quarta-feira, 27 de julho de 2016

Extrativismo triplica em 40 anos, aumentando a poluição do ar

Foram retirados do planeta 70 bilhões de toneladas de material em 2010; se a tendência continuar, a Terra precisará de 180 bilhões de toneladas de combustíveis fósseis, metais, biomassa e minérios












Extração de minério de ferro no Pará. Crédito: Creative commons/Ana Cotta

Comentário Akatu: a transição para uma sociedade mais sustentável envolve mudanças na maneira como bens e serviços são produzidos e consumidos hoje. De um lado, estarão consumidores mais conscientes e, de outro, empresas dispostas e preparadas para inovar no atendimento às suas demandas, oferecendo-lhes alternativas de produtos e serviços socialmente e ambientalmente mais responsáveis. O relatório do Pnuma nos lembra que é mais urgente a cada ano buscar alternativas para alcançar o bem-estar desejado com um uso muitíssimo inferior de recursos naturais. Mais do que uma tendência, essa mudança de paradigma rumo à economia verde parece ser a alternativa viável para combater os efeitos dos insustentáveis padrões produtivos e de consumo da sociedade atual.

A quantidade de materiais naturais extraídos da Terra triplicou nos últimos 40 anos: foram 70 bilhões de toneladas em 2010, sendo que em 1970, o volume registrado havia sido de 22 bilhões de toneladas.
Os dados estão em relatório do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, divulgado no dia. Os países ricos chegam a consumir 10 vezes mais materiais do que as nações pobres, incluindo biomassa, minérios, metais e combustíveis fósseis.
Se o extrativismo continuar nessa velocidade, o planeta precisará de 180 bilhões de toneladas de material natural por ano, até 2050. O aumento dramático no uso de combustíveis fósseis, metais e outros materiais intensificam a mudança climática e aumentam a poluição do ar.
Consumo
Outra preocupação é com a possibilidade de novos conflitos, que podem ser causados pela falta de recursos naturais. O relatório destaca que os atuais níveis de produção e de consumo são insustentáveis, e é preciso tratar o problema antes que os recursos naturais se esgotem.
Se o fornecimento de habitação, comida, energia e água continuar no mesmo padrão de hoje, a acidificação vai aumentar, prejudicando a vida marinha, aumentando a erosão dos solos e piorando a poluição.
Saúde Ambiental
Segundo o relatório, países da Europa e América do Norte consumiram até 25 toneladas per capita de materiais naturais em 2010, sendo que no Brasil e na China o volume foi de 13 toneladas per capita.
Fazer uma separação entre o uso desses minérios e combustíveis e o crescimento econômico é essencial para políticas ambientais modernas e para a saúde do meio ambiente, alerta o documento. O painel recomenda colocar um preço nas matérias-primas no momento da extração, com o objetivo de refletirem os custos sociais e ambientais da extração e do uso de recursos e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo desses materiais. Os fundos adicionais gerados poderiam ser investidos em pesquisa e desenvolvimento nos setores da economia que utilizam esses recursos de forma intensiva.

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