ECO 21 182 capinha 225x300 A RIO+20 começou com o Rascunho Zero
Já está circulando a revista ECO 21 de janeiro de 2012. Uma das principais publicações sobre meio ambiente e sustentabilidade no Brasil, a ECO 21 deste mês traz excelentes textos. Veja abaixo do editorial o índice da edição.

Editorial
O Segundo Encontro Intersessional da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD) culminou com o lançamento do chamado “Rascunho Zero” (Zero Draft) que poderá se transformar no Documento Final da RIO+20. Esse rascunho denominado “O Futuro que Queremos”, é o resumo das 6 mil páginas enviadas pelos 192 países-membros da ONU – e por diversas instituições tanto oficiais quanto da sociedade civil – combina sugestões, ideias e comentários das 643 propostas enviadas por esses países e instituições e será o principal texto a ser discutido pelos líderes mundiais na Conferência para, segundo Sha Zukang, Secretário-Geral da Conferência, “garantir um compromisso político renovado para o desenvolvimento sustentável”. O “Rascunho Zero” analisado pela antropóloga Iara Pietricovsky, “ficou limitado a 19 páginas no qual se contam 133 repetições da palavra sustentável e 39 do adjetivo verde”. Para Aron Belinky “É uma peça de grande importância, que focalizará as negociações nos próximos meses e que, após aprovada, deverá se tornar – para bem ou mal – uma referência para as políticas e práticas de sustentabilidade nos próximos anos”. Ambos foram representantes do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a RIO+20, presentes ao evento. Organizado por movimentos sociais e organizações da sociedade civil, o Fórum Social Temático (FST) deverá ser palco de discussões sobre a crise financeira e do atual modelo de desenvolvimento econômico em contraponto a alternativas de crescimento mais sustentável. O foco do FST será a RIO+20, e terá como objetivo influenciar os resultados da Conferência, com a apresentação de propostas alternativas para serem encaminhadas pelos Governos. “Nossa preocupação é que a chamada Economia Verde seja apenas um novo rótulo para o mesmo modelo de desenvolvimento com concentração de riqueza, centrado no consumo, sem distribuição renda. Debater a RIO+20 é debater a crise capitalista”, afirma Mauri Cruz, Coordenador do Comitê Organizador do FST. Já o diplomata Laudemar Aguiar, Secretário-Geral do Comitê Nacional de Organização da RIO+20 afirma que esta será “a maior Conferência da história da ONU”, com um orçamento de R$ 430 milhões. Segundo Sha Zukang, Secretário-Geral da Conferência, a RIO+20 deve integrar os três pilares do desenvolvimento sustentável: social, ambiental e econômico. “Uma das lições mais importantes aprendidas desde a RIO-92 é que o progresso não será sustentável se for apoiado em apenas um desses pilares”. Em resumo, o “Rascunho Zero” da RIO+20 revela que a manutenção do atual modelo de produção e de consumo tornará o futuro inviável.
Gaia Viverá.

*Fonte:http://envolverde.com.br