Marinha coloca relatório da lama do Rio Doce sob sigilo por 5 anos
Pesquisa mostra o impacto da lama de rejeitos da mineradora Samarco.
Em relação ao status de sigilo do relatório, a Marinha não se posicionou.
Em relação ao status de sigilo do relatório, a Marinha não se posicionou.
04/2016
O resultado das pesquisas
feitas por um navio da Marinha do Brasil na foz do Rio Doce está sob sigilo por
cinco anos, limitando o acesso apenas à União. A pesquisa mostra o impacto da
lama de rejeitos da mineradora Samarco, que poluiu o rio e parte do mar no
Norte do Espírito Santo, após o rompimento de uma
barragem.
Apesar de ter como uma das
propostas utilizar os dados das análises na região para que órgãos de
diferentes esferas do governo desenvolvessem ações de recuperação da área, o
documento não está à disposição da sociedade. O navio hidroceanográfico Vital
de Oliveira realizou pesquisas em Regência, no município de Linhares, no Norte estado, em novembro de 2015.
De acordo com um dos
integrantes do Fórum Capixaba de Entidades em Defesa da Bacia do Rio Doce e
membro da ONG Transparência Capixaba, Edmar Camata, os órgãos solicitaram
à Marinha do Brasil o acesso ao resultado das pesquisas, mas a resposta
foi negativa.
A alegação é de que o
documento estava classificado como 'informação sigilosa'. O termo de
classificação de informação, que coloca o documento na condição de reservado,
foi publicado em 11 de janeiro de 2016.
Sem informações
Para Edmar, os
resultados são relevantes para a sociedade, e impedir que os cidadãos saibam o
real conteúdo da pesquisa inflige a lei de Acesso à Informação.
“Existe uma
carência muito grande de informação. Não há como estimar os danos produzidos
pelo desastre, pela tragédia criminosa, que se abateu na bacia do Rio Doce, sem
informações”, informou.
Resposta
A Marinha do
Brasil informou que conforme tratado entre todos os envolvidos no processo de
pesquisa, caberia a ela repassar aos órgãos ambientas os resultados dos dados
coletados, o que foi feito em 11 de janeiro, para então ser emitido, por
aqueles órgãos competentes, um parecer técnico conclusivo do impacto ambiental.
Dessa forma,
encerrou-se a participação da Marinha no processo de pesquisa. Em relação ao
status de sigilo do relatório, a Marinha não se posicionou.
O Iema
informou, por meio de nota, que recebeu o documento da Marinha, mas em caráter
reservado. Os resultados obtidos até o momento com esta análise integrada das
informações, foram apresentados em um seminário realizado com pesquisadores da
Ufes e de outras universidades do país e representantes do Iema, Tamar, ICMBio
e Ibama.
Disponível em: http://g1.globo.com/espirito-santo/desastre-ambiental-no-rio-doce/noticia/2016/04/marinha-coloca-relatorio-da-lama-do-rio-doce-sob-sigilo-por-5-anos.html?utm_source=twitter&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar
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