quarta-feira, 27 de abril de 2016

Um círculo virtuoso: a integração de catadores na gestão de resíduos sólidos

 AUMENTAR LETRA DIMINUIR LETRA
Catadores de lixo são os principais atores na recuperação de resíduos para a indústria de reciclagem. Entre suas demandas está o reconhecimento dos serviços que prestam, o acesso aos resíduos e o direito de concorrer a contratos de gestão. O Banco Mundial tem desenvolvido programas para reconhecer e apoiar os catadores como integrantes do setor de resíduos sólidos.
Mulheres da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis da Ilha de Vitória (Amariv). Foto: EBC
Mulheres da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis da Ilha de Vitória (Amariv). Foto: EBC
O lixo – sua geração, coleta e disposição – é um grande desafio mundial do século 21. A reciclagem de resíduos impulsiona a sustentabilidade ambiental, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa, e estimula a economia, pelo fornecimento de matérias-primas e materiais de embalagem.
Os catadores de lixo são os principais atores na recuperação de resíduos para a indústria de reciclagem. Em todo o mundo, um grande número de pessoas de baixa renda e de comunidades desfavorecidas ganha a vida coletando e separando lixo, e depois vendendo resíduos recuperados por meio de intermediários para a indústria de reciclagem.
Onde alguns veem restos ou lixo, os catadores veem papel, papelão, vidro e metal. Eles são hábeis em separar e empacotar diferentes tipos de resíduos por cor e peso para vender à indústria de reciclagem. No entanto, são raramente reconhecidos pelo importante papel que desempenham na criação de valor a partir dos resíduos e na contribuição para a redução das emissões de carbono.
No entanto, por todo o mundo os catadores têm se organizado, e as cidades tem promovido esse círculo virtuoso com a integração de catadores na gestão de resíduos sólidos.

Caso brasileiro

O Brasil foi o primeiro país a integrar catadores, por meio de suas cooperativas, a sistemas de gestão de resíduos sólidos municipais e o primeiro a adotar uma Política Nacional de Resíduos, reconhecendo as contribuições desses trabalhadores e proporcionando um enquadramento jurídico para permitir que cooperativas sejam contratadas como provedores de serviços.
Na Colômbia, um recente decreto federal determinou que as cidades do país terão de desenvolver sistemas de gestão de resíduos sólidos contratando organizações de catadores para coletar, transportar e separar resíduos recicláveis.
Na Índia, uma cooperativa de catadores denominada SWaCH recebeu um contrato da cidade  de Pune para a coleta de resíduos domésticos.
Em Joanesburgo, na África do Sul, uma cooperativa de catadores alavancou parcerias público-privadas para criar um programa de reciclagem em comunidades locais. Inaugurado em 2014 para servir 3 mil residências, o Centro de Reciclagem Vaal Park está gradualmente expandindo seu alcance.
O futuro de milhões de catadores em todo o mundo está em jogo, dependendo em grande parte das políticas e práticas dos governos municipais.
Tanto a rede de proteção a trabalhadores informais WIEGO como o Banco Mundial estão desenvolvendo programas e promovendo políticas que reconheçam e apoiem os catadores como integrantes do setor de resíduos sólidos, que fazem contribuições valiosas para cidades, para o meio ambiente e suas comunidades com a recuperação de materiais recicláveis; proporcionando-lhes espaço e equipamentos para facilitar este importante trabalho.
O que os catadores têm a oferecer é bastante claro: serviços de coleta, triagem, recuperação e reciclagem de resíduos a um custo razoável. O que eles querem também é bastante claro: o reconhecimento dos serviços que prestam; acesso aos resíduos; o direito de concorrer a contratos de gestão de resíduos sólidos; caminhões para transportar resíduos; espaço seguro e equipamentos para armazenamento, compactação, agregação e processamento de resíduos; e preços justos para os resíduos que coletam e os materiais reciclados que recuperam, processam e vendem.
Integrar os catadores na gestão de resíduos sólidos é a opção mais vantajosa para todos.

terça-feira, 26 de abril de 2016

A Revolução das Cidades - Da terra aos telhados
Elas guardam os grandes problemas da nossa época. Mas também apresentam as soluções. Descubra os projetos que estão construindo as metrópoles do futuro
POR Luiz Romero

Da terra aos telhados
Uma tendência mundial, as hortas urbanas - em rios, paredes e tetos - estão aproximando as cidades das plantações

Vai ser difícil comer em 2050. Seremos 9 bilhões de pessoas lutando por pastos e fazendas que não conseguem alimentar direito nem 7 bilhões, nossa população hoje. A resolução para este problema é simples: aproximar a fonte da comida dos compradores e utilizar novos espaços para plantar.

Um grupo de agricultores de São Paulo aceitou este desafio. Claudia Visoni faz parte do time, que está começando a mudar o jeito que os paulistanos lidam com a comida. A iniciativa é nova: começou no meio deste ano, com uma pequena horta no bairro da Vila Madalena. Mas já cresceu para outra plantação, localizada na Avenida Paulista. Para Claudia, "plantar no espaço urbano significa eliminar a embalagem e o transporte, duas coisas que causam enorme impacto ambiental."

As iniciativas, humildes em tamanho, mas carregadas de significado, reproduzem uma tendência mundial, muito bem representada pela cidade de Nova York. A metrópole mais movimentada do mundo chegou ao ponto de ter empresas que investem nas plantações urbanas e orgânicas. A Bright Farms teve a sacada de plantar perto de supermercados, ajudando a diminuir o caminho percorrido pela comida e economizando o dinheiro dos administradores. Outras duas, a Brooklyn Grange e a Gotham Green, vivem de hortas e estufas espalhadas pelo topo dos prédios do Brooklyn. E a coisa está crescendo: a Brooklyn Grange, que possuía 4 km² de hortas, inaugurou no começo deste ano outro espaço verde, com 6 km². Enquanto a Bright Farms deve inaugurar a maior horta urbana do mundo no ano que vem, com nada menos que 9 km² de produção verde.

Acha impressionante? O mexicano Fernando Ortiz acha que é pouco. "Quando converso com meus amigos que plantam nos tetos de Nova York, sempre provoco: eu tenho quatro vezes mais trabalho do que vocês." E é verdade: o arquiteto acredita que os tetos não são suficientes e que devemos plantar também nas paredes. É isso que ele faz na Cidade do México. "Nova York consegue solucionar parte do problema, mas, para realmente transformar o cenário, precisamos usar todas as superfícies. E não apenas as exteriores, mas também as paredes de dentro, das salas, dos banheiros."

É muita gente: a Claudia na Vila Madalena e o Fernando nas paredes da Cidade do México, os moradores da Bahia e de Belo Horizonte aproveitando os benefícios do smart grid, o exército de paulistanos nas ciclofaixas da cidade e o professor Delijaicov nos canais de São Paulo. Atuando em áreas tão diferentes e representando grupos tão diversos, todos eles têm algo em comum: acreditam nas metrópoles e não querem fugir delas. Em vez disso, estão tentando revolucionar as cidades onde vivem. E a melhor parte: estão conseguindo.
HORTAS EM TODO LUGAR
Cidades mais verdes, com produção de comida local, parecem um sonho. Mas existem.

1. Produção própria
Na Cidade do México, as paredes também produzem comida. "Eu acredito que, pelas próximas décadas, começaremos cada vez mais a consumir produtos plantados por nós mesmos", conta Ortiz, responsável pelo projeto.

2. Tetos verdes
As hortas de Nova York estão crescendo: a Brooklyn Grange, que tinha 4 km², inaugurou outro espaço, com 6 km², no começo deste ano. E a Bright Farms deve abrir a maior horta urbana do mundo, com 9 km².

3. Chão, teto, parede e...
E nem os rios são o limite. Esta estufa, que aproveita a água da chuva para irrigar as plantas, pode ser vista navegando pelo rio Hudson, em Nova York. Ela é usada para educar a população sobre plantações orgânicas e sustentáveis.

4. Natureza vertical
A ideia de construir as fazendas verticais é antiga. Mas o plano saiu do papel. Uma fazenda vertical e comercial abriu as portas em Cingapura no final deste ano, com capacidade para produzir meia tonelada de vegetais diariamente.

Disponível em: http://super.abril.com.br/ideias/a-revolucao-das-cidades-da-terra-aos-telhados?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super

segunda-feira, 25 de abril de 2016

FORA CUNHA !




O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que "em breve" vai apresentar ao Supremo Tribunal Federal mais duas denúncias contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Janot disse que Cunha é alvo de mais seis inquéritos, por fatos distintos, além das duas denúncias que tramitam no Supremo, no âmbito das investigações da Operação Lava-Jato.

FONTE BLOG DO GAROTINHO 

domingo, 24 de abril de 2016

Os 195 países e a União Europeia chegaram a acordo sobre a redução das emissões de gases com efeito de estufa em dezembro. Esta sexta-feira assinam o Acordo de Paris para entrar em vigor em 2020.
O ministro do Ambiente português está em Nova Iorque, nos EUA, para assinar o acordo de Paris contra as alterações climáticas, juntamente com representantes de cerca de 160 Estados.
A assinatura do acordo obtido a 12 de dezembro de 2015, depois de difíceis negociações entre 195 países e União Europeia, vai decorrer na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), no Dia Mundial da Terra.
Com o objetivo de entrada em vigor em 2020, no entanto, o acordo só se concretiza quando 55 Estados responsáveis por, pelo menos, 55% das emissões de gases com efeito de estufa o ratificarem.
Depois da adoção do texto em Paris, ainda é necessária a assinatura do acordo, até final de abril de 2017, e a ratificação nacional, consoante as regras de cada país, podendo ser através da votação no parlamento ou de decreto-lei, por exemplo.
Uma das novidades deste documento é a revisão a cada cinco anos das metas de contribuição de cada Estado, para tentar parar o aquecimento do planeta e as consequências associadas, como a maior frequência de fenómenos extremos de calor, levando as secas e a incêndios florestais, e de concentração da chuva em períodos curtos de tempo, provocando cheias e inundações, a que se junta a subida do nível do mar.
Além da presença do ministro português do Ambiente, são esperados em Nova Iorque cerca de 60 chefes de Estado, como o francês François Hollande, o vice-primeiro ministro chinês, Zhang Gaoli, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, ou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry.
Na semana passada, a ministra do Ambiente francesa, Ségolène Royal, que foi a presidente da COP21, disse que o número de presenças confirmadas significa que “‘momentum’ do acordo de Paris não enfraqueceu”, sendo a cerimónia uma oportunidade para os líderes internacionais fazerem “uma declaração forte” sobre a futura política relacionada com o preço do carbono, para encorajar o desenvolvimento da energia limpa.
 *Publicado Originalmente em OBSERVADOR

sábado, 23 de abril de 2016



A empresária Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, afirmou que o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES, Guido Mantega, intermediou o pagamento de caixa 2 para a campanha pela reeleição de Dilma Rousseff em 2014. Em relato a procuradores federais para tentar fechar acordo de delação premiada, Mônica contou que Mantega se reuniu com ela e indicou, mais de uma vez, executivos de empresas que deveriam ser procurados para ela receber contribuições em dinheiro, que não passaram por contas oficiais do PT e, por isso, não foram declaradas à Justiça Eleitoral. 

FONTE BLOG DO GAROTINHO
As duas maiores cidades da América Latina enfrentam o desafio de gerenciar, em uma década, um sistema de água sustentável.
Os 31% da água potável no mundo estão na América Latina, a região com água mais limpa por habitante. No entanto, a gestão do precioso líquido nas megacidades, ou cidades com população superior a 10 milhões, tem o prazo de uma década antes de entrar em crise. Por que na América, um continente com mais fontes de água doce do que a Europa, há muitos problemas de abastecimento e saneamento? Dois dos documentaristas de projetos H2OMX da Cidade do México (21 milhões de habitantes) e Vivo Volume de São Paulo (19 milhões) discutem uma resposta a esta crise.
Dia 22 de março foi o dia mundial da água, uma comemoração para destacar o papel essencial da água e promover melhorias para o sofrimento de populações pelo mundo com problemas hídricos, conforme foi definido pela ONU em seu site. Na América Latina, 77 milhões de pessoas têm problemas no acesso a esse líquido de acordo com o Conselho Mundial da Água.
Mas nas duas maiores cidades da América Latina o problema não é a falta de água: ambas, São Paulo e Cidade do México, 31% das pessoas já presenciaram a sua vizinhança inundar no ano passado, de acordo com a pesquisa Megacidades e infra-estrutura na América Latina realizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em cinco cidades da América Latina durante 2013.
A população urbana da região representa mais de 82% e para 2050 é esperado 90%, e uma das questões pendentes para as classes econômicas mais baixas dessas megacidades é o acesso universal aos serviços básicos de água, saneamento e eletricidade, de acordo com uma das conclusões do documento do BID.
México, uma crise administrativa
A água é o personagem principal do documentário H2OMX (2014) diz um de seus diretores, Jose Cohen, e mostra os 60 minutos do líquido que flui através da tela durante o filme. O documentarista diz que uma de suas intenções em fazer o filme foi para descobrir o que acontece a cada um que abre e fecha a torneira, relatar o ciclo da água na capital mexicana.
"A questão dos problemas de água no Vale do México é um problema de gestão: o Vale do México geograficamente é um lago (Texcoco), antes da conquista era um lago e com a chegada dos espanhóis deixa de ser uma cidade água para se tornar uma cidade seca ", diz Cohen.
Os problemas de água na capital mexicana são a falta de sistemas sustentáveis de captação de chuva e tratamento de esgoto, porque de acordo com o documentário, o Vale do México tem a água da chuva o suficiente para ser abastecido os 365 dias por ano.
Mas na metrópole apenas 7% da água é tratada. De acordo com o levantamento do BID, 16% dos cidadãos da Cidade do México tem visto seu esgoto correndo pelas ruas nos últimos meses, uma porcentagem ligeiramente superior à média da América Latina é de 10%.
"Visualmente o que me impressionou foram essas montanhas de espuma nesta barragem, ver que todos os resíduos que esses caminhões recolhem são jogados ao ar livre e é filtrada para o solo, as águas residuais estão irrigando produtos agrícolas que consumimos com metais pesados" diz Joseph Cohen sobre sua experiência de filmar H2OMX.
60% da água consumida na cidade é extraída do aquífero e os restantes 40% vem de conurbados do Vale do Mexico, como Michoacán e do Estado do México. Cohen diz que uma gestão adequada dos recursos poderia alterar estas percentagens, porque só em vazamento do sistema de tubulação da cidade é perdido cerca de 40% do líquido que é distribuído.
A Cidade do México não tem escassez de água, mas há a ameaça de se chegar a uma crise hídrica dentro de 10 anos "e esse tempo é muito curto", diz o documentarista. A esta situação se adiciona uma outra relacionada com a sobre-exploração dos aquíferos da cidade: a cidade afundou 10 metros em um século.
Um sistema adequado de tubulações, aproveitamento de águas pluviais e saneamento dos resíduos, Cohen diz que o importante para enfrentar a crise é priorizar: "O México está convocando os melhores arquitetos do mundo para fazer um grande aeroporto, chame o melhor e fazer um plano sustentável", diz o jornalista.
São Paulo, em negação
Chove em São Paulo, e para muitos, isso significa que não há problemas no abastecimento de água da capital. No entanto, Caio Silva Ferraz, diretor da websérie Volume Vivo, que procura explicar a crise hídrica na maior cidade do Brasil, é claro: os problemas estão apenas começando. "Por ser uma cidade de quase 20 milhões de pessoas, São Paulo estará sempre no limite", disse Ferraz. "Eu tenho certeza que vou fazer muitos mais filmes sobre o assunto e as pessoas têm que se conscientizar cada vez mais sobre isso."
O primeiro episódio do Volume Vivo é chamado de A negação da crise, e leva os espectadores a 2014. Naquele ano, a Cantareira, responsável pelo abastecimento de água na grande São Paulo e outras 62 cidades do sistema estatal atingiu volumes baixos históricos. A pior crise de água nos últimos 84 anos foi começando, e as autoridades negaram qualquer dificuldade. "A negação da crise não era uma questão que eu tinha pensado inicialmente, mas era tão óbvio que eu senti que deveria gravá-lo como um momento histórico", disse Ferraz.
Era uma situação sem precedentes: o Brasil é o país com mais água doce do mundo, 12% do total, de acordo com a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento. Portanto, o gerenciamento deste recurso no país sempre foi estruturado a partir de uma posição de abundância, o que colocou em risco a sua existência e acessibilidade, especialmente para os mais pobres. "São Paulo tem um problema histórico de poluição da água. Esta é uma cidade que cresceu muito rápido e usou sua água para a energia e jogar lixo ", observa Ferraz, que também diz que quase todos os rios de São Paulo estão contaminados. Segundo a pesquisa do BID, 14% dos paulistas têm visto esgoto correndo pelas ruas da cidade nos últimos meses.
Para o diretor do Volume Vivo, a crise da água em São Paulo é um problema de gestão, porque os governos municipais têm se dedicado a implementar medidas corretivas, em vez de atacar a raiz do problema. "A falta de água gera uma desordem política e qual é a solução? Traga mais água em vez de tentar resolver os problemas históricos ", disse Ferraz.
O quarto e último capítulo da série web será sobre a evolução das privatizações de água, que está presente desde os anos 80. Para Ferraz, é a maneira ideal de completar o seu estudo da crise, já que mostra como isso gera conflitos porque a água é um bem público, necessário para a vida de todas as pessoas. "Mas muitas vezes as decisões tomadas pelos governos não levam em conta o bem comum, pelo menos aqui na América Latina", lamenta o documentarista.
*Publicado originalmente em EL PAIS
**tradução livre

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Degelo antártico pode elevar nível do mar mais que o esperado, diz estudo
Pesquisa publicada na 'Nature' prevê até 1,5 metro de elevação até 2100.
Descobriu-se que gelo antártico derrete mais rápido do que se pensava.
30/03/2016 

Estudo feito na Plataforma de gelo Larsen mostra degelo acelerado que pode influenciar no aumento do nível do mar (Foto: NSIDC/Ted Scambos/Nasa)

O nível do mar pode subir, neste século, 50 cm mais do que o esperado pelos cientistas, afirma um relatório publicado nesta quarta-feira (30) na revista “Nature”, que descobriu que o gelo antártico vai derreter mais rápido do que o que se pensava.

Cientistas que estudam o clima em universidades americanas afirmam que o relatório mais recente da ONU sobre os efeitos do aquecimento global subestimou a velocidade com que o gelo que cobre o continente derreteria.

Esse relatório, divulgado em 2013, dizia que no pior dos cenários o aquecimento global provocado pelo homem elevaria o nível do mar entre 52 cm e 98 cm até 2100. O novo estudo sugere que o aumento real pode ser de 1,5 metro, constituindo uma ameaça ainda maior para cidades como Nova York e Xangai -- para citar apenas dois exemplos.

“Isso pode ser um desastre para muitas cidades que ficam mais próximas do nível do mar”, afirma o autor principal do estudo, Robert DeConto, da Universidade de Massachusetts, em um comunicado sobre os achados publicado na “Nature”.

O estudo, parcialmente baseado nas evidências sobre nível do mar em um período naturalmente quente 125 mil anos atrás, disse que o gelo antártico sozinho poderia elevar entre 64 cm e 114 cm o nível do mar até 2100, no pior cenário de emissões de gases previsto pela ONU.

Um dos fatores que foram subestimados pelos relatórios da ONU é um processo pelo qual piscinas de água derretida formadas por cima de blocos de gelo penetram nesse gelo e voltam a congelar, forçando a quebra de grandes partes desses blocos. Com isso, o gelo em terra na Antártica desliza mais rápido até o mar.

O estudo projetou ainda que a Antártica pode contribuir com mais de 13 metros de aumento no nível do mar até 2500 se o ar e o oceano continuarem se aquecendo.


Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2016/03/nivel-do-mar-pode-subir-muito-mais-que-o-esperado-ate-2100-diz-estudo.html

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Empresas apostam em reciclagem de resíduos
Empreendedores se especializam em coletar e descartar materiais utilizados pelas indústrias

abril de 2016 | 

O Brasil produz 78,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano, montante que aumentou 29% nos últimos dez anos, cinco vezes mais do que a taxa de crescimento populacional do período, de 6%. Neste momento de crise, em que grandes companhias buscam cortar custos e otimizar suas operações, há empreendedores se mobilizando para atender à demanda de descarte de indústrias.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a exploração do mercado de lixo no País é incipiente, ainda que o segmento cresça 10% ao ano, em média. “O valor agregado que se atribui aos resíduos no Brasil ainda é baixo”, diz o presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho. “A percepção é de que esses materiais não têm mais valor, o que justificaria a falta de cuidados com descarte e separação.”
No entanto, há empresários que vêm, há tempos, vivendo do que poderia ser jogado fora. É o caso da empresária Juliana Schunck, cuja Massfix fatura R$ 36 milhões por ano. A Massfix ajuda indústrias a encontrar maneiras de praticar o reúso de insumos.
Para ela, as multinacionais lideram esse movimento. “Percebemos que tem uma pressão externa (das matrizes) para a adoção de políticas mundiais”, diz Juliana, que pretende focar seu trabalho em empresas globais em 2016. “A política nacional ainda está discussão”, frisa a empresária, dizendo que a consciência da separação ainda não é forte por aqui.
Com foco também na indústria, o empresário Kauan Ramalho decidiu investir, há dois anos, na Bio Ideias, empresa que desenvolve soluções para tratamentos de resíduos orgânicos. A perspectiva de Ramalho é dobrar de tamanho até 2017 com uma estratégia agressiva de vendas para múltis.
O trabalho da Bio Ideias ganhou visibilidade com a implantação de telhados verdes, tecnologia que transforma o resíduo orgânico em adubo. O empresário destaca a importância da Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, como mola propulsora deste mercado.
Já a empresária Mayura Okura decidiu montar um “marketplace” de resíduos industriais, que vão desde retalhos de tecidos até entulho da construção civil – em um total de 6 mil tipos catalogados.
Novos clientes. A B2Blue tem, para este ano, o objetivo de angariar 3 mil novos clientes até o fim deste ano, chegando a um total de 15 mil. “As indústrias são muito mais receptivas em momentos de crise quando falamos em receitas imediatas, em vez de custos”, diz Mayura.
A retração econômica é aposta da empresária para crescer entre 15% e 20% no faturamento atual da empresa, que foi de R$ 3 milhões no ano passado.


Disponível em: http://pme.estadao.com.br/noticias/noticias,empresas-apostam-em-reciclagem-de-residuos,6293,0.htm

terça-feira, 19 de abril de 2016

Impeachment: Dilma se diz “indignada e injustiçada”

dilma
A presidente Dilma Rousseff faz neste momento pronunciamento no Palácio do Planalto para comentar a abertura do processo de impeachment aprovada pela Câmara.
Ela voltou a dizer que o processo não tem base de sustentação. “A injustiça ocorre quando se esmaga o processo de defesa. Pode parecer que eu esteja insistindo em uma tecla só, mas é uma tecla muito importante, a da democracia. Não há crime de responsabilidade fiscal. Os atos que eles acusam foram praticados por outros presidentes antes de mim, e não se caracterizaram como ilegais ou criminosos”, diz presidente Dilma Rousseff. “Eu recebi 54 milhões de votos, e me sinto indignada com a decisão que recepcionou a questão da apreciação da admissibilidade do meu impeachment”, comentou a presidente.
Alfinetou Cunha – A presidente Dilma também aproveitou para alfinetar o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB). “É muito interessante porque não há contra mim acusação de desvio de dinheiro público. Não há acusação de ter dinheiro no exterior. Por isso me sinto injustiçada. Aqueles que têm contas no exterior presidem sessão com uma questão tão grave que é o impedimento de um presidente”.
Pautas-bombas – “Pautas-bombas com esta que está em curso, que é um projeto de decreto legislativo que ao transformar a correção da divida dos estados em uma correção baseada em juros simples, provoca um rombo nas finanças do país de R$ 300 milhões”, diz a presidente.
Vingança – A presidente Dilma classifica o movimento como “vingança”. “No início, quando dá aceitação da abertura do processo, as razões que levam à aceitação não são razões fundadas na necessidade de aceitação, mas numa espécie de vingança pelo fato de não termos aceitado negociar os votos dentro da comissão de ética.”
“Enfrento um golpe de estado” – A presidente diz que sempre lutou pela democracia e vai continuar lutando. “Enfrentei por convicção a ditadura, e agora enfrento um golpe de Estado, que não é tradicional da minha juventude, mas infelizmente é o golpe tradicional da minha maturidade.”
Dilma chama Temer de conspirador – A presidente também comentou sobre o vice-presidente Michel Temer (PMDB). “É estarrecedor que um vice conspire contra a presidente”.
Fonte: G1
Vinícola de Dom Pedrito será primeira 100% movida a energia solar na América Latina
Até o mês de maio, a Guatambu Estância do Vinho terá em funcionamento um parque solar com 600 painéis fotovoltaicos
04/2016 - 
Vinícola de Dom Pedrito será primeira 100% movida a energia solar na América Latina Luiz Glasenapp Junior / Divulgação/Divulgação
Foto: Luiz Glasenapp Junior / Divulgação / Divulgação
Muito bacana: até o mês de maio, a Guatambu Estância do Vinho, de Dom Pedrito, terá em funcionamento um parque solar com 600 painéis fotovoltaicos que servirão para suprir 100% da demanda energética do empreendimento, tornando-se a primeira vinícola da América Latina a ser movida a energia solar. 
Foto: Luiz Glasenapp Junior / Divulgação
O investimento de R$ 1,3 milhão tem previsão de retorno em oito anos. Além de economia de energia elétrica, o sistema registra a economia na emissão de CO2 e devolverá à rede de energia a produção sobressalente que não for utilizada. 



segunda-feira, 18 de abril de 2016

Reduzir desperdício de alimento ajuda contra mudança climática, diz estudo
Emissões de gases pela agricultura seriam evitadas com fim de desperdício.
Emissões relacionadas ao excedente alimentar aumentou 300%.

Fant - desperdício (Foto: fantastico)

Reduzir o desperdício de alimentos em todo o mundo ajudaria a conter as emissões de gases de efeito estufa, diminuindo parte dos impactos da mudança climática, como os eventos climáticos mais extremos e a elevação do nível dos mares, disseram cientistas nesta quinta-feira (7).

Até 14% das emissões geradas pela agricultura em 2050 poderiam ser evitadas administrando melhor o uso e a distribuição dos alimentos, de acordo com um novo estudo do Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático (PIK, na sigla em inglês).
"A agricultura é um grande indutor da mudança climática, tendo representado mais de 20% o das emissões globais totais de gases de efeito estufa em 2010", disse o co-autor Prajal Pradhan.
"Evitar a perda e o desperdício de alimentos, portanto, evitaria emissões de gases de efeito estufa desnecessárias e ajudaria a mitigar a mudança climática".
Entre 30 e 40% de toda a comida produzida no planeta nunca chega a ser consumida, porque se deteriora depois de ser colhida e durante o transporte ou porque é jogada fora por comerciantes e consumidores.
Mais desperdício em países emergentes
A expectativa é que a parcela de alimentos desperdiçados aumente drasticamente se economias emergentes como China e Índia adotarem hábitos alimentares ocidentais, entre eles um consumo maior de carne, alertaram os pesquisadores.
Países mais ricos tendem a consumir mais alimentos do que é saudável ou simplesmente desperdiçá-los, enfatizaram.
À medida que nações mais pobres se desenvolvem e a população mundial cresce, as emissões associadas ao desperdício de comida poderiam saltar do equivalente a 0,5 gigatonelada de dióxido de carbono por ano para algo entre 1,9 e 2,5 gigatoneladas anuais até a metade do século, mostrou o estudo publicado no periódico científico "Environmental Science & Technology".
Redistribuição
Muitos argumentam que reduzir o desperdício de alimentos e distribuir o excedente onde ele é necessário poderia ajudar no combate à fome em lugares que não têm o suficiente --especialmente levando em conta que as terras para expandir o cultivo são limitadas.
Os pesquisadores analisaram a necessidade de alimentos no passado e para cenários futuros diversos e descobriram que, embora a necessidade média de alimentos por pessoa permaneça quase constante nas últimas cinco décadas, a disponibilidade de alimentos cresceu rapidamente --levando a um aumento de mais de 300% nas emissões relacionadas ao excedente alimentar cada vez maior.

Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2016/04/reduzir-desperdicio-de-alimento-ajuda-contra-mudanca-climatica-diz-estudo.html

domingo, 17 de abril de 2016

Câmara aprova cirurgia plástica reparadora gratuita nas duas mamas em caso de câncer

O Plenário aprovou, há pouco, o Projeto de Lei (PL) 4409/16, do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), que torna obrigatória a cirurgia plástica reparadora gratuita nas duas mamas em caso de câncer. O PL segue para o Senado.

Atualmente, as mulheres vítimas de câncer já têm direito à reconstrução pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de preferência imediatamente após a retirada total ou parcial da mama afetada. A lei que trata do assunto (Lei 9.797/99), no entanto, não estabelece a abrangência das duas mamas.
Abril de 2016 14:00 equipe eCycle

Hoje em dia, escolas são orientadas a ensinarem sobre educação ambiental de forma integrada a outros componentes curriculares

Imagem: Wikimedia Commons / CC0
Educação ambiental pode passar a ser uma disciplina obrigatória para alunos de todas as séries dos níveis fundamental e médio, caso a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB — Lei 9.394/1996) seja modificada. É o previsto no PLS 221/2015, de autoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).
O projeto foi acolhido em 29 de março na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e segue para votação na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
Atualmente, as escolas são orientadas a abordar princípios de educação ambiental de forma integrada a outros componentes curriculares, como explica o autor do projeto, senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), na justificação da matéria. O parlamentar, no entanto, considera essa estratégia insuficiente para que os estudantes tenham formação sobre as diferentes dimensões da sustentabilidade e sobre práticas como reciclagem e reúso de água.
O relator na CMA, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), apontou avanços na sociedade em termos de atitudes em favor da preservação ambiental e de conscientização da população, enfatizando, no entanto, que os esforços devem continuar. "Através das escolas, dos meios de comunicação, das mídias e redes sociais, vamos chegar a 100% de consciência ambiental", declarou.
Na discussão da matéria, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) observou que especialistas em Educação desaconselham a incorporação de novas matérias aos currículos escolares, frente ao grande número de disciplinas obrigatórias. "A ideia de questões ambientais serem tratadas em outros conteúdos, de maneira transversal, não diminui e sim amplia a preocupação com o meio ambiente, na medida em que se forma na criança e no jovem a ideia de analisar a proteção ambiental em diversas áreas do estudo escolar", disse Lídice.
O senador João Capiberibe (PSB-AP) compartilha da opinião e considera que a discussão sobre a inclusão de educação ambiental como disciplina obrigatória, como prevê o PLS 221/2015, poderá ser aprofundada quando o projeto entrar na pauta da Comissão de Educação.
Fonte: Agência Senado – Disponível em: http://www.ecycle.com.br/component/content/article/35-atitude/4374-educacao-ambiental-pode-ser-disciplina-obrigatoria-no-ensino-basico.html
A corrida para resolver o problema do lixo começou
 Posto de coleta no Pão de Açúcar


Posto de Coleta no Pão de Açúcar: mudanças para incentivar os consumidores a reciclar

São Paulo — Nos últimos 15 anos, cerca de 95 000 toneladas de embalagens descartadas foram entregues por consumidores em 141 lojas do Pão de Açúcar, maior varejista do país. Criado em parceria com a fabricante de bens de consumo Unilever, o programa envia o material para cooperativas de catadores e, assim, ajuda a diminuir a pressão sobre os aterros sanitários e os quase 2.500 lixões existentes no Brasil.
Desde dezembro, a rede começou a testar mudanças para elevar a média recente, de cerca de 10.000 toneladas por ano. Num projeto piloto, sete pontos passaram por reformas e se tornaram mais visíveis e organizados. Ao entregar os resíduos que separou em casa, o consumidor começa a ser informado sobre as condições em que as embalagens devem ser entregues.
Potes com restos de alimento, por exemplo, não são aproveitados. “Sem informar o cliente, não vamos avançar”, diz Laura Pires, gerente de sustentabilidade do Grupo Pão de Açúcar. A movimentação retrata o início da corrida para atingir metas previstas pelo recém-firmado acordo setorial das embalagens.
Assinado em novembro, após três anos de negociações, faz parte dos esforços de implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em vigor desde 2010.
Vinte e duas associações empresariais — entre fabricantes de bens de consumo e fabricantes diretos de embalagens — firmaram com o governo federal o compromisso de ajudar a reduzir 22% do volume desses resíduos que chegam aos aterros até 2018, na comparação com 2012.
Estima-se que, para isso, as empresas envolvidas no acordo deverão coletar conjuntamente 3 815 toneladas por dia nos próximos dois anos. Sobram obstáculos no caminho — desde a baixa capilaridade dos postos de coleta no varejo até a pouca informação que o consumidor final tem a respeito do assunto país afora.
A única boa notícia é que o processo de coleta e triagem por catadores de material reciclável está amplamente estabelecido nos principais centros de consumo. “O acordo é o ponto de partida para formalizar uma cadeia enorme já existente”, afirma Victor Bicca, diretor de relações públicas da Coca-Cola e presidente do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), uma das entidades que coordenaram a assinatura do documento.
Também nesse quesito, porém, sobram problemas a resolver. Estima-se que hoje existam 600.000 catadores no país. Muitos vivem e trabalham em condições precárias. Apenas 10% deles estão vinculados a uma cooperativa e, ainda assim, isso não significa muita coisa.
A maioria não está legalizada nas prefeituras e sofre com falta de infraestrutura e gestão: não oferece treinamento aos cooperados e tem dificuldade para contabilizar as vendas. Segundo o acordo, caberá às empresas signatárias ajudar a dar corpo a essas cooperativas — uma tarefa que exige muito mais do que dinheiro.
“Montamos um programa para ajudá-las a superar problemas básicos de organização e de segurança no trabalho”, afirma Simone Veltri, gerente de relações socioambientais da fabricante de bebidas Ambev, que mantém um programa de coleta de embalagens desde 2012 e se relaciona hoje com cerca de 60 cooperativas em todo o país.
Hoje uma equipe da empresa faz um diagnóstico técnico de cada uma e estabelece um plano de ação e metas anuais de melhoria. As dificuldades surpreen­deram os executivos da fabricante de cosméticos Natura, que há menos de um ano se aproximaram de cinco cooperativas em São Paulo.
Para coordenar o projeto piloto, a empresa escalou o executivo Sérgio Talocchi, que por sete anos foi responsável pela gestão do relacionamento com cooperativas rurais fornecedoras de insumos para cosméticos. “A rotatividade e os problemas de liderança são muito maiores no universo urbano do lixo do que no rural”, diz Talocchi.
Tão árduo quanto o trabalho com os catadores será mudar hábitos do consumidor. Em primeiro lugar, é necessário ter mais pontos de coleta. Nesse sentido, o acordo prevê que as empresas de embalagens deverão custear e operar pontos de entrega voluntária, os chamados PEVs — que deverão ser instalados preferencialmente em supermercados ou em outros pontos de fácil acesso ao público.
A obrigação do varejo é de apenas oferecer espaço nas lojas. Estima-se que 215 pontos como esses existam hoje no Brasil, boa parte em grandes redes de varejo. O objetivo é triplicá-los até 2018 — em Portugal, país muito menor do que o Brasil, esse número é quase 200 vezes maior. Boa parte dessa expansão deverá ser feita em varejistas menores, o que torna a tarefa mais complexa para a indústria.
No que se refere aos incentivos para que os consumidores saiam de casa com seu lixo reciclável nas mãos, alguns testes começam a ser feitos. A cervejaria Heineken, por exemplo, lançou nas lojas do Pão de Açúcar uma promoção em que oferecerá desconto de 30% a consumidores que retornarem 12 garrafas de vidro ou latas de qualquer marca aos PEVs da rede.
A duração será de 30 dias, com término previsto para 12 de fevereiro, e só será válida às terças-feiras. A empresa participa, desde 2014, de um programa de coleta de embalagens de vidro em bares, mas quer entender agora o que pode motivar o consumidor final. “Queremos verificar a eficácia de um incentivo como esse”, afirma Renata Zveibel, diretora de comunicação externa e sustentabilidade da Heineken.
Nesse sentido, o acordo prevê que a indústria fará campanhas massivas de comunicação, sem detalhes sobre prazos e valores envolvidos. “É preciso informar exaustivamente”, diz o português Ricardo Neto, da ERP Recycling Portugal, entidade de gestão de resíduos da União Europeia.
Em Portugal, uma política de gestão de resíduos vigora desde a década de 90 e, ainda hoje, o setor privado investe 2,5 milhões de euros por ano em propaganda sobre o descarte correto do lixo. Em 2018, verificar o sucesso dos esforços dependerá de relatórios produzidos pelas próprias empresas e de dados públicos sobre aterros e lixões.
Existe aí um problema básico: apenas 30% dos municípios brasileiros têm informações confiáveis sobre a natureza e o volume de seus resíduos, o que tornará a checagem dos dados mais difícil. Especialistas afirmam que essas falhas não devem ser motivo para que as empresas não se mexam.
“Esses dois anos serão destinados à experimentação e não caberá penalidade ainda”, afirma Fabricio Soler, advogado do escritório Felsberg e Associados, de São Paulo. Passado esse período, no entanto, multas poderão ser aplicadas.
Para as empresas, é importante mostrar que algo foi feito — até para evitar que o governo decida, a partir de 2018, tomar medidas mais draconianas. Se a indústria ficar para trás na corrida pelo lixo, também poderá acabar com um prejuízo nas mãos.
Disponível em: http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1105/noticias/a-corrida-para-resolver-o-problema-do-lixo-comecou


sábado, 16 de abril de 2016

Oposição vai à PF contra distribuição de cargos em troca de votos

PPS, DEM, PTB, PSDB e PSC acusam o governo de praticar corrupção ativa, corrupção passiva e desvio de finalidade

Estadão Conteúdo
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Partidos de oposição vão à Polícia Federal neste sábado, 16, para apresentar uma denúncia crime contra a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula e governadores que estão atuando para angariar votos favoráveis ao governo. PPS, DEM, PTB, PSDB e PSC acusam o governo de praticar corrupção ativa, corrupção passiva e desvio de finalidade. A denúncia será apresentada à PF porque a Procuradoria-Geral da República (PGR) não tem plantão no fim de semana.

Os partidos apontam como provas desses crimes a oferta de cargos e nomeações publicadas no Diário Oficial da União (DOU) nos últimos dias, a atuação nas negociações de ministros, dos governadores de Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Bahia, além do ex-presidente Lula. Eles também apontam como indício de compra de votos a transferência de terras da União para o Governo do Amapá, Estado de maioria dos votos não declarados.

"O Diário Oficial amanheceu recheado de nomeações. Isso é a utilização abusiva da máquina pública para tentar reverter o processo de impeachment", disse o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM).

"É um absurdo. Está usando a máquina pública de forma desavergonhada, liberando recursos federais, cargos, verbas para Estados e municípios só para converter votos. Estamos vivendo um clima de certa tensão porque a intimidação provocada pelo governo, o jogo sujo e pesado do governo e da presidente Dilma é uma coisa absurda", afirmou.

Votos. Apesar de oficialmente assegurar que continua tendo mais de 342 votos para aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, parte da oposição já mudou o tom do discurso outrora de certeza em relação a aprovação do atual processo de impedimento da petista. 

Da ala pró-impeachment do PMDB, o deputado federal Mauro Pereira (RS) afirmou ontem que, se o processo de impeachment de Dilma em análise não for aprovado, a oposição pressionará o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a autorizar a abertura de um novo pedido.

"Se não aprovar esse, não tem problema. Tem o da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)", afirmou Pereira ao Broadcast Político. O pedido da instituição foi apresentado no final de março e pede o impeachment de Dilma argumentando que ela cometeu crimes de responsabilidade não só com as pedaladas fiscais.

A OAB acusa a petista de crime de responsabilidade por, segundo a instituição, tentar interferir nas investigações da Operação Lava Jato - inclusive com a nomeação do ex-presidente Lula, que é investigado, para o comando da Casa Civil - e por conceder renúncia fiscal à Fica para realização da Copa do Mundo de 2014.

A favor do impeachment, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) também flexibilizou o discurso. "Se der 341 votos para nós, ela não vai ter a menor condição de continuar governando", disse, garantindo, contudo, que a oposição continua tendo votos suficientes. "Dando tudo errado, vamos ter 300 votos", disse.

Reprodução do Diário do Poder
Reprodução do Diário do Poder


Governos da Bolívia, Paraguai, Venezuela e Peru estão mandando ônibus com compatriotas para se juntarem aos manifestantes pró-governo. Francamente deveriam cuidar dos problemas que seus respectivos países enfrentam, em vez de se meterem em assuntos nacionais do Brasil. Só falta Cuba mandar os médicos cubanos do programa Mais Médicos também se manifestarem.