogado de folhas. Por último, acrescente a outra metade do purê. Leve ao forno preaquecido (180 °C) por 10 minutos.

FOLHASQuando houver opção na feira, leve cenouras com folhas para casa, por exemplo. Segundo a nutricionista Adriana Peloggia, elas podem ser usadas em receitas de tortas, farofas, cuscuz, recheios e sopas, entre outras. "Em geral, são fontes de carotenoides", informa Giuseppina. Dentro do corpo, essas substâncias são convertidas em vitamina A, nutriente que apura a visão e reduz a formação de placas nas artérias. Sem contar que cada folha tem sua particularidade: a do rabanete apresenta muito selênio, um poderoso antioxidante; a da couve-flor possui fósforo, um protetor da memória; e a de beterraba acumula potássio, mineral que regula a pressão arterial. "Se as folhas estiverem amareladas, só aí é melhor descartá-las", pondera Karime Cader.
FOLHAS DE BETERRABA RECHEADASEm uma panela, refogue 3 dentes de alho e 1 cebola triturada em 2 colheres de sopa de azeite. Junte 500 gramas de carne moída e espere dourar. Adicione sal, 200 ml de água e 200 ml de molho de tomate. Cozinhe por 5 minutos. Abra 10 folhas de beterraba, coloque 2 fatias de queijo mussarela e um pouco do molho preparado com a carne em cada uma. Enrole. Coloque mais molho por cima e cubra com papel-alumínio. Leve ao forno preaquecido (200°C) por 20 minutos. Retire o papel, salpique com 1 xícara de chá de queijo parmesão ralado. Deixe no forno por mais 5 minutos, para gratinar.

CASCASDefinitivamente, o lugar delas é no prato, e não na lixeira. Primeiro porque são lotadas de fibras. "E essas substâncias estimulam o funcionamento do intestino", elogia Daisa. Fora os atrativos extras de certas cascas. No laboratório da professora Giuseppina, da Unesp, a camada externa da goiaba apresentou altas doses de polifenóis, inimigos do envelhecimento celular. "Notamos que seu potencial antioxidante é duas vezes maior que o da polpa", conta. Outra substância identificada ali foi o nitrato. "Em porções moderadas, ele é benéfico para as artérias", explica. De acordo com Karime, as cascas da cenoura, do abacaxi e da laranja também merecem destaque, porque oferecem potássio, cálcio, fósforo e vitamina C. A da banana é outra que impressiona: cheia de potássio, vitaminas e fibras, ajuda no controle do apetite e na perda de peso. Esses ricos ingredientes podem fazer parte de sucos, bolos, doces, geleias e farinhas. 
BOLO COM CASCA DE BANANABata 2 claras em neve e reserve na geladeira. No liquidificador, bata 2 xícaras de chá de leite integral e 4 cascas de banana. Separe novamente. Misture na batedeira 1/2 xícara de chá de margarina sem sal e 3 xícaras de chá de açúcar refinado até obter um creme. Adicione as 2 gemas, uma a uma, e o leite com cascas de banana. Despeje essa mistura em uma vasilha e acrescente 3 xícaras de chá de farinha de trigo. Mexa bem. Adicione, delicadamente, as claras em neve e 1 colher de sopa de fermento em pó. Coloque em uma assadeira untada com manteiga e farinha. Leve ao forno médio (200 °C) preaquecido por cerca de 40 minutos.

sábado, 2 de novembro de 2013

Especialistas discutem a criação de área de proteção no Mar Antártico

Especialistas discutem a criação de área de proteção no Mar Antártico

    ASCOM/Marinha do BrasilAntártica: experiência brasileira será consideradaAntártica: experiência brasileira será considerada
    Experiência brasileira em temas correlatos é considerada essencial 

    LUCIENE DE ASSIS

    Delegações de cientistas de 25 países membros e de outras 11 nações que participam como observadores reúnem-se, a partir deste domingo (20/10) no XXXII Encontro Anual da Comissão para Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCAMLR), na cidade australiana de Hobart. O evento destina-se a propor soluções sobre a conservação e gestão dos recursos vivos do Oceano Antártico, que representa cerca de 10% da superfície da Terra.

    O assunto mais importante a ser discutido é a aprovação de propostas de criação de Áreas Marinhas Protegidas (MPAs, sigla em inglês) para a região. A primeira, apresentada pelas delegações de Nova Zelândia e Estados Unidos, visa criar um sistema representativo de MPAs no Mar de Ross. A segunda, defendida por Austrália, França e União Europeia, propõe a criação de um sistema de MPAs para Antártica Oriental. 

    Mais de 200 cientistas marinhos, gestores de recursos naturais, políticos e diplomatas, divididos em grupos de especialistas, produziram informações básicas, que geraram os documentos a ser discutidos na reunião da CCAMLR. De acordo com a gerente de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros da Diretoria de Biodiversidade, Mar e Antártica do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Mônica Brick Peres, os ecossistemas marinhos são a grande riqueza da Antártica. “Entender sua vulnerabilidade, garantir seu equilíbrio e resiliência são uma obrigação de todos os países signatários do Sistema do Tratado Antártico”, disse.

    GESTÃO PESQUEIRA

    Para o presidente do grupo de trabalho sobre avaliação de estoques de peixes, Mark Belchier, ecologista marinho do British Antarctic Survey, uma das principais tarefas da reunião deste ano é definir limites de captura sustentáveis para a merluza negra (toothfish) e o peixe do gelo (icefish) naquelas partes do Oceano Antártico, onde são alvo de pescarias acompanhadas pela CCAMLR. Os dados levantados são utilizados para avaliar o estado e a gestão dessas pescarias gerenciadas, com informações coletadas nos navios de pesca comercial durante suas operações e a partir de levantamentos detalhados de pesquisa.

    Mônica Peres explica que a área marinha do Tratado Antártico é uma das regiões ecologicamente mais importantes do Hemisfério Sul. A produtividade primária, nos meses de verão, sustenta a produção de krill antártico (uma espécie de camarão que vive nas águas geladas do Oceano Antártico) e de merluza negra (tooth fish), ambas as espécies-chave para a manutenção das populações de baleias, focas, albatrozes e outros animais do topo da cadeia, responsáveis pelo transporte de toda essa matéria e energia (através da migração) para todos os outros oceanos do Hemisfério Sul, como os oceanos Pacífico, Atlântico, Índico.

    ORDENAMENTO

    Esses predadores e suas populações são, também, responsáveis pela manutenção da produtividade da região, a partir de vários processos ecológicos. Existem muitas grandes pescarias comerciais na região, não só pela intensidade, mas, também, por seu elevado valor comercial, e o ordenamento pesqueiro da atividade, no âmbito da CCMLAR, tem sido considerado um modelo a ser seguido, avalia Mônica Peres. 

    Apesar de o Brasil não ter participado da CCAMLR, nos últimos cinco anos, a presença do MMA é considerada essencial, por diversas razões, no que se refere temas como áreas marinhas protegidas, em âmbito nacional; o compromisso político assumido durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) no tema conservação dos oceanos; a relação clara dessa agenda de conservação com a Comissão Internacional Baleeira (CIB), que votará, em 2014, a criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul; e o Pró-Antar, além da relevância das Áreas Marinhas Protegidas (MPAs) para a efetiva conservação do ecossistema Antártico. 

    PIONEIRISMO

    A CCAMLR foi criada em 1980, dentro do Tratado Antártico, com o principal objetivo de conservar a vida marinha da Antártida, sendo que o Brasil é signatário da Comissão desde 1986. Trata da conservação da vida marinha de toda área ao sul da Convergência Antártica e foi pioneira na aplicação de métodos e ferramentas mundialmente inovadoras. 

    Temas como desenvolvimento sustentável, princípio da precaução e abordagem ecossistêmica no ordenamento da pesca já eram a base conceitual da comissão no início da década de 1980. Por isso, a CCAMLR preocupa-se não só com a conservação dos recursos pesqueiros, mas também com os efeitos da pesca sobre todo o ecossistema.

    Pnuma: 3,5 bilhões de pessoas não têm acesso ao manejo do lixo

    Pnuma: 3,5 bilhões de pessoas não têm acesso ao manejo do lixo



    Por Edgard Júnior, do Instituto Carbono Brasil
    O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), alertou que 3,5 bilhões de pessoas, metade da população mundial, não têm acesso ao manejo do lixo. Segundo o Pnuma, essa situação representa riscos à saúde e ao meio ambiente, além de prejudicar a economia.
    Guia
    A informação consta do Guia de Estratégias Nacionais para o Manejo do Lixo: Mudando de Desafios para Oportunidades, preparado com o apoio do Instituto da ONU para Treinamento e Pesquisa, Unitar.
    O documento fornece um guia estratégico aos países cujos sistemas de manejo do lixo estejam desorganizados, com poucos recursos ou passando por alguma revisão.
    Lixões
    Segundo o Pnuma, os lixões, como são chamadas as áreas abertas onde os dejetos são despejados, podem causar sérios problemas de saúde para as pessoas que vivem perto desses locais.
    Além disso, o Guia afirma que um manejo ruim do lixo pode causar a contaminação do solo e da água. A queima do material pode poluir o ar e o fato de não se utilizar materiais reciclados pode acelerar o esgotamento dos bens naturais.
    Coleta
    O Pnuma calcula que todos os anos são coletados 1,3 bilhão de toneladas de lixo sólido no mundo. Essa quantidade deve aumentar para 2,2 bilhões até 2025, principalmente, por causa dos países em desenvolvimento.
    O mercado global do lixo, desde a coleta até a reciclagem, movimenta um mercado de US$ 410 bilhões por ano, mais de R$ 820 bilhões. As atividades de reciclagem na União Europeia geraram mais de 500 mil empregos em 2008.
    Desperdício
    O Guia do Pnuma diz ainda que o desperdício de alimentos chega a 1,3 bilhão de toneladas por ano. Praticamente um terço da comida destinada ao consumo humano é perdida ou jogada no lixo anualmente.
    Para combater o problema, o documento diz que o manejo não é o único desafio. Os benefícios aparecem quando o lixo é tratado como um recurso que pode ser recuperado e colocado para uso produtivo e rentável.
    O Pnuma reforça a importância da implementação de estratégias nacionais, como também, da necessidade de ajuste dos sistemas tendo como base mudanças das circunstâncias ou do contexto local.
    Matéria originalmente publicada em: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/?id=735351

    Governo amplia salvaguardas contra grandes acidentes na área ambiental

    Governo amplia salvaguardas contra grandes acidentes na área ambiental

      Paulo de Araújo/MMAIzabella e Lobão: governo espera não ter que usar o PNCIzabella e Lobão: governo espera não ter que usar o PNC
      Plano Nacional de Contingências enfrentará derramamentos de óleo no mar territorial e nos rios brasileiros

      PAULENIR CONSTÂNCIO

      O governo federal ampliou as salvaguardas contra desastres ambientais de grandes proporções provocados por derramamento de óleo no mar territorial e nos rios brasileiros. A medida foi anunciada nesta terça-feira (22/10) pelos ministros Edison Lobão, das Minas e Energia e Izabella Teixeira, do Meio Ambiente. O Plano Nacional de Contingências (PNC) prevê ações que envolvem 17 ministérios e deve reduzir o tempo de resposta em caso de impactos ambientais relevantes, afetando principalmente a indústria do petróleo e seus derivados.

      “O Ministério do Meio Ambiente, Autoridade Nacional do PNC, terá 180 dias para publicar as normas que detalham a execução do plano”, salienta a ministra Izabella Teixeira. O combate aos impactos ambientais em derramamentos de menores proporções já estão previstos no licenciamento. Os planos de área, adotados desde os anos 2000, sofreram modificações para atender aos acidentes de porte médio. Os empreendimentos sem plano de área passam a ser penalizados. 

      RAPIDEZ

      O PNC terá um grupo de acompanhamento e avaliação, responsável pelas operações de mitigação dos efeitos da poluição por óleo. Formado pelo Comando da Marinha, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Agência Nacional do Petróleo (ANP). O órgão vai implantar o plano, acompanhar a execução das medidas e assegurar a eficácia e rapidez das respostas dos responsáveis por um eventual acidente. “Esperamos nunca ter que acionar o plano”, avalia Lobão. Acidentes com derramamento, como os do Campo do Frade, em 2011, não se enquadram no PNC, que requer critérios mais rigorosos quanto aos impactos. Até agora, somente o acidente ocorrido na Refinaria Presidente Vargas, no Paraná, que despejou 4 milhões de litros de óleo em dois rios, mobilizaria a estrutura criada pelo PNC.

      De acordo com o decreto, previsto para ser publicado nesta quarta-feira (23/10) no Diário Oficial da União, o Ibama será responsável pela execução do PNC em caso de acidentes em rios de responsabilidade do governo federal. A Marinha cuidará dos derramamentos no mar e a ANP nos de impacto submarinos. 

      AÇÃO COORDENADA

      O plano prevê uma ação coordenada de governo no acompanhamento das medidas a partir de uma avaliação prévia do tamanho do derramamento. A infraestrutura que possibilitará o acompanhamento das atividades potencialmente poluidoras inclui o rastreamento por satélite, a fiscalização intensiva e a responsabilização de cada área pela sua atuação. Debatido no governo desde 1998, o PNC assegura da Convenção internacional da ONU que regula o assunto. 

      De acordo com a Lei de Crimes Ambientais, o responsável direto pela despoluição é o próprio poluidor. Todas as despesas decorrentes das medidas para mitigar ou eliminar os impactos no meio ambiente correm por conta da empresa que explora o óleo, beneficia ele e seus derivados e os distribui. As multas por danos causados ao meio ambiente podem chegar a R$50 milhões e os custos com as medidas para diminuir os impactos não isentam o poluidor do seu pagamento. “Esses valores estão sendo revistos pelo Ibama, já que em casos de empreendimentos de grande porte, podem ser considerados insignificantes”, acrescenta a ministra do Meio Ambiente. 


      sexta-feira, 1 de novembro de 2013

      Pesquisador do JBRJ participa de estudo sobre árvores da Amazônia publicado na Science

      Pesquisador do JBRJ participa de estudo sobre árvores da Amazônia publicado na Science
      21/10/2013

      O estudo “Hyperdominance in the Amazonian Tree Flora”, publicado em 18 de outubro de 2013 na revista Science, estima que a Amazônia abriga 16 mil espécies de árvores, e que metade de todas as árvores da floresta, cujo total pode chegar a 400 bilhões, pertence a apenas 1% das espécies. Ou seja, há 227 espécies arbóreas hiper-dominantes naquele bioma. A pesquisa envolveu especialistas de 120 instituições de todo o mundo, incluindo 25 pesquisadores brasileiros, entre os quais o diretor de Pesquisas Científicas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rogério Gribel.
      O estudo foi liderado por Hans ter Steege, pesquisador do Naturalis Biodiversity Center, no sul da Holanda, e resulta da análise de dados de 1.170 levantamentos florestais em todos os principais tipos florestais da Amazônia. “Esta meta-análise chama a atenção, de forma pioneira, não somente para a ocorrência de cerca de duas centenas de espécies dominantes na floresta amazônica, mas também para a existência de milhares de espécies que são naturalmente muito raras, e que contribuem com a maior parte da diversidade das árvores da floresta” diz Rogério Gribel.
      O professor Ken Feeley, da Florida International University e pesquisador do Fairchild Tropical Botanical Garden explica que “a presença destas espécies hiper-dominantes talvez nos ajude a obter um entendimento razoável de como a Amazônia funciona, e mais importante, como irá ou não funcionar no futuro. Uma vez que entendemos a ecologia destas espécies, nós teremos pelo menos metade das peças necessárias para montar o quebra-cabeça que é a Amazônia.”
      Em contraste com a presença das hiper-dominantes, o estudo também indica que cerca de 6.000 espécies de árvores da Amazônia são naturalmente muito raras, tendo provavelmente populações menores do que 1.000 indivíduos, o que automaticamente as qualificaria para inclusão na Lista de espécies ameaçadas pelos critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). De fato, algumas dessas espécies são tão raras, que os cientistas talvez nunca as encontrem. Miles Silman, um ecólogo da Wake Forest University e co-autor do trabalho, chama esse fenômeno de ‘matéria escura da biodiversidade’. “Dois terços das espécies de árvores da Amazônia são mais difíceis de encontrar do que uma agulha num palheiro. Esta é a mesma situação na cosmologia, onde nós sabemos que existe muito material no universo que não podemos ver. Os físicos chamam isso de ‘matéria escura’. Na Amazônia sabemos que estas espécies super-raras representam uma grande parte do sistema, mas encontrá-las é difícil mesmo” diz Silman.
      Os dados da pesquisa não revelam a razão pela qual 227 espécies são hiper-dominantes. Entre as possíveis explicações, os autores sugerem que algumas dessas espécies talvez sejam comuns por terem sido cultivadas pelos grupos indígenas antes de 1492, mas isso ainda é um assunto em discussão. Outra questão que instiga os pesquisadores, segundo Gribel, é como as populações das outras espécies, extremamente raras, conseguem se manter: “Como elas se reproduzem? Como os polinizadores podem localizar e se movimentar entre os poucos indivíduos destas espécies, no meio de uma matriz com milhões de copas de outras árvores? Como suas sementes são encontradas pelos animais e dispersas? Seria a raridade uma estratégia para evitar patógenos e predadores? Talvez ocorram adaptações complexas, que ainda não conhecemos, permitindo a manutenção no longo prazo de milhares de espécies super-raras na Amazônia”.
      Esses e outros questionamentos mostram que a descoberta das hiper-dominantes, embora seja importante, está longe de ser suficente para dar conta do conhecimento necessário à compreensão da Amazônia. “Se temos esperanças de entender e proteger espécies raras, e consequentemente toda a diversidade da floresta tropical, nós vamos necessitar muito mais que 1.000 levantamentos florestais” diz Feeley.
      Leia o artigo completo (em inglês)
      http://www.sciencemag.org/content/342/6156/1243092.abstract?rss=1

      Rio vai cobrar por antenas instaladas em parques estaduais

      Rio vai cobrar por antenas instaladas em parques estaduais

      • Secretário estima que novos recursos podem chegar a R$ 10 milhões por ano
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      Operadoras terão de pagar por instalação de antenas e redes instaladas em parques estaduais, como o Parque dos Três Picos, em Cachoeiras de Macacu Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo


      Operadoras terão de pagar por instalação de antenas e redes instaladas em parques estaduais, como o Parque dos Três Picos, em Cachoeiras de Macacu Márcia Foletto / Agência O Globo
      RIO — Projeto de lei aprovado na tarde desta terça-feira, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), vai exigir o pagamento de uma compensação por parte de operadoras de telefonia, energia elétrica e transmissão de dados pela instalação de antenas e redes em parques estaduais. A prerrogativa já era prevista na lei federal que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), de 2000, mas agora a obrigação ganha legislação estadual. De acordo com o secretário Carlos Minc, os novos recursos podem chegar a R$ 10 milhões por ano. O dinheiro será usado em projetos de infraestrutura dos parques e na expansão das Unidades de Policiamento Ambiental (UPAms). Cada empresa terá que pagar, em média, R$ 8 mil por antena instalada dentro de uma unidade de proteção integral.
      A unidade de conservação que será mais beneficiada será o Parque Estadual dos Três Picos, na Região Serrana. De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), além do Três Picos, os parques da Pedra Branca, Costa do Sol, Mendanha e a Reserva Biológica de Guaratiba possuem, juntos, aproximadamente 100 antenas passíveis de cobrança. O projeto de lei 2.438/13 garante ainda a necessidade de publicação no Diário Oficial do Rio da metodologia utilizada no cálculo das compensações ambientais e, semestralmente, dos balanços dos recursos arrecadados pelo Estado.
      — Estes novos recursos serão muito importantes para a manutenção das sedes, centros de visitantes, alojamentos, trilhas e mirantes. Tudo isso é importante para que a unidade tenha uma existência de fato, e cumpras as funções para as quais foi criada. Houve gritaria (das empresas), alegando que não poderíamos regulamentar uma lei federal com um decreto estadual, mas agora passaremos a ter a lei estadual também — afirmou o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas, André Ilha.
      Num outro projeto aprovado pelos deputados, o Parque Estadual dos Três Picos com 58,7 mil hectares, e que abrange os municípios de Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo, Teresópolis, Guapimirim e Silva Jardim, ganhou 1,55 mil hectares. Em contrapartida, o projeto retira do parque 350 hectares de áreas habitadas. O projeto será enviado ao governador Sérgio Cabral, que terá 15 dias úteis para sancionar ou vetar o texto.
      — Houve uma convergência dos deputados na garantia de que as áreas desafetadas não sofressem crescimento urbanístico. O consenso de que o projeto é benéfico para a preservação ambiental — afirmou o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Alerj, deputado Átila Nunes (PSL).
      Já a deputada Aspásia Camargo (PV) criticou o fato de o projeto determinar a extinção da APA do Rio dos Frades e da Estação Ecológica do Paraíso, esta criada por decreto estadual de 1987 e agora incorporada ao parque. A justificativa do governo é que a medida possibilitará o acesso de turistas à área.
      — Uma estação ecológica é uma unidade de conservação com o mais alto nível proteção. Pois ela perdeu a categoria e foi rebaixada a parque. O meu coração ficou apartado. Essa movimentação excessiva é perigosa ao meio ambiente — disse a deputada.


        http://oglobo.globo.com/rio/rio-vai-cobrar-por-antenas-instaladas-em-parques-estaduais-10493535#ixzz2idydkoBi 

      O jogo perdido de Pezão


      Reprodução do Brasil 247
      Reprodução do Brasil 247
      Um dado altamente relevante da recente pesquisa do Instituto UP é o índice recorde de reprovação do prefeito Eduardo Paes, que na Zona Oeste e na área da Leopoldina chega a 67%.

      Com Cabral só servindo para tirar votos e Pezão lá embaixo nas pesquisas, a última esperança do PMDB era Paes estar bem avaliado para levantar a candidatura do vice-governador. Só que Paes enfrenta também o seu pior momento, desmoralizado perante grande parte da população. O ruim / péssimo de Paes chega a 46%, mais que o dobro do bom / ótimo que fica em apenas 21%.

      Aliás, um deputado do Rio disse hoje em Brasília, que Pezão está igual às desculpas de Wagner Victer, da CEDAE. Os votos não pingam para Pezão porque ele está no fim da linha. 

      quinta-feira, 31 de outubro de 2013

      Brasil é o mais atrativo para investimentos em baixo carbono na AL


      B
      rasil é o mais atrativo para investimentos em baixo carbono na AL

         -   Autor: Jéssica Lipinski   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil

      País se destaca na América Latina pelos negócios em tecnologia e pelos centros de pesquisa, mas ainda precisa melhorar em investimentos em energias limpas e financiamento climático


      Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil foi considerado como o mercado mais atrativo em toda a América Latina para investimentos em baixo carbono, afirma o relatórioClimatescope 2013.
      Realizado pela consultoria Bloomberg New Energy Finance (BNEF) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o estudo afirma que de todos os países latino-americanos, o Brasil alcançou a pontuação geral mais alta, 2,47 pontos.
      Isso se deve à sua boa pontuação nos quesitos de “negócios de baixo carbono e cadeia de valores de energia limpa”, e “atividades de manejo de gases do efeito estufa”, com 4,25 e 3,4, respectivamente.
      No “negócios de baixo carbono e cadeia de valores de energia limpa”, o país foi melhor do que todos os outros, tendo, por exemplo, atingido uma capacidade de 4,2 GW em pequenas centrais hidrelétricas, a segunda maior fonte de energia limpa do Brasil.
      Além disso, desde 2011 cerca de 3,9 GW de capacidade solar combinada foram candidatados a permissões com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), sinalizando que a cadeia de valores solar brasileira está se desenvolvendo no país.
      No caso das “atividades de manejo de gases do efeito estufa”, o relatório indica que muitas companhias brasileiras estão na linha de frente em práticas de sustentabilidade e eficiência energética.
      O país tem mais de 108 empresas de vários setores que reportam suas práticas de eficiência energética e energia limpa, assim como tem instituições para criação de capacidade, e centros de pesquisas que atendem a setores de baixo carbono.
      Atualmente, o Brasil possui 269 projetos sob o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), pelo menos um projeto sob as Ações Nacionais de Mitigação Apropriadas (NAMAs) e é participante da Parceria para Preparação dos Mercados (PMR).
      Em se tratando do quadro político, o país tem pelo menos um tipo de política favorável ao desenvolvimento de baixo carbono. A experiência brasileira com leilões governamentais de energia renovável ajudou a nação a marcar pontos em quatro dos seis fatores do quesito quadro político: estabilidade, transparência, eficiência e ambição.
      Contudo, o Brasil não foi tão bem nos indicadores das políticas de biocombustíveis, que fizeram a produção cair em 2012, fazendo o etanol se tornar economicamente não competitivo em relação à gasolina.
      Já com relação a investimentos em energias limpas e financiamento climático propriamente dito, o país caiu cinco posições em comparação com o ano anterior devido a seu fraco desempenho nos indicadores de compromissos de investimento e taxas de crescimento. O Brasil ocupa a sétima posição nesse critério, com 1,56 pontos.
      América Latina
      Mas nosso país não foi o único a se destacar no setor, e o documento aponta que, cada vez mais, os países da América Latina estão atraindo financiamento em baixo carbono, tendo arrecadado 6% do total de US$ 268,7 bilhões investidos em energia limpa no mundo em 2012, um pequeno aumento em relação aos 5,7% em 2011.
      Mesmo com os investimentos em energias limpas tendo caído no último ano, a queda na América Latina se mostrou menor do que em outras regiões, ficando em 3,8% contra os 11% registrados mundialmente. Além disso, os investimentos foram mais diversificados, contemplando diferentes projetos na região.
      “O investimento na energia limpa fora do Brasil em 2012 foi significativo. O financiamento total fora do maior país da América Latina caiu de 45% em 2012 para 17% em 2011, à medida que o Chile, a República Dominicana, o México e o Uruguai, entre outros, informaram suas grandes taxas de crescimento”, colocou Michael Liebreich, diretor executivo da BNEF.
      De acordo com a pesquisa, a capacidade total das renováveis na América Latina cresceu de 11,3 GW em 2006 para 26,6 GW em 2012, representando uma taxa anual de crescimento de 296%. Apenas em 2012, foram ligados à rede 3,3 GW de nova capacidade renovável.
      No quesito atividades de manejo de gases do efeito estufa, a América Latina apresenta atualmente 927 projetos de compensação, registrados sob quatro padrões diferentes. Destes, 790 são do MDL, e mais da metade são projetos de compensação no setor de energia.
      Os quadros políticos para o desenvolvimento em baixo carbono também estão aumentando, e o relatório identificou 110 políticas nesse sentido, contra 80 no ano passado. Dezenove dos 26 países compreendidos pelo documento apresentam pelo menos um tipo de política em vigor.
      “Os quadros políticos estão se expandindo e se fortalecendo na América Latina e no Caribe, e as informações fornecidas pelo Climatescope estão ajudando a reduzir as falhas de informação e a catalisar novos investimentos em energia limpa”, observou Nancy Lee, gerente geral do MIF.
      “Os custos, que caem rapidamente, das tecnologias limpas tais como a energia solar e eólica, combinados com uma melhora no investimento climático, significam que a geração de energia limpa na região é agora realmente acessível. O MIF continuará apoiando o progresso da América Latina e do Caribe”, concluiu ela.

      Espelhos gigantes refletem luz solar e ajudam a iluminar cidade norueguesa

      Espelhos gigantes refletem luz solar e ajudam a iluminar cidade norueguesa

      Cidade de Rjukan é conhecida por seus dias escuros durante o inverno. Luz solar atingirá espelhos e será refletida na direção do centro da cidade.

      Da A
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      Espelhos têm o objetivo de refletir a luz solar na direção do centro da cidade de Rjukan, na Noruega. (Foto: AFP PHOTO / NTB scanpix/ MEEK, TORE )Espelhos têm o objetivo de refletir a luz solar na direção do centro da cidade de Rjukan, na Noruega. (Foto: AFP Photo / NTB scanpix/ Meek, Tore)

      Três espelhos gigantes foram instalados no alto de uma montanha para refletir a luz do sol na direção do centro da cidade.A cidade de Rjukan, na Noruega, optou por uma alternativa ecologicamente correta para melhorar a iluminação da cidade durante os escuros dias de inverno pelos quais a região é conhecida.
      Rjukan fica no fundo de um vale entre duas montanhas íngremes, no condado de Telemark, 150 km a oeste de Oslo. A ideia de instalar espelhos para refletir a luz solar na cidade foi lançada há 100 anos e agora se tornará uma realidade a partir da inauguração do projeto, no dia 31 de outubro.
      Moradores aproveitam luz solar refletida por espelhos, no centro da cidade de Rjukan. (Foto: AFP Photo / NTB scanpix / Meek, Tore)Moradores aproveitam luz solar refletida por espelhos, no centro da cidade de Rjukan. (Foto: AFP Photo / NTB scanpix / Meek, Tore)
      Imagem mostra área iluminada por espelhos gigantes instalados para refletir a luz solar. (Foto: AFP Photo / NTB scanpix / Meek, Tore)Imagem mostra área iluminada por espelhos gigantes instalados para refletir a luz solar. (Foto: AFP Photo / NTB scanpix / Meek, Tore)
      Faça a  diferença para o meio ambiente !
      Na Sec. do Meio Ambiente ,temos dois pontos de entrega voluntária:
      1.CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL,localizado na Av. José Carlos P. Pinto,300,próximo ao HGG;
      2.SEDE DA SECRETARIA:Av. Osvaldo Cardoso de Melo,1233,Pq. São Caetano.

      Não é mera coincidência

      ão é mera coincidência



      A forte incidência da agenda da sustentabilidade no cenário político levou a presidente Dilma a anunciar na quinta-feira (17 de outubro) o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. A iniciativa, que prevê a destinação, em três anos, de R$ 8,8 bilhões para esse tipo de produção de alimentos, merece todo apoio dada a relevância para a agricultura familiar (75 mil famílias deverão ser favorecidas).
      O Plano foi criado em 2012, quando a própria presidente assinou decreto para que fosse executado. Até agora, estava engavetado. Desde 2003 (governo Lula), o país conta com lei sobre a produção orgânica.
      Uma década após a promulgação da lei, o Plano, no entanto, surge com metas tímidas, como a de 5% de compras obrigatórias para o Programa da Aquisição de Alimentos (PAA), o equivalente a R$ 138 milhões, e para o Programa Nacional Alimentação Escolar (PNAE), R$ 150 milhões. O PAA foi lançado em 2003, o PNAE, em 2009.
      Não é por mera coincidência que, um ano antes da eleição, a mesma Dilma que promulgou as mudanças no Código Florestal que favorecem o desmatamento tenha incorporado o desenvolvimento sustentável ao seu discurso. “Nosso país tem dado passos significativos na construção de um padrão de desenvolvimento sustentável. É possível que este país que cresce distribua renda e inclua, e seja um país que conserve e proteja o meio ambiente”, disse ela na quinta-feira.
      Situação semelhante se observou no final de 2009, durante a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, em Copenhague, quando a então ministra da Casa Civil, já apontada como pré-candidata de Lula a sua sucessão, liderou a delegação brasileira. O núcleo político-estratégico do governo se mostrava refratário (alguns de seus integrantes até eram contrários) ao estabelecimento de metas para o Brasil reduzir suas emissões de CO2. Na capital dinamarquesa, a presidenciável chegou a dizer que metas eram para países ricos.
      O posicionamento gerou forte reação da comunidade científica, de setores do empresariado e do movimento ambientalista. Ao mesmo tempo, o governo de São Paulo, sob o comando do tucano José Serra (tido como principal adversário em 2010), lançava o programa estadual de redução de 20% da emissão de gases efeito estufa.
      Frente ao risco de desgaste político gerado pela resistência de Dilma e com o temor de seu impacto eleitoral, o próprio Lula se deslocou a Copenhague e interveio para que a delegação brasileira fizesse a revisão de sua diretiva. Dilma, então, passou a ser favorável à adoção de uma meta de redução de 36,1% a 38,9% das emissões previstas para 2020.
      Esse dois eventos, o de Copenhague e o do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, revelam o quanto ideias fortemente alicerçadas em representatividade e legitimidade social podem fazer com que agendas político-eleitorais até então distantes dessas linhas programáticas se esforcem para incorporá-las ao seu repertório. Se isso vier a se transformar em ações e resultados, ganharemos todos, ganhará o Brasil.