segunda-feira, 18 de julho de 2011

Uma viagem de auto-conhecimento pelo balde do lixo

Não satisfeita por examinar os resíduos que deixava, a norte-americana foi mais longo e seguiu a pista do seu lixo, para descobrir como Nova Iorque o exporta. Indignada com a suspensão dos programas de reciclagem na cidade, Royte denunciou “o espectáculo do lixo” e “os anjos negros dos detritos”, que tomam partido da situação e ignoram as 11 mil toneladas diárias de resíduos produzidos pela cidade que não dorme, acumuladas em montanhas que competem com os arranha-céus.

Para a escritora, a visita ao aterro de Fresh Kills deveria ser obrigatória para todos os alunos nova-iorquinos, para que aprendessem que o lixo não desaparece por artes mágicas, mas acumula-se ou queima-se, o que é ainda pior. “Há que ver o lixo e sentir o cheiro para que façamos a ligação”, defende Elizabeth, que, ao despejar o seu próprio lixo pelo chão e ao observá-lo, diz ter começado uma viagem de auto-conhecimento.

“Nada é tão pessoal como o nosso próprio lixo e nada terá um maior impacto global”, escreve. Para a autora de “Garbageland”, é curioso imaginar o que pensarão os arqueólogos daqui a 300 anos, quando revolverem o solo e descobrirem “o inesperado e absurdo” mundo dos resíduos. Royte sente-se, inclusivamente, uma seguidora de William Rathje, que, em 1973, lançou o “Garbage Project”, que quis reconstruir o quotidiano dos habitantes de Tucson a partir do que encontrou nos seus contentores.

Elizabeth Royte, que lançou ainda “Bottlemania”, onde se concentra no mundo das garrafas de plástico, incentiva, assim, a acção individual, para reduzir, reutilizar, reciclar, comprar a granel, eliminar os cestos de papéis em casa e fazer a compostagem caseira dos resíduos. “Uma coisa é o que decidimos, a outra é o que fazemos, e nada reflecte melhor quem somos do que tudo o que despejamos para o mundo”, alertou no blog EcoHéroes.
Publicado em 24 de June de 2011. Tags: Elizabeth Royte, nova iorque, Reciclagem, resíduos

Um comentário:

  1. The image you're using above of Elizabeth Royte is of my copyright and is being used without permission. Please remove.

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