quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Reprodução da capa do jornal O Dia
Reprodução da capa do jornal O Dia


Durante a campanha ao governo do Estado alertei para as irresponsabilidades cometidas por Sérgio Cabral e Pezão nas contas públicas do nosso estado. Relatei a farra das isenções fiscais, incluindo até termas, os gastos exorbitantes em propaganda, incluindo o patrocínio para os cavalos da bilionária grega Athina Onassis, as farras de contratações de organizações sociais com superfaturamento, e sobretudo os contratos hiperfaturados como o dos aluguel das viaturas da Polícia Militar. Sem contar a bondade com os empresários de ônibus no desconto de 50% no IPVA, cuja decisão foi anulada pela Justiça do Rio recentemente. Agora a Justiça vem e confirma: a farra quebrou o estado ao ponto de não ter dinheiro para pagar os funcionários.

Para se ter uma ideia da quebradeira, o Estado do Rio de Janeiro registrou pelo segundo ano consecutivo o pior resultado primário entre todos os estados do Brasil. Entre o déficit e os juros nominais, o resultado é de R$ 18,3 bilhões de rombo. A dívida líquida do Estado do Rio de Janeiro, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, já atingiu a casa R$ 128,7 bilhões, isso em dezembro. Ou seja, voltando no tempo, Pezão cumpriu a profecia que Marcello Alencar fez para mim. Vou contar a história.

Após minha eleição para governador do Rio em 1998, durante a transição soube que Marcello Alencar não iria fazer a transmissão do cargo para mim com medo de hostilidades. Àquela época o calendário do pagamento do Estado terminava no dia 27 do mês seguinte e o Rio de Janeiro era o único estado brasileiro que não havia renegociado a dívida com a União, tão grande era o tamanho. Marcello Alencar havia vendido todo o patrimônio do estado para ir rolando a dívida, e assim foram entregues de mão beijada, o Banerj ao Itaú, a CERJ à Ampla, os trens à Supervia, o metrô ao grupo Opportunity, as barcas a um grupo português, a CEG (Companhia Estadual de Gás) aos espanhóis, e até o prédio de estacionamento do Terminal Menezes Cortes entrou na liquidação. O patrimônio público foi torrado para ir pagando a dívida. A única empresa que não foi vendida foi a CEDAE porque na época do leilão eu já havia vencido a eleição e consegui que a ALERJ revogasse a autorização para a venda.

Voltando à história fui fazer uma visita ao então governador Marcello Alencar e convidá-lo oficialmente para a transmissão do cargo, ele acabou comparecendo numa solenidade reservada. Durante nossa conversa me lembro da "profecia" de Marcello Alencar, na época eu tinha apenas 38 anos: "Meu filho estou com pena de você. O Estado está quebrado, a situação é dificílima, e você não pode nem vender a CEDAE que foi o que sobrou para fazer caixa. Com tudo que você prometeu em abril você não terá como pagar os servidores, você vai ter que sair correndo pela porta dos fundos do Palácio Guanabara". Bem, quem acompanhava a política nessa época lembra dos fatos. Renegociei a dívida com a União, organizei um calendário para os funcionários públicos, o 13º salário passou a ser pago dentro do ano, porque nem isso acontecia, e fizemos tantas obras importantes que deixei o governo com 88% de aprovação e Rosinha foi eleita no 1º turno em reconhecimento pelo trabalho que fizemos.

Marcello Alencar pode ter errado no tempo e no personagem, mas sua profecia não está muito longe de se realizar com governador atual.


E atenção: Não se espantem se no dia do pagamento dos servidores relativo ao mês de janeiro, que será feito após o carnaval, Pezão decidir só pagar metade. São os números que mostram, acompanho diariamente as receitas do Estado. A situação é crítica, e as atitudes para cortar despesas e eliminar contratos e incentivos desnecessários é lenta ou inexiste. O pé do governador é grande, mas anda muito devagar. 

FONTE BLOG DO GAROTINHO

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