Capivaras: as intrusas de Belo Horizonte
Roedores instalados na orla da lagoa da Pampulha se alimentam dos recém-inaugurados jardins do paisagista Burle Marx, que adornam as obras de Oscar Niemeyer
Natália Martino
JOÃO MARCOS ROSA
Que liberem a caça de capivaras. A sugestão foi de um radialista de Belo Horizonte. Inflamado, ele discutia um dos assuntos mais comentados na capital mineira: a retirada dos roedores do entorno da lagoa da Pampulha. A principal justificativa é a de que elas se alimentam dos recém-restaurados jardins do paisagista Burle Marx, que adornam as obras de Oscar Niemeyer. Ameaçam um investimento de R$ 4 milhões e o título de Patrimônio Histórico da Humanidade, que a cidade pleiteia junto à Unesco.
"As capivaras têm uma taxa de reprodução alta e repovoam rapidamente o local. Por isso o controle da população precisa ser periódico", explica Leonardo Boscoli Lara, especialista em animais silvestres da Universidade Federal de Minas Gerais. "Existe um desequilíbrioque já deveria ter sido acertado há pelo menos uma década."
A prefeitura vai escolher uma empresa para fazer um plano de manejo e retirar de lá até 90% dos animais. Não são apenas as capivaras que foram negligenciadas nos últimos anos. Os jardins e até a lagoa, que sofre com a poluição, não vinham recebendo os cuidados necessários. Agora, para agradar os técnicos da Unesco, todo esse conjunto recebe atenção especial
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