terça-feira, 23 de setembro de 2014

Michael Pollan, em defesa da comida de verdade

Michael Pollan, em defesa da comida de verdade

Em entrevista ao Planeta Sustentável, um dos autores mais prestigiados no mundo quando o tema é alimentação fala da nossa relação com a comida e a relação desta com a maneira como vivemos e a sustentabilidade. Para ele, não há dúvida de que o aquecimento global e a forma como comemos estão interligados e convida todos a ″votar com o garfo”. Em novo livro, lançado na Feira Literária de Paraty (Flip 2014), ele defende a volta à cozinha

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Julio Lamas
Planeta Sustentável - 04/08/2014

"Não coma nada que sua avó não reconheceria como comida" ou "Evite produtos alimentícios que contenham ingrediente que um aluno do terceiro ano não consiga pronunciar" são algumas das recomendações que o premiado jornalista americano Michael Pollan conseguiu sintetizar em seu livro Regras da Comida - Um Manual da Sabedoria Alimentar (2011), resultado de quase vinte anos de pesquisa e outros quatro livros sobre comida e produção de alimentos no mundo - da terra ao corpo humano.

Basicamente, estas dicas se traduzem em evitar, sempre que possível, o apelo dos alimentos processados industrialmente ricos em açúcar refinado, sal e gorduras. Pode parecer pouco e até ingênuo, mas como afirma o próprio Pollan, sua carreira foi construída em cima de reafirmar um senso comum perdido em tempos de desorientação e paranoia sobre o que comer. "As dietas de nossos ancestrais foram aperfeiçoadas ao longo de milênios pela tradição oral, sendo passadas de geração em geração. No entanto, é curioso como a civilização ocidental, a mais moderna até então ironicamente, em 50 anos conseguiu criar a dieta mais fatal", conta.

Segundo ele, com quase 17 mil produtos alimentícios novos chegando às prateleiras dos supermercados, todos afirmando algum tipo de benefício à saúde ou introduzindo algum novo suplemento vitamínico, não é à toa que um sentimento generalizado de desconfiança sobre a procedência do que comemos está gerando confusão entre os consumidores. "E é uma confusão salutar para a indústria e a mídia, mas não para quem come. Não sabemos de onde vem e como é feita nossa comida. Na atual cadeia alimentar, não há transparência e por essa razão nos preocupamos conforme novos estudos acadêmicos e escândalos da indústria de produção chegam à superfície. Não sabemos mais o que comer, inclusive porque não temos também dados o suficiente para entender como os alimentos funcionam em nosso corpo", afirma.

No entanto, o escritor fornece alguns fatos que podem direcionar nossas escolhas. Em um dos seu seus livros, Em Defesa da Comida, Pollan mostra que  os efeitos de uma dieta ocidental são palpáveis, inegáveis. Seu argumento é baseado em diversas pesquisas que mostram o quanto o processamento industrial dos alimentos está ligado a doenças modernas diversas, que os nossos antepassados não tinham e seguidores das dietas tradicionais não apresentam. Um dos estudos mostra que, se tirarmos uma pequena amostra da população americana da dieta ocidental comum - rica em xarope de milho, sal, gorduras-trans e frutose - ela se mostra 80% menos suscetível a doenças cardíacas coronárias, 90% menos suscetível a diabetes tipo 2 e 70% menos suscetível ao câncer de cólon. A regra é simples para tanto e se resume a sete palavras, um mantra de Pollan: "Coma comida. Mas não muito. Principalmente vegetais".

"E a saúde pública é apenas um dos efeitos, pois a produção em massa desses alimentos falsos e com sabores artificiais gera um ciclo nada sustentável dentro da natureza com monoculturas e o fim da biodiversidade", afirma Pollan. Um terço das emissões de gases de efeito estufa (GEE) está ligado ao processamento e ao desperdício dos alimentos, segundo a FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. "O aquecimento global e a forma como comemos estão interligados. Os governos têm sua responsabilidade nisso na hora em que os subsídios à indústria não são repassados para quem está plantando alimentos nutritivos de maneira sustentável", diz o autor, que defende a ideia de "votarmos com o garfo".

Os livros de Pollan, entre os quais está também O Dilema do Onívoro (2006), se aprofundam em debates polêmicos sobre as interações entre nossa comida, a cultura e a política em nossas sociedades. Diversas vezes entre os autores mais vendidos na lista do The New York Times, do qual também é colaborador, o escritor de 59 anos foi vencedor duas vezes do prêmio literário James Beard. Ele também é professor titutar de Jornalismo na Universidade de Berkley, na Califórnia. Nas horas vagas, Pollan gosta de arriscar na cozinhar e na horta, experimentando técnicas que vão desde fazer queijo a produzir cerveja artesanal.

O resultado dessas investigações práticas é o ponto de partida para o seu mais recente livro, Cozinhar - Uma história natural da transformação, lançado em 2013 nos Estados Unidos  . "Cozinhar em casa é uma atividade social e é importante voltarmos a isso", diz.

No Brasil para participar da 14ª Festa Literária de Paraty (Flip), Pollan aproveitou para estudar nossa cozinha típica também. "Em Salvador, comi muita moqueca, acarajé e adorei aquela sopa de feijão com carne de porco", diz ele sobre seu encontro com nossa feijoada. Durante sua visita, ele concedeu entrevista exclusiva ao Planeta Sustentável, na qual apresenta suas principais descobertas e formação de ideias, escrevendo e pesquisando sobre comida e alimentação.

Vivemos em tempos de enorme preocupação e desconfiança e nossos valores parecem cada vez mais incertos. São questões que envolvem o clima, o meio ambiente, o consumo e, claro, a comida. Para essa última, podemos dizer que se trata de uma paranoia coletiva ou há dados mais concretos para mostrar que não?Isso mostra que o modo como comemos mudou drasticamente nas ultimas décadas. Você pode argumentar que nosso modo de comer mudou mais nos últimos 50 anos do que nos últimos 10 mil anos, porque desde o surgimento da agricultura não fizemos os mesmo tipos de mudanças que fizemos recentemente em termos de processamento dos alimentos, simulando comidas e criando comidas falsas com sabores artificiais e gorduras artificias.

Estamos comendo, de um novo jeito, alimentos que muitas vezes não são cozinhados por seres humanos, pois muito da nossa comida hoje é preparada por indústrias e corporações. Então as pessoas não veem mais sua comida dentro da cadeia natural. Ela começa na natureza com plantas e animais e nos esquecemos disso. Essa conexão está perdida, o que faz parecer que nossos alimentos vêm do supermercado ou dos restaurantes. E há problemas com isso. Nos EUA, e também no Brasil, há escândalos envolvendo a segurança alimentar dentro da dinâmica da produção industrial. Esses problemas se dão em sua maioria na forma de preocupações com a saúde como, por exemplo, na discussão sobre as gorduras trans, um novo tipo de gordura criada supostamente para ser mais saudável e no final das contas se revelou bastante letal e perigosa. Em consequência, as pessoas estão perdendo a confiança na sua comida e essa é a razão pela qual você as vê desorientadas sobre o que comer.

Esse debate torna comer um ato complexo, que deve ser raciocinado com zelo . O que colabora para tanto? O que falta ou sobra em nossa relação com a comida?Veja o caso do glúten, hoje em debate, ou o uso dos pesticidas. Comer se tornou complicado, pois os alimentos que comemos se tornaram menos transparentes. Não vemos mais de onde os ingredientes vêm e não confiamos mais em quem está preparando a comida. Um caso engraçado nesse sentido me aconteceu recentemente no Rio de Janeiro. Eu perguntei a um menino se ele comia hamburgueres no McDonald’s e ele me disse: "Não, tem minhoca na comida deles e isso vai te matar". Eu não sei onde ele ouviu isso, mas não é verdade. Bem, pelo menos até onde sei (risos). Veja, até as crianças estão preocupadas com a comida. E deveria mesmo haver uma preocupação, pois essa dieta contemporânea está fazendo as pessoas ficarem doentes. A comida industrial está contribuindo para a obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiológicas, câncer... Todas essas mudanças na nossa saúde podem ser traçadas até o que comemos.

Mas também há muito exagero e pânico. A mídia tende a exagerar tudo o que está lá fora. Duas coisas estão colaborando para isso. Há estudos científicos que dizem "não coma gordura" ou "reduza o açucar". Essas descobertas se espalham de maneira abrangente e rápida, como se fossem absolutamente verdadeiras. É preciso ressaltar que a ciência sempre está mudando e as opiniões científicas de maneira ainda mais rápida em alguns casos. Em paralelo, eu acredito, que o jornalismo tende a exagerar alegitimidade da ciência. 

Nos seus livros, você afirma que o estudo da Nutrição é uma ciência muito nova. De certa forma isso contribui?Nós deveríamos ser mais céticos quanto a Nutrição e a ciência dos alimentos, pois há questões muito importantes que ainda não foram respondidas, inclusive porque comida é um tema difícil de estudar. Não é como estudar uma nova droga, na qual você aplica um teste com placebos e assiste o que acontece. Esse tipo de teste controlado não funciona com os alimentos porque, se eu te dou brocólis para comer e depois dou, a outro, cenoura, você saberá o que está comendo e não saberemos se o efeito do que acontecerá será por conta do brocólis ou daquilo que você tirou da sua dieta para dar espaço ao brocólis. Isso torna o estudo mais difícil e complexo entender como a comida nos afeta.

Além disso, há muitos nutrientes diferentes nos alimentos e variáveis na relação entre os seus nutrientes para entender como, de fato, a comida funciona. Quando eu disse que a dieta industrializada leva à obesidade, ao câncer, ao diabetes e afins, nós sabemos disso porque vemos enormes populações que comem dessa maneira e têm essas doenças. Mas não sabemos ainda o por que. É o açúcar? É a gordura? É o processamento desses alimentos? São os químicos usados? Não sabemos, então temos que compreender que a Nutrição se trata de uma ciência jovem. No meu livro, O Dilema do Onívoro, eu digo que a ciência da nutrição está próxima hoje, em termos comparativos, com a cirurgia médica na década de 1650. Quinhentos anos atrás, ou seja, é o mesmo que dizer ‘é muito promissor, vamos fazer grandes coisas no futuro, mas muitas pessoas não foram bem tratadas com cirurgias em 1650’.

Você oferece uma tese nos seus livros de que deveríamos voltar para as dietas tradicionais, aquela de nossos avós. A ciência dá ao menos alguma prova de que isso seria bom?Uma das poucas coisas que sabemos até agora é que pessoas que seguem dietas tradicionais são muito mais saudáveis. Uma das coisas fantásticas sobre os seres humanos é que encontramos dietas saudáveis em cinco dos seis continentes. Todas elas são muito diversas e diferentes. Na Groelândia, onde faz muito frio, 75% da dieta é composta por gordura de baleia ou foca e pouco verde, exceto por líquen que cresce entre as rochas. E eles são muito saudáveis e não têm diabetes até mudarem para o Canadá ou para qualquer lugar no oeste. Há também pessoas na África, caso do povo Massai, que tem dieta inteiramente baseada em proteínas com o consumo de leite, carne e sangue de vacas e eles também não apresentam essas doenças ligadas à comida processada industrialmente.

Em muitos lugares, foi possível desenvolver dietas saudáveis apenas usando aquilo que a natureza tem para oferecer e descobrindo as combinações de nutrientes que nos permite seguir em frente. Por outro lado, as pessoas no Ocidente apresentam de maneira consistente diversos problemas. Então, claro, uma das saídas é voltar para as dietas tradicionais, o que tambem não se trata de uma dieta específica. O que estou dizendo é: ‘vamos voltar para uma dieta feita de comida de verdade, de animais, plantas e minerais’.

Esse processo de construir a dieta certamente se aperfeicou pela tradição oral de geração para geração. Como perdemos algo tão consolidade em nossa história coletiva?
Por milênios nós produzimos alimentos que eram mais saudáveis, aprendemos a cozinhar de maneira mais salutar, fácil de digerir e mais nutritivo. Quando cozinhamos mandioca, uma vez que não se pode comer mandioca crua, estamos tornando-a mais saudável. Essa é uma forma de processamento que é boa. Quando aprendemos a fermentar os alimentos, como os pães, também os tornamos melhores. A fermentação cria novos nutrientes como a vitamina B.

Quando aprendemos a fazer queijo também foi um avanço, pois agora podemos armazenar os laticínios por muito mais tempo e as bactérias usadas no processo são boas para nós. Logo, a história do processamento da comida é uma história positiva até as décadas de 1870 e 1880, quando tomamos a curva errada. Aprendemos, então, o que é açúcar refinado e aprendemos a processar a farinha de trigo industrialmente, o que envolve tirar todos os seus bons nutrientes. Depois disso, começamos a ver todo tipo de doenças crônicas como queda dos dentes por conta das cáries e apodrecimento, algo que não era um problema tão grave antes. Eu sei que pareço um reacionário dizendo isso, mas as coisas ficaram, de fato, piores.

Mas houve algum ponto positivo nas descobertas e em como processamos nossos alimentos no último século?Houve alguns pontos positivos em termos de processamento na modernidade, mas a maioria deles se deu no campo de consertar problemas causados por formas de processamentos mais novas. Por exemplo, aprendemos como colocar vitaminas na farinha branca para fortalecê-la, o que a torna mais saudável e previne raquitismo e doenças em recém-nascidos. Mas esses problemas não existiam até criarmos essa farinha branca de trigo e essas soluções são ‘band-aids’, meramente corretivas e não progressistas no sentido mais estrito.

Também há uma piora do quadro dietético ocidental na segunda metade do século com as revoluções culturais e o barateamento dos alimentos industriais processados. Você, por exemplo, aponta em seu recente livro a liberação sexual feminina como um ponto de cisão importante. Por que isso? Há muitas razões pelas quais as pessoas aceitaram os alimentos processados industrialmente. Uma delas se deve ao fato de que não termos mais tempo para cozinhar. Vivemos vidas mais ocupadas com trabalho e parte das responsabilidades na cozinha, no passado, foi delegada às mulheres que ficavam em casa. E quando as mulheres entraram na força de trabalho, elas já não se viam mais obrigadas a fazer isso sozinhas. E com razão.

Neste cenário, não podemos voltar o relógio, mas, se quisermos voltar à cultura dacomida caseira, essa terá que ser uma tarefa dividida entre homens, mulheres e crianças. Além do mais, cozinhar era uma atividade social até o começo do século XX quando tínhamos o núcleo familiar tradicional com as mulheres em casa e toda a responsabilidade dos deveres domésticos. Então, naqueles dias, como cozinhar e o que era algo passado de geração para geração. Acho que desse modo, isso precisa voltar, essa interação. Cozinhar se torna mais divertido quando é uma atividade social.

Vivemos hoje em estados mais democráticos também, o que sem dúvida afeta a dieta. Você fala em muitas de suas entrevistas sobre "votar com o garfo". O que isso significa? Eu acredito que o consumidor tem muito poder e essa é uma das razões pelas quais queremos falar com os consumidores. Nós testemunhamos algumas mudanças importantes na cadeia da comida feitas por pessoas que ‘votaram com seus garfos’ porcomida orgânica, votando contra certas coisas ou boicotando certos alimentos.

A indústria de alimentos hoje está em alerta, preocupada com seus consumidores, nos quais eles não confiam e que, por sua vez, não confiam na indústria. Estão preocupados com a mudança de dinheiro para outras mãos. Por exemplo, hoje o público não quer mais comer glúten. Essas oscilações de opinião pública são um grande problema para a indústria de alimentos , mas que mais tarde podem se tornar uma grande oportunidade. Agora vemos um consumidor menos acomodado, que está mudando o tempo todo. Isso deixa a indústria maluca.

Obviamente, penso eu, o consumidor também não pode resolver todos os problemas. Temos que olhar também para os nossos governos federais e as políticas que hoje são autorizadas para o processamento de comida. Nos EUA, a indústria pode dar quantidades ilimitadas de antibióticos para os animais de fazenda para que vivam mais e engordem mais rápido, sob condições brutais de condicionamento. Isso tem um terrível efeito sobre a saúde pública porque os antibióticos disponíveis não estão funcionando mais e, com isso, criamos micróbios cada vez mais resistentes às drogas existentes e doenças novas para os animais em fazendas. Neste caso, o consumidor não pode fazer nada, contudo, o governo pode simplesmente dizer não.

A tendência é que o sistema se torne mais intricado, afinal aguardamos para as próximas duas décadas um pico sem precendentes de urbanização. As populações nas cidades se tornaram maiores, assim como a distância entre nós e a fabricação dos nossos alimentos e a possibilidade de comer de maneira saudável e mais sustentável. Então, quais são as soluções?Sim! Teremos apenas um fazendeiro produzindo toda a comida! (risos). Mas isso é parcialmente verdade. As cidades, hoje, têm mais acesso aos alimentos saudáveis. Hámercados de orgânicos em quase todos os bairros e acho que temos que reforçar e renovar essas conexões entre a cidade e o campo. E isso é algo muito excitante.

Nos EUA, temos a revitalização das feiras, as farmer’s markets, e algumas cidades já possuem conselhos municipais para a questão alimentar que fazem estudos e levantamentos das fazendas locais e tentam facilitar o a conexão entre agriculturores e escolas, instituições e consumidores. Estamos nos urbanizando, mas é muito importante manter essas ligações com as áreas rurais, pois é lá que os alimentos são produzidos.

A agricultura urbana e caseira é uma tendência em muitas cidades. Qual sua parcela de importância?
Claro, há também um forte movimento pela agricultura urbana com mais pessoas cultivando em suas casas. Precisamos incentivar isso. Em Nova York, no Brooklin , as pessoas começaram a vislumbrar espaços como os telhados para essas práticas. Porém, por mais promissor que tudo isso seja, há uma séria preocupação com a regressão da população de agricultores. É difícil cultivar - e cultivar bem - áreas cada vez maiores com menos pessoas. É difícil cuidar do solo e ter uma diversidade de plantações.

Quando você tem fazendas com extensões maiores de terra, isso promove ainda mais a monocultura, caso do Cerrado, no Brasil, com a soja. Acontece, no entanto, que isso não é uma prática sustentável, exaurindo o solo e impedindo colheitas melhores e mais saudáveis no futuro. Uma agricultura realmente saudável, sustentável, deve ser baseada em biodiversidade com muitas plantações diferentes e com a a incorporação de animais. Isso é importantíssimo para a sustentabilidade porque, quando reunimos a agricultura e a criação de animais, acabamos com o problema do desperdício. De um lado, temos muito adubo e ninguém para usá-lo. Do outro, temos a necessidade de adubo, mas eles não se encontram com facilidade. Logo, a solução dos fazendeiros são os fertilizantes químicos. Na natureza sempre vemos plantas e animais juntos. Temos que voltar a imitá-la mais.

Quando Michael Bloomberg era prefeito de Nova York e proibiu a venda de bebidas em embalagens big size, houve uma onda de descontentamento público e midiático. Como os governos podem interferir na produção e no consumo de alimentos sem ferir a democracia e a livre iniciativa, valores caros em nossas sociedades?Ninguém está dizendo que devemos banir as "comidas assassinas", mas há certas práticas na agricultura, caso dos já citados antibióticos, que o governo deveria banir, pois são riscos para a saúde pública. Isso está no campo de atuação do governo. Contudo, não se trata de interferir com o modo como as pessoas comem. O governo tem como decidir quais agricultures subsidiar com suas verbas. O governo vai incentivar fazendeiros que plantam em larga escala milho e soja ou apoiar aqueles que plantam vegetais e frutas? Em troca do dinheiro que vai ser investido, o governo pode pedir porresponsabilidade ambiental. É desse tipo de política que estou falando e não de como as pessoas deveriam comer. O governo escreve as regras do jogo, do jogo da agricultura, mas elas estão escritas de tal maneira que encorajam a produção de junk food. Por que subsidiar o McDonald’s e não o pequeno agricultor cultivando uma comida mais bela.?

É a mesma coisa com o carvão em detrimento das fontes de energia renováveis e/ou limpas. São temas e escolhas ligadas quando falamos de aquecimento global e emissão de gases de efeito estufa (GEEs). Nossos alimentos também interferem no clima, não?
Sem dúvida. A conexão entre os alimentos e o aquecimento global é importante e já comprovada. A produção de alimentos e seu sistema contribuem, entre 20% e 30%, com a emissão de GEE. E isso não é apenas referente à transporte, inclui também o processamento dos alimentos, o que corresponde a um enorme gasto de energia. Sem mencionar o desperdício, que gera metano. Mas há também o óxido nitroso, um gás altamente poluente, liberado durante a fertilização em agriculturas como a da cana-de-açúcar. E botamos muitos fertilizantes em nossas plantações.

De fato, colocamos mais fertilizantes do que é necessário e pode ser usado pelas plantas. Nos EUA, colocamos o dobro de fertilizantes necessário. Por que? Porque é barato e não há restrições ao uso. Não vamos o deter o aquecimento global se também não abordarmos a maneira como comemos, como tratamos o solo, como cuidamos dos animais... E carne é um ponto central nessa equação da pegada de carbono da alimentação no mundo. É necessário 50 calorias de energia fóssil para produzir uma caloria de um bife. Quando falamos de algo que não é sustentável, é exatamente de proporções assim que estamos falando.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Diversidade genética em áreas restauradas de Mata Atlântica surpreende pesquisadores

Diversidade genética em áreas restauradas de Mata Atlântica surpreende pesquisadores

Parâmetros encontrados são semelhantes aos de remanescentes florestais. Análise teve como foco quatro espécies de plantas com potencial fitoterápico

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Glauco Umbelino/Creative Commons/Flickr
Ao comparar a diversidade genética vegetal de três remanescentes florestais de Mata Atlântica com a de duas áreas em processo de restauração, todas no interior de São Paulo, pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) não observaram diferença significativa na maioria dos parâmetros analisados.

Apenas em termos de riqueza alélica (número de alelos diferentes para uma mesma região do genoma) e de riqueza de alelos privados (exclusivos de uma determinada população) as porcentagens encontradas nas áreas nativas foram maiores em relação às reflorestadas.

A análise, realizada com apoio da FAPESP, foi centrada em quatro espécies com potencial fitoterápico: araribá (Centrolobium tomentuosum, anti-inflamatório e anti-leishimania), cabreúva (Myroxylon peruiferum, antibiótica e analgésica), guaçatonga (Casearia sylvestris, anticancerígena) e pau-jacaré (Piptadeniagonoacantha, antioxidante).

Os dados foram apresentados pela pesquisadora Maria Imaculada Zucchi, da APTA, durante a 7ª Reunião de Avaliação do Programa BIOTA-FAPESP, realizada em São Paulo no dia 07/08.

"A diversidade genética está diretamente relacionada com a longevidade de uma população e com a sua capacidade de evoluir em resposta a mudanças ambientais. No entanto, há algumas décadas, os projetos de restauração foram implantados com alta diversidade interespecífica [muitas espécies diferentes], mas pouca ou nenhuma atenção foi dada à diversidade intraespecífica [sementes oriundas de poucas matrizes de cada espécie]. Por esse motivo o resultado do estudo nos surpreendeu", disse Zucchi.

O uso de sementes coletadas de um pequeno número de matrizes, explicou a pesquisadora, pode restringir a base genética nas áreas de restauração florestal, resultando em uma população constituída de plantas aparentadas.

"Inicialmente, não se observa nenhum problema. Contudo, ao chegar à fase reprodutiva, haverá grande número de cruzamentos entre indivíduos aparentados, causando a endogamia e podendo aumentar a frequência de alelos deletérios ou letais nessas populações, levando-as à diminuição ou ao declínio", explicou Zucchi.

Outra consequência da utilização de plantas com base genética restrita em áreas de reflorestamento é o chamado "efeito fundador", ou seja, o estabelecimento de uma nova população formada por um pequeno número de genótipos.

Para verificar se áreas reflorestadas de São Paulo estavam sofrendo com esse fenômeno, os cientistas da APTA e alunos do Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas coletaram amostras das quatro espécies fitoterápicas na região de Cosmópolis, em processo de restauração há 54 anos, e em Iracemápolis, em restauração há 24 anos.

Também foram feitas coletas nos remanescentes da Estação Ecológica de Caetetus, ligada ao Instituto Florestal e situada na região de Gália; na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Tietê (UPD-Tietê), da APTA; e na Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Mata de Santa Genebra, no município de Campinas.

Ao todo, foram coletadas 414 amostras de araribá, 182 de cabreúva, 546 de guaçatonga e 394 de pau-jacaré. Desse total, foram selecionadas 20 matrizes produtoras de sementes de cada espécie com o intuito de estudar a taxa de cruzamento. O passo seguinte foi fazer a extração de DNA das amostras, a genotipagem - por um método semelhante ao usado nos testes de paternidade humanos - e o cálculo das frequências dos diferentes alelos encontrados.

De acordo com Zucchi, não houve diferença significativa entre as áreas estudadas na maioria dos parâmetros de diversidade genética - que leva em conta vários fatores populacionais como, por exemplo, o número de indivíduos heterozigotos encontrados.

Uma diferença pequena foi encontrada nas porcentagens de riqueza alélica. No caso da guaçatonga, os números foram 64% nas áreas naturais e 36% nas áreas restauradas. Para a cabreúva, as porcentagens foram de 54% e 46%, respectivamente. Para o araribá, foram 52% e 48% e, para o pau-jacaré, 56% e 44%.

Os pesquisadores também compararam os valores dos chamados alelos privados - aqueles que são exclusivos da população estudada. Nesse caso ficou mais evidente a discrepância entre áreas sendo que, para a guaçatonga, as porcentagens foram 92% nos remanescentes em relação a 8% nas áreas restauradas. No caso da cabreúva, as porcentagens foram 74% e 26%, respectivamente. Para o araribá foram 70% e 30% e, para o pau-jacaré, 68% e 32%.

Uma possível explicação para a pouca variação nos parâmetros de diversidade genética seria a ocorrência de fluxo de genes de remanescentes para as áreas reflorestadas próximas - processo que, segundo Zucchi, ficou evidente ao analisar os dados da cabreúva.

"Os indivíduos jovens das áreas restauradas possuíam alelos que não eram comuns aos indivíduos adultos da mesma área, mas eram semelhantes aos alelos encontrados em adultos de remanescentes florestais próximos, sugerindo a ocorrência de fluxo gênico da área natural para a restaurada", comentou a pesquisadora.

O estudo da taxa de cruzamento mostrou que as espécies estudadas apresentam sistema misto de cruzamento, ou seja, podem tanto se autofecundar (autogamia) quanto cruzar com outros indivíduos da mesma espécie (alogamia). A exceção foi o araribá, que apresentou tendência à alogamia.

"Ao elaborar um projeto de conservação, uma das primeiras coisas a serem estudadas é a taxa de cruzamento, para entender como as espécies se reproduzem. Isso é importante, por exemplo, para calcular quantas matrizes diferentes serão utilizadas em uma determinada área a fim de garantir a diversidade genética necessária", explicou Zucchi.

GENÔMICA POPULACIONAL Nas últimas décadas, segundo Zucchi, a restauração florestal deixou de constituir o simples plantio de árvores para recobrir uma área desmatada, transformando-se na ciência que visa a reconstruir interações ecológicas complexas em comunidades vegetais degradadas pelas ações antrópicas.

Em artigo publicado no Journal od Biotechnology and Biodiversity, pesquisadores da APTA e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) discutem como os conceitos de genética de populações podem contribuir para tornar as políticas de restauração ainda mais eficientes.

"Indicadores de diversidade genética de populações, associados a outras ferramentas de conservação, são importantes para que consigamos implantar áreas reflorestadas com os níveis mínimos de riqueza alélica e de diversidade genética, que auxiliarão a conexão de remanescentes naturais, restaurando os processos ecológicos e garantindo ecossistemas funcionais, biologicamente viáveis e perpetuados no tempo", opinou Zucchi
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“Basta perder o RG ou o CPF para dobrar a probabilidade de se ser vítima de uma fraude”, diz a Serasa Experian

Agência Brasil
Quem teve algum documento roubado ou perdido no carnaval, deve cadastrar um alerta no Serviço de Documentos e Cheques Roubados da Serasa Experian. O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) também oferece o serviço, chamado de SPC Alerta de Documentos.


Divulgação
CPF

O alerta é necessário para reduzir o risco de ter os dados pessoais usados por golpistas. Segundo a Serasa Experian, os cidadãos que tiveram seus documentos perdidos ou extraviados estão mais suscetíveis a fraudes. “Basta perder a carteira de identidade ou o CPF para dobrar a probabilidade de se ser vítima de uma fraude”, diz a Serasa Experian.
Segundo o Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraude, em fevereiro deste ano, a cada 14,4 segundos, um consumidor brasileiro foi vítima da tentativa de fraude conhecida como roubo de identidade, em que dados pessoais são usados por criminosos para obter crédito com a intenção de não honrar os pagamentos ou fazer um negócio apresentando-se com uma falsa identidade.
O consumidor pode fazer gratuitamente o registro do extravio de folhas de cheques e documentos (como RG, carteira de trabalho, CPF, carteira de habilitação e título de eleitor) pela internet, ou pelo telefone da Central de Atendimento ao Consumidor (11) 3373 7272, que funciona todos os dias, das 8h às 20h. Se alguém já teve no passado algum documento extraviado e ainda não registrou as informações, também pode realizar o cadastro.
A partir da inclusão dos dados, as informações ficam disponíveis de imediato para todos os clientes da Serasa Experian no país. No caso dos documentos, o alerta fica no sistema de consultas, provisoriamente, por um período de dez dias úteis. Para que permaneça por tempo indeterminado, o consumidor precisa enviar dentro desse prazo um boletim de ocorrência na polícia e uma declaração formal à Serasa Experian.
Já no caso dos cheques, as informações ficam na base de dados por três dias úteis, tempo para que o correntista avise o banco, faça o Boletim de Ocorrência e suste os cheques, diz a Serasa Experian. Após a sustação, o alerta do cheque permanecerá por tempo indeterminado na base de dados da Serasa Experian.
No Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), é preciso comparecer pessoalmente a um balcão de atendimento, com o boletim de ocorrência em mãos.

domingo, 21 de setembro de 2014

Nível do mar na Antártica sobe mais que a média global

Nível do mar na Antártica sobe mais que a média global

O aumento, causado pelo derretimento do gelo em terra e no mar, equivale a 350 gigatoneladas de água doce a mais no oceano

por José Eduardo Mendonça, do blog Planeta Urgente - Planeta Sustentável
     
NASA Goddard Space Flight Center/Creative Commons/Flickr

Antártica

Usando dados de satélites dos últimos 19 anos, pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, descobriram que o nível do mar na Antártica subiu 2 mm a mais por ano que a média global, de 6 mm.
Este aumento, causado pelo derretimento do gelo em terra e no mar, equivale a 350 gigatoneladas de água doce a mais, de acordo com o trabalho. As descobertas, corroboradas por simulações de computador, podem ter implicações globais.
“A água doce é menos densa que a salgada, e assim em regiões onde ela se acumulou esperamos um aumento localizado do nível do mar,” explicou hoje Craig Rye, principal autor do estudo.
A elevação, no caso da Antártica, se deve primariamente ao influxo de água doce, enquanto que as águas profundas são afetadas por aumentos na temperatura da água, ou mudanças termostéricas.
A publicação deste estudo, na Nature Geoscience, aparece logo depois de outro trabalho ter relatado que tanto a Antártica quanto a Groenlândia dobraram sua contribuição para a elevação do nível do mar desde 2009. As regiões, juntas, estão perdendo cerca de 500 km cúbicos de gelo por ano.
A maior parte da água doce resultante do derretimento está concentrada na Península Antártica e no Mar de Amundsen. “Esta descarga, em aceleração, teve impacto pronunciado e disseminado em mares sub-polares subjacentes nas duas últimas décadas,” conclui o estudo, de acordo com a ABC Science.

ANA E MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO APRESENTAM PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA HÍDRICA

Escrito por  Vacy Alvaro
Foto: Agência Nacional de Águas (ANA).Foto: Agência Nacional de Águas (ANA).
A Agência Nacional de Águas (ANA) e o Ministério da Integração Nacional apresentaram em agosto o Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH). O plano tem como objetivo definir as principais intervenções estruturantes e estratégicas de recursos hídricos para todo o País, que são necessárias para garantir a oferta de água para o abastecimento humano e para o uso em atividades produtivas. Outro foco será a redução dos riscos associados a eventos críticos como secas e cheias.
Até 2020, a meta do plano será identificar as demandas efetivas do setor de recursos hídricos, o que inclui um estudo integrado dos problemas de oferta de água e de controle de cheias em áreas vulneráveis, além da análise de estudos, planos, projetos e obras. Já na segunda parte, até 2035, o foco será o alcance das intervenções propostas pelo estudo, que visa a integrar as políticas públicas do setor de recursos hídricos.
Durante a solenidade, o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, explicou a importância do plano para a segurança hídrica nacional:
“Este programa vai nos ajudar de maneira substantiva tratar a questão da gestão dos recursos hídricos como prioritária, mas considerando principalmente a resiliência das diversas áreas sobre as quais o nosso território se distribui, e também tratar a segurança hídrica sob o aspecto da redundância, porque um país como o nosso não pode ter redundância porque a redundância é cara em relação a aspectos centrais de infraestrutura. Nós precisamos tratar da redundância como um aspecto fundamental para que a gente possa oferecer a segurança hídrica necessária para que as pessoas possam beber e produzir num período de absoluta incerteza em relação ao futuro”. 
Gisela Forattini, diretora da Agência Nacional de Águas (ANA), lembrou que a iniciativa é fundamental para garantir desenvolvimento econômico e social: 
“Segurança hídrica atualmente está no topo das agendas, inclusive de todas as agendas internacionais, quando tratamos de gerenciamento integrado de recursos hídricos. É vital para o futuro que nos garanta água o suficiente ao desenvolvimento social e econômico e também aos ecossistemas envolvidos. O Brasil vem vivenciando esta agenda diariamente, principalmente nós aqui na ANA e o Ministério do Meio Ambiente, e o Plano Nacional de Segurança Hídrica traz em seu bojo a tradução de segurança hídrica para a realidade brasileira, com a discussão do que é estratégico para o Brasil, exigindo de todos nós uma abordagem moderna. O Plano Nacional de Segurança Hídrica não olhará somente os aspectos relacionados à oferta de água, na qual a seca aparece como fator limitante, mas também os riscos associados a inundações”. 
O Plano Nacional de Segurança Hídrica será realizado por meio de parceria entre a ANA, o Ministério da Integração Nacional e o Banco Mundial, no âmbito do Programa de Desenvolvimento do Setor Água (INTERÁGUAS), uma iniciativa do Brasil para aperfeiçoar a articulação e a coordenação de ações no setor de recursos hídricos. 

sábado, 20 de setembro de 2014

eio ambiente

MMA aborda compras públicas sustentáveis em seminário na BA


    Estado tem capacidade de promover a escala necessária para que produtos e serviços possam atender critérios de sustentabilidade.

    TINNA OLIVEIRA

    Acontece nesta quinta-feira (18/09), em Salvador, o terceiro seminário “Produção e Consumo Sustentáveis”. Realizado pelo Instituto Cidade Sustentável (ICS), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias de Brasília (Fibra), o fórum visa divulgar e debater o primeiro ciclo do Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS) com todos os segmentos envolvidos: setor público, indústria, academia e sociedade civil.

    Dentre os eixos prioritários do PPCS, está o tema compras públicas sustentáveis, que será abordado pelo diretor do Departamento de Produção e Consumo Sustentável do MMA, Ariel Pares. O diretor lembra que o processo de compra do Estado tem a capacidade de mobilizar setores da economia e promover a escala necessária para que produtos e serviços possam atender critérios de sustentabilidade.

    COMPRAS LIMPAS

    O seminário também aborda a produção mais limpa com eficiência de recursos, construções sustentáveis, resíduos sólidos, logística reversa e uso de madeira certificada na construção civil. Os próximos eventos acontecem no dia 6 de novembro em São Paulo e 3 de dezembro em Belo Horizonte.

    Como diretriz sobre o tema compras públicas sustentáveis, existe o decreto 7.746/2012 que estabelece critérios e práticas para a promoção do desenvolvimento sustentável nas contratações realizadas pela administração pública federal. A portaria do Inmetro 317/2012 também traz requisitos gerais de sustentabilidade de processos produtivos.  

    Para que estes referenciais sejam bem utilizados é importante que, no momento de incluir critérios de sustentabilidade nas compras públicas, o embasamento técnico científico seja desenvolvido com participação da academia e das associações representativas do setor produtivo. Neste sentido, os seminários de Produção e Consumo Sustentáveis representam uma oportunidade de diálogo e fortalecimento das iniciativas relacionadas ao tema.
    Indaiatuba espera aval para usar água do Rio Jundiaí e evitar racionamento

    Publicado por http://www.agsolve.com.br/
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     Prefeitura enviou relatório ao estado para demonstrar qualidade do recurso. Se aprovada, ação irá representar até 15% do abastecimento da cidade
    Indaiatuba (SP) espera aval do governo do estado de São Paulo para iniciar a captação de água em um trecho do Rio Jundiaí e, com isso, descartar a hipótese de racionamento durante a crise hídrica. De acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae), a expectativa é de que o recurso esteja disponível em quatro semanas e possa abastecer até 15% da cidade. A liberação, contudo, depende de outorga do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), além da avaliação de projeto pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

    O Rio Jundiaí já fez parte da rede de abastecimento do município, mas a captação foi suspensa em 2004 por causa da poluição. À época, a água apresentava classificação nível 4, o máximo na tabela de poluentes apesar de tratamento, e era considerada imprópria para consumo. O plano do município, após reavaliação da qualidade, é captar o recurso disponível em 22 quilômetros do rio localizados entre Indaiatuba e Itupeva (SP). Nesta área, a classificação está em nível 3.
    Avaliação do consumo
    De acordo com a Saae, o relatório sobre o controle da qualidade da água que o município enviou ao governo do estado já foi aprovado pelo Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
    "Hoje a gente tem 4,5 de oxigênio dissolvido. O limite é 4, logo, estamos acima. E temos 7,2 de PH, o que significa que a água é própria para tratamento", explicou o técnico de controle de qualidade do Saae Herik Fernando da Costa.
    Os moradores aprovam a alternativa para garantir abastecimento do município, entretanto, demonstram apreensão com a qualidade da água do rio que é considerado o mais poluído das bacias PCJ. O superintendente do Saae, Nilson Gaspar, garante que não há riscos para os consumidores e considera que o início da captação para a cidade irá garantir tranquilidade, uma vez que a atual reserva disponível ao município corresponde a 30 dias caso não haja chuvas.
    "Traria reforço e tranquilidade no período de escassez hídrica. Se continuar esta estiagem mais prolongada até o final do ano, descarta-se o racionamento em Indaiatuba", frisou. Para usar a água do Rio Jundiaí, a Prefeitura prevê reativação da estrutura de tubulação subterrânea.
    Indaiatuba espera aval para usar água do Rio Jundiaí e evitar racionamento (Foto: Reprodução / EPTV)
    Indaiatuba espera aval para usar água do Rio Jundiaí e evitar racionamento (Foto: Reprodução / EPTV)
    Fonte: G1 Campinas e Região

    sexta-feira, 19 de setembro de 2014

    Dia Mundial de Limpeza de Praias, Rios e Lagoas: ação em Lagoa de Cima


    Neste sábado (20) será comemorado o Dia Mundial de Limpeza de Praias, Rios e Lagoas. A data é comemorada há 14 anos em 155 países. Em Campos vai acontecer uma ação em Lagoa de Cima. O objetivo é promover a conscientização sobre a limpeza ambiental. Até agora, já está confirmada a presença de 70 voluntários. A ação vai acontecer das 9h às 12h.

    Segundo o secretário de Meio ambiente, Zacarias Albuquerque, é uma dura realidade, constatar que o planeta cada vez mais está repleto de lixo.

    - Muitas das vezes as pessoas não têm a noção de que descartar um lixo numa praia, por exemplo, vira uma catástrofe ambiental. Se  de repente chove , aquele lixo é levado pela chuva para o mar, rio ou lagoa e assim, provoca além da poluição, o comprometimento da vida dos animais da fauna aquática. Portanto, é muito importante se entender de uma vez por todas que ficar descartando lixo por aí é muito prejudicial ao nosso planeta e nós também sofremos as consequências – alertou o secretário.

    Estarão participando da ação, a Associação de Moradores de Lagoa de Cima, a Associação de pescadores de Lagoa de Cima, o Projeto Rema Campos e os alunos do Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade Estácio de Sá. As Secretarias de Limpeza Pública, Praças e Jardins e de Educação, Cultura e Esportes também estarão participando de forma ativa.

    A Secretaria de Limpeza Pública vai fornecer 10 voluntários e irá atuar na parte de apoio da logística, transportando o lixo coletado para o Aterro Sanitário de Conselheiro Josino. Já a Secretaria de Educação conta com voluntários que ficarão responsáveis pela animação cultural, que estará encerrando as atividades do dia.


    Hidrelétrica é nova ameaça ao Paraíba

    Hidrelétrica é nova ameaça ao Paraíba

    A retomada do projeto de construção de uma usina hidrelétrica entre Itaocara e Aperibé pode ser muito mais grave para os municípios do Norte Fluminense do que a polêmica transposição do rio Paraíba do Sul proposta pelo governo de São Paulo, que reduziria a vazão no rio Jaguari para abastecer o Sistema Cantareira. A afirmação é do ambientalista Aristides Soffiati, que não recomenda mais nenhuma intervenção no Paraíba e compara: a transposição afeta muito mais a capital fluminense do que o interior, porque a partir de Três Rios o Paraíba volta a receber água de outros afluentes, enquanto a barragem, cuja licitação foi anunciada ontem pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para 28 de novembro, vai desviar água do Paraíba para Minas Gerais e voltar em outro ponto, com vazão menor, chegando mais fraco à região da foz.
    Os projetos de construção de novas barragens estão parados há pouco mais de um ano por obstáculos ambientais e burocráticos. As unidades, incluindo a hidrelétrica Itaocara I, já haviam sido licitadas entre 2000 e 2002. Agora, o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, diz que o leilão A-5 ocorre em novembro. Além de Itaocara I, ele inclui outras duas barragens no Rio Piriqui, no Paraná. A barragem prevista para Itaocara, no trecho médio-baixo do rio Paraíba do Sul, envolveria cinco municípios: Cantagalo, Santo Antônio de Pádua, Itaocara e Aperibé, no Estado do Rio, e Pirapetinga, em Minas Gerais.
    — Embora haja esta seca agora no Paraíba, não seria a transposição em São Paulo o grande prejuízo para as regiões abaixo de Três Rios. Isso afeta muito mais a cidade do Rio de Janeiro. Os afluentes no caminho fazem o Paraíba voltar a crescer. Mas quando se fala em uma barragem em Itaocara, incluindo trecho de Minas Gerais, é que teríamos problema com a vazão d’água no Paraíba em nossa região — diz o ambientalista.
    Ele insiste na opção por outras fontes de geração de energia.
    — Não se deve autorizar mais nenhuma barragem no rio Paraíba do Sul. O governo tem que dar alternativas para os investimentos em energia eólica, solar e de marés. Há um estudo da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) mostrando o grande potencial não explorado especialmente do Norte Fluminense, região ensolarada, com muitos ventos por se tratar de planície e com a força marítima. Não se deve insistir em nenhuma intervenção no rio Paraíba do Sul, seja para geração de energia ou regularização — defende.
    Soffiati adverte que esta não é uma competência do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e sim do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Agência Nacional de Águas (Ana) e do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul (Ceivap).
    — Tem que proibir. Se não resolver, o Ministério Público Federal tem que atuar.
    A Folha tentou falar com a Procuradoria da República, mas o procurador Eduardo Oliveira, que atua no caso da transposição do Paraíba do Sul, estava em reunião até o fechamento da matéria.
    J.M.A.
    Foto: Folha da Manhã
    fonte FOLHA DA MANHA


    Reprodução do jornal O Dia
    Reprodução do jornal O Dia


    Ainda é cedo para eu pensar no 2º turno, ainda temos três semanas de campanha pela frente, mais dois debates (Record e Globo) e muito chão para andar. A única colocação que faço em relação a essa análise do jornal O Dia é que realmente uma coisa é o candidato, Crivella e Lindbergh, apoiarem a mim ou a Pezão, outra coisa bem diferente é os seus eleitores os seguirem. 

    Brasil tem 202 milhões de habitantes, diz IBGE

    O Estado mais populoso é São Paulo, com 44.035.304 de moradores

    AE FONTE ISTO É
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    O Brasil tem 202.768.562 habitantes, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados específicos sobre cada município foram divulgados nesta quinta-feira, 28, e estão presentes em resolução publicada no Diário Oficial da União. Os números são aplicados nos cálculos de repasses de recursos aos municípios e são utilizados também pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A posição reflete a população no começo de julho deste ano.
    O Estado mais populoso é São Paulo, com 44.035.304 habitantes. Roraima tem a menor população: 496.936 habitantes. Minas Gerais fica em segundo lugar, com 20.734.097 habitantes. O Estado do Rio de Janeiro tem a terceira maior população do País, com 16.461.173 habitantes.
     
    O município de São Paulo é citado com 11.895.893 habitantes; o município do Rio de Janeiro, com 6.453.682 habitantes; Belo Horizonte, com 2.491.109 habitantes; Porto Alegre, com 1.472.482 habitantes; Recife, com 1.608.488 habitantes; e Manaus, com 2.020.301 habitantes. As tabelas apresentadas hoje mostram, também, que o País tem municípios com pequena população, como Borá, em São Paulo, com 835 pessoas. A localidade fica a cerca de 500 quilômetros da capital paulista.
     
    O IBGE explica que as "Estimativas da População para Estados e Municípios", com data de referência em 1º de julho de 2014, atende exigências estabelecidas pela Lei nº 8.443/1992 e pela Lei complementar nº 143/2013. Essas leis estabelecem que a "entidade competente do poder executivo federal fará publicar no Diário Oficial da União, até o dia 31 de agosto de cada ano, a relação das populações dos municípios, e até 31 de dezembro, a relação das populações dos Estados e do Distrito Federal, para os fins previstos na Lei nº 8.443".