sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Polícia faz megaoperação contra a milícia no Recreio e em Vargem Grande e fecha loja e açougue

https://extra.globo.com/casos-de-policia/policia-faz-megaoperacao-contra-milicia-no-recreio-em-vargem-grande-fecha-loja-acougue-24878823.html 

A Polícia Civil realizou uma megaoperação nesta quinta-feira contra milicianos que atuam na comunidade do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, e do Pombo sem Asa, no bairro de Vargem Grande, ambos na Zona Oeste. Todos os paramilitares têm ligação com Wellington da Silva Braga, o Ecko, de 34 anos. Os investigadores estão em dezenas de lojas comerciais nas localidades que seriam utilizadas pelo bando para a lavagem de dinheiro. Segundo a polícia, o objetivo da ação é interromper comércios e serviços ilegais que gerem lucros para a organização criminosa. Ao todo, 14 pessoas já foram presas.

A polícia afirma que a ação visou apurar denúncias feitas pelos consumidores sobre venda de mercadorias sem nota fiscal, alimentos vencidos, locais sem autorização de funcionamento entre outros. Os fiscais fiscalizaram mercados de bairro, instalador de gás natural veicular e loja de material de construção, em Vargem Pequena, Vargem Grande, Recreio dos Bandeirantes (Terreirão). Todos os seis locais vistoriados foram autuados pelo Procon, dentre esses, dois foram interditados.

De acordo com os policiais, a loja de instalação de gás veicular, Garage GNV, na comunidade Pombo sem Asa, no Recreio dos Bandeirantes, funcionava sem o certificado de registro de instalador e o alvará de funcionamento apresentado não correspondia ao estabelecimento. Além disso, não havia extintores de incêndio nem certificado de aprovação dos Bombeiros. Um cilindro foi apreendido pela Polícia Civil e pelo Procon-RJ e o local ficou interditado.

Outro local foi interditado no Recreio. No Açougue Faraó das Carnes, foram descartados mais de 250 kg de carnes impróprias ao consumo por estarem vencidas ou sem nenhuma informação quanto à data de validade e manipulação. Lá os fiscais constataram diversas peças de carnes armazenadas com potencial risco de contaminação. Nos locais onde estavam os produtos havia ferrugem, goteiras, acúmulo de água no chão, ralos abertos com esgoto aparente, fiação exposta e bolor.

Ainda no Recreio dos Bandeirantes, na loja de material de construção Os Carvalhos, foram encontrados cerca de 50 litros de produtos vencidos ou sem especificação sendo comercializados. Dentre os itens, produtos para limpeza de pedras e mármores, textura acrílica, água sanitária, cera e catalisador. Além disso, produtos sem preços também foram notados pelos fiscais. O Mercado Atlântico, também foi autuado, pois foram descartados mais de 30kg de alimentos impróprios ao consumo entre carne moída, picanha, massa para pastel e iogurte.

Em Vargem Pequena, o Sachinho Supermercado apresentou problemas estruturais como ferrugem, bolor, piso quebrado e larvas nos locais de armazenagem de produtos, e foram encontrados cerca de 16kg de mercadorias vencidas ou sem especificação de validade. Já na Mercearia Marigessy em Vargem Grande, os fiscais notaram que o caixa preferencial não contava com espaço de passagem para cadeirante e o mercado não disponibilizava balanças de precisão para uso dos consumidores. A Polícia Civil investiga o envolvimento dos donos dos comércios com a milícia.

Na operação desta quinta-feira, entre os crimes investigados estão a exploração de atividades ilegais controladas pela milícia, cobranças irregulares de taxas de segurança e de moradia, instalações de centrais clandestinas de TV a cabo e internet, armazenamento irregular de botijões de gás e água, construções irregulares, comercialização de produtos falsificados e transporte alternativo irregular.

— Essa é mais uma ação da Força-Tarefa da Civil, por meio das Especializadas, na asfixia ao braço financeiro da milícia. Nesses mais se quatro meses, que somam mais de 60 operações, já apreendemos milhões e milhões de reais, prendemos mais de 600 pessoas e fechamos dezenas de comércios irregulares. Vamos continuar atacando o braço financeiro da milícia — disse o delegado Felipe Cury, titular do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE).


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