segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Araras colorem o sertão azul

REFÚGIOS NA CAATINGA

Araras colorem o sertão azul

Demorou mais de 100 anos para a arara-azul-de-lear ser encontrada na natureza. Agora, pesquisadores tentam preservar as últimas aves existentes no interior da Bahia

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João Marcos Rosa

Às 9 da manhã, o Sol já castiga os poucos que se habilitam a enfrentá-lo na vastidão semiárida da Estação Biológica de Canudos, na Bahia. Abrigada sob uma rara sombra no paredão de arenito, a bióloga Erica Pacifico, acordada desde as 3 da madrugada, bebe um gole d’água, quente a essa altura, e recebe um chamado no rádio. "Tem filhote. Dois", diz o colega Thiago Filadelfo, de dentro de uma toca a 50 metros de altura. Capacete na cabeça, o guia João Carlos Nogueira Neto corre para pegar uma gaiola especial. O equipamento é içado, e logo Filadelfo, deitado de bruços no local escuro e malcheiroso por causa das fezes de morcego, acomoda com cuidado os jovens passageiros, que saíram do ovo depois de quatro semanas de incubação.

Assim que os pequeninos chegam ao chão, Erica tira medidas, pesa, verifica se o papo está cheio e coleta restos de comida do bico, além de retirar amostras de sangue e de fezes de cada um antes de devolvê-los ao ninho. Por causa da pesquisa, que ela começou em 2008, os dois filhotes de arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) terão muito mais chances de chegar à idade adulta - podem viver até 40 anos - do que se tivessem nascido décadas atrás. Contabiliza-se hoje algo entre 800 e 1,2 mil dessas araras na natureza - eram 200 no começo dos anos 2000. "A primeira parte do trabalho era entender melhor a biologia reprodutiva delas, sobre a qual existiam pouquíssimas informações", conta a bióloga, que constatou, por exemplo, que as araras têm um ou dois filhotes por ano, que demoram em média 95 dias para começar a voar.

Toca Velha, como é conhecido esse hábitat das araras azuis em Canudos, começou a ser resguardada em 1993, quando a Fundação Biodiversitas, organização conservacionista sediada em Belo Horizonte, adquiriu 130 hectares da área, com o patrocínio da médica americana Judith Hart. Além dali, as aves vivem em outros dois pontos da região. Um deles é a Área de Proteção Ambiental Serra Branca, no limite sul da Estação Ecológica Raso da Catarina, distante 37 quilômetros de Canudos. Outro é o Boqueirão da Onça, um grande fragmento de Caatinga entre os municípios de Sento Sé e Campo Formoso, onde apenas dois indivíduos foram avistados nos últimos anos. Nos paredões vermelhos da Toca Velha, no fim da década de 1970, o biólogo alemão Helmut Sick (1910-1991) observou pela primeira vez a espécie na natureza - até então, a arara-azul-de-lear era conhecida apenas por exemplares taxidermizados ou em cativeiro. Era o fim de um mistério de mais de 100 anos, uma das maiores sagas da história da ornitologia.

DESCOBERTAHeinrich Maximilian Friedrich Hellmuth Sick desembarcou no Brasil em 1939 com a missão de coletar aves para o Museu de Zoologia da Universidade de Berlim. Com o rompimento das relações diplomáticas entre Brasil e Alemanha durante a Segunda Guerra, Sick se escondeu na serra do Caparaó, na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, mas acabou sendo descoberto e encarcerado em 1942. Impossibilitado de estudar aves nos quase três anos que passou detido na Ilha Grande, no Rio de Janeiro, começou a observar invertebrados, formando uma coleção de 24 espécies de cupim, 11 delas inéditas.

Àquela época, ainda era desconhecida a origem da arara de cor índigo, de 70 centímetros de comprimento, 20 a menos do que sua parente mais conhecida, a arara-azul-grande (A. hyacinthinus). Os registros científicos atribuíam seu lar à Amazônia, provavelmente porque era do porto de Belém que os animais saíam para serem vendidos no exterior, junto com as "primas" amazonenses. A espécie havia sido descrita em 1856 por Charles Lucien Bonaparte, com base em uma pele depositada no Museu de Paris e em um animal vivo do Zoológico da Antuérpia. Bonaparte, sobrinho do imperador Napoleão, homenageou o artista inglês Edward Lear, um amigo que, em 1832, publicara em um dos volumes de sua obra Illustrations of the Family of Psittacidae, or Parrots uma ilustração da espécie.

No livro, porém, Lear descreve a ave como sendo uma arara-azul-grande. "Ele certamente notou a diferença entre a arara que havia pintado e representantes legítimos de A. hyacinthinus, que sem dúvida também observou. No entanto, sem autoridade para batizar uma nova espécie, teve que aceitar as diferenças encontradas como variações naturais, como o fizeram também inúmeros de seus contemporâneos", escreveu Sick.

Quando a ave foi reconhecida como nova espécie, Lear já havia abandonado as ilustrações detalhadas de animais para pintar paisagens por causa de uma perda parcial da visão. Mais tarde, o artista se dedicaria à poesia. "Infelizmente, nenhuma carta ou diário sobreviveu para revelar a reação de Lear à homenagem que lhe fora feita. Naquela época, ele estava vivendo e viajando fora da Inglaterra e seu foco era muito mais a pintura de paisagens do que a ornitologia", diz Robert McCracken Peck, estudioso de Lear na Universidade Drexel, nos Estados Unidos.

Depois de sair da prisão com o fim da guerra, Sick se tornou naturalista da Fundação Brasil Central, tendo coletado diversas espécies e descoberto outras enquanto viajava pelo Xingu com os irmãos Villas Bôas. Em 1965, já como pesquisador do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, Sick leu um artigo no qual o ornitólogo holandês Karel Voous afirmava que a espécie não existia de fato: os exemplares existentes eram híbridos de arara-azul-grande e arara-azul-de-glauco (A. glaucus), espécie já extinta, de menor tamanho entre as três desse gênero. O que o holandês não sabia era que Sick já tinha pistas de que o animal vinha de algum lugar no baixo rio São Francisco graças a relatos de outros ornitólogos.

Depois de três expedições nos anos 1970, em 29 de dezembro de 1978, o veterano cientista e os iniciantes Dante Martins Teixeira e Luiz Pedreira Gonzaga, seus alunos no Museu Nacional, chegaram a Euclides da Cunha, para onde as evidências apontavam ser a morada mais provável da espécie. "A gente procurava gaiola pendurada na porta das casas, sinal de que ali tinha gente interessada em ave", diz Gonzaga, hoje professor do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, assim como Teixeira.

O dono de uma farmácia, colecionador de passarinhos, levou os pesquisadores para conhecer um fazendeiro que poderia ter informações. Enquanto falavam com ele, um homem que ouvia a conversa se manifestou. "Eu matei uma dessas uns dois meses atrás", teria dito Elizeu Pereira Alves, o Maninho. Minutos depois, ele voltava com as penas que tinha guardado. À noite, Sick, então com 68 anos e sofrendo com duas hérnias que fizeram seu médico proibi-lo de fazer aquela viagem, havia montado a cauda completa do animal. Ele estava perto.

Maninho levou a equipe até o então distrito de Cocorobó. "Ao final da tarde de 31 de dezembro, vimos à distância três araras azuis que se dirigiam ao dormitório", escreveram os pesquisadores anos depois. Gonzaga conta, porém, que naquele momento Sick ainda não tinha se dado por satisfeito. Só no primeiro dia de 1979 é que eles avistaram com clareza as araras. Ainda olhando pela luneta, o alemão levantou um polegar para Gonzaga e Teixeira. Era, com certeza, a arara-azul-de-lear. Depois de quase 30 anos de busca, essa era a maior manifestação de felicidade que a dor das duas hérnias permitia ao cientista.

PROTEÇÃO Na volta para o Rio de Janeiro, Sick tratou de contatar as autoridades ambientais federais e alertar para a necessidade de proteger a área. Em alguns meses, Maninho, que o guiou até as araras, seria nomeado guarda-parque da região. O trabalho se revelaria intenso: àquela época, estimava-se haver por volta de 40 araras na Toca Velha e o tráfico de aves corria solto. "Meu pai não podia ver gaiola com passarinho que ele pegava para soltar. Com ele, não tinha conversa", lembra Dorivaldo Macedo Alves, 49 anos, o filho mais velho de Maninho, falecido em 1998. Dorico, como é mais conhecido, e seu irmão caçula são dois dos três guarda-parque atuais da Estação Biológica de Canudos.

Dorico me apresenta Aderbal Nascimento de Farias, que acompanhou seu pai na busca derradeira de Sick pela arara-azul-de-lear. "Naquela época, a gente chamava o bicho apenas de arara. Não sabia que era azul", conta Farias. "Como elas não deixavam chegar perto, de longe, pareciam ter a cor verde." O sertanejo se lembra bem da parte da viagem em que a equipe passou pela Serra Branca. Diferentemente da Toca Velha, onde a vegetação é degradada por causa dos bodes e das cabras que circulam livremente, ali só entra gado quando algum vizinho derruba a cerca. Andando em alta velocidade em uma picape na estreita estrada arenosa - o único jeito de não ficarmos atolados -, não vejo o que há por trás da mata homogênea, que inclui facheiros, mandacarus e licuris. Essas espécies fornecem a maior parte da alimentação das araras.

CONSERVAÇÃOQuem garante a conservação da Serra Branca com mão de ferro é o fazendeiro Otávio Manoel Nolasco de Farias, que nos conduz aos dormitórios das araras. Aqui só entra quem ele permite. Embora o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) alegue que os paredões estejam dentro da Estação Ecológica Raso da Catarina, Nolasco afirma que a terra é dele e garante fazer sua parte. "Meus inimigos me chamam de coronel, mas a minha única causa é a conservação", costuma dizer. Ele me recebe em uma de suas fazendas, onde há pouco tempo plantou uma área com milho e licuri apenas para as araras. O apetite delas pelo cereal, porém, deixa outros agricultores furiosos. Um bando faminto pode acabar com uma plantação inteira. Um programa de compensação por lavouras perdidas, criado há alguns anos, não foi para frente, o que pode ser uma ameaça à espécie. Erica suspeita que a inclusão do cereal na dieta delas se deva à falta de licuri na região, derrubado para dar lugar a pastos e lavouras.

Uma vez por ano, Nolasco abre os portões de sua fazenda para o Cemave, órgão do ICMBio responsável pelo monitoramento dos animais, fazer a contagem das araras. Erica diz, no entanto, que o ideal seria que isso fosse feito quatro vezes mais: contar araras exige uma complexa mistura de matemática e zoologia, que precisa ser feita com frequência para obter estimativas mais precisas. Para saber o tamanho da população, considera-se que 25% dela é composta de adultos em idade reprodutiva. Não é fácil reconhecer os casais. Embora levem em média oito anos para atingir a maturidade sexual, as aves começam a voar em duplas bem mais cedo e chegam até mesmo a se comportar como se estivessem copulando. "Não se sabe por que elas agem assim", diz Erica. A solução é observar os ninhos. Para ser considerado ativo, é preciso que haja atividade nele por três dias, com pelo menos um dos membros do casal permanecendo no lugar. "É sinal de que eles estão protegendo filhotes ou ovos." Depois desse tempo, enfim sabe-se quem são os adultos reprodutivos e, como consequência, o tamanho da população.

Um próximo estágio da pesquisa é descobrir em que momento da história a variabilidade genética da população caiu. "Vamos tentar entender se esse momento coincide com algum evento, como uma grande seca ou mesmo a Guerra de Canudos", exemplifica Erica. Além disso, a bióloga vai poder saber o quanto a população é viável no longo prazo. "Como é um grupo pequeno e localizado, provavelmente está se reproduzindo entre si, o que é prejudicial à sobrevivência da espécie", diz. Por isso, conservar o hábitat e permitir que as aves se espalhem é fundamental. Erica pretende marcar de dez a 20 indivíduos da Toca Velha com transmissores que emitem sinais via satélite. Assim, poderá saber com precisão onde eles se alimentam, um dado fundamental para definir áreas prioritárias para a conservação.

Seria emocionante voltar em alguns anos e ver mais araras colorindo a Caatinga de azul. No entanto, é hora de partir. Em meu último dia na Toca Velha, não vejo as aves no céu. Apenas empacoto roupas e equipamentos e me despeço da equipe de pesquisa. Pela primeira vez durante toda a viagem, não acordo de madrugada para ir até os dormitórios das araras, a pé ou a bordo da velha picape Bandeirante conduzida por Dorico, parecida com a que Sick rodou pelos sertões nordestinos até chegar a Canudos. A história está viva. Que assim permaneça
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Mitos e verdades sobre o Lago Paranoá

Mitos e verdades sobre o Lago Paranoá

Saiba um pouco mais sobre a realidade, as lendas e os mistérios do grande reservatório

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Lilian Tahan
Veja Brasília - 

SXC.hu

Como abriga duas estações de tratamento de esgoto, o lago é poluído e impróprio para banho 
Mito. Mais de 90% de suas águas são consideradas limpas. O nível de poluição só é inadequado no braço do Riacho Fundo, próximo à Estação de Tratamento de Esgoto Sul.

Ainda que tenha trechos de pouca visibilidade, ele é considerado bom para a prática de mergulhoVerdade. A água doce, limpa e de temperatura amena atrai os mergulhadores. As ruínas da Vila Amaury e a profundidade nas cercanias da barragem são outros pontos a favor do mergulho. A cor da água é considerada pelos profissionais um desafio a mais para os praticantes da atividade.

Sucuris já foram encontradas por aliVerdade. Embora raramente observada no lago, essa grande cobra pode habitar locais como a desembocadura de riachos, em trechos pantanosos. O último registro foi em 1985, quando um exemplar da espécie, de 5,15 metros, foi capturado com 65 filhotes prontos para nascer.

Um ônibus foi afundado de propósito em suas águasVerdade. Em busca de aventura e para criarem um ponto de referência, mergulhadores organizaram o içamento de um ônibus velho e o colocaram a uma profundidade de 19 metros, próximo à barragem.

Desde sempre foi chamado de ParanoáMito. Antes da denominação atual, o reservatório levou o nome de Israel Pinheiro, o primeiro administrador de Brasília.

Fornece energia à cidadeVerdade. Representa menos de 1% da energia consumida, mas essa fonte se tornou estratégica porque é usada em momentos de pico e de apagão.

Há jacarés em vários pontosVerdade. O biólogo Victor Batista fez sua tese de mestrado sobre a distribuição e a concentração de jacarés no Paranoá. Em suas saídas a campo, sempre noturnas, ele avistou 92 répteis da espécie jacaretinga - todos nos braços do lago, onde o ambiente é mais pantanoso. Segundo ele, esses jacarés não são agressivos, a não ser quando se sentem ameaçados
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domingo, 26 de janeiro de 2014

WBB: estudo avalia bem-estar na cidade de São Paulo

WBB: estudo avalia bem-estar na cidade de São Paulo

Pesquisa inédita, que vai compor o Índice de Bem-Estar Brasil (WBB), revela o grau de satisfação do cidadão paulistano com relação a dez diferentes aspectos da vida na cidade. Entre eles, meio ambiente: o desagrado da população com a qualidade do ar, ruídos na cidade e limpeza das ruas são pontos críticos da avaliação

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Marina Maciel Planeta Sustentável - 
DavidCampbell_/Creative Commons

Quais são as necessidades e anseios do brasileiro? Esta pergunta motivou a criação do primeiro índice de bem-estar brasileiro, o WBB* (do inglês Well Being Brazil) -também conhecido como Índice de Bem-Estar Brasil - desenvolvido pelo Instituto de Finanças da FGV-EAESPe a rede social MyFunCity*, premiada pela ONU.

Hoje, 14/01, foram revelados os principais resultados doprimeiro relatório relativo à cidade de São Paulo, que teve como objetivo identificar o grau de satisfação e relevância que as pessoas atribuem para dez diferentes aspectos da vida na metrópole. "Vivemos um novo momento, com o cidadão como novo protagonista", disse Mauro Motoryn, idealizador do MyFunCity.

Enquanto a maior satisfação do paulistano vem da família, os maiores descontentamentos vêm do poder público, da saúde e do transporte, revelou a pesquisa. Abaixo, veja os principais resultados para cada indicador do WBB:
Meio ambientequalidade do ar, nível de barulho na cidade e a limpeza das ruassão os aspectos que mais interferem de forma negativa na vida do paulistano e também são os mais carentes de atenção;
Transporte e Mobilidade: a qualidade do transporte público e o tempo gasto no trânsito foram considerados os fatores mais críticos. "Os engarrafamentos pioram a saúde da população e, ainda, limitam o tempo com a família", disse Wesley Mendes Da Silva, professor e pesquisador da FGV-EAESP;
Família: apesar de ter pouco tempo para ela, a família é a que mais contribui para o bem-estar do paulistano, revela a pesquisa;
Redes de Relacionamento: a pior avaliação coube às opções de lazer na cidade, o que mostra que a baixa qualidade de lazer compromete o convívio social em São Paulo. Paulistanos indicam como preferência opções que incentivem a atividade física;
Vida Profissional e Financeira: o estudo revela que o cidadão está satisfeito com o trabalho, mas não consegue guardar dinheiro para a aposentadoria;
Educação: os paulistanos estão mais satisfeitos com universidades particulares do que com as públicas. Além disso, a qualidade das escolas públicas é o indicador com pior desempenho;
Poder Público: foi a variável da pesquisa que apresentou pior desempenho em termos de satisfação com aspectos de elevada importância para o bem-estar das pessoas. Destaca-se o descontentamento do cidadão com o trabalho de vereadores, deputados, senadores e com o funcionamento da justiça;
Saúde: paulistanos apontam insatisfação com a rede pública de saúde e à prática de atividades físicas. Enquanto homens atribuem maior importância à vida sexual para uma vida feliz, as mulheres estão menos satisfeitas sexualmente;
Segurança: o alto nível de violência na cidade e o trabalho da polícia receberam péssima avaliação, enquanto o trabalho do Corpo de Bombeiros é admirado;
Consumo: ao mesmo tempo em que alcançaram os maiores níveis de importância para o bem-estar, os indicadores de Planos de Saúde, Relação com Financeiras e Provedores de Serviços de TV apresentaram o pior desempenho em termos de satisfação dos paulistanos.

Elaborado com base nas respostas de 786 paulistanos a questionário aplicado em novembro de 2013, o relatório também tem como objetivo incentivar novos negócios e políticas públicas que promovam o bem-estar da população.

A intenção é que, no futuro, o estudo seja expandido para outras cidades brasileiras. "Com a pesquisa, criou-se um banco de dados importante para estudos acadêmicos", ressaltou Fábio Gallo Garcia, professor da FGV-EAESP
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FUTURO DOS RESÍDUOS :"Deus recicla, o diabo incinera"

FUTURO DOS RESÍDUOS

"Deus recicla, o diabo incinera"

Hoje, o processo de incineração de resíduos sólidos, com aproveitamento energético ou geração de vapor, começa a ser visto como uma alternativa viável na busca por tecnologias corretas para a disposição final do lixo

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Francisco Eduardo Pereira* National Geographic Brasil 
Wikimedia Commons

Por que ainda há tanta dificuldade para colocar em prática a primeira usina de incineração de resíduos sólidos urbanos no Brasil? É simples. No momento, há um conjunto de variáveis ambientais, científicas, tecnológicas, políticas e econômicas que inviabiliza a empreitada.

Da perspectiva ambiental, o histórico da incineração no Brasil relaciona experiências traumáticas. Talvez uma das piores tenha sido a contaminação causada pelo incinerador da Rhodia, em Cubatão (SP), entre as décadas de 1980 e 1990. Na época, a empresa instalou um equipamento para eliminar os resíduos industriais nocivos, mas a fumaça liberada também era perigosa à saúde. Isso porque foram colocados equipamentos obsoletos, sem tratamento eficiente das emissões de gases de dioxinas e furanos – substâncias químicas supertóxicas e prejudiciais à saúde e ao ambiente –, que influenciaram de forma negativa na formação de uma avaliação sobre o tema. A própria Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb) resistiu por mais de 20 anos à liberação de licenças para implantação das chamadas Usinas de Recuperação Energética (UREs), abastecidas com resíduos sólidos.

Hoje, esse processo, com aproveitamento energético ou geração de vapor, começa a ser visto como uma alternativa viável na busca por tecnologias corretas para a disposição final do lixo. As UREs já existem na Europa e no Japão, onde há mecanismos rigorosos de controle e redução da poluição do ar decorrente da produção dessas usinas. No Brasil, o avanço científico e o foco no aperfeiçoamento tecnológico para tratamento e limpeza dos gases no processo de queima têm feito as restrições ambientais diminuírem bastante.

A mudança significativa no tratamento de gases se deu com a melhoria na queima e na capacidade de limpeza dos filtros. Além disso, houve razoável conhecimento sobre o comportamento desses gases, que, inclusive, influiu na própria elaboração da legislação. Isso porque o que move as agências de proteção ambiental é a segurança de que essas fontes poluidoras sejam controladas com rigor para minimizar possíveis impactos à saúde. Com esses cuidados, por fim, em dezembro de 2012, a Cetesb emitiu a primeira liberação de licença provisória de funcionamento de uma URE, em Barueri (SP) – primeira desse tipo na América Latina. Quando funcionar, terá capacidade para processar até 850 toneladas de lixo por dia, gerando 17 megawatts (MW) de energia, suficiente para abastecer 500 mil habitantes. O problema agora é obter financiamento para viabilizá-la. Alguns empresários buscaram tecnologias no mercado, compraram patentes e iniciaram testes. Só não finalizaram suas intenções devido ao valor final da empreitada.

No caso da URE de Barueri, nas primeiras tratativas com fornecedores de equipamentos, o valor parecia razoável; porém, a avaliação dos riscos do empreendimento – que incluem operação e manutenção – faz com que o investimento chegue a R$ 400 milhões para uma planta que consome até mil toneladas diárias de resíduos sólidos, o que torna o negócio proibitivo. Com a nacionalização dos equipamentos, porém, o custo pode cair para algo entre R$ 260 milhões e R$ 280 milhões.

Há dificuldades também sob a ótica econômica. Lixo e energia são mercados fechados e complexos. Antes, é preciso estruturar um modelo de negócio bom para ambos, que considere o lixo como combustível e a energia como produto. Os detentores de contratos de resíduos sólidos urbanos com os municípios são, em geral, proprietários deaterros e querem continuar com seu negócio. Por outro lado, segundo a lei, só empresas credenciadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) podem vender energia no mercado de leilões. Portanto, conciliar os interesses e viabilizar o negócio é um grande desafio comercial. Os diálogos entre as partes seguem adiantados, e é provável que, no início de 2014, esse obstáculo seja eliminado e o negócio esteja configurado.

Mas qual será seu modelo? As receitas obtidas com o serviço de gestão de resíduos sólidos urbanos no Brasil – hoje, de cerca de R$ 70 por tonelada diária – e as vendas de energia elétrica devem tornar o investimento de uma URE viável. Com os preços mais atrativos, a discussão com o poder público sobre isenções fiscais, leilões específicos da energia gerada pela cogeração de queima de lixo com preço que a viabilize (estimado em R$ 200/MW, contra um valor de mercado de R$ 150/MW) fica mais fácil. O preço da energia é taxado pelo mercado, em especial pelos leilões promovidos pela Aneel. A geração de energia para uma usina de mil toneladas/dia de lixo, por exemplo, varia entre 13 MW e 20 MW. Considerando a média de 15 MW e o valor do MW a R$ 200, a URE, com certeza, atrairá empresários do setor de energia.

Mas ainda há outras questões: a necessidade de contratos longos de, no mínimo, 15 anos, e um volume mínimo disponível de 800 toneladas diárias de lixo. A prática atual é de contratos de 60 meses, o que impossibilita a venda de energia, que precisa ter garantias de fornecimento dos resíduos sólidos no tempo do contrato (15 anos) e no volume necessário. Assim, só cidades com 1 milhão ou mais de habitantes poderiam ter as UREs, o que demanda um consórcio de municípios que a prática já demonstrou ser inviável.

Esse conturbado cenário foi, certa vez, muito bem ilustrado em uma conversa sobre o assunto com um promotor de meio ambiente da região de Campinas. Em uma reflexão sobre o futuro dessa prática no país, ele não acredita na viabilidade das UREs. Para ele, enquanto houver áreas disponíveis para aterros sanitários ou controlados, será difícil alguém ter coragem para colocar em prática a primeira usina de cogeração de energia proveniente do lixo, ambientalmente correta e com elevado padrão de qualidade. Além disso, argumenta, a política atual incentiva a reciclagem, não a queima do lixo.

Como os especialistas costumam dizer: “Aqui, Deus recicla e o diabo incinera”. 
*Francisco Eduardo Pereira é filósofo pela Universidade de São Paulo, professor das Faculdades Cantareira, onde foi responsável pela elaboração do projeto de agronegócios e meio ambiente, e especialista em soluções para problemas de resíduos sólidos urbanos. É conselheiro do Planeta Sustentável.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Procedimentos para exportação do resíduo denominado carepa para a China em 2014.

Procedimentos para exportação do resíduo denominado carepa para a China em 2014.PDFImprimirE-mail
Brasília (14/01/2014) - A escória da fabricação de ferro e aço, conhecida como “carepa” (mill scale, em inglês), é listada como um dos resíduos de importação permitida como matéria-prima na China, conforme consta no “Catalogue of Restricted Import Solid Wastes that Can Be Used as Raw Materials in China”. A exportação deste resíduo para aquele país em 2014 está condicionada ao cumprimento das orientações a seguir:
1. A indústria chinesa usuária final do resíduo deve possuir uma licença de importação da carepa expedida pelo órgão ambiental chinês;
2. A carga de resíduos deve observar as normas ambientais chinesas (Environmental Protection Control Standard).
A licença de importação citada no item 1 tem validade anual e se refere ao código de mercadorias específico da 'carepa' (2619.00.00 - Escória e outros desperdícios da fabricação do ferro e do aço). Exigências de qualidade para a carepa são estipuladas conforme porcentagens a seguir: Fe >68%, total CaO e SiO2 <3 ao="" as="" cargas="" de="" devolvidas="" estas="" n="" normas="" o="" origem.="" p="" pa="" que="" respeitarem="" s="" ser="">
A carepa, nome comum para a camada de óxidos que ocorre na superfície do aço inoxidável ferrítico durante o processo de fabricação a quente, não é considerada perante a Convenção de Basileia como sendo um resíduo perigoso, mas tem sua importação restrita na China. Desta forma, o exportador brasileiro deve tomar todas as medidas para que a carga atenda os padrões de qualidade chinesa, pois o país proíbe a importação de resíduos perigosos e de resíduos que não possam ser reciclados.
Por se tratar de um resíduo cujo comércio exterior é controlado pelo Ibama, é obrigatório que a empresa esteja em situação regularizada perante o Cadastro Técnico Federal, e que informe anualmente o consolidado das quantidades exportadas no Relatório Anual de Atividades. Observadas estas exigências, informamos que para o ano de 2014 não será necessário cumprir com os procedimentos de notificação prévia da Convenção de Basileia.
Para mais informações sobre a exportação de resíduos para a China, consulte o perfil do país no seguinte link: . Em caso de dúvidas, entrar em contato com o Ibama pelo e-mail residuos.sede@ibama.gov.br

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Estudo destaca os benefícios climáticos das árvores velhas e grandes

Estudo destaca os benefícios climáticos das árvores velhas e grandes

Vanessa Barbosa - Exame.com - 

cifor/Creative Commons



Uma nova pesquisa publicada na revista Nature manda para escanteio uma suposição comum no meio científico de que as árvores se tornam improdutivas à medida que envelhecem. Pelo contrário. Quando o assunto é clima, quanto mais velho e maior o exemplar, melhor para o planeta.

Ao contrário dos humanos, as árvores não abrandam sua taxa de crescimento com o passar do tempo, diz o estudo. Em vez disso, seu crescimento continua acelerando, mesmo em idade avançada. Este aumento contínuo, de acordo com a pesquisa, também significa que árvores de grande porte e mais velhas são expert na absorção de dióxico de carbono (CO2) da atmosfera.

Por tabela, ao absorver ou "sequestrar" o gás efeito estufa, a árvore anciã reduz a concentração de CO2 na atmosfera. Esse processo ajuda a contrabalançar asemissões provocadas pelas atividades humanas, responsáveis pelo aquecimento do planeta.

"Em termos humanos, é como se o nosso crescimento continuasse acelerando após a adolescência, em vez de diminuir a velocidade", exemplifica o principal autor do estudo Nate Stephenson. "Por essa medida, os seres humanos poderiam pesar meia tonelada na meia-idade, e mais de uma tonelada na aposentadoria", acrescenta.

METODOLOGIA
A equipe internacional de pesquisadores compilou medidas de crescimento de 673.046 árvores pertencentes a 403 espécies de regiões tropicais, subtropicais e temperadas, em seis continentes.

Os resultados mostraram que, para a maioria das espécies de árvores, houve aumento da taxa de crescimento de forma proporcional ao tamanho da árvore - em alguns casos, grandes árvores parecem estar adicionando a massa equivalente de carbono de toda uma árvore menor a cada ano.

No entanto, os pesquisadores têm o cuidado de observar que a taxa de absorção rápida de árvores individuais não se traduz, necessariamente, em um aumento líquido dearmazenamento de carbono para uma floresta inteira. "Árvores antigas, afinal, podem morrer e perder carbono para a atmosfera ao se decompor", pondera Adrian Das, um co-autor do estudo.

"Mas nossos resultados sugerem que, enquanto elas estão vivas, desempenham um papel desproporcionalmente importante dentro da dinâmica de carbono de uma floresta. É como se os jogadores estrelas no seu time favorito fossem um bando de jovens de 90 anos", completa

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Código de Mineração pode ser aprovado no primeiro semestre

Código de Mineração pode ser aprovado no primeiro semestre

     -   Fonte: Agência Câmara


O novo Código de Mineração (PL 5807/13) em análise na Câmara dos Deputados pode ser aprovado no primeiro semestre deste ano. A expectativa do relator, deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), é concluir as negociações com o governo até março. A partir daí, ele acredita que a proposta não terá dificuldades de ser aprovada na comissão especial e no Plenário da Câmara.

O atual marco regulatório do setor mineral (Decreto-Lei 227/67) está em vigor desde 1967 e, para adequá-lo à modernização e ao crescimento da atividade, o Executivo enviou uma proposta em junho do ano passado, que passou por várias alterações na comissão especial da Câmara.

Só os deputados apresentaram 372 emendas. Outras centenas de sugestões surgiram nas quase 40 audiências públicas que ouviram, em todas as regiões do País, cerca de 300 palestrantes, representando empresários, trabalhadores, mineradores e governantes. O relator acatou várias dessas sugestões. A proposta original do Executivo chegou à Câmara com 59 artigos e o substitutivo da comissão especial já tem quase 130.

Royalties da mineração

O governo não concordou com várias dessas mudanças, mas o maior impasse está em torno de quatro pontos, segundo Quintão. Dois deles dizem respeito à futura Agência Nacional de Mineração, que vai regular o setor, e à Contribuição Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), que funciona como os royalties da mineração.

"Nós criamos uma agência de acordo com a Lei das Agências (9.986/00), e o governo entende que isso não deve ser feito neste primeiro momento. Este é um dos impasses que nós temos”, explica Quintão. “A segunda dificuldade que estamos negociando é a inclusão das alíquotas da Cfem no projeto. Parte do governo entende que isso deve ser feito por meio de decreto, e o setor mineral e os parlamentares, por unanimidade, entendem que nós temos a obrigação de colocar na lei as alíquotas a serem pagas."

Quintão argumenta que a fixação das alíquotas da Cfem em lei é fundamental para o planejamento financeiro das empresas minerádoras, que pagam os royalties, e dos municípios e estados, que os recebem.

Direitos e pesquisa

Outra divergência com o governo é quanto ao artigo que define os direitos minerários como "reais e independentes do imóvel superficial".

"Nós colocamos que a produção mineral deve, sim, ser considerada como um direito real, facilitando e reduzindo o custo do financiamento da produção mineral no Brasil”, acrescenta o relator. “E estamos nessa negociação com o governo, que não conseguiu se entender e inviabilizou a votação no Congresso."

O quarto impasse é relacionado à fase de pesquisa e prospecção mineral. O governo quer que a pesquisa seja feita por meio de chamada pública de empresas, enquanto os deputados e o setor mineral defendem uma fórmula que privilegie o empreendedorismo, sobretudo daqueles que descobrirem novas jazidas.

Nessa negociação, Quintão disse que já cedeu no que foi possível: "Nós tínhamos 18 pontos de divergência. Eu já cedi para o governo em 15. Nesses outros pontos que debatemos, estamos contando com a boa vontade do governo porque, sem isso, vamos ter uma lei que não será exequível".

Soltura de tartarugas no litoral fluminense

Soltura de tartarugas no litoral fluminense


Com o objetivo de preservar as espécies, o projeto Tamar, em parceria com a secretaria de Meio Ambiente de Campos, está realizando soltura de tartarugas todos os dias, em frente aos cercados de incubação localizados na praia do Farol de São Thomé. Nas praias de Santa Clara e Tatagiba,em São Franciscode Itabapoana, também há solturas. O Projeto Tamar atua em municípios do Norte Fluminense desde 1992.
De acordo com a bióloga Daniella Torres, a base da Bacia de Campos monitora aproximadamente98 quilômetrosde praias, em Campos, São João da Barra e São Francisco.
— A base desenvolve atividades de sensibilização e educação ambiental para turistas e comunidades do entorno, como a soltura de filhotes, palestras, exibição de filmes, limpeza de praias com a finalidade de sensibilizar as pessoas e ajudar na conservação das tartarugas marinhas — explicou.
A região foi identificada na década de 80. “É uma importante área de desova das tartarugas cabeçudas (Caretta caretta) e, desde então, é listada como área prioritária para ações de conservação das espécies”, acrescentou Daniella.
Os participantes do projeto são biólogos, agentes locais e antigos pescadores. “A população local e veranistas podem nos ajudar, não tirando ou mudando as estacas de marcação das praias, não transitando com veículos e quadriciclos na orla dos nossos municípios, pois eles podem compactar os ninhos, atropelar os filhotes e espantar as tartarugas durante a desova. Além disso, não jogar lixo nas praias, pois os animais podem confundir o lixo com alimentação e morrerem por isso”, destacou.
Para o secretário de Meio Ambiente, Zacarias Albuquerque, a soltura “é um grande atrativo para as crianças. É bom que, desde cedo, elas saibam o quanto é importante preservar o meio ambiente", disse.
O secretário contou ainda que a população deve contribuir para o bem da natureza. “Queremos que moradores e veranistas do Farol se conscientizem quanto à preservação do meio ambiente. Precisamos preservá-lo, para que todos tenham qualidade de vida e conheçam estas espécies no Farol. É preciso que o meio ambiente faça parte do dia a dia das pessoas, para que não soframos as consequências futuramente. Esta é uma maneira de difundir o projeto e educar as pessoas, principalmente as crianças”, observou Zacarias, lembrando que o ecossistema deve ser protegido para que o bioma não fique comprometido.
Projeto de reconhecimento internacional
Reconhecido internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha do mundo, o projeto Tamar trabalha na pesquisa e conservação das cinco espécies de tartarugas marinhas existentes no Brasil: cabeçuda, de pente, verde, oliva e de couro. Todas ameaçadas em extinção.
O Tamar protege aproximadamente1.100 quilômetrosde praias com 19 bases de pesquisa e conservação em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilha oceânica dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco (Fernando de Noronha), Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
O projeto conta ainda com o Sistema de Informação sobre Tartarugas Marinhas (Sitamar), onde um banco une dados de todas as bases do Tamar sobre aespécie no Brasil, servindo para estudos. O Sitamar aprimorou e modernizou o processo de armazenamento, consulta e disponibilização das informações, possibilitando análise comparativa e interpretação mais eficientes, inclusive com a emissão de relatórios e mapas.
O projeto Tamar existe há 34 anos. É uma parceria entre o Centro Tamar/Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação Pró-Tamar (instituição privada sem fins lucrativos fundada em 1988 e considerada de Utilidade Pública Federal desde 1996).

Carolina Barbosa Fonte: FOLHA DA MANHÃ

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

ONG Veddas abre inscrições para Encontro Nacional de Direitos Animais

ONG Veddas abre inscrições para Encontro Nacional de Direitos Animais




Com o objetivo de reunir ativistas e interessados pelo assunto, o evento conta com uma programação diversificada que inclui saraus, show de talentos, leilão mudo para arrecadação de fundos e visitas à ecovila Parque Ecológico Visão Futuro com direito a mergulho no lago, além de palestras e dinâmicas de grupo para promover a discussão do movimento pelos direitos animais no Brasil.
George Guimarães, presidente da ONG VEDDAS e organizador do evento desde sua primeira edição, em 2008, conta que “já foram recebidas inscrições de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Ceará, Pernambuco, Pará, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, entre outros”.
O ativista, que atua desde 2006 em campanhas contra a experimentação animal, completa que a expectativa para 2014 é “encontrar ativistas amadurecidos com a experiência das edições passadas e também novos ativistas em busca dessa maturidade”.
A quarta edição do Encontro Nacional de Direitos Animais (ENDA) será realizada entre os dias 18 e 21 de abril em uma ecovila localizada no interior de estado de São Paulo. O evento tem duração de quatro dias, porém é possível inscrever-se em dias avulsos. As vagas são limitadas e o valor é promocional até o fim de janeiro.
Para mais informações acesseo site oficial do ENDA, do site da ONG Veddas ou a comunidade doENDA no facebook.

Minhocão ganha jardim vertical pioneiro no Brasil

CIDADE MAIS VERDE

Minhocão ganha jardim vertical pioneiro no Brasil

Às margens do Elevado Costa e Silva, em São Paulo, edifício residencial ganha o primeiro jardim vertical em “empena cega” do Brasil. Envolvido no projeto, o Movimento 90º garante que a capital paulista possui cerca de 500 paredões que poderiam ser transformados em jardins suspensos

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Débora Spitzcovsky Planeta Sustentável - 
Divulgação

Redução da poluição, isolamento acústico e diminuição da temperatura são, apenas, alguns dos benefícios que os jardins verticais podem trazer às áreas urbanas e que serão cada vez mais percebidos pelos moradores da região do Minhocão


Neste mês de dezembro, o Elevado Costa e Silva, umas das áreas mais cinzas e barulhentas da capital paulista, ganhou o primeiro jardim vertical do Brasil construído em uma "empena cega" - nome dado àqueles paredões dos prédios que não possuem janelas, onde eram colocados anúncios publicitários, antes da Lei Cidade Limpa ser aprovada na cidade de São Paulo, em 2007



Formada por quase cinco mil mudas, de 19 diferentes espécies - o que garante um belo colorido ao mosaico -, a parede verde de 220 m² foi montada, em 15 dias, em um prédio residencial localizado às margens do Minhocão, no largo Padre Péricles, próximo à avenida Francisco Matarazzo. 



O projeto foi idealizado por uma empresa multinacional, em parceria com a Escola São Paulo e o Movimento 90º -iniciativa que reúne paisagistas, arquitetos, administradores, advogados, engenheiros e empresários que defendem a instalação de jardins verticais nos centros urbanos em prol de cidades com mais verde



DÁ PARA FAZER MUITO MAIS...
Criador do projeto, o paisagista Guil Blanche mapeou outras edificações no centro expandido de São Paulo onde os jardins verticais poderiam ser instalados e concluiu que existem cerca de 500 "empenas cegas" aptas a receber as paredes verdes. Apenas na região do Minhocão, são 140 paredões que podem ser usados pela iniciativa. 



O maior empecilho ainda é o custo do projeto. Com necessidade de sistema automático de irrigação e fertilização para manter as plantas vivas, os jardins custam a partir de R$ 800 por m² de empena. Mas Guil Blanche dá a dica: o valor não precisa ser pago pelos moradores dos prédios. É possível arrecadar dinheiro em sites de crowdfunding na internet ou mesmo por meio de patrocínio, como aconteceu no projeto-piloto feito no Minhocão.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Empresa lança carrinhos de sorvete que aproveitam energia solar

Empresa lança carrinhos de sorvete que aproveitam energia solar



É do sol que vem a energia necessária para congelar os sorvetes da Springtime, empresa de design holandesa. A máquina ajuda a manter a textura consistente e cremosa da massa.
O carrinho possui painéis fotovoltaicos no teto. A estrutura se mantém suspensa com a ajuda de quatro suportes. As placas captam a energia solar, que é retida e armazenada em baterias. O que fica retido é suficiente para fornecer energia para o congelador mesmo em dias nublados.


O teto solar pode ser facilmente levantado e a posição ajustada com as mãos, sempre que necessário, para acompanhar o sol e melhorar a eficiência do sistema. Também, se for preciso, é possível recarregar as baterias em tomadas.
As primeiras unidades da tecnologia já estão em funcionamento em Amsterdã, na Holanda. A empresa tem o patrocínio da companhia de alimentos orgânicos Odenwald e a empresa de sorvetes ijs & Zopie. Os primeiros protótipos foram homenageados com dois prêmios internacionais de inovação.


A empresa Springtime foi fundada pelos amigos John Kock e Marcel Schreuder. Os designers investem toda a criatividade em produtos inovadores e sustentáveis. O serviço completo vai desde a fabricação até a distribuição internacional.  Eles trabalham o produto, a marca e a mídia com a colaboração de especialistas. Fundada em 1995, o negócio já tem clientes como Nike, Coca-Cola e Toyota.
Redação CicloVivo

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Aquário de Ubatuba afirma que água na Praia do Itaguá tem nível crítico de poluição

Aquário de Ubatuba afirma que água na Praia do Itaguá tem nível crítico de poluição



Motivados pela situação contraditória do volume de turistas se banhando na Praia do Itaguá e o mau cheiro do local, o Aquário de Ubatuba realizou testes de qualidade da água e os resultados foram alarmantes, o que esta gerando polêmica entre ambientalistas e as instituições responsáveis. A praia é localizada no litoral norte de São Paulo.
A preocupação dos ambientalistas da cidade de Ubatuba é justificada, pois o rio Acaraú, onde está a maior parte do problema, nasce limpo no Parque da Serra do Mar e, em um curto espaço geográfico, deságua no Itaguá em níveis críticos de poluição. Hoje, tal rio é considerado o mais poluído do litoral norte. Após sua passagem pelas estações da Sabesp e Coambiental, a qualidade se deteriora drasticamente.
Atualmente, apenas 52% dos imóveis de Ubatuba são atendidos pela rede municipal de esgoto, por isso acredita-se que ligações clandestinas e a falta de tratamento adequado são as principais causas para essa situação alarmante, que agora compara o rio Acaraú às águas dos rios das regiões metropolitanas.
Segundo Hugo Gallo Neto, Oceanógrafo Diretor Executivo do Aquário de Ubatuba, além de gerar um grave problema de saúde, essa situação pode estar comprometendo o desenvolvimento e o futuro da cidade, uma vez que a principal motivação para os turistas virem a Ubatuba é a beleza e o grau de conservação das praias.
O Conselho Municipal de Meio Ambiente se reunirá na próxima quarta-feira (15) às 15h para tratar do assunto. Um dos objetivos da pauta é decidir quais decisões serão tomadas a curto, médio e longo prazo para fiscalizar e autuar os responsáveis pelo lançamento dos efluentes não tratados no Rio Acaraú. É intenção dos ambientalistas que uma representação seja encaminhada pelo Conselho ao Ministério Público visando a instauração de inquérito e ação civil pública para solução do problema.