quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Própolis funciona... E como!

Própolis funciona... E como!

Pesquisadores confirmam o poder antimicrobiano e antioxidante dos exemplares cultivados no Brasil. Ensinamos a tirar proveito desse reforço à imunidade

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Regina Célia Pereira
Saúde - 06/2014
Deborah Maxx


Se você pesquisar a origem da palavra própolis, vai descobrir que o nome foi criado pelos gregos e significa em defesa (pro) da cidade (polis). Certamente os antigos passaram um bom tempo observando as colmeias e notaram que o composto é fabricado pelas abelhas com o propósito de blindar a casa delas. "Ele promove o isolamento do ambiente, impede a entrada de luz e de umidade, além de resguardar o local de intrusos", explica o farmacêutico Pedro Luiz Rosalen, professor da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp. E essa mesma proteção diante de inimigos microscópicos se dá no corpo humano quando utilizamos o preparo resinoso. Não param de sair estudos apontando sua eficácia contra vírus, bactérias e fungos. Daí o sucesso nas temporadas mais frias do ano, quando gripes e resfriados insistem em nos atacar.

Uma das novas pesquisas que confirmam esse papel foi realizada por Rosalen juntamente com estudiosos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, no interior paulista. O time de cientistas avaliou as capacidades antimicrobiana e antioxidante de amostras da própolis orgânica brasileira. "Elas foram coletadas em regiões certificadas, matas de preservação permanente, florestas de araucárias e áreas de reflorestamento no sul do Paraná e norte de Santa Catarina", conta o engenheiro agrônomo Severino Matias de Alencar, professor da Esalq.

As análises em laboratório revelaram que, além de combater o excedente de radicais livres, já associado ao envelhecimento precoce e a danos celulares, a própolis se mostrou bastante eficaz frente aos micróbios. "Seus compostos interferem na membrana celular das bactérias", exemplifica Alencar. Tal efeito desestabiliza esses seres microscópicos de tal maneira que eles acabam mais facilmente exterminados do pedaço.

Embora essa atuação seja reconhecida há milhares de anos - os egípcios já utilizavam a resina para evitar a deterioração das múmias -, os novíssimos testes ajudam a entender como e até que ponto ela funciona. E fica clara a vantagem de ser orgânica, isto é, livre de pesticidas e contaminantes. Ainda que boa parte desse tipo seja exportado, dá para encontrá-lo, sim, por aqui, especialmente na Região Sul, uma grande produtora. O segredo é prestar atenção nos rótulos e conferir se há certificação de que o produto é, de fato, orgânico.

O que torna a resina fabricada pelas abelhas tão poderosa é uma verdadeira miscelânea de substâncias. Mas, em meio a essa vastidão bioquímica, um grupo se destaca nas pesquisas: os compostos fenólicos. Dentro dessa classe, os queridinhos são os flavonoides e os ácidos cumárico, cafeico e gálico. Nomes estranhos que, no corpo, estão por trás das aclamadas propriedades antioxidante e antimicrobiana. A médica Norma Leite, da Associação Brasileira de Nutrologia, chama a atenção para outro ingrediente da família, a galangina. "É que ela tem ação anti-inflamatória", aponta.

Esse efeito, junto à sua vocação analgésica (sim, é efeito que não acaba mais...), responde pela popularidade da própolis contra as dores de garganta. "As versões em spray formam uma película no local e aliviam o incômodo", justifica a nutróloga. Sem contar que, geralmente, as infecções nas vias aéreas superiores, caso da amidalite, são provocadas por bactérias gram-positivas. "E experimentos demonstram que a própolis tem uma atividade antibacteriana mais pronunciada em micro-organismos desse tipo", conta Norma. "Ela inclusive amplificaria a resposta dos antibióticos", acrescenta.

Até as bactérias da boca saem perdendo com o produto das abelhas. "Os compostos fenólicos contribuem para a integridade do esmalte dentário e ajudam a prevenir cáries e a doença periodontal", afirma Rosalen, que se dedica a pesquisas nessa área. Não à toa, já existem empresas incluindo o ingrediente na receita de seus cremes dentais.

MODO DE USAR
Pelos dados disponíveis até agora, a própolis parece ter tanto potencial terapêutico como preventivo. Mas isso não significa usar o extrato, a forma mais consumida por aqui, como se fosse água. "Ingerir 15 gotas em jejum já seria suficiente para fortalecer o sistema imune", sugere Norma. Já o imunologista José Maurício Sforcin, professor da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu, no interior de São Paulo, recomenda recorrer ao produto por um curto prazo, pois o uso contínuo e exagerado faz com que o organismo fique tolerante às substâncias e elas deixem de agir direito. "E é importante ter o aval do médico", lembra. Em seus estudos, Sforcin também tem observado a participação da própolis em prol da imunidade. "Suas substâncias promovem maior ativação das células de defesa, favorecendo o reconhecimento e a destruição dos micróbios", explica.

Mais um entusiasta do material resinoso é o professor Gilberto Franchi Júnior, da Unicamp. Só que por outra razão. "Observando células, notamos que uma das variedades, a própolis vermelha, é tóxica para aquelas que são cancerosas", revela. A linha de pesquisa é recente, mas promissora: se confirmado o efeito em estudos maiores, o produto renderia apoio extra na luta contra tumores.
Franchi conta que ele próprio faz uso da própolis pelo menos três vezes ao ano. E dá até uma dica para acabar com o amargor dos extratos: "Depois de pingar as gotas na água, espere uns minutos até que se forme uma nata. Quando a camada estiver formada, retire com a ajuda de um palito". Garante-se o benefício sem aquele sabor duro de engolir.

A engenheira de alimentos Beatriz Mello, da Universidade Federal de São Carlos, no interior paulista, recomenda, ainda, verificar cuidadosamente a embalagem do extrato ou do spray e procurar selos de agências regulatórias, caso do Ministério da Agricultura. "Também vale observar a presença de álcool na formulação, já que nem todo mundo pode ingeri-lo", lembra a professora, que investiga a extração das substâncias da própolis vantajosas à saúde. Ao que tudo indica, apesar de o uso ser um tanto antigo, a ciência tem muito o que descobrir nessa mistura protetora pornatureza.

VARIEDADE QUE VEM DA COLMEIA
"Hoje, no Brasil, temos catalogados 13 tipos de própolis", conta o professor Severino Alencar. "A classificação é feita com base na composição química e nas suas atividades biológicas", explica. Como nosso país tem uma baita biodiversidade, as abelhas dispõem de inúmeras matérias-primas entre o reino vegetal para fabricar a resina. E isso tem impacto nas características da própolis, bem como em sua coloração - que vai do esverdeado ao vermelho-escuro.

DEFESA NATURAL
Como as abelhas produzem a própolis que chega à sua casa
Erika Onodera (Ilustração)
1. Para fabricar a própolis, as abelhas da espécie Apis mellifera colhem resina e secreções de folhas, brotos, troncos, cascas e outras partes das árvores.
2. Os insetos se valem de bolsinhas em suas patas para carregar o material e adicionam a ele secreções salivares, além de cera e pólen.
3. Pronta, a mistura é utilizada para vedar a colmeia e protegê-la de micro-organismos. E ainda é empregada para embalsamar insetos mortos dentro desse lar.
4. A resina é extraída com coletores que recortam tiras de própolis. O material entra em contato com um solvente e nasce, assim, o extrato.

NO MERCADO
A própolis é usada para diversos fins, e isso se reflete na prateleira
Deborah Maxx
No pote
A mistura de mel e própolis é bem-vinda pela ação expectorante e há indícios de que ela ajuda a atenuar a constipação intestinal. Mas os experts lembram que a alta carga de açúcar pede moderação pelos diabéticos.
No extrato
É o derivado que concentra maior quantidade de compostos benéficos. Os produtores costumam usar álcool de cereais como solvente para fabricá-lo, mas já existem versões com água.
No sabão
Além do aroma agradável, a própolis pode liberar na pele substâncias de ação antibacteriana. Daí por que especialistas chegam a recomendar seu sabonete a pessoas que sofrem com a acne.
Na pasta de dente
Pesquisas já provaram que o produto das abelhas enfrenta a cárie. Por isso ele foi incorporado a cremes dentais. Ainda assim, a pasta também precisa conter uma boa dose de flúor para garantir proteção.
No spray
Ele reina nos meses mais frios por resguardar a garganta. Geralmente vem combinado com gengibre, romã e outros ingredientes. Pela sua essência antibacteriana, também combate o mau hálito.

Falta de sanitários provocou morte de dez milhões de crianças no mundo

Falta de sanitários provocou morte de dez milhões de crianças no mundo, diz WaterAid

ONU lança o ‘Dia mundial do banheiro’ para chamar atenção para a falta de saneamento

POR 

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LONDRES - Num mundo em que 14% da população no século XXI ainda defeca ao ar livre, as crianças permanecem entre os mais vulneráveis à falta de sanitários, à contaminação de dejetos humanos e à água poluída.
Os jovens sofrem o impacto de uma crise de saúde e desenvolvimento que já ceifou as vidas de, pelo menos, dez milhões de crianças com menos de 5 anos desde o ano 2000. Isso se deve, basicamante à falta de acesso a um banheiro, de acordo com um relatório da organização de desenvolvimento internacional WaterAid.

Empregados da ONU instalam a escultura inflável de uma privada para celebrar o Dia mundial do banheiro - JEWEL SAMAD / AFP
A ONU, que lançou esta quarta-feira, 19 de novembro, como o “Dia mundial do banheiro”, para destacar o saneamento como uma prioridade do desenvolvimento, informou que cerca de 35% da população mundial — 2,5 bilhões das sete bilhões de pessoas do planeta — vivem sem unidades sanitárias, como banheiros e latrinas. Isto num período em que as pessoas têm mais acesso a smartphones do que a um toalete.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Unicef, cerca de 1,8 bilhão de pessoas bebem água contaminada.
Apesar disso, o quadro de água e saneamento não é de todo cinza, disse Jack Sim, o fundador cingapuriano da Organização Mundial do Banheiro, responsável pelo evento de quarta-feira na ONU. De 1990 a 2012, 2,3 bilhões de pessoas em todo o mundo obtiveram acesso a fontes melhores de água potável, segundo dados das Nações Unidas.
Neste período, a mortalidade infantil causada por diarreia — fortemente associada à água de má qualidade, falta de saneamento e higiene — caiu de cerca de 1,5 milhão para cerca de 578 mil crianças de 4 anos ou menos, que morreram por doenças associadas à diarreia, mostrou um estudo da Lancet, publicado em outubro.
‘MORTES EVITÁVEIS’
A OMS estima que 88% da mortalidade por diarreia entre os jovens pode ser atribuída a falta de acesso a saneamento, água potável e higiene. Esse percentual, segundo a WaterAid, representa a morte de cerca de 508 mil crianças no ano passado porque estes serviços não estavam disponíveis — “mortes evitáveis”, segundo Sim.
Em muitos países mais pobres, a falta de acesso a sabonete e água para lavar as mãos e práticas sanitárias inadequadas estimulam a propagação de doenças, não apenas nos lares e comunidades, mas em escolas e centros de saúde. Más condições de água, saneamento e higiene em comunidades e cenários institucionais, especialmente unidades de saúde, exacerbaram a epidemia de Ebola na África Ocidental, segundo autoridades médicas.
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“Sou uma das 2,6 bilhões de pessoas que não têm banheiro”, diz o cartaz levado por uma das crianças indianas que participaram do Dia Mundial do Banheiro - Mahesh Kumar A / AP
Na Índia, talvez o “ground zero” na batalha contra a falta de saneamento e contaminação fecal, o governo marcou o aniversário de 150 anos de Mahatma Gandhi em 2019 como meta para estabelecer o “saneamento total”, inclusive acesso a banheiros para toda a população do país, de 1,2 bilhão de pessoas.
A Índia sozinha abriga cerca de 60% da população global sem acesso a toalete, o maior índice do mundo. Os excrementos de origem humana e animal contaminam os campos, poluindo poços de água, cultivos e nascentes e provocando diarreia e cólera.
Além da falta de acesso, há ainda um problema cultural e de comportamento, uma vez que muitas pessoas na Índia não utilizam latrinas, apesar de possuí-las, afirmou Payal Hathi, diretor-associado do Instituto de Pesquisa para uma Economia Compassiva.
CRENÇAS ENRAIZADAS
Um survey amplo em cinco estados indianos de 22 mil pessoas descobriu que em 56% das famílias pesquisadas, cada membro defecava ao ar livre. Apenas 26% dos lares usavam latrinas. Em 40% das residências com banheiro externo, pelo menos uma pessoa não o utilizava.
Pessoas que receberam toaletes dentro do programa do governo indiano, que pretende construir 111 milhões de unidades em cinco anos, são duas vezes mais propensos a defecar ao ar livre, disse Hathi. O instituto prevê que mais da metade dos lares vai continuar defecando ao ar livre, apesar do programa de construção de banheiros.
— Nossa pesquisa mostra crenças fortemente enraizadas nas percepções de poluição e impureza — disse Hathi. — Muitos creem que ter um toalete no imóvel polui a casa. Além disso, limpar banheiros e fossas é uma atividade que tem sido associada a certas castas. Também há muitos que acreditam que caminhar ao ar livre nas manhãs bem cedo para defecar nos campos ou em espaços abertos faz bem à saúde.

Mulher filipina mostra como limpar uma privada, em uma comunidade pobre em Manila - Aaron Favila / AP
Este é um dos desafios do premier indiano, Nerendra Modi, na sua luta para combater o problema de saneamento, que custa ao país 600 mil vidas anualmente devido à diarreia. Estima-se que 1,1 milhão de litros de excrementos desaguam no Rio Ganges a cada minuto, o rio sagrado de 2,525 quilômetros que Modi prometeu limpar.
SÍMBOLO DE STATUS
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Além disso, essa situação expõe as mulheres indianas ao risco de estupros e assédio sexual, um perigo que chamou a atenção da opinião pública mundial em maio, depois que duas jovens da cidade Uttar Pradesh foram estupradas e enforcadas em uma mangueira, após saírem para defecar ao ar livre.
O ato de defecar ao ar livre tem uma taxa de 50% na Índia, o que contrasta com 3%, em Bangladesh e 1% na China, segundo um relatório da OMS e Unicef, divulgado em maio. No ano passado, Modi prometeu que se foram eleito construiria “banheiros primeiro, templos depois”.
— Sejamos otimistas — disse Sim, acrescentando que Modi representa o futuro e aqueles relutantes a aceitar a construção de banheiros em toda a Índia deveriam “pensar no toalete como algo normal, um estilo de vida, uma moda, um símbolo de status”.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/falta-de-sanitarios-provocou-morte-de-dez-milhoes-de-criancas-no-mundo-diz-wateraid-14611493#ixzz3KH0FevQY 

Vida do 'Paraíba' comprometida

Publicado em 29/11/2014

FONTE JORNAL O DIÁRIO

Phillipe Moacyr
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Keylla Thederich

Mediante a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou o Estado de São Paulo a realizar as obras de transposição do Rio Paraíba do Sul, a partir de um acordo assinado pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o secretário de Meio Ambiente de Campos, Zacarias Albuquerque, faz uma análise da situação e diz que além de aguardar os estudos, vai cobrar uma deliberação dos órgãos responsáveis. "A transposição afeta diretamente a vida do Paraíba e pode causar riscos à qualidade da água". Ele ainda fala da falta de investimentos para a recuperação do rio e de ações na administração pública para o uso racional da água.

O Diário (OD) - Na última quinta-feira (27), foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após acordo entre os governos dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a transposição do Rio Paraíba do Sul. Qual é o posicionamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente com a decisão?
Zacarias Albuquerque (ZA) - É com muita preocupação que vemos essa decisão. Nenhum segmento que integra a execução da política nacional de Recursos Hídricos tem informações conclusivas com base em estudos técnicos para definir um posicionamento para retirada ou não da água do Paraíba, até porque até agora nada nos foi apresentado. Não foi uma decisão técnica.

OD - Como o senhor avalia a posição do STF e do governador Luiz Fernando Pezão? 
ZA - O acordo foi firmado pelos três estados com o aval do STF. O que está contraditório na decisão é que o ministro Luiz Fuz autorizou o início das obras, inclusive com abertura de concorrência para licitação, mas terão que apresentar um projeto até fevereiro. São Paulo pode fazer a transposição, mas com base em que acordo? O que aconteceu no STF foi um debate com viés muito mais político e jurídico do que técnico. E, além disso, não há tempo suficiente para que sejam concedidas todas as licenças ambientais.

OD - Qual é o principal risco para a região?
ZA - A nossa preocupação é com a vida do rio, a qualidade biológica da água. Não sabemos o que pode acontecer, quais os riscos que irão incorrer sobre a capacidade biológica do Rio Paraíba, principalmente no período de estiagem. O risco é de termos uma queda muito brusca na vazão causada pela transposição e agravada pelas mudanças climáticas. Estudos terão que ser apresentados para que possamos avaliar melhor toda questão.

OD - Existe algum risco de comprometimento no abastecimento de água?
ZA - Por enquanto não, mas precisamos de planejamento e de mais investimentos. Em Campos, o último desabastecimento que tivemos foi em 2003, quando a vazão do rio ficou muito baixa por falta de chuvas, que associada às altas temperaturas, fizeram com que as algas libera- ssem toxinas. Não foi por falta de água. E isso pode vir a acontecer novamente.

OD - Mesmo assim, existe algum planejamento, uma alternativa em relação ao abastecimento?
ZA - Sim. Recentemente, tivemos uma reunião com representantes da concessionária Águas do Paraíba e eles nos informaram que existe um projeto a ser implementado futuramente em caso de necessidade de captação no Rio Muriaé. Mas, o ideal é que fossem construídas mais Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs).

OD - O senhor falou em investimentos e isso certamente passa pela gestão do rio. Que investimentos poderiam ser feitos? 
ZA - Qualquer investimento para recuperação da bacia e gestão de segurança hídrica passa pela construção de ETEs e pelo reflorestamento. O problema é que esses investimentos são extremamente tímidos e no Paraíba avançam muito lentamente. Todos os municípios dão sua contribuição, mas o Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos, criado há 15 anos, envolve vários órgãos e a burocracia é muito grande.

OD - Diante dessa decisão, como o município se posiciona?
ZA - A prefeita Rosinha Garotinho já se manifestou e eu, enquanto secretário e membro do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul (Ceivap), vou aguardar a apresentação dos estudos com os dados técnicos, inclusive referente às compensações e à questão do tratamento de esgoto. Além disso, vamos cobrar dos dois órgãos a deliberação sobre a questão.

OD - Além da questão da transposição, toda região vive com a crise da água. Nesse sentido, quais são as ações que estão sendo desenvolvidas no município referente à economia e uso racional da água?
ZA - Em 2009, Rosinha sancionou uma lei estabelecendo o uso racional das águas com o reaproveitamento das águas das chuvas, mas essa lei precisa ser regulamentada. Essa "obrigação" se estende desde o poder público, empresas e munícipes. No entanto, precisamos regulamentar de que forma essa água será armazenada. Uma mesma regulamentação não pode valer para uma grande empresa e um morador. Estamos realizando estudos técnicos para que haja adequação às diferentes realidades que temos em nosso município. Dentro de pouco tempo a Lei 8.096 de 2009 deverá ser regulamentada através de decreto.

OD - A administração pública também passa por uma adequação para uso racional de água. Como funciona esse programa?
ZA - Na verdade, é um programa do Ministério do Meio Ambiente, que foi lançado há 10 anos, mas ganhou corpo agora com a adesão de cerca de 500 instituições do Judiciário, do Governo Federal, dos estados e das prefeituras. É o Projeto A3P de Sustentabilidade Ambiental na Administração Pública, cujos objetivos são: orientar os gestores públicos para adoção de princípios e critérios de sustentabilidade; apoiar a incorporar critérios de gestão socioambiental; promover a economia de recursos naturais e eficiência de gastos institucionais; e contribuir para revisão de padrões de produção e consumo e na adoção de novos referenciais de sustentabilidade no âmbito da administração pública.

OD - Como foi a adesão em Campos?
ZA - A prefeita decretou a adesão em maio e começamos a trabalhar em julho com a criação do Comitê Gestor do Programa Agenda Ambiental da Administração Pública para implementar o uso racional dos recursos naturais. Nossa primeira meta foi promover a economia de 10% no uso da água em todos os prédios públicos da administração municipal. Das cerca de 700 unidades, 88 instituições conseguiram promover a economia a partir de 10%. Tivemos unidades com economia de 70 a 80%. Esse trabalho é contínuo, inclusive com a divulgação de boletins informativos para que haja uma mobilização de todos os cidadãos e que essa seja uma responsabilidade não só do poder Executivo, mas de todos.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A era dos extremos

A era dos extremos

As mudanças climáticas criam um descompasso no planeta. Enquanto em alguns lugares ocorre seca recorde, em outros nunca choveu tanto

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Jennifer Ann Thomas e Raquel Beer
Veja - Especial Água* - /10/2014
Tim J Keegan/Creative Commons

*Este texto faz parte do Especial Água; veja os outros textos que integram este especial no box ao lado.

Há uma constatação incontornável: o planeta passa por drásticas mudanças climáticas que fazem proliferar cenários extremos, de áreas com secas persistentes a outras com tempestades intensas. Desde o início dos registros históricos, em 1880, a temperatura na Terra subiu 0,85 grau e aumentou a uma taxa de 0,05 grau ao ano na última década. Parece pouco, mas é o suficiente para criar um trágico descompasso no clima global.

No Ártico, onde o aquecimento ocorre em ritmo duas vezes maior, o volume de mar congelado diminuiu 80% desde 1979, pondo em risco espécies endêmicas, a exemplo do urso-polar. Condições climáticas improváveis se espalham. No mês passado, enquanto Índia e Paquistão eram alagados por chuvas torrenciais, deixando mais de 400 mortos, a Inglaterra teve o setembro mais seco de sua história, com precipitação equivalente a 20% do total esperado.

No Brasil, com suas dimensões continentais, os extremos são sentidos à exaustão. Em São Paulo, o índice de chuvas até agosto ficou 42% mais baixo que o esperado, na maior seca da história do estado. Já o Sul, o Nordeste e o Norte registram recordes de chuvas. Mas, se as anormalidades são inevitáveis, são também inescapáveis suas consequências, a exemplo da falta de água em regiões secas, como São Paulo, e inundações onde chove demais?

O impacto das mudanças climáticas é evidente. No Brasil, é fácil associar o aquecimento global à massa de ar quente e seco que permaneceu por três meses estacionada sobre as regiões Sudeste e Centro Oeste, dificultando a formação de chuvas. O resultado é o esvaziamento de reservas e o racionamento de água em quase setenta municípios paulistas e mineiros, no que ficou conhecido como o "cinturão da seca". O extremo climático era inevitável, só que previsível.

Climatologistas, por meio de projeções matemáticas, já haviam estimado que a região passaria por um intenso período de estiagem nos anos 2010. Diz Suzana Kahn, presidente do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas: "Sabemos que as alterações no clima global aumentaram a incidência e a intensidade de eventos extremos, o que terá consequências socioeconômicas, como o racionamento de água e o aumento do preço de alimentos, por problemas na agricultura". Se temos ciência, podemos nos preparar.

Mesmo assim, continuou o desperdício na captação de água, e não se investiu para aprimorar a estrutura precária de distribuição. No Brasil, a cada 10 litros de água limpa retirados de represas para consumo, 4 vazam em encanamentos deteriorados e desvios ilegais ou durante o transporte. Em São Paulo e em Minas Gerais, o desperdício é de 3 em 10 — o caso brasileiro mais preocupante é o do Amapá, com mais de 7 litros jogados fora a cada 10 captados.

Apenas em 2012, 1 trilhão de litros de água foram perdidos em ligações clandestinas, os "gatos", que afetam a infraestrutura da Sabesp, a companhia de saneamento de São Paulo. Para efeito de comparação, a taxa de desperdício de água limpa é de 15% na Europa, 3% no Japão e se aproxima de zero em países acostumados à estiagem, a exemplo de Israel.

Vêm de fora os bons exemplos de como lidar com secas agudas, e todos envolvem um planejamento adequado da administração pública. A Califórnia, nos Estados Unidos, adaptou-se para enfrentar secas recorrentes e a atual já dura quatro anos. Por efeito das mudanças climáticas e do uso excessivo de sua água pelo homem, o Rio Colorado, o sétimo mais longo do país, que abastece cidades americanas e mexicanas, e que deságua no golfo californiano, teve seu nível reduzido em 40 metros desde 1920 e deve perder mais 10% de seu volume atual nas próximas quatro décadas. Para lidar com a situação trágica, o estado californiano importa água de outras regiões, recicla o que usa e passou a investir na dessalinização de água do oceano. "Só temos água para nossa população porque começamos a nos planejar há vinte anos", pontuou o americano David Sedlak, professor de engenharia mineral da Universidade da Califórnia em Berkeley.

Países acostumados às secas se preparam. Singapura, por exemplo, importa 40% de sua água da Malásia, vizinho com recursos hídricos abundantes. Quase 40% do abastecimento potável de Israel, que tem 60% de seu território tomado por desertos, é feito por água dessalinizada dentro do país. Em porcentagem deve chegar a 70% até 2050, com mais investimentos em infraestrutura de dessalinização.

Em uma extrapolação, a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), casa de astronautas de várias nacionalidades posicionada a 330 quilômetros de altitude, é exemplo máximo de como se pode adaptar um ambiente para situações radicais. Ela conta com um aparelho capaz de condensar a umidade do ar e transformá-la em água, incluindo o suor de seus residentes. Desde 2010, a ISS possui uma máquina de 250 milhões de dólares, desenvolvida pela Nasa, a agência espacial americana, para reciclar toda sorte de líquido, da água usada para lavar as mãos a moléculas de combustível.

Quase a totalidade dos líquidos que circulam pela ISS é reutilizada. Sem esse sistema, seria necessário gastar 564 mil dólares ao ano para enviar mais suprimentos à equipe de astronautas. Na estação, a água de torneiras e duchas ainda sai com a metade da pressão comum na Terra. Enquanto no planeta desperdiçamos 100 litros de água em um banho de dez minutos, lá são usados somente 4.

O caso da ISS pode parecer distante, mas é exemplo máximo de como o homem precisa se adaptar a ambientes criados por ele mesmo. Segundo o mais recente relatório do Painel Internacional de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU, é de 95% a probabilidade de o homem ter sido o principal responsável por intensificar as mudanças climáticas que afetam o planeta. Fizemos isso ao emitir, principalmente pelaqueima de combustíveis fósseis, mais de 375 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa desde a Revolução Industrial, no século XVIII, aumentando em 40% o que o planeta estava naturalmente acostumado a receber. Isso criou uma redoma de calorao redor da Terra. A situação piora pela falta de cuidado do homem com um de seus recursos mais valiosos.

Por exemplo: um levantamento recente da ONU aponta que 70% do lixo industrial de países subdesenvolvidos é descartado em lagos, rios e oceanos. Utilizamos água limpa sem cuidado, pelo costume de ter acesso em abundância, principalmente no Brasil, que concentra 12% de todos os recursos hídricos do mundo. A situação do planeta só se agravará daqui para a frente. O IPCC estima que a temperatura global deve subir ao menos 1,3 grau até 2100.

Em efeito contínuo, tempestades e inundações seriam mais frequentes em áreas que já sofrem com isso, e regiões áridas ou que começaram recentemente a sofrer com secas anormais, a exemplo de São Paulo, teriam os períodos de estiagem intensificados. Resta-nos aprender a lidar com as consequências de nossas atitudes desmedidas.

O PARADOXO DA ANTÁRTICA
Uma área do planeta parece imune ao fenômeno do aquecimento global: a Antártica. Nos últimos trinta anos, 95% dos modelos climáticos publicados previam uma drástica diminuição do mar congelado e o aumento de temperaturas na região. O que ocorreu foi surpreendente. No mês passado, o mar congelado da Antártica registrou a maior extensão de sua história, batendo o recorde pelo terceiro ano consecutivo. São mais de 20 milhões de quilômetros quadrados de gelo, ou 6,6% acima da média para o continente.

O polo é ponto fora da curva também no quesito temperatura. Lá foi registrada, no ano passado, a temperatura mais baixa já captada pelo homem na Terra, de 94,7 graus negativos. O comportamento do Polo Sul ainda não é completamente compreendido. A teoria mais aceita para explicar a anomalia diz que o responsável por resfriar a região é, ironicamente, o buraco na camada de ozônio. As emissões de gases estufa no último século destruíram 21,2 milhões de quilômetros quadrados da camada acima da Antártica. Esperava-se que o efeito seria a elevação da temperatura e o derretimento das geleiras. Ocorreu o contrário.

O buraco possibilitou que a Antártica refletisse para o espaço o calor irradiado. A falta de ozônio na atmosfera ainda teria aumentado em até 20% os ventos que levam o ar frio do centro do continente para o Mar de Ross, a oeste, onde ocorreu 80% da expansão de área congelada. O El Niño, fenômeno climático que deve se estabelecer até o fim do ano, pode intensificar esses ventos e colaborar ainda mais para o aumento da superfície gelada. Conclui a climatologista Julienne Stroeve, do University College of London: "O Polo Sul está sendo afetado, mas de forma diferente do previsto".

A moçada interferiu em seu entorno


A moçada interferiu em seu entorno

Com o projeto de recuperação de um córrego, estudantes de uma escola do Rio de Janeiro aprenderam mais sobre mata ciliar e conseguiram trazer de volta à vegetação ao local

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Sophia Winkel
Nova Escola - 08/2014
Jose Luis Cernadas Iglesias/Creative Commons

As
 chuvas intensas que caíram sobre a região da Serra Fluminense em 2011 erodiram o solo, destruíram a vegetaçãodas margens dos rios e deixaram centenas de mortos e desabrigados. O professor de Geografia Rafael Pereira Machado, do Centro Interescolar de Agropecuária José Francisco Lippi, na zona rural de Teresópolis, a 94 quilômetros do Rio de Janeiro, transformou o acontecimento em uma possibilidade de aprendizagempara os alunos do 9º ano, desenvolvendo um projeto de intervenção ambiental que ocorre todos os anos desde então.

Assim, a garotada estudou a mata ciliar e aprendeu a importância de preservá-la para minimizar as consequências de desastres enquanto planejava a recuperação do córrego que passa pela escola. Em sala, Machado começou questionando os jovens sobre o que eles conheciam a respeito da mata ciliar. Alguns nunca tinham ouvido falar nesse tipo de vegetação. O educador explicou que ela ficava nas margens de rios, igarapés, lagos e represas e perguntou se eles achavam importante evitar seu desflorestamento.

Uma parte da turma respondeu que não, justificando que a área poderia ser utilizada para o plantio - uma das principais atividades econômicas do local é o cultivo de hortaliças, e muitas famílias das redondezas se dedicam a esse trabalho. Por isso, a preocupação com a disponibilidade de terras agricultáveis faz parte do dia a dia dos adolescentes.

O professor levou à sala um material - planejado e preparado previamente por ele - que trazia informações sobre as matas ciliares, indicando ocorrência, características gerais e principais espécies de fauna e flora ali encontradas. Ele também continha textos sobre o processo de erosão e o cálculo dos índices pluviométricos. Os alunos foram orientados a fazer a leitura como tarefa de casa. Na aula seguinte, todos discutiram os dados descobertos.

Na sequência, por meio de slides com fotos e notícias de 2011, Machado contou sobre o desastre natural da época. Ele comentou que a ocupação irregular das encostas das montanhas provocara o deslizamento de terras e o desabamento de casas. Explicou também que muitas moradias que ocupavam as margens dos rios foram alagadas com a cheia e que a força da água de grandes enxurradas havia derrubado a floresta. Jovens que perderam parentes ou que ficaram desabrigados compartilharam suas experiências.

Sueli Furlan, docente da Universidade de São Paulo (USP), sugere explicar que osleitos dos rios receberam materiais vindos dos chamados movimentos de massa (deslizamentos de encostas que estavam encharcadas pelas chuvas). Com menos espaço e mais chuva (houve um alto índice pluviométrico no período), os rios invadiram uma área maior, que era ocupada pela vegetação e por pessoas. Machado discutiu que, se houvesse maior preocupação em impedir o desflorestamento e a instalação de casas perto dos rios, a mata estaria abundante e poderia protegê-los, além de colaborar para o escoamento de água.

Ao longo do projeto, o professor fez paralelos entre fatos conhecidos por todos e os conceitos de Geografia estudados nas aulas. Ele comentou, por exemplo, que era preciso ter água para a produção de hortaliças, pois essa cultura depende de muita irrigação. Tal recurso provém dos rios, que só poderiam ser utilizados se fossem protegidos pelas matas ciliares.

Em seguida, o professor previu a necessidade de envolver os pais dos alunos, muitos deles agricultores que dependem da perenidade dos rios da cidade. Por isso, Machado sugeriu que a garotada conversasse com os familiares sobre o que estava aprendendo em sala, falando sobre o papel desse tipo de vegetação, a importância de preservá-la e sua relação com a disponibilidade de recursos hídricos.

INTERVENÇÃO CONSCIENTE
Na etapa seguinte, Machado e os estudantes foram ao riacho da escola - o Córrego da Toca, um braço da bacia hidrográfica do Rio Bengala, que abastece a cidade, para observar o impacto das chuvas abundantes. Eles encontraram uma paisagem devastada, que incluía arbustos tombados, muitas áreas com o solo exposto e margens erodidas. Após a identificação dos problemas, todos delimitaram com cordas e varetas as zonas mais críticas, sem mata ou onde ela poderia estar mais densa. O professor aproveitou a visita de campo para fazer alguns registros fotográficos do processo.

A classe notou que parte da vegetação havia sido perdida e, mesmo com as restaurações feitas pelas turmas dos três anos anteriores, ainda não estava em boas condições. Iniciativas como essa são de médio e longo prazos, pois as plantas nativasdemoram anos para crescer. Além disso, uma ação desse tipo não pode ser de responsabilidade exclusiva da comunidade escolar. "A recuperação de áreas destruídas e a prevenção de acidentes são dever do poder público", afirma a geógrafa e formadora de professores Ana Lúcia dos Santos.

Machado convidou os alunos a pensar quais intervenções poderiam ser feitas para recuperar a região do córrego. "Ainda em campo, muitas ideias surgiram para revitalizar a área", relembra. Em conjunto, os estudantes e o professor decidiram plantar mais 50 mudas, entre as que já haviam sido introduzidas nos anos anteriores, para que a mata crescesse mais densa. Os jovens também escolheram aplicar um volume extra de terra para aumentar a camada de solo, prevendo a erosão das margens. Além disso, instalaram telas de proteção entre as plantas e o córrego e acrescentaram pilhas de sacos de areia para evitar novos desabamentos.

Nos casos em que não há um rio próximo à escola, a opção é levar a classe para conhecer um local parecido dentro da própria cidade. Maquetes também podem ser usadas para simular o impacto das chuvas. "Dá para construir a vegetação ciliar e verificar como ela interfere nos cursos de água. É possível simular um desabamento das encostas das montanhas com e sem plantas, por exemplo, e entender como cada uma das situações age sobre o leito dos rios", explica Ana Lúcia.

Vale lembrar que uma recuperação como a realizada pela turma de Machado só será efetiva se seguir aspectos técnicos. O professor recorreu a materiais da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Rio de Janeiro para orientar a classe. Como alternativa, Sueli sugere usar o documento Cadernos da Mata Ciliar bit.ly/mata-ciliar, elaborado pela Associação Ação Nascente Maquiné (Anama). Ambos contêm orientações de como fazer esse tipo de intervenção.

Ao fim do projeto, o córrego tinha recuperado seu curso normal. E a turma reconheceu a necessidade de colaborar com a preservação de seu entorno usando para isso os conhecimentos adquiridos durante o percurso do estudo.

1. LEITURAS SOBRE A MATA CILIAR
Selecione textos que tragam conceitos sobre esse tipo de vegetação e recomende a leitura em casa. Em classe, proponha um debate sobre o material.

2. AULAS PARA APROFUNDAR
Em aulas expositivas aprofunde os conceitos abordados nos textos. Estimule a participação dos alunos.

3. PROJETO DE INTERVENÇÃO
Sugira uma visita a um rio para que todos avaliem as condições da vegetação de suas margens. Estimule a garotada a pensar em medidas para revitalizar a área.