sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Ibama supervisiona maior exercício simulado de resposta a vazamento de óleo no mar do Brasil

Ibama supervisiona maior exercício simulado de resposta a vazamento de óleo no mar do BrasilPDFImprimirE-mail
Rio de Janeiro (18/09/2013) - Foi realizado entre os dias 6 e 16 de setembro, no litoral da Bahia, o maior exercício simulado de resposta a vazamento de óleo no ambiente marinho já realizado no país. O simulado foi realizado pela BP Energy do Brasil como requisito para obtenção da Licença de Operação para perfuração de poços no bloco BM-CAL-13, localizado a mais de 50 km do litoral do município de Itacaré/BA.
A realização do exercício prévio, chamado Avaliação Pré-Operacional (APO), é uma exigência da Coordenação Geral de Petróleo e Gás - CGPEG/DILIC/Ibama para licenciamento de perfuração em áreas ambientalmente sensíveis e visa verificar se a estrutura de resposta definida no Plano de Emergência Individual (PEI) é plenamente funcional.
O exercício buscou simular a proteção de dois ambientes selecionados, a Barra do Prado e o Arquipélago dos Abrolhos, e envolveu cerca de 1000 pessoas, entre equipe da BP Energy e contratados para atuar na resposta. Em termos de equipamentos, foram mobilizadas mais de 260 embarcações de resposta, que manusearam mais de 11 km de barreiras de contenção e 15 km de barreiras absorventes.
A atividade foi supervisionada por 13 analistas ambientais do Ibama, posicionados estrategicamente no campo ou na sede da empresa no Rio de Janeiro, para avaliação do exercício. As operações também foram acompanhadas de perto por representantes do ICMBio responsáveis pela gestão do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, apesar de o exercício não ter sido realizado dentro da unidade de conservação.
O Plano de Emergência Individual da empresa foi considerado plenamente operacional pela equipe do Ibama e representa um novo patamar de exigência para operações em áreas ambientalmente sensíveis.

Ascom/Ibama
Colaborou: Cgpeg/Dilic
Foto: Patrícia Maggi/Ibama

Ameaças à Amazônia vão muito além das queimadas

Ameaças à Amazônia vão muito além das queimadas

“A diminuição do desmatamento é, sem dúvida, muito importante para a conservação da Amazônia, mas ele não representa a única ameaça ao bioma”, afirmou Hélder Queiroz, pesquisador do IDSM - Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, durante o sétimo encontro do Ciclo de Conferências 2013 do BIOTA-FAPESP Educação

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Elton Alisson - Agência Fapesp

Agência de Notícias do Acre/Creative Commons


Há outros tipos de ameaças à conservação da Amazônia, além do desmatamento, que ocorrem em pequena escala e em áreas de várzea da região – como a extração inadequada de madeira e o manejo inapropriado de recursos pesqueiros –, que podem gerar transformações tão importantes na floresta nas próximas décadas quanto as queimadas.

Esses fenômenos, contudo, são menos perceptíveis e não são facilmente detectáveis na paisagem por imagens aéreas, como são as próprias queimadas, por acontecerem no interior da floresta e fora do chamado “Arco do desmatamento amazônico” (região de borda do bioma que corresponde ao sul e ao leste da Amazônia Legal e abrange todos os estados da região Norte, mais Mato Grosso e uma parte do Maranhão). Por isso, podem passar despercebidos e não merecer a mesma atenção recebida pelos desmatamentos pelos órgãos fiscalizadores.
O alerta foi feito por Hélder Queiroz, pesquisador do IDSM - Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, durante o sétimo encontro do Ciclo de Conferências 2013 do BIOTA-FAPESP Educação, realizado no dia 19 de setembro em São Paulo.
“A diminuição do desmatamento é, sem dúvida, muito importante para a conservação da Amazônia, mas ele não representa a única ameaça ao bioma”, afirmou Queiroz.
“Também há um grupo grande de ameaças, composto por transformações de habitat em pequena escala realizadas exatamente da mesma forma nos últimos 50 anos e de difícil detecção, mas que geram mudanças importantes na composição e na estrutura da floresta e cujos efeitos serão prolongados por muitas décadas”, estimou.
A extração inadequada de madeira da Floresta Amazônica, por exemplo, pode alterar o número de espécies de animais que vivem em uma determinada área da selva. Isso porque, de acordo com o pesquisador, algumas espécies de árvore cuja madeira tem grande valor comercial – e, por isso, são mais visadas – também podem ser importantes para alimentação da fauna.
A retirada dessas espécies de árvore de forma desordenada pode alterar a composição florística e, consequentemente, de espécies de animais de uma área da floresta, ressaltou Queiroz.
“A abertura de pequenas clareiras para remoção específica dessas espécies de madeira não é detectada pelas imagens de satélite porque, geralmente, elas têm poucos metros quadrados”, disse Queiroz.
“Ao final de três décadas, todas as espécies dessas árvores e, consequentemente, a fauna que dependia delas podem desaparecer da região”, alertou.

PESCA E CAÇA INADEQUADAS
Outra ameaça que está se tornando um problema na Amazônia, de acordo com o pesquisador, é a pesca desordenada da piracatinga (Calophysus macropterus) – espécie de peixe sem escama, apreciada para consumo, conhecida popularmente como “urubu d´água”, por ser carnívora e se alimentar de restos de peixe e outros animais.
Para a pesca do peixe na região amazônica está sendo utilizada como isca a carne de jacaré e de boto cor-de-rosa. Por causa disso, o número de botos cor-de-rosa – também conhecidos como botos-vermelhos (Inia geofrrensis) – diminuiu em diversas regiões da Amazônia, indicam dados de monitoramento da espécie na região da RDS - Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá fornecidos pelo Inpa - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.
“A carcaça de um jacaré ou de boto cor-de-rosa vale, no máximo, R$ 100,00 na região amazônica e gera aproximadamente entre 200 e 300 quilos dessa espécie de peixe”, disse Queiroz.
“Além de uma crise pesqueira, esse problema representa um sistema de valoração da biodiversidade que está profundamente desequilibrado”, avaliou.
Já em terra, segundo o pesquisador, a caça desordenada de determinadas espécies de animais tem resultado no surgimento do que alguns autores denominaram no início da década de 1990 de “florestas vazias” – áreas de floresta em pé, mas nas quais as principais espécies de animais responsáveis pela reprodução, polinização e dispersão de sementes desaparecem em razão da caça desenfreada.
“A expressão cunhada para esse fenômeno – ‘florestas vazias’ – é romântica, mas o problema é preocupante e os efeitos dele são só percebidos ao longo de décadas”, avaliou Queiroz. “Os aviões ou satélites utilizados para monitoramento também não conseguem identificar essas regiões de floresta cujas árvores estão em pé, mas nas quais as espécies de animais estão sendo intensamente caçadas”, afirmou.
FLORESTAS ALAGADAS
Em geral, a maior parte dessas ameaças “imperceptíveis” ocorre nas chamadas florestas alagadas ou de várzea – que representam quase um quarto de toda a extensão da Amazônia, ressaltou o pesquisador.
Submetidas ao regime de alagamento diário, sazonal ou imprevisível – de acordo com o regime de chuvas –, essas regiões de baixas altitudes são alagadas por águas brancas, de origem andina, escoadas, principalmente, pelos rios Solimões e Madeira.
Como são muito produtivos – por suas águas receberem grandes cargas de nutrientes e sedimentos –, os recursos naturais das florestas de várzea da Amazônia são abundantes. Por isso, são densamente ocupadas desde o período pré-colombiano.
“Praticamente 75% da população amazônica [cerca de 8 milhões de pessoas] está diretamente inserida nesses ambientes de várzea ou em suas proximidades, vivendo, trabalhando e transformando essas regiões”, disse Queiroz.
“Isso significa que esses ambientes são mais ameaçados do que os localizados no ‘arco do desmatamento’, porque recebem maior impacto diário das populações, ainda que não sejam detectados na paisagem, como o desmatamento”, comparou.
Justamente por terem grande densidade populacional, é difícil criar Arpa - Áreas Prioritárias para Conservação nessas regiões de floresta alagada, contou Queiroz. “Existem poucas áreas protegidas e muitas propostas de criação de Arpas em florestas alagadas da Amazônia”, afirmou.
Algumas delas são as RDS de Mamirauá e Amanã, que, juntas, somam quase 3,5 milhões de hectares da Amazônia.
Criada no início dos anos de 1980 com intuito de proteger o macaco uacari- branco (Cacajao calvus), a Reserva de Mamirauá começou a ser gerida no final dos anos 1990 pelo Instituto Mamirauá, que tem o objetivo de realizar pesquisa de conservação da biodiversidade.
Os pesquisadores da instituição fazem pesquisas voltadas principalmente para omanejo sustentável dos recursos naturais. E, mais recentemente, começaram a desenvolver tecnologias sociais voltadas ao tratamento de água e ao saneamento ambiental, entre outras finalidades.
“Desde 2010 estamos expandindo nossas ações. Atualmente elas atingem 150 mil pessoas. Mas esperamos chegar, nos próximos anos, 1,5 milhão de pessoas”, contou Queiroz.
REDUCAÇÃO DO DESMATAMENTO
O evento na FAPESP também contou com a participação de Maria Lucia Absy, pesquisadora do Inpa - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.
Em sua palestra, Absy destacou a queda das taxas anuais de desflorestamento da Amazônia Legal, que, no total, caíram 84% no período de 2004 a 2012, segundo dados do Projeto Prodes, do MMA - Ministério do Meio Ambiente e do Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais.
“As ações de fiscalização e redução dos índices de desmatamento da Amazônia contam com o suporte fundamental dessa ferramenta e do Deter [Sistema de Detecção do Desmatamento do Tempo Real, realizado pelo Inpe]”, ressaltou.
“Não é que seja errado desmatar uma área – desde que não seja grande – para fins produtivos. O errado é fazer isso aleatoriamente, sem metodologia e técnicas de manejo florestal”, avaliou Absy.
O próximo encontro do Ciclo de Conferências 2013 do Biota Educação será realizado no dia 24 de outubro, quando será abordado o tema “Ambientes marinhos e costeiros”.
Finalizando o ciclo, em 21 de novembro, o tema será “Biodiversidade em Ambientes Antrópicos – Urbanos e Rurais”.
Organizado pelo Programa de Pesquisa em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA-FAPESP), o Ciclo de Conferências 2013 tem o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento do ensino de ciência
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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Inteligência emocional: dinheiro como consequência

“Pensar é o trabalho mais pesado que há, e talvez seja essa a razão para tão poucos se dedicarem a isso.” – Henry Ford
É muito difícil aceitar que pensar dá trabalho. Principalmente porque chegar a tal conclusão também dá trabalho! Não que eu considere Henry Ford um exemplo de gestão, mas é preciso reconhecer seu espírito empreendedor e sua contribuição para a administração[bb]. Preferindo agir na automação de suas fábricas, Ford deu inestimável contribuição para os conceitos de produtividade e qualidade discutidos no século passado – o fordismo foi um divisor de águas. Portanto, há muito valor na frase que abre este artigo.
Por pensar compreendo o ato de tomar decisões de maneira minimamente razoável e consciente, sem que apenas a emoção pontue a palavra final. Porque pensar é também planejar e agir conforme conhecidas e estudadas conseqüências – ou mesmo temores. Decidir por decidir, com toques da intuição e representando a necessidade de agir soa romântico, faz bonito em obras de auto-ajuda, mas mostra-se atitude pouco eficiente na vida da grande maioria, representada justamente por aqueles que precisam pensar mais.
O assunto é vasto e encampa discussões nas áreas filosófica, prática, financeira, pessoal, profissional e familiar. Minhas pretensões são mais humildes: que espaço você dá para o pensamento enquanto ato existencial e necessário para uma vida mais equilibrada? Se você prefere uma pergunta menos elaborada, quanto de sua vida está no piloto automático, enquanto importantes decisões são simplesmente ignoradas ou repassadas a terceiros? Você tem pensado ou prefere apenas agir sem avaliar os “arredores”? Agora leve a reflexão para o lado financeiro. Pois é, o diagnóstico é preocupante, não?
“Se o dinheiro for a sua esperança de independência, você jamais a terá. A única segurança verdadeira consiste numa reserva de sabedoria, experiência e competência.” – Henry Ford
Ford reaparece com outra frase interessante. É no mínimo paradoxal observar um capitalista tão fervoroso dedicar palavras tão sensíveis ao tema dinheiro. Como é paradoxal observar inúmeros brasileiros vivendo, deliberadamente, problemas financeiros recorrentes, ainda que tenham plena consciência de como gerenciam mal suas finanças[bb] e das armadilhas escondidas no crédito fácil. Não me espanta perceber, na prática, que falar de dinheiro seja tão complicado e pouco valorizado. Ainda um tabu, como já disse em outra ocasião.
O que aprender com as palavras de Ford?
Arriscar-me a interpretar o raciocínio de um empresário tão bem sucedido parece uma aventura muito interessante, mas o desafio parece grande demais até para este atrevido blogueiro. Prefiro compartilhar minhas conclusões pessoais sobre a importância de se valorizar o conhecimento e a singular capacidade de pensar que apresentamos, além do papel do dinheiro em nossas vidas:
1. Inteligência emocional é fundamental. O lado subjetivo das decisões que tomamos no dia-a-dia influencia muito aqueles que nos observam e se espelham em nossas atitudes. Leve isso ao convívio familiar e a questão toma grande relevância, afinal os filhos tendem a agir conforme os princípios e valores dos pais. A inteligência emocional[bb] garante que o conhecimento e sabedoria adquiridos no ensino formal sejam plenamente aproveitados.
Pensando no ambiente profissional, cabe citar uma conclusão encontrada pelo Dr. Goleman, grande estudioso e pesquisador do impacto da inteligência emocional no cotidiano:
 “As emoções de um líder são, com freqüência, a primeira forma de influência vivenciada pelos colaboradores e formam, portanto, o elemento mais importante para estabelecer o clima organizacional”.
A emoção surge como principal elo entre as pessoas, mas deve ser tratada com cuidado. Através dela deixamos claras nossas intenções, mas também nossos medos. E o que isso tem a ver com dinheiro e a incrível capacidade de pensar? Tudo, afinal é a emoção o motor de muitas decisões financeiras incoerentes, simplesmente porque fazemos dela uma válvula de escape – conceito completamente equivocado, segundo a tese do Dr. Goleman. Inteligência emocional significa também pensar as emoções e transformá-las em benefício para a vida pessoal e profissional.
2. Decidir é preciso. Sair do piloto automático significa aceitar que o atual estágio da vida existe porque simplesmente decidimos abrir mão do direito de decidir – o que, em essência, também representa uma decisão. Ao escrever este texto tão diferente, abordando questões nem sempre triviais e de interesse de todos, pretendo apenas alertá-lo para a necessidade de repensar algumas áreas de sua vida, dando especial destaque para as decisões financeiras que você comumente toma sem dedicar merecida atenção.
3. Dinheiro é conseqüência. Sucesso financeiro é relativo, como bem pontuou Henry Ford em suas frases aqui citadas. Mas, sem que haja esforço no sentido de melhor avaliar as possibilidades de investimento, compra e venda de bens e ativos, é impossível construir um patrimônio sólido e duradouro. Isso significa incorporar três hábitos básicos em seu cotidiano: pensar, estudar e negociar. Quem pensa, sabe o que deve ou não estudar e por que. Ao negociar, aprende-se a valorizar a futura conquista. Segundo Dr. Goleman, trata-se da inteligência emocional aliada ao bom senso e conhecimento. Esta parece ser uma boa definição para vencer.
Há quem diga e defenda que não se pode ter tudo na vida. Deve ser verdade, mas a minha tese é mais simples: ter o possível só é possível com planejamento[bb], decisões inteligentes, estudo e muito bom senso. Nem sempre teremos serenidade e disciplina para agir conforme estas regras, mas esconder-se atrás da cortina das desculpas só fará aumentar a angústia diante de problemas financeiros cada vez piores. Sair do piloto automático e mudar é, antes de tudo, uma questão de força de vontade e atitude. Porque pensar dá trabalho, mas o resto se aprende.
Conrado Navarro, educador financeiro, formado em Computação com MBA em Finanças e mestrando em Produção, Economia e Finanças pela UNIFEI, é sócio-fundador do Dinheirama. Atingiu sua independência financeira antes dos 30 anos e adora motivar seus amigos e leitores a encarar o mesmo desafio. Ministra cursos de educação financeira e atua como consultor independente.

O que é que a mandioca tem

Barata, resistente, nutritiva e cheia de carboidratos especiais, ela foi eleita pela Organização das Nações Unidas o alimento do século 21. Conheça as vantagens dessa raiz que brota de norte a sul no Brasil

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Silvia Lisboa Saúde - 

Na mesa do homem mais veloz do mundo não falta... mandioca. Ela é a principal fonte de energia do jamaicano Usain Bolt, segundo revelou seu pai durante as Olimpíadas de Pequim em 2008, após o filho bater o recorde mundial dos 100 metros rasos. E faz sentido: essa raiz tem dois tipos de carboidrato, a amilopectina e a amilose, que, juntos, liberam a glicose mais lentamente para o corpo. Isso facilita a digestão, evita picos de açúcar no sangue e dá gás de sobra para o dia a dia. 

Mas não é preciso ser medalhista para tirar proveito do alimento que já foi batizado de a "rainha do Brasil". Tanto é que a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) vem endossando sua produção e seu consumo mundo afora. A entidade quer acabar com o status de "comida de pobre" e utilizá-la inclusive para combater a fome. "Infelizmente, a mandioca tem uma riqueza pouco conhecida", diz o engenheiro agrônomo Joselito Motta, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa. 

Fonte de fibras e isenta de glúten - qualidade que a faz não pesar tanto na digestão -, a raiz carrega versatilidade no nome, nas condições de plantio e nas formas de preparo. Dependendo da região, é chamada de aipim, macaxeira, maniva, uaipi ou xagala. Não há tempo ou terra ruim pra ela. "A mandioca é um camelo vegetal", brinca Motta, fazendo referência ao fato de que a planta cresce em solos pobres e resiste a períodos de seca. À mesa, ela pode ser degustada cozida, frita, em purê e dá origem a tapioca, polvilho e farinha. Ah, a brasileirinha ainda é barata: custa em média 2 reais o quilo, 30% a menos que a batata. 

Por falar na sua rival, a mandioca leva certas vantagens. "Ela possui maior quantidade de vitaminas A, B1, B2 e C", diz a nutricionista Maria Carolina von Atzingen, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Fazendo justiça, porém, precisamos avisar que a abundância em energia traz um efeito colateral: 100 gramas de mandioca têm quase três vezes mais calorias que a mesma porção de batata - são 160 calorias contra 58. 

Só que isso não deve assustar quem se preocupa com o peso. "A composição de carboidratos da raiz faz com que ela prolongue a saciedade", conta Rafaella Allevato, coordenadora do Serviço de Nutrição do Hospital San Paolo, na capital paulista. Não por menos, a mandioca costuma ter passe livre em dietas e é indicada a diabéticos. "Ao contrário de outras fontes de carboidrato, ela não gera picos de glicemia", diz Rafaella. Agora, note bem: justamente por ser um reduto desse nutriente, é prudente que ela não seja misturada nas refeições com outros depósitos de carboidrato, como arroz, macarrão... 

Por ser livre de glúten, a mandioca é queridinha de outra parcela da população, os portadores de doença celíaca - estima-se que sejam 2 milhões só no Brasil. Graças a seus derivados como a farinha e o polvilho, os celíacos conseguem ampliar o limitado cardápio de quem não pode ingerir a proteína que dá as caras no trigo, por exemplo. Segundo Ana Vládia Bandeira Moreira, professora de nutrição da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, o tubérculo ainda ajudaria a conter episódios de diarreia nessa turma. Aliás, a raiz é uma boa pedida diante de diversos problemas que atrapalham o ganho de nutrientes. Tudo por causa daquele lento processo de absorção dos carboidratos, que dá ao organismo mais tempo para assimilar outros compostos. Na hora de cozinhar a mandioca, uma dica: adicione um fio de óleo na água. "Isso auxilia na retenção das vitaminas", garante Ana Vládia. 

Apesar de estar presente há cerca de 7 mil anos na Amazônia, a mandioca só ficou mais nutritiva nas últimas décadas. A variedade que hoje está presente na mesa do brasileiro, branca na feira e amarelada após o cozimento, tem dez vezes mais vitamina A que a cultivada no tempo do descobrimento. Ela é resultado de um processo gradual de melhoramento genético, realizado pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e pela Embrapa, que cruzaram diferentes espécies até chegar a um tipo saudável e resistente a pragas. Agora, o IAC vai lançar uma nova variedade ainda mais vitaminada e rica em antioxidantes, substâncias que combatem o envelhecimento celular e reduzem o risco de doenças ligadas à idade, como o câncer. Segundo a pesquisadora do IAC Teresa Valle, a nova espécie terá 900 unidades internacionais (UI) de vitamina A, contra 220 UI da consumida atualmente, e deve chegar ao mercado em 2014. Pelo visto, se depender da mandioca, Usain Bolt vai quebrar recordes até ficar com os cabelos bem brancos. 

RAIZ HISTÓRICA
O Brasil é a terra natal da mandioca. Do centro do país, o tubérculo se espalhou por mais de 100 nações desde a chegada dos portugueses. Sua importância era tanta nos tempos de colônia que o padre José de Anchieta a batizou como o "pão da terra". Citada na carta de Pero Vaz de Caminha, ela acabou adotada pelos lusitanos. "Não fosse sua presença, a ocupação das terras brasileiras teria sido mais difícil", diz Joselito Motta. Não à toa, o historiador Luís da Câmara Cascudo chamou a planta de a "rainha do Brasil."

TESOURO DE NUTRIENTES 
O que há em 100 g de mandioca:
Calorias (Kcal) - 160
Proteínas (g) - 1,36
Lipídeos (g) - 0,28
Carboidratos (g) - 38,06
Fibras (g) - 1,8
Cálcio (mg) - 16
Vitamina C (mg) - 20,6

AO GOSTO DO FREGUÊS 
A mandioca oferece várias formas de preparo e é matéria-prima de sagu, tapioca, polvilho... 

Cozida
O tempo no fogão costuma variar dependendo da colheita. Em geral, levam-se 15 minutos em fogo alto com água e um fio de óleo. O segredo para deixá-la macia é mantê-la imersa na água do cozimento até o momento de servir.

Sagu
As bolinhas são de fécula de mandioca. É um doce típico e onipresente nos restaurantes brasileiros, feito com vinho, cravo e açúcar. Recentemente, o sagu foi incorporado à alta gastronomia.
Polvilho
Prefira os tipos frescos, menos industrializados, que têm sabor mais marcante. O azedo é usado no pão de queijo e nos sequilhos. O doce é ingrediente da chipa, biscoito da culinária paraguaia.

Tapioca
Priorize a goma fresca para sentir mais o sabor. O importante no preparo é não dourar a tapioca: coloque na frigideira, vire-a e retire imediatamente. Sirva-a branquinha e, no recheio, use a imaginação. 

Farinha
Entra na receita de massas e bolos e é a base da tradicional farofa, que vai bem com feijoada e carne de sol. Para prepará-la, é indispensável usar óleo ou manteiga. Então, cuidado com os excessos.

Frita
Eis a tentação dos botecos. Antes de fritar, é preciso cozinhar a mandioca e mantê-la imersa na água até o momento de cortar e levar à panela com óleo. Uma alternativa mais saudável são as fritadeiras elétricas à base de água
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VIRADA DA MOBILIDADE

O impacto da imobilidade urbana em São Paulo

A capital paulista coloca nas ruas, todos os dias, 1.200 novos carros, que causam trânsito, poluição e mortes, entre tantos outros problemas que impactam diretamente a qualidade de vida da população. Como libertar São Paulo da ditadura do carro? Reunidos no primeiro seminário da Virada da Mobilidade, especialistas discutem o tema

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deboni/Creative Commons

Na última década, a frota de carros da cidade de São Paulo cresceu 15 vezes mais do que a população. A capital paulista coloca nas ruas, todos os dias, 1.200 novos carros e, como consequência, registra índices de congestionamento nunca antes vistos na história. O problema ainda atinge o orçamento da cidade: os gastos anuais com trânsito chegam a R$ 40 bilhões, o que corresponde a cerca de 8% do PIB de São Paulo. Com esse valor, seria possível construir 525 km de metrô, por exemplo, que ajudariam - e muito - a resolver o problema da imobilidade nas ruas paulistanas. 

Se o carro traz muito mais problemas do que benefícios para a cidade, por que é tão difícil se libertar dele no dia a dia? Reunidos no auditório da Editora Abril, em São Paulo, especialistas em mobilidade urbana debateram o tema nesta terça-feira (17/09), durante o seminário A Economia da Imobilidade, o primeiro promovido pela Virada da Mobilidade 2013. Confira, abaixo, o que eles disseram. 


IDOLATRANDO O INIMIGO 
Rachel Biderman, do instituto de pesquisa ambiental WRI no Brasil, atribuiu o atual momento de "ditadura veicular" à melhora da situação econômica do país e à publicidade. "Nos últimos anos, o carro foi um dos maiores focos de investimento de propaganda e marketing, sempre associado a coisas boas, o que fez com que as pessoas dessem uma importância desmedida a esse item de consumo", pontuou a especialista. No entanto, ela acredita que esse estado de idolatria está com os dias contados: "O colapso que está nas ruas finalmente faz as pessoas enxergarem o lado ruim do carro, que é um dos maiores vilões globais das mudanças climáticas". 


(NÃO) RESPIRA, SÃO PAULO 
O trânsito pode ser o problema mais visível causado pelo excesso de carros nas cidades, mas não é o único. "90% dapoluição de São Paulo vem do transporte motorizado e causa danos à saúde das pessoas que já somam bilhões de dólares por ano", revelou Simone Miraglia, do Laboratório de Economia, Saúde e Poluição Ambiental da Unifesp. Segundo ela, quanto mais congestionamento existir na cidade, mais expostas as pessoas ficam a sequelas e até a morte. "Quanto menor a velocidade dos veículos, mais eles emitem. E quanto mais tempo o motorista fica no trânsito, maiores são as chances de danos à saúde. É uma equação perigosa", explicou Miraglia. Como solução, ela cita os metrôs: "Sem a malha metroviária que tem hoje, São Paulo teria 75% mais poluição e risco de mortalidade 24 vezes maior. O metrô permite que a cidade economize US$ 18 bilhões por ano com saúde. Com esse dinheiro, dá para construir 120 km de linha a cada 12 meses". 


IMPRUDÊNCIA QUE MATA 
José Aurélio Ramalho, presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, trouxe ao debate outro problema ocasionado pelo excesso de carros nas ruas: o aumento de acidentes. "O número de vítimas com sequelas em acidentes de trânsito aumentou 51% no primeiro semestre de 2013, em comparação com 2012", revelou o especialista. Segundo ele, o uso de celular ao volante é a principal causa desses incidentes, seguido por outras imprudências, como excesso de velocidade, ultrapassagens inseguras, consumo de bebida alcoólica e sono. "Precisamos de mudanças urgentes no sistema de formação de condutores do Brasil. Estamos formando pessoas para matar", alertou Ramalho, que acredita que o investimento emtransporte público de qualidade também pode ajudar a reduzir o número de acidentes. 


INVESTIMENTO DE ARAQUE 
Uma das sugestões que apareceram no debate para combater a "ditadura do carro" é mostrar a população que comprar um veículo nem sempre é bom negócio. "Vivemos um momento de juros baixos. É tentador efetuar o negócio, mas comprar um carro impacta o orçamento em longo prazo. Um veículo de R$ 30 mil custa cerca de R$ 12 mil por ano ao motorista, sem contar o financiamento", revelou Álvaro Dias, da A,R&D Finanças Pessoais. Para ele, esse dinheiro poderia ser melhor investido em saúde, educação ou moradia. "A pessoa compra o carro com a ilusão de que aquele objeto será um ativo na sua vida, mas a verdade é que com o tempo ele vira um passivo", esclareceu. 


TRANSPORTE INTEGRADO JÁ 
Outra necessidade apontada no debate para incentivar as pessoas a deixar o carro em casa foi o investimento em umarede integrada de transporte público. A questão foi levantada por Ailton Brasiliense, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). "Se todo mundo resolver se locomover de metrô hoje, teremos espaço? Não adianta dizer para o povo abrir mão do carro, se a cidade não tem planejamento para isso. O metrô hoje leva oito passageiros em pé por metro quadrado, mas foi planejado para levar quatro. É preciso investir em outros modais, como ônibus, para balancear a equação", opinou o especialista. Brasiliense deixou claro, ainda, que a pressão da sociedade sobre os políticos é a arma mais eficaz para que aconteçam as mudanças que a cidade precisa no setor demobilidade urbana


DIAS MELHORES NÃO VIRÃO, PORQUE JÁ CHEGARAM 
Autor do livro Como Viver em São Paulo sem Carro, o jornalista Leão Serva aproveitou sua participação no debate para evidenciar as boas notícias recentes na área de mobilidade urbana. "As pessoas pintam o trânsito como uma quimera avassaladora. Isso não anima ninguém a combater o problema", criticou Serva. Segundo ele, nos últimos três anos, cerca de 1,2 milhão de paulistanos adotaram o transporte por trilho. "Isso é praticamente todo o potencial de capacidade do metrô do Rio de Janeiro, que é o segundo maior do Brasil. Ou seja, há boas notícias. Não estamos em uma situação tão ruim assim", concluiu o jornalista. 


CIDADES PARA PESSOAS 
Para o vereador Ricardo Young, da Subcomissão de Mobilidade Urbana da Câmara dos Deputados de São Paulo, o problema no setor de transportes é resultado da crise de concepção das cidades. "Essa é a principal questão que temos que resolver. O desafio do século XXI são as cidades sustentáveis, espaços de convívio e regeneração dos serviços ambientais", afirmou o político. Para ele, essa revolução só vai acontecer com uma mudança cultural radical, que deve ser trabalhada localmente. "Muito além de deixar de usar o carro, as pessoas precisam entender sua relação com a cidade. As ruas são vias públicas, um espaço de encontro. Elas são muito mais do que uma simples ligação do ponto A para o ponto B", disse Young. 


O PODER NA MÃO DE CADA UM 
Marcio Nigro, fundador do Caronetas e um dos organizadores da Virada da Mobilidade 2013, encerrou o seminário falando a respeito da responsabilidade de cada cidadão. "A mobilidade é uma escolha diária. Já pensou o impacto que teria em São Paulo, caso apenas 30% das pessoas que foram para as ruas nas mobilizações de junho repensassem a forma como se locomovem na cidade? Muito além das políticas públicas, a mudança tem que partir das pessoas, das empresas...", pediu Nigro. Ele aproveitou para dizer que a guerra não é contra os carros, mas contra o modelo falido e insustentável de mobilidade urbana: "Em São Paulo, temos 0,57 carro por habitante. Em Mônaco, é 0,84 carro por habitante. É o maior índice do mundo e, no entanto, a cidade não tem trânsito, porque as pessoas sabem fazer suas escolhas de locomoção diária e andam muito a pé".

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

FLASH DA SEMANA

Participando Com  a Ministra do meio ambiente,na conferência Estadual do meio ambiente no Rio.


Plantio de árvores no Horto e no Centro de Educação ambiental em Guarús


PROGRAMA ESTADUAL DE APOIO ÀS RPPNS

PROGRAMA ESTADUAL DE APOIO ÀS RPPNS 
A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma categoria de unidade de conservação de domínio privado, prevista na legislação ambiental brasileira (Lei 9.985/2000) e reconhecida, no Estado do Rio, através do Decreto Estadual 40.909/2007. Criada por iniciativa dos proprietários e por ato do poder público, estas unidades têm como principais objetivos a preservação da diversidade biológica, das paisagens notáveis e, também, de locais que apresentem elevado valor histórico, arqueológico, paleontológico e espeleológico. No Estado do Rio, as RPPNs são consideradas como unidades de conservação de proteção integral.
A criação de áreas protegidas, seja de domínio público ou privado, é uma das estratégias mais efetivas para a preservação dos remanescentes da Mata Atlântica e de seus ecossistemas associados. Através das RPPNs, os proprietários particulares associam-se ao esforço de preservação, fortalecendo os corredores ecológicos de unidades de conservação no Estado, além de contribuírem para importantes serviços ambientais: proteção de nascentes e cursos d´água, de entorno de lagoas e represas; colaboração no controle climático e na purificação da atmosfera; e contenção de erosão em morros e encostas.
Além destes aspectos, as RPPNs podem representar uma fonte geradora de emprego e renda para seus proprietários, moradores e comunidade do entorno. Entre as atividades que podem ser desenvolvidas numa RPPN estão a visitação pública controlada com finalidade educativa e ecoturística, observação da fauna e da flora e pesquisas científicas. Os proprietários também têm direito a isenção de impostos, reconhecimento da sociedade, Poder Público e imprensa, facilidade de acesso aos fundos de apoio à implantação e gestão e apoio de instituições de conservação e pesquisa.
De acordo com a Resolução SEA 038/2007, o interessado em instituir uma RPPN deve apresentar Requerimento ao Instituto Estadual do Ambiente (INEA), acompanhado dos seguintes documentos:

  I – Requerimento para criação de RPPN, devidamente assinado pelo proprietário e de seu cônjuge, se houver ou por seu representante legal;
· II – justificativa para a constituição da RPPN;
· III - cópia autenticada da cédula de identidade e CPF do proprietário e de seu cônjuge, se houver;
· IV – matrícula atualizada do imóvel no Registro Geral de Imóveis – RGI;
· V - Certificado de Cadastro de Imóvel Rural – CCIR, quando for o caso;
· VI - planta e memorial descritivo da área total do imóvel, com a indicação dos limites de cada matrícula, dos confrontantes e da área proposta para a constituição da RPPN, assinada por profissional habilitado, com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites do imóvel e da área proposta como RPPN, georreferenciadas de acordo com as especificações do Sistema Geodésico Brasileiro; e
· VII - prova de quitação do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, ou Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU, por meio de certidão negativa de débitos relativa ao imóvel expedida pelo órgão de administração tributária competente.

Atenção: De acordo com o Parágrafo Único do Artigo 11 do Decreto Estadual 40.909/2007, “quando a propriedade rural na qual a RPPN for criada não possuir averbação de Reserva Legal, o INEA providenciará a emissão conjunta dos termos de compromisso para ambos os gravames, podendo haver sobreposição entre os mesmos.” ..........
O Requerimento e a documentação devem ser protocolados no Núcleo RPPN da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas (DIBAP) do Instituto Estadual do Ambiente, na Avenida Venezuela, nº 110/4º andar - Praça Mauá - Rio de Janeiro – RJ - CEP 20.081-312.
Horário: 9h às 18h. 
Tel: (21) 2332-5522.
Mais informações: rppn.inea@gmail.com.

Mudanças climáticas devem reduzir áreas de cultivo no Brasil

AGRICULTURA COMPROMETIDA

Mudanças climáticas devem reduzir áreas de cultivo no Brasil

Pesquisadores da Rede Clima analisam o impacto das mudanças climáticas sobre as áreas de cultivo nacionais

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Fabiano Rodrigues de Souza/Creative Commons
aumento das temperaturas e as mudanças no regime de chuvas previstos para ocorrer nas várias regiões do Brasil em decorrência do aquecimento global poderão afetar bastante a agricultura do país. Culturas como feijão, soja, trigo e milho serão especialmente impactadas, apontam estudos da Rede Brasileira de Pesquisa e Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima).


A partir do cruzamento de modelos do IPCC - Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas e de modelos regionais brasileiros, pesquisadores da Rede Clima analisam o impacto das mudanças climáticas sobre as áreas de cultivo nacionais.



Tomando como base os hectares cultivados em 2009 e se mantidas as atuais condições de produção, as projeções para 2030 apontam grandes reduções de área, tanto nos prognósticos pessimistas como nos cenários mais otimistas. Para o feijão, a queda vai de 54,5% a 69,7%. Para a soja, a redução é estimada de 15% a 28%. Trigo, de 20% a 31,2%. Milho, de 7% a 22%. Arroz, de 9,1% a 9,9%. E algodão, de 4,6% a 4,9%.



As diferentes variedades do feijão necessitam de condições climáticas particulares. Com isso, o cultivo, feito em até quatro safras por ano, é mais suscetível às variações de temperatura e precipitação. Contornar tal redução dependerá, portanto, de modificações em termos de produção e do investimento em variedades capazes de se adaptar às novas condições de cada local.

Os números foram apresentados na terça-feira (10/09), durante a 1ª Conclima - Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais. Organizado pela FAPESP e promovido com a Rede Clima e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC), o evento ocorre até a próxima sexta-feira (13/09), no Espaço Apas, em São Paulo.

“Nossos esforços vão no sentido de produzir aplicações a partir de uma pesquisa base. Ou seja, buscar soluções para adaptação e mitigação dos efeitos do aquecimento global na agricultura. Com o estudo sobre áreas cultivadas, temos agora uma lista de municípios com maior e menor risco de serem afetados por mudanças climáticas, um importante instrumento para pesquisa e tomadas de decisão”, afirmou Hilton Silveira Pinto, coordenador da sub-rede Agricultura e pesquisador da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas, no segundo dia do Conclima.

De acordo com Silveira Pinto, os trabalhos do grupo em geral são encaminhados diretamente às instâncias governamentais, em especial por meio da Embrapa Informática Agropecuária (Embrapa/CNPTIA), instituição coordenadora da sub-rede Agricultura.

Outra frente de atuação da equipe é a SCenAgri - Simulação de Cenários Agrícolas Futuros, que traça prognósticos para as próximas décadas considerando o aumento de temperatura, o regime de chuvas e a demanda climática de cada cultura.

“O café, por exemplo, precisa de 18 ºC a 22 ºC de média anual. Fora dessa janela, a cultura não se desenvolve. Passamos essas informações para o computador e simulamos diferentes cenários”, disse Silveira Pinto.

O SCenAgri conta hoje com campos de plantio de 19 culturas, 3.313 estações de chuva com dados diários, 23 modelos globais e três modelos regionais de projeções climáticas

Também há estudos com injeção de carbono na atmosfera, para verificar a resposta de plantações em uma superfície controlada, e treinamentos com modelos agrometeorológicos para pesquisas em produtividade nas condições atuais e futuras
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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Tribunal de Contas aprova contas de Rosinha por unanimidade

19/09/2013 17:52
Prefeita Rosinha Garotinho dá exemplo de boa administração do dinheiro do povo
Prefeita Rosinha Garotinho dá exemplo de boa administração do dinheiro do povo


O plenário do Tribunal de Contas do Estado aprovou por unanimidade as contas da prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, relativas ao ano de 2012. Os conselheiros acompanharam o relator Marco Antônio Alencar, que destacou em seu voto que a prefeitura de Campos cumpriu todos os índices constitucionais obrigatórios, com saúde, educação e despesas com pessoal, e em alguns casos até superou os patamares fixados por lei.

O TCE destacou também que a prefeitura agiu no cumprimento de todos os itens da Lei de Responsabilidade Fiscal, especialmente o artigo 42, que determina que não pode haver restos a pagar sem dinheiro em caixa.

Parabéns à prefeita Rosinha Garotinho que foi reeleita, mas se tivesse deixado a prefeitura para um sucessor que não fosse ela própria, as contas estariam superavitárias e rigorosamente em dia. As contas do ano de 2012 são importantes por serem as do último ano da gestão, portanto as que chancelam uma administração marcada pela responsabilidade com o dinheiro público. 
FONTE:BLOG DO GAROTINHO