quinta-feira, 4 de setembro de 2014

TATU: O engenheiro oculto

O engenheiro oculto

As obras do tatu-canastra mudam a paisagem do Pantanal, mas o mamífero nunca era visto em ação – até ser flagrado por armadilhas fotográficas

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Kevin Schafer

Poucos animais escapam aos olhos de um peão pantaneiro. Esteja a pé, a cavalo ou na carroceria de um veículo 4x4, quem cresceu no Pantanal Mato-Grossense e vive na lida do gado está acostumado a focar pequenos movimentos na vegetação e identificar a espécie - antes mesmo de qualquer turista perceber a presença do bicho.

Apesar dessa habilidade, nenhum trabalhador da Fazenda Baía das Pedras, no município de Aquidauana, Mato Grosso do Sul, sabia que na região viviam pelo menos 14 tatus-canastra (Priodontes maximus), todos eles bem ativos. Alguns peões até acreditavam que ele estivesse extinto na região, pois ouviam histórias de caça de seus pais e avós, mas jamais toparam com um desses gigantes de armaduras. Nem mesmo durante as comitivas, quando conduzem o gado para leilão e pernoitam a céu aberto. É algo surpreendente - registros do tatu-canastra no Brasil mencionam espécimes de até 1,5 metro de comprimento, 60 centímetros de altura e 60 quilos. As garras dianteiras, em forma de foice, podem ter 20 centímetros de comprimento.

Apesar do comportamento esquivo da espécie, uma alteração na paisagem sempre intrigou os pantaneiros: os buracos, que surgem por toda parte. Foi preciso que o zoólogo francês Arnaud Desbiez identificasse seus construtores para os peões perceberem como estavam cercados de sinais da presença do grandalhão. Nenhum dos outros tatus é capaz de cavar túneis com 5 metros de extensão e 35 centímetros de diâmetro.

Desde julho de 2010, Arnaud mantém uma rotina trabalhosa de pesquisa em uma área de 20 mil hectares, ao lado dos veterinários brasileiros Danilo Kluyber e Renata Santos e do biólogo Gabriel Massocato, com diversos colaboradores eventuais e apoio da Sociedade Real Zoológica da Escócia e do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), do Brasil. Apesar de o tatu-canastra ocorrer em toda a América do Sul e estar classificado como vulnerável na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês), faltavam informações importantes sobre a espécie. Pouco se sabia, por exemplo, a respeito de seleção e uso de hábitat, tamanho do território, reprodução, se há sobreposição dos espaços ocupados por indivíduos ou qual o parentesco entre os exemplares de cada região.

O âmbito de ocorrência de cada tatu pode variar muito - entre 5 e 35 quilômetros quadrados. A expectativa dos especialistas, ao preencher tais lacunas de conhecimento, é propor um plano de ação para a conservação da espécie a partir de 2015. Por enquanto, a equipe de Arnaud se concentra no monitoramento. Ela precisou desenvolver uma armadilha leve, porém firme, forte e grande o suficiente para pegar o tatu-canastra à saída da toca sem machucá-lo. Também foi necessário inventar um meio de colocar um radiotransmissor na carapaça, pois tatus não têm pescoço para receber uma coleira com rádio.


Quando capturam um tatu, os pesquisadores verificam peso e medidas e coletam amostras de pele, sangue, fungos e parasitas (como carrapatos) para avaliar seu estado de saúde e fazer exames de DNA. Em seguida, o animal recebe o transmissor e é solto. Daí começa o jogo de paciência, muita paciência. Com uma antena na mesma frequência do aparelhinho fixado em cada animal, a equipe de Arnaud passa noites e noites mapeando os movimentos do bicho à base de bips mais fortes ou mais fracos e das coordenadas geográficas fornecidas pelo equipamento, com poucas chances de fazer observações diretas.

Arisco e desconfiado, o tatu-canastra habita de florestas fechadas a campos de Cerrado bem abertos, mas permanece 75% do seu tempo debaixo da terra. Às vezes, passa vários dias sem deixar o buraco. Ou espia só um pouquinho e volta correndo ao farejar algo estranho. De repente, resolve sair para se alimentar, detona um cupinzeiro enorme e muda de toca, andando mais de 6 quilômetros em uma noite só, mais de 20 quilômetros em uma única semana, obrigando os cientistas a varar a vegetação cerrada e recorrer ao GPS para achar o caminho de volta.

A equipe, contudo, conta com a ajuda das armadilhas fotográficas: 15 câmeras de foto e duas de vídeo dotadas de sensores de movimento. Posicionadas em buracos, elas revelam informações preciosas sobre o comportamento do gigante tímido - conseguiram até mesmo flagrar a primeira voltinha ao ar livre de dois filhotes da mesma fêmea. O primeiro nasceu em novembro de 2012, mas não resistiu por muito tempo.

Graças a esses registros, agora se sabe que a gestação dura cinco meses e as primeiras saídas do pequeno desacompanhado só ocorrem com 6 meses de vida, quando sua dieta começa a variar, embora ainda inclua o leite materno. Também é possível ver seu processo de aprendizado - sempre supervisionado de perto pela mãe - na troca de tocas e no reconhecimento de cheiros, um detalhe fundamental para a sobrevivência, pois o olfato é o melhor sentido dos tatus.

As câmeras-armadilhas fazem o impremeditado papel de "paparazzi" da vida selvagem: quando mantidas durante 40 dias no mesmo local, registram usos e usuários das tocas até agora desconhecidos pela ciência. "Estudamos os registros de 60 espécies, flagradas por mais de 4 mil sequências de imagens de nossas câmeras. Pelo menos 24 dessas criaturas - entre aves, répteis e mamíferos - são beneficiadas pelas alterações de hábitat promovidas pelo canastra. Isso nos permite classificar esse tatu como um engenheiro do ecossistema, ou seja, um animal capaz de transformar o ambiente e, com isso, influenciar os hábitos de outras espécies", explica Arnaud Desbiez. "Alguns bichos usam os buracos abandonados pelo tatu como abrigo, outros para descansar durante as horas mais quentes do dia e outros ainda para buscar alimento e caçar presas." Os pesquisadores agora investigam o papel das tocas na disseminação de doenças e parasitas.

No Pantanal, os tatus-canastra fazem três tipos de escavações: abrem cupinzeiros e cavam buracos rasos (até 1 metro de profundidade) para se alimentar, fazem tocas de descanso para usar apenas uma noite (de 1,5 metro) e profundas (de 5 metros) para permanecer por mais dias e ter para onde voltar eventualmente. Um adulto cava, em média, um novo buraco a cada dois dias. A exceção são as fêmeas prenhes ou com filhote pequeno, que ficam mais de 20 dias na mesma toca.

O ambiente preferido para as escavações são os murundus, pequenas porções elevadas de solo arenoso, sobre as quais cresce a vegetação de Cerrado. Os murundus escolhidos para tocas geralmente têm um ou dois cupinzeiros. Os pesquisadores acreditam que o canastra pode alcançar e se alimentar dos cupins vizinhos mesmo quando permanece dentro de sua toca.

Na obra da toca, os tatus removem uma boa quantidade de areia para fora do buraco, criando um ambiente propício, por exemplo, para o "banho" de tamanduás ou para a sesta de famílias inteiras de queixadas e catetos, além das solitárias antas e onças-pardas. Mais: toda a areia revolvida expõe insetos e sementes, atrás dos quais vêm aves, répteis e pequenos mamíferos, que, por sua vez, são presas de cachorros-do-mato, iraras e felinos. Ou seja, o ambiente modificado pelo tatu serve também para a alimentação.

Em seu interior, as tocas são espaçosas e frescas, com a temperatura em torno de 24 oC. Vários outros bichos, de ratinhos a jaguatiricas, buscam esse conforto térmico para escapar do calor ou do frio. Até mesmo outras espécies de tatus - como o galinha, o peba e o rabo-mole - são ocupantes temporários. Para os pesquisadores, esse uso pode servir para a adaptação e a sobrevivência dos diversos inquilinos a eventos extremos, associados às mudanças climáticas.

Uma verdadeira comunidade se movimenta ao redor e dentro dos buracos do tatu-canastra, cada espécie por um motivo diferente e com uma maneira particular de aproveitar o ambiente alterado. Quanto ao engenheiro responsável pela obra, ele segue sua rotina de trabalho noturno, indiferente às melhorias que espalha em seu caminho. Discretamente, como gosta. 
No Pantanal, Arnaud Desbiez e Danilo Kluyber soltam um tatu-canastra após pesar, medir e tirar amostras de sangue. Nenhum outro tatu é capaz de cavar túneis de 35 centímetros de diâmetro e até 5 metros de comprimento - antes de sair, o bicho investiga com o olfato apurado.
Apesar da falta de informações atualizadas sobre sua distribuição geográfica, a espécie pode ser encontrada desde a Venezuela até o norte da Argentina, incluindo boa parte do território brasileiro
TERRA DE TATU
As dez espécies brasileiras descendem de um ancestral já extinto, o gliptodonte. Uma maneira de distinguir tatus do mesmo gênero é pelo número de "cintas" no meio da carapaça - o número consta do nome científico de alguns. Entre as espécies atuais, o canastra é o maior tatu do mundo.

Coala é salvo com respiração boca a boca na Austrália

Coala é salvo com respiração boca a boca na Austrália

Agente de proteção da fauna salvou animal, que estava gravemente ferido.
Coala foi atropelado por um carro na periferia de Melbourne.

Da France Presse
O coala salvo está se recuperando agora em um refúgio e, segundo seus cuidadores, 'está bem e está comendo' (Foto: Reprodução/YouTube/GuardNews1x2)O coala salvo está se recuperando agora em um refúgio e, segundo seus cuidadores, 'está bem e está comendo' (Foto: Reprodução/YouTube/GuardNews1x2)
A Austrália comemorava nesta sexta-feira (22) o gesto heroico de um agente de proteção da fauna, que salvou um coala gravemente ferido fazendo respiração boca a boca.
Os agentes precisaram agir na quinta-feira em Langwarrin, na periferia de Melbourne (sudeste), para tentar salvar um coala atropelado por um carro.
Ao chegar, os bombeiros encontraram o pequeno marsupial agarrado a uma árvore.
"Pensávamos que estava morto. Mas depois caiu e o recolhemos em um cobertor", disse o capitão Sean Curtin, citado pela rádio Fairfax.
Neste momento, um agente de proteção da fauna selvagem decidiu fazer respiração boca a boca no animal ferido, além de uma massagem cardíaca. A cena, gravada por um cinegrafista amador, não parava de circular pelas redes sociais nesta sexta.
O coala salvo está se recuperando agora em um refúgio e, segundo seus cuidadores, "está bem e está comendo".
A população de coalas na Austrália, estimada em mais de dez milhões antes da chegada de colonos britânicos em 1788, caiu a apenas 43.000 atualmente. No entanto, é difícil fazer um censo exato devido ao seu modo de vida, que transcorre em boa parte no alto das árvores.
Os coalas seguem ameaçados pela redução de seu habitat, pela circulação de veículos e pelos ataques de cachorros.
Coala ferido após ser atropelado foi salvo após receber respiração boca a boca na Austrália (Foto: Reprodução/YouTube/GuardNews1x2)Coala ferido após ser atropelado foi salvo após receber respiração boca a boca na Austrália (Foto: Reprodução/YouTube/GuardNews1x2)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A Agência Nacional de Águas (ANA) está com inscrições abertas para 6 mil vagas em cinco cursos diferentes, todos eles gratuitos e a distância. Os temas oferecidos são: Água na Medida Certa; Cuidando das Águas; Planejamento, Manejo e Gestão de Bacias; Comitês de Bacias: Práticas e Procedimentos; e Lei das Águas. Os interessados podem se inscrever na página de cursos a distância da ANA até o próximo domingo, 7 de setembro. As vagas serão preenchidas por ordem de inscrição. Quando o número de alunos chegar a 6 mil, as inscrições serão encerradas.

Saiba mais em: http://www2.ana.gov.br/Paginas/imprensa/noticia.aspx?id_noticia=12533

Foto: A Agência Nacional de Águas (ANA) está com inscrições abertas para 6 mil vagas em cinco cursos diferentes, todos eles gratuitos e a distância. Os temas oferecidos são: Água na Medida Certa; Cuidando das Águas; Planejamento, Manejo e Gestão de Bacias; Comitês de Bacias: Práticas e Procedimentos; e Lei das Águas. Os interessados podem se inscrever na página de cursos a distância da ANA até o próximo domingo, 7 de setembro. As vagas serão preenchidas por ordem de inscrição. Quando o número de alunos chegar a 6 mil, as inscrições serão encerradas.

Saiba mais em: http://www2.ana.gov.br/Paginas/imprensa/noticia.aspx?id_noticia=12533

EIVE AUDIENCIA PÚBLICA:LOTEAMENTO JARDIM BOTÂNICO.PARTICIPE


REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA:PARTICIPE !



O Presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Zacarias Albuquerque Oliveira, no uso de suas atribuições legais e regimentais, convida os membros do Conselho Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo e público em geral para Audiência Pública a ser realizada no dia 04 de Setembro, às 15h, no auditório do Centro de Educação Ambiental, referente à apresentação de Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV, pela empresa Loteamento Jardim Botânico, localizado na área da Rua Dr. João Maria, s/nº, Parque São Benedito, nesta cidade.  Estará disponível para consulta prévia, cópia impressa e digital do referido EIV, na Coordenação de Licenciamento Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, entre os dias 20/08/2014 a 04/09/2014. O munícipe e/ou conselheiro interessado poderá obter cópia do EIV mediante a entrega de um CD.

OS RIOS INVISÍVEIS DE SÃO PAULO E DO MUNDO

OS RIOS INVISÍVEIS DE SÃO PAULO E DO MUNDO

ASSOCIAÇÃO PROMOVE EXPEDIÇÕES PARA VALORIZAR A REDE ENTERRADA DA CAPITAL PAULISTA; NO EXTERIOR, CURSOS FORAM TRAZIDOS DE VOLTA À SUPERFÍCIE

O rio Cheonggyecheon, de Seul, revitalizado (Foto: Divulgação)
Se você vive em São Paulo ou qualquer outra cidade grande, é provável que, ao andar pelas ruas, esteja pisando em rios soterrados pela ação humana. Só em São Paulo são no mínimo 300 cursos de água (mas podem superar 500), totalizando pelo menos 1,5 mil quilômetros de extensão, segundo a associação Rios e Ruas. Alguns desses rios são famosos, como o Anhangabaú, por ser um nome que permaneceu na cidade, mas outras avenidas importantes, como a Nove de Julho e a 23 de Maio também estão sobre cursos canalizados, que hoje transportam água e esgoto e voltam à tona em tempos de chuva, na forma de enchentes, ou caem em leitos maiores (Pinheiros e Tietê, sobretudo), na forma de esgoto.
São consequências problemáticas da prática milenar de desviar, canalizar e tamponar rios e córregos, já existente no Egito antigo e na Babilônia. Muitos concordam que está mais do que na hora de rever esse estado de coisas, e a Rios e Ruas decidiu passar para a ação – sem fins lucrativos e que também não pretende apresentar soluções fechadas. Apenas levando grupos para expedições por São Paulo, a pé ou de bicicleta, para encontrar nascentes.

É muito mais fácil do que se imagina. Um dos fundadores da associação, o geógrafo Luiz de Campos Jr., há muito tempo afirma que, de qualquer ponto da cidade, basta andar no máximo 200 metros para achar uma nascente. Depois de algumas dezenas de expedições organizadas pela associação, essa convicção ainda não foi desmentida.

A afirmação sobre os 200 metros foi o que aproximou de Campos o urbanista e arquiteto José Bueno, que viria a ser seu parceiro na Rios e Ruas ao ser fundada, em 2010. Ele se animou em comprovar o dito e em conhecer melhor a hidrografia invisível de São Paulo. Ambos vinham de experiências educativas em ambientes fechados que consideravam limitadas e em pouco tempo adotaram as expedições como meios de transmitir conhecimento “pela própria natureza”. “A ideia é promover uma vivência sensorial, que não fique apenas na informação, mas leve a conhecer esses rios de perto”, diz Bueno. “É um modo de perceber esses rios como realidade atual da cidade, e não como assuntos do passado.”

Segundo Campos, os rios nunca morrem – e isso não é licença poética. “Por mais que se rebaixem os lençóis, as águas, mesmo sujas, continuam a correr e manter o curso”, diz. Ou aparecem saindo dos bueiros. As nascentes (que podem ser várias para um mesmo rio) são prova visível dessa resistência. Nas expedições, os participantes percebem no corpo e pelos sentidos os sinais de que estão próximos de uma. A temperatura abaixa e o ar fica mais frio, a vegetação se torna mais verde, há presença de certo tipo de plantas (como a taioba) e trechos de chão encharcados que permanecem assim em qualquer período do ano. Os sinais topográficos são formações em forma de anfiteatro (vales cercados de elevações) ou a existências de ruas em curva, que indicam o desenho original de um córrego.

Uma atividade complementar desses passeios é encontrar pessoas mais velhas que ainda se lembram daquele rio ou córrego quando corriam a céu aberto. Isso não é tão raro. A 23 de Maio era rio até o início dos anos 60, e ainda hoje há pessoas que conheceram um rio Tietê navegável e próprio para nadar dentro dos limites urbanos.
A primeira carta hidrográfica paulistana só ficou pronta em 2012, e um dos resultados pretendidos do trabalho de Costa e Bueno é contribuir com a inclusão de muitos cursos não mapeados e nem nomeados. Um fruto que já está maduro é a exposição itinerante Rios e Ruas, com mapas e fotos. O grande objetivo, segundo Costa, é que “as pessoas comecem a desejar esses rios integrados à cidade e não como um lugar para jogar o esgoto”.

As conversas e debates que ocorrem durante as expedições abordam basicamente duas questões: “como chegamos a esse ponto” e “como reverter”. “Se a cabeça das pessoas não mudar, não adianta limpar os rios”, diz. “Todos falam em despoluir o Tietê e o Pinheiros, mas poucos percebem que isso só é possível se forem despoluídos os afluentes.” Ele é otimista: “A cidade é plástica e pode ter um novo desenho em 10 ou 20 anos.”
Rever a questão dos rios urbanos é uma tendência no mundo todo. Em alguns lugares, grandes cursos de água foram destamponados e voltaram a fazer parte da paisagem e da malha urbana, com recuperação de mananciais e até reurbanização de certas regiões em torno das novas paisagens. A Alemanha tem um plano nacional de revitalização de todos os seus rios, e o Banco Mundial oferece apoio a projetos de saneamento e drenagem urbana.

Há novas tecnologias que vão mudando o cenário como jardins de chuva (canteiros que recebem o escoamento de água e ajudam que a infiltração na terra seja gradual), telhados verdes (camadas de solo e vegetação sobre uma superfície impermeabilizada que absorvem grandes cargas de chuva) e os parques lineares ao longo das margens dos rios.

Conheça algumas iniciativas pelo mundo:
Seul – Com um investimento de US$ 380 milhões, a recuperação do rio Cheonggyecheon – que de início enfrentou muita resistência, até de boa parte da população – é uma referência mundial em urbanismo, pela despoluição das águas e pela construção de parques lineares nas margens para lazer da população. A reforma mudou o mapa da capital da Coreia do Sul – sétima maior do mundo, com mais de 10 milhões de habitantes – e a vida dos moradores para melhor. As obras começaram pela demolição do viaduto que cobria o rio, então totalmente poluído. Começaram as obras de recuperação e, três anos depois, em 2006, parte do canal, de 80 metros de largura, foi aberto. Hoje os parques nas margens medem 8 km de extensão, e houve construção de viadutos e novas linhas de transporte público para chegar a eles.

Yonkers – A quarta cidade do estado de Nova York (e berço do cantor Frank Sinatra) teve um passado intensamente industrial e um rio, o Saw Mill, que em 1925, já um esgoto a céu aberto, foi enterrado numa galeria de concreto e aço. No início deste século, um grupo de moradores se aliou à organização Groundwork Hudson Valley, que trabalha pela saúde do rio Hudson e seus afluentes (incluindo o Saw Mill), e encomendou a estudantes de design projetos preliminares para trazer o rio de volta à superfície. A iniciativa foi ganhando apoio. Um grupo de especialistas em meio ambiente chegou para recuperar e proteger as espécies de peixes locais. Em 2010 começou a construção dos parques nas margens, que contarão com um anfiteatro e instalações para mercados públicos e atividades artísticas. Em 2011, os engenheiros abriram o conduto que protegia o rio em recuperação e o entregaram à população num leito reconstruído.

Toronto – A maior cidade do Canadá tem uma rede intrincada de cursos de água em seu subterrâneo, como São Paulo. Pronto desde 1994, um projeto dos arquitetos Kim Storey e James Brown deve finalmente sair do papel para recuperar o maior dos rios enterrados dessa rede, o Garrison. Mas não em sua forma original, e sim numa série de lagos conectados que coletarão e filtrarão água de chuva que então será reusada para irrigação em vez de engrossar repositórios de esgoto.

Brescia – A cidade do norte da Itália também tem seu desenho praticamente definido por rios hoje soterrados. Um grupo de jovens formado em 2006 e chamado Brescia Underground passou a se dedicar a chamar a atenção para esses cursos por meio de expedições, como a do Rios e Ruas de São Paulo, só que pelas galerias subterrâneas. Um dos resultados concretos dessa iniciativa foi obter apoio de instituições para a instalação, numa rua da cidade, de um chão de vidro que permite ver a água correndo do rio Garza, a poucos metros do ponto em que se junta a outros dois, Bova e Celato. A ideia agora é multiplicar essas vitrines pela cidade, com a ajuda de iluminação adequada para permitir uma boa visão de dia e de noite
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Você sabia que 1 litro de óleo pode comprometer cerca de 20 mil litros de água? A solução está na reciclagem do produto. Que tal aderir à ideia? Veja no blog algumas dicas eficientes http://goo.gl/5IjrHO


terça-feira, 2 de setembro de 2014

Ministra alerta para baixa reserva de água no Brasil

Ministra alerta para baixa reserva de água no Brasil

Publicado por http://www.agsolve.com.br/
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 A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, alertou hoje (20) para a baixa reserva de água no país, lembrando a situação vivida no início desta semana pelos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo e Minas Gerais em relação ao abastecimento do Rio Paraíba do Sul.
Izabella disse que o país precisa discutir a questão. “Se você tirar todos os reservatórios de energia elétrica do país, sobra muito pouco para o abastecimento. Temos que discutir a reservação e também a estrutura de redundância.” Ela citou o próprio Rio de Janeiro, explicando que o estado tem “forte dependência” do Rio Paraíba do Sul por ter pouca reservação. A estrutura de redundância citada pela ministra trata da existência de sistemas auxiliares de estrutura hídrica que podem suprir eventuais falhas no sistema principal.
“Se não chover em determinada região, seria possível deslocar água de outras áreas para atender àquela região. Segurança hídrica é garantir que se oferecerá água em situações de estresse”, explicou a ministra, após o lançamento do Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH), em Brasília.
O PNSH vai ao encontro dos problemas enfrentados pela Região Sudeste nos últimos dias. O objetivo é diagnosticar quais áreas de gestão e de infraestrutura do setor devem sofrer alterações para que não haja escassez no fornecimento de água a partir dos próximos anos.
De acordo com o  diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, o PNSH vem para garantir o abastecimento de água para a população, independentemente da ocorrência de chuvas no país. O trabalho da agência nesse cenário é planejar as mudanças que serão executadas pelos estados ou pelo governo federal em uma etapa posterior.
O plano é resultado de uma parceria entre a ANA, o Ministério da Integração Nacional e o Banco Mundial, no âmbito do Programa de Desenvolvimento do Setor Água. O PNSH tem prazo até 2020 para identificar as necessidades do setor de recursos hídricos e até 2035 para realizar as intervenções necessárias em barragens, sistemas adutores, canais e eixos de integração. A meta é que as obras identificadas pelo plano sejam realizadas, primordialmente, pelo Ministério da Integração Nacional e seus parceiros nos estados e em âmbito federal.
Fonte: Agência Brasil

Produção de Nutella está ameaçada por mudanças climáticas

Produção de Nutella está ameaçada por mudanças climáticas
 Agosto de 2014 • Atualizado às 16h36


Um dos itens preferidos dos chocólatras, a Nutella, pode entrar em crise devido às mudanças climáticas. Uma primavera chuvosa e cheia de geadas prejudicou muito as colheitas de avelã na Turquia. O país é o principal fornecedor da matéria-prima para a Ferrero, empresa responsável pela fabricação da Nutella.
Devido ao meu tempo, os turcos tiveram a pior safra dos últimos dez anos. O impacto disso na produção do chocolate é enorme, já que são eles que produzem 70% de toda a avelã do mundo. O reflexo dessa situação pode ser sentido diretamente no bolso do consumidor, pois com a produção reduzida, os preços tendem a aumentar.
No entanto, em declaração ao jornal norte-americano The Huffington Post, um porta-voz da Ferrero garantiu que a colheita ruim ainda não prejudicou a produção na empresa. Mas, a marca já estuda buscar avelã de outros produtores para suprir a demanda.
Não são apenas as questões climáticas que têm preocupado a companhia. Assim como acontece com outros fabricantes de chocolate, a Ferrero utiliza o óleo de palma para produzir Nutella. A Nestlé já sofreu acusações de usar fornecedores que desmatam áreas que abrigam animais selvagens ameaçados de extinção. Para evitar o mesmo problema, a Ferrero garante ter 90% de suas compras provenientes de empresas com base em plantações responsáveis.
Redação CicloVivo

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Ambientalistas e nativos criticam exploração descontrolada do Ártico

Ambientalistas e nativos criticam exploração descontrolada do Ártico


Em menos de dois meses, três conferências internacionais sobre o Ártico foram realizadas consecutivamente: a primeira em Reykjavik, na Islândia; a segunda em Salejard, na Rússia; e a terceira em Bruxelas, sede das principais instituições europeias. O que mais se ouviu nos bastidores destas reuniões é que a corrida pelo “ouro do Ártico” começou. Por um lado, empresários visam à exploração energética da região, ao turismo e a um lucrativo atalho marítimo para comércio exterior. Do outro lado da balança, ambientalistas se preocupam com a manutenção do equilíbrio climático no planeta e do nível dos mares; a defesa do lar de comunidades nativas, como também a proteção do habitat de animais em vias de extinção, como ursos e raposas polares, além de espécies marinhas.
Segundo o presidente da Islândia, Olafur Ragnar Grimsson, o Ártico se tornou o “novo terreno de jogo global”. Em entrevista ao canal CNN, ele observa que as conferências costumavam ser especializadas e reunir poucas pessoas, mas este panorama mudou. A reunião do Círculo Ártico realizada na segunda e na terça-feira na Islândia, por exemplo, contou com a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e a da ex-secretária de Estado americano, Hillary Clinton. Em Bruxelas, a conferência “Futuro do Ártico”, ocorrida entre quinta e sexta-feira, exigiu registro prévio e teve lotação esgotada para receber funcionários europeus, acadêmicos, cientistas e empresários.
Com o gradativo derretimento do gelo do Ártico, uma corrida econômica – e ecológica – se desdobra neste espaço geopolítico. As fontes de petróleo e gás escondidas sob as águas geladas atiçam as potências do Conselho Ártico, criado em 1996 e que reúne Rússia, Islândia, Finlândia, Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Noruega e Suécia. A China, interessada em projetos regionais, foi admitida este ano como observadora do Conselho.
Além de novo espaço para exploração energética, o Ártico também aparece como atalho para a navegação global. Em agosto deste ano, a China enviou seu primeiro navio quebra-gelos à região, chamado “Dragão da Neve”, que viajou de Xangai ao norte da Rússia e até a Islândia. Já o cargueiro chinês “Yong Sheng” foi o primeiro navio mercante a tomar um atalho pelo norte. Saiu de Xangai direto para o porto de Roterdã, na Holanda, cortando um trajeto de duas semanas se tivesse seguido pela costumeira passagem pelo canal de Suez no Egito.
No fim de setembro, a Rússia realizou sua própria reunião sobre o Ártico em Salejard. Na ocasião, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu as atividades de perfuração das empresas russas Gazprom e Rosneft em explorar a plataforma continental ártica do país. Putin também admitiu que os ativistas do navio Arctic Sunrise, da ONG ambiental Greenpeace – inclusive a bióloga brasileira Ana Paula Maciel – não são “piratas”, mas teriam infringido o Direito Internacional. Os ambientalistas defendem o protesto pacífico realizado no Ártico russo, uma vez que as empresas não contam com os recursos tecnológicos necessários para reagir em situações de emergência de vazamento de petróleo no Ártico ou explorar de forma sustentável um ambiente sensível para todas as nações do planeta.
Fonte: Terra

Londres estuda aplicar segundo imposto para automóveis que circulam no centro da cidade

Londres estuda aplicar segundo imposto para automóveis que circulam no centro da cidade


Por Constanza Martínez Gaete; tradução de Luana Copini
O prefeito de Londres, Boris Johnson, lançou o "Manifesto pela qualidade do ar", um documento que prevê uma série de medidas para enfrentar a contaminação ambiental que, segundo o Departamento de Saúde, influenciou no aumento de doenças respiratórias que só em 2010 ocasionaram a morte de 3.389 pessoas na cidade.
Uma das medidas para diminuir a poluição do ar, segundo os estudos, é desincentivar o uso de automóveis. Por este motivo, uma das propostas do manifesto consiste em cobrar um segundo imposto para veículos a diesel que circulam pelas “Zonas de Baixas Emissões”, criadas no centro da cidade, e que se somam às “Zonas de Congestão”, que fizeram com que Londres fosse uma das primeiras cidades do mundo a implementar o pedágio urbano.
Esta ação busca reduzir os níveis de contaminação (CO2, NOx e MP10), o trânsito de automóveis e aumento no uso do transporte público.
Estima-se que, desde 2003, quando o pedágio urbano foi implantado no centro de Londres, os automóveis diminuíram em 36% e o tráfego em 21%. Consequentemente, as emissões de CO2 foram reduzidas em 19%, de NOx em 16% e de MP10 em 15%.
Para chegar a estes resultados, a cidade decidiu que os veículos, ao entrarem no centro durante os dias úteis (de segunda à sexta, das 7h às 18h) devem pagar pedágio de 14 euros, o equivalente a R$ 42.
A medida, recém anunciada e que ainda não foi aplicada, considera que os veículos a diesel paguem um segundo imposto por entrarem nas “Zonas de Baixas Emissões” em qualquer dia e horário. Neste caso, o imposto custaria 12 euros, o equivalente a R$ 36.
Com esta medida, o prefeito de Londres busca limitar a circulação de automóveis no centro, independente do tipo de motor que tenham. A partir desta iniciativa, o prefeito propôs também que os centros das cidades europeias só deveriam permitir a circulação de veículos elétricos ou híbridos em 2020.

Fontes alternativas já respondem por 8,9% da matriz do Chile


Fontes alternativas já respondem por 8,9% da matriz do Chile

08/2014   -   Autor: Fabiano Ávila   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil


De acordo com um relatório do Ministério de Energia chileno divulgado nesta quinta-feira (15), mais de 600 MW em energias renováveis não convencionais (ERNC) foram instalados neste ano, elevando a capacidade desse tipo de fonte para 1,716 GW, ou 8,9% da matriz energética do país.

Desse total, a energia eólica responde por 680 MW (40%), seguida por biomassa, com 461 MW (27%), pequenas centrais hidroelétricas (PCHs), com 342 MW (20%), solar, com 189 MW (12%), e biogás, com 43 MW (3%).

“Os números mostram que estamos vivendo o auge do desenvolvimento das energias renováveis não convencionais. Também é um sinal claro de que a agenda de energia limpa da presidente Bachelet está sendo cumprida”, afirmou Máximo Pacheco, ministro de Energia.

O governo chileno anunciou ainda a entrega de 76 novas concessões, sendo 70 projetos solares e seis eólicos. Esses projetos, que juntos somam 3,1 GW, significam que US$ 7 bilhões em investimentos privados serão aportados no Chile nos próximos anos.

“As energias alternativas estão fazendo sua parte para ajudar na recuperação econômica do país. Além disso, são essenciais para o estabelecimento de uma matriz equilibrada, diversificada e sustentável”, destacou Pacheco.

O Chile possui a meta de ter 20% de sua matriz composta por fontes alternativas até 2025.

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