Negócio da China
Ph.D. em ecologia aquática garante que as carpas ajudam na despoluição do Lago Paranoá
Lilian Tahan
Joédson Alves
Fernando Starling integrou um dos mais ousados projetos de despoluição de lagos urbanos do mundo. Durante duas décadas, o Ph.D. em ecologia aquáticapesquisou espécies de peixes capazes de melhorar a qualidade das águas do Paranoá.
Descobriu ao longo de suas imersões que as tilápias (85% dos pescados do Paranoá) excretam muito fósforo pela urina no ambiente lacustre. Esse componente contribui para a proliferação das algas, agentes poluidores do lago. O levantamento de Starling foi fundamental para convencer as autoridades a liberar a pesca profissional com tarrafas, proibida entre 1966 e 1999.
Depois de entender o sistema das tilápias, o pesquisador se dedicou ao estudo do impacto de carpas prateadas, de origem chinesa, sobre as águas do Paranoá. Starling chegou à conclusão de que elas conseguem filtrar o sistema aquático. Essa espécie se alimenta das algas e não se reproduz facilmente. Portanto, não oferece o risco de virar uma praga.
Uma carpa de 30 quilos é capaz de purificar 90 mil litros de água por dia. Hoje, elas estão depositadas especialmente no braço do Riacho Fundo, a única área ainda poluída
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